E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 17
Capítulo dezesseis




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— Deixou a porta aberta?

Hermione que ria distraidamente parou e observou a fresta aberta. Tentou lembrar-se se havia fechado, e para não preocupa-lo, assentiu.

— Devo ter me esquecido de fechá-la, estava tão nervosa quando saí!

Nott abraçou-a lateralmente e lhe beijou a testa com carinho.

Hermione discretamente segurou a varinha e entrou em casa, observando cada milímetro, tentando não passar a preocupação para Theo, que parecia alheio a qualquer movimento seu. Inventou uma desculpa rápida, dizendo que soltaria sua coruja no andar de cima e aproveitou para revistar os cômodos do segundo andar. Tudo limpo.

— Algum pedido especial? — Perguntou assim que chegou à cozinha, Nott tentava abrir uma garrafa de vinho.

— Podemos? — Hermione riu e assentiu, puxando as mangas da camisa até os cotovelos. Nott serviu duas taças com o líquido e alcançou-lhe. — Aqui está!

Hermione bebericou o vinho tinto e virou-se para o armário, buscando panelas e ingredientes para iniciar o preparo do jantar. Parou de repente, e virou-se com um sorriso animado.

— Já experimentou a culinária Francesa? — E diante da negação de Theo, já tinha certeza do que faria. — Ratatouille!

A expressão do rapaz dizia tudo. Que diabo era aquilo? E então, rindo da careta que uma criança faria diante de uma comida estranha, explicou:

— Berinjela, tomates... É delicioso se quer saber.

Nott sorriu e ergueu a taça quase vazia, um movimento que indicava concordância. E Hermione não esperou um segundo sequer, começou a cortar os legumes, verduras e ajeitá-los na assadeira. Ligou o forno em temperatura média para aquecê-lo e adicionou os últimos temperos. Nott observava-a atentamente, cada movimento da garota lhe parecia tão certo e meticuloso, mas natural ao ponto de hipnotiza-lo.

Com as bochechas avermelhadas em função do vinho, Hermione enfim posicionou o jantar no fundo do forno, agora, precisavam aguardar. Sentou-se de frente para Nott, separados pela bancada.

— Você fica linda vermelha desse jeito. — Elevou o braço para tocar a bochecha de Hermione. — Parece até outra pessoa.

— Como assim? — Divertia-se.

— Você muda quando está lutando. Naquele dia da missão, estava tão concentrada e nada parecia te fazer parar, nem mesmo todo aquele sangue. Sua testa estava franzida, estava séria. — E carinhosamente tocou a linha na testa de Hermione. — É incrível a força que tem. Mas tenho certeza que muitos já disseram isso.

Theo parecia envergonhado com o que dissera, um momento de sentimentalismo desenfreado, e para tentar se recompor bebeu um pouco mais, disfarçando o constrangimento. Hermione esticou o braço e segurou sua mão.

— Na verdade, é a primeira vez que escuto isso. — Sorriu gentilmente, a coloração de seu rosto tornou-se ainda mais avermelhada. — Obrigada.

O jantar seguiu assim que o cheiro de queimado tomou conta da cozinha, distraídos só notaram que o tempo passara quando já era tarde demais. Mas nada impediu que comessem o Ratatouille, exceto talvez, a parte queimada. Nott aprovou a comida e prometeu que da próxima ver seria ele quem cozinharia, ressaltando que era um chef de mão cheia e a impressionaria com seus dons culinários. E somente quando a última badalada do relógio soou foi que despediu-se de Hermione, beijando-lhe com paixão e ternura.

A manhã iniciou tão preguiçosa quanto o humor de Hermione que, mesmo sorridente gostaria de ter o dia livre, mas levantou-se em poucos minutos e rapidamente começou a vestir-se. Acompanharia Harry e Rony até a antiga casa do comensal foragido, Nott.

Terminava seu café da manhã quando a campainha soou, segurou a varinha firme e abriu a porta, seus amigos a esperavam. Rony bocejava e Harry estava com as mãos nos bolsos da calça, parecia ansioso.

— Vamos?

Dessa vez Hermione trancou a porta e ainda usou feitiços de proteção.

O click de aparatação seguiu o desaparecimento do trio.

Os três pares de pés tocaram o chão firme, e Hermione, a mais baixa do trio quase desapareceu na vegetação alta e inabitada, mas isso não a impedia de enxergar a grande casa logo à frente. Toda em tons escuros, a torre lateral fazia com que parecesse um castelo em miniatura, ainda assim era assustadora. O ambiente em volta tão perturbador como a imagem de uma criança brincando naquele jardim tenebroso.

— Isso é pior que a casa dos gritos! — Rony comentou, analisando a construção.

Harry ignorou e começou a abrir caminho, mas Hermione tocou o ombro do ruivo e assentiu. Realmente, a casa dos gritos parecia o melhor lugar do mundo comparado àquela casa.

Assim que conseguiram abrir o portão alto e enferrujado, sacaram as varinhas, preparados para qualquer movimento diferente que notassem ao seu redor. A porta rangeu quando Hermione a empurrou, Harry e Rony tinham as varinhas preparadas.

— Limpo! — Disse.

Os garotos passaram para a sua frente, as varinhas iluminando o corredor escuro.

— Tomem cuidado, pode ter algum feitiço de proteção. — Hermione avisou, enquanto iluminava os quadros e observava as pessoas pintadas com extremo cuidado.

Caminhavam em passos lentos e cuidadosos, qualquer erro podia ser perigoso. Fatal. Harry sinalizou com a mão, indicando a separação do grupo. Rony entrou na porta à direita e Hermione passou para o cômodo aberto à sua direita, enquanto Harry seguiu pelo corredor.

O cômodo estava vazio e nas paredes havia quadros pendurados e cobertos por um tecido fino, mas o que impressionou Hermione foi a marca na parede, um dos quadros havia sido retirado recentemente. Começou a investigar melhor a sala, iluminando todos os cantos, até mesmo os espaços entre os móveis empoeirados. Encontrou atrás do sofá purpura o tal quadro removido da parede, nele, uma mulher de cabelo escuro e sorriso discreto parecia observar-lhe curiosa.

— Quem é você? — Hermione questionou, abaixando-se para tocar a tela.

O quadro porém não respondeu, e foi observando-o que notou duas coisas: a imagem não se movia como os outros quadros e havia um grande rasgo que quase cortava-o ao meio. Não entendia muito de quadros, mas talvez por causa daquele rasgo, a magia que o movimentada já não funcionava mais. Hermione sabia que não devia, mas tirou a tela da moldura e iluminou com a varinha as palavras já fracas e quase invisíveis, consumidas pelo tempo.

— Elleonor Nott. — Leu e rapidamente compreendeu. — A mãe do Theo!

Enrolou a tela e ajeitou-a na bolsa transversal, exatamente no momento em que Harry gritou. Assim como Rony, correu imediatamente para encontrar o amigo, escorregando na curva no final do corredor. O ruivo chegara antes de Hermione, e assim como Harry acabou inalando a poção espessa de cheiro e coloração forte que chovia e corria pelas paredes. Hermione parou na entrada e desesperada por ver os amigos quase inconscientes no chão não conseguiu pensar em nada, apenas correu até os dois e rapidamente os arrastou para fora da casa.

Sua pele ardia tanto que sua cabeça começou a girar, bolhas começaram a se formar por baixo do casaco e não tinha mais forças para seguir.

— Rony, não coce o nariz. Sua mão e-está su-suja-a! — A tosse iniciou, apenas o odor da poção já causava forte ardência por onde passava.

Quando seus olhos já não conseguiam parar abertos, tomou a última decisão sensata. Segurou os braços dos amigos e aparatou para o St. Mungos. Quando viu que estavam finalmente em um lugar seguro, com curandeiros a sua volta, apenas disse com a força que lhe restava:

— Chame o Draco!


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Notas finais do capítulo

Duas coisas importantes: o pai do Theo não tem um nome, não encontrei na árvore da família. Por enquanto vou chamá-lo apenas de Nott.
E então o que estão achando?? Podem me dizer, vou ficar feliz!!
Beijos e até



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