E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 22
Capítulo vinte e um




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— Hermione já foi? — Blás estava atirado no sofá, e Theo não parecia se importar com os sapatos sujos sobre o móvel.

— Já, mas não gosto disso! — Jogou-se na poltrona e afundou entre duas almofadas coloridas. — Meu pai pode ataca-la a qualquer hora.

— Até mesmo aqui. — Comentou, Blás. — Você não pode protegê-la a todo o momento. Ela sabe fazer isso sozinha, derrubou Voldemort com os amigos e só tinha dezessete.

— Talvez você tenha razão.

Estava preocupado e não queria mais guardar segredos, mas não podia contá-los quando todos estavam ligados diretamente à Hermione. Doía saber que a magoaria quando tudo se revelasse e já pensava em seguir o conselho de Blásio, talvez se terminasse esse relacionamento indefinido tudo se resolveria.

Não conseguiria.

— Estou sendo fraco.

Blásio que torcia pelo fim do assunto gemeu frustrado, e cobriu os olhos com o braço. Theodore sempre fora o mais humano, portanto, aquele que sofria com as emoções. Draco não tinha paciência para ouvir lamentações, estava sempre ocupado com os planos de seu pai, então, era Blás quem ouvia as histórias.

— Ora, cale a boca. — Murmurou. — Parece uma menininha reclamando. Você gosta dela mais do que pensa, se empenhe em demonstrar isso, talvez ela te perdoe com mais facilidade quando souber que seu pai...

— Não é essa a questão.

Theo bufou pela terceira vez desde que e entrara em casa, estava ferrado, e ainda achava aquela palavra pouco significativa para a situação em que realmente se encontrava. Assustou-se quando o cobertor que ficava em cima do sofá o acertou.

— Mas que droga!

— Vou sair com Draco hoje à noite e você vai arrumar a casa e passar uma noite agradável com Hermione, se é que me entende. — Sugeriu. — Agora coloque sua linda cabecinha para funcionar, ela disse que volta no fim da tarde.

Enquanto isso, Hermione conversava com os amigos ainda num quarto do St. Mungos. Sentada na beirada da cama de Harry explicava a situação do caso Nott, e o que acontecera na sua casa, os detalhes ainda vibravam em sua cabeça, deixando tudo mais vívido do que gostaria.

— E onde você dormiu essa noite? Pode ficar conosco, Gina vai gostar de ter companhia agora que entrou de férias. — Harry dizia apressado, Rony só ouvia.

— Eu fiquei com Theo, é um lugar afastado e seguro. — Explicou antes que ouvisse objeções.

— Theo? Quer dizer que vocês estão juntos. — Rony comentou com curiosidade.

Harry também parecia disposto a ouvir, e Gina que entrara no quarto durante a conversa aguardava uma resposta. Sentiu-se pressionada pelos amigos, mas estes não pareciam bravos com esse relacionamento, pelo contrário, contavam com isso para que ficasse em Londres.

— Estamos juntos.

Gina vibrou decepcionada ao lado de Harry.

— Juntos? Só juntos?

— É! Ainda estamos nos conhecendo e eu realmente não sei se quero um relacionamento mais sério. Volto para a França em um mês e não quero deixar pendências aqui.

Gina e Rony trocaram olhares significativos.

— Pendências? Fala como se ele fosse trabalho. — Fora Harry quem deduzira aquilo.

E antes que Hermione tivesse a chance de pensar numa resposta que discordasse daquela má conclusão, Gina olhou fixamente para a porta, como se esperasse por algo, e Draco pigarreou.

— Estou interrompendo? Ótimo! — Entregou algumas fichas para Gina. — Estão liberados, qualquer coisa me avisem.

E saiu da mesma forma que entrara, silenciosamente.

— Vejo vocês mais tarde, preciso falar com ele... — Jogou a bolsa no ombro e correu atrás de Draco. Gritou: — Malfoy!

O loiro virou-se com o sorriso típico e a aguardou no fim do corredor, seguiram juntos para o escritório. Precisavam conversar.

Sentaram-se um de frente para o outro, e Draco ofereceu-lhe a bebida mais forte que conseguira transportar clandestinamente para dentro do hospital.

— Qual o problema, você e Nott não se acertaram ainda?

— Eu queria te convidar para almoçar, na verdade. Mas se o assunto é Theo, estamos bem. — Deu de ombros. — Vou passar algum tempo com ele. Creio que ficou sabendo sobre a o ataque na minha casa.

— É, fiquei sim. O Profeta Diário foi bastante detalhista.

Hermione sacudiu a cabeça. Não fazia ideia de que a Profeta Diário ficara sabendo sobre o tal ataque, não havia repórteres, mas devia ter imaginado. Um acontecimento como aquele daria uma bela manchete.

— Se não veio falar sobre o Theodore, mas me chamou para almoçar... São aqueles pesadelos?

— Minha marca dói, e ontem ficou vermelha. Por um momento pensei que fosse sangrar!

Draco deu a volta na cadeira e analisou o pulso da amiga, tocando com cuidado as linhas finas e rosadas. Estavam altas, e pareciam recentes. Voltou para a escrivaninha e tirou um rolo de tala branca, assim como um frasco de poção azulada.

— Lembra-se da última vez? — Hermione assentiu. A sensação da poção tocando sua pele era horrível, ardia tanto que desmaiara na primeira tentativa. — Tem certeza de que quer fazer isso?

Concordou novamente.

Precisava!

Os pesadelos eram normalmente sobre a sua tortura e Belatriz rindo histericamente, nos sonhos revivia cada segundo, e a dor era real. Mas às vezes, aquela marca ardia mais do que o normal, os sonhos se tornavam intensos e dolorosos, não suportava dormir. Draco descobrira uma poção que amenizava os pesadelos e as crises, mas tinham um prazo, e cada vez que precisava renovar a aplicação, sofria em silêncio.

O líquido azulado caiu sobre sua pele, bufou e apertou o maxilar, era doloroso. Draco começou a pingar sobre toda a cicatriz, e a queimação foi aumentando cada vez mais, Hermione aguentava como podia, mas já estava desistindo.

— Respire fundo, já estou terminando! — Pediu exasperado. — Vamos, Hermione.

Conseguiu conter um grito, mas não sabia por quanto tempo conseguiria ficar acordada. Era entorpecente, e aos poucos, sentiu seu corpo ir enfraquecendo até que ficou leve e tudo se tornou escuro.

Quando acordou, Draco terminava de enfaixar seu pulso, e parecia preocupado. Sua testa estava franzida, e tomava cuidado para cobrir toda a marca.

— Quanto tempo...? — Sua garganta estava seca.

— Poucos minutos, você tem aguentado melhor das últimas vezes. — Comentou, ajudando-a a sentar-se. — Precisa comer alguma coisa, vamos almoçar e depois conversamos melhor. Consegue caminhar?

— Só me dê alguns minutos.

Assim que conseguiu se recompor saiu ao lado de Draco, que tinha razão ao dizer que comida a faria melhorar. A poção era forte e lhe deixava com mal estar o restante do dia, mas o prato que dividiram foi o suficiente para extinguir a fraqueza do corpo quase por completo.

— Theodore sabe sobre seus sonhos? — Hermione negou com a cabeça, enquanto mastigava. — Deveria contar.

Já havia pensando em contar-lhe, desde a noite em que o pesadelo a acordou em menos de vinte minutos de sono. Theo merecia uma explicação, mas não sentia-se confiante, não queria parecer fraca e depois do episódio na Mansão Malfoy qualquer coisa lhe faria parecer ainda mais instável. Não queria isso.

— Ainda não estou preparada, nem sequer... — Parou com a fala, não queria continuar com o aquele assunto. Não tinha tanta intimidade com Theo para contar as coisas do seu passado, e Draco pareceu entender o que se passava.

Intimidade.

E nesse caso, a falta dela.

— Você me contou tudo no mesmo dia que viramos amigos!

— Eu estava bêbada!

E entre risadas, concordaram.


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Notas finais do capítulo

Hey, me contem o que estão achando. Críticas construtivas são sempre bem recebidas. Quero melhorar a fanfic, então, deixem suas opiniões. É muito importante!
Até o próximo.



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