E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 16
Capítulo quinze




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O sol nascia preguiçosamente por trás das nuvens brancas, e começava a passar pelos galhos nus das árvores. Ainda havia muita neve, começaria a derreter somente no final de fevereiro, então, o frio permanecia inabalável e tênue. No dia anterior, Hermione apenas dormira, e não faria nada nem se precisasse, a madrugada e parte da manhã no St. Mungus havia lhe tirado todas as forças. Depois de tomar café com Nott num bar trouxa, tudo o que conseguiu foi voltar para casa, subir as escadas e lançar-se na cama.

Só despertou no dia seguinte por causa do maldito pesadelo que lhe atormentava. Ainda estava escuro, e buscou saber o horário. Podia ser noite, mas quando encontrou o relógio soltou uma exclamação. Dormira um dia inteiro. Vinte e quatro horas, praticamente.

Hermione agora tomava seu café na bancada da cozinha, observando o nascer do sol cor de rosa por cimas das casas vizinhas. A neve contrastava com as cores claras do inicio da manhã.

Começaria hoje como estrategista, não tinha noção de como seria recebida, pelo o que Kinglsey lhe dissera, até o momento o cargo só havia sido ocupado por homens. Não estava certa nem mesmo de como seus amigos reagiriam, Harry não demonstrara muita reação quando contara.

— Que droga.

Bateu a xícara contra e mesa e levantou-se, teria um longo dia.

Assim que chegou ao Ministério já recebeu olhares estranhos, e tentou imaginar o que estava se passando com todos aqueles bruxos. Parou ao lado de um rapaz e pagou-lhe alguns nuques pelo exemplar recém impresso do Profeta Diário.

Hermione pegou o elevador cheio, agradeceu quando parou de ser observada e ficou em silêncio. Sozinha.

Para chegar na sua sala precisou atravessar o corredor em que todos os aurores trabalhavam em seus próprios cubículos. Torcia para que ninguém a parasse, não ali. Passou pela porta da sala de Harry e Rony, seguindo então para a sua.

A sala era espaçosa, maior do que imaginava. Havia uma grande mesa no centro com cadeiras estofadas em tons variados de vermelho, prateleiras altas com mapas e pergaminhos e milhares de rolos envelhecidos e amarelados. Mais ao canto, uma escrivaninha quase coberta por livros e registros bagunçados e largados de qualquer jeito. Algumas penas de faisão estavam caídas sobre o carpete escuro, mostrando que já fazia muito tempo desde que alguém entrara ali.

Soltou a bolsa e o jornal que segurava sobre a mesa longa e tirou a varinha do coldre preso na sua coxa. Com um floreio rápido os objetos espalhados começaram a flutuar pelo cômodo, e assim, tomaram seus lugares nas prateleiras ou nos espaços livres da parede.

— Ficou muito bom. — Hermione virou-se assustada e encontrou Harry e Rony. — Faz algum tempo que ninguém entra aqui, o último estrategista não era muito organizado.

— Notei. — Hermione deu de ombros. — Alguma coisa que eu possa fazer por vocês?

Rony saiu de trás do amigo e aproximou-se de Hermione, segurava uma pasta amarelo ovo.

— Precisamos da sua ajuda com isso aqui.

— Me deem algumas horas!

Rony saiu da sala, mas Harry concluiu:

— Seja bem vinda!

Sentou-se confortavelmente e abriu a pasta, surpreendeu-se com a primeira página do arquivo, um pedaço do Profeta Diário rasgado e anexado ali. A data foi o que a fez levantar-se e comparar o seu exemplar intacto ao lado da bolsa com aquele anexo rasgado. Era a mesma reportagem. Mas até aí fora o de menos, todo material recolhido sobre o caso deveria estar anexado, o que lhe abalou foi o sobrenome. Nott. O comensal que fugira de Azkaban.

Entrou enérgica no escritório dos amigos, a porta batendo contra a parede assustou Harry que escrevia, mas não tanto quanto a expressão de Hermione.

— Que droga é essa, Harry?

Ele levantou-se, com movimentos lentos e extremamente controlados parecia pedir calma.

— Sei que vai ser difícil, ainda mais se tratando do pai de Theodore, mas...

— O que? — Questionou e levantou uma lista. — Como pode deixa-lo fazer parte da equipe? É o pai dele, não pode lutar contra. Está nas regras!

— Foi ele quem pediu para colocá-lo na equipe de buscas. — Harry elevara a voz pela primeira vez. — Deveria conversar mais com o seu namorado. Não vou mudar minha decisão.

E Harry para finalizar o assunto, foi curto e grosso:

— Acho que nos vemos na reunião, estou certo?

— Perfeitamente! — Irritada com a falta de tato do amigo, virou e voltou para a sua sala, começaria a organizar o que precisava para a reunião e analisaria um pouco mais o arquivo. E tentaria ainda esquecer-se de Theo.

No fim da tarde, seu estomago roncava como um leão feroz. Não saíra da sala nem para almoçar, parecia que deixara algum detalhe passar e precisava o quanto antes deduzir a localização do Comensal fugitivo. Seu cabelo já não estava mais tão bem arrumado e a organização da sala começava a se extinguir.

— É isso. — Levantou-se da escrivaninha e seguiu para a prateleira com mapas, procurou o que precisava. Abriu o mapa grande a colorido sobre a mesa longa, usada para as reuniões, e buscou com a ponta do dedo o local, uma ilha próxima à Irlanda, mas ainda nos limites do Reino Unido, invisível para trouxas.

— Podemos entrar? — Rony colocara a cabeça para dentro da sala, cauteloso. Provavelmente Harry lhe contara sobre a discussão mais cedo.

Hermione enrolou o mapa, apressada, como se escondesse a nova pista, ainda precisava pesquisar um pouco mais. Ajeitou com a mão o uniforme e soltou o cabelo, para então puxá-lo novamente até o topo da cabeça e predê-lo no coque perfeitamente alinhado.

— Claro. — Respondeu e Rony, Harry e o grupo de aurores escalados para a missão entraram.

Todos tomaram seus lugares ao redor da mesa, e então, ficaram em silêncio, apenas aguardando o inicio da reunião. Hermione olhou fixamente para cada um dos homens, e não conseguiu controlar o sorriso quando encontrou uma bruxa loira no grupo, não era a única mulher ali.

— Boa noite. — Disse tranquilamente, e quando recebeu apenas um leve balançar de cabeças como resposta, abraçou as pastas que organizara com força. — Sou Hermione Granger, a nova estrategista do departamento de aurores e gostaria de começar entregando o material que preparei.

A varinha no ar fez seu trabalho, entregou uma pasta para cada um dos aurores, inclusive Harry e Rony que trabalhariam junto com Hermione para auxiliar no momento do combate.

— Amanhã vamos até a antiga casa de Nott, checar o local. — Harry comentou, deixando a pasta aberta na sua frente. — Pode ir conosco, vamos precisar de ajuda!

Hermione assentiu.

— Como podem notar, não existe muito material. Vou averiguar ainda e repassarei o que encontrar numa próxima reunião.

Eantes que realmente terminasse a frase, os homens levantaram-se abruptamente e carregando suas pastas, saíram da sala. Hermione, frustrada, suspirou e deixou-se cair numa das cadeiras.

— Admitam, fui péssima!

Rony olhou para Harry e deu de ombros, mas o ruivo nunca notava nada, mesmo que caísse bem na sua frente.

— Não se preocupe, você só precisa ser mais dura com eles. São aurores, quase morrem todos os dias e você foi muito... Carinhosa.

— Ora, pensei que...

A porta se abriu e Theo colocou a cabeça para dentro, como se não quisesse atrapalhar.

— Perdi a reunião?

Rony riu e assenti, e sinalizou para que entrasse na sala.

— Boa noite e... O que faz aqui? — Dirigiu-se para Hermione, parecia surpreso.

Harry empurrou Rony e piscou para Hermione, fechando a porta para que ficassem sozinhos.

Theo então virou-se para Hermione — ainda jogada na cadeira — e analisou-a milimetricamente, e pela expressão da garota, tinha algo fora do lugar.

— Então você é a estrategista apavorada?

Hermione emburrou-se, já recebera até mesmo apelidos.

— Parece que não fui muito bem no meu primeiro dia. — Estava azeda consigo mesma.

Nott se abaixou, ficando de frente para Hermione. Ajeitou a mão em seu rosto e acariciou a bochecha rosada com o polegar, movimentos giratórios, para tranquiliza-la.

— Da próxima vez tente não parecer um gatinho assustado, vai dar certo. — Hermione riu baixinho, não fazia ideia do quão ridícula parecera na maldita reunião.

O sorriso desapareceu, e tocou a mão de Nott ainda em seu rosto.

— Posso perguntar uma coisa? — Nott assentiu. — Por que quis estar nessa missão?

Notou então que o rapaz enrijeceu as costas e contorceu o rosto, aquela pergunta o incomodava, mas passando por cima dos fatos, respondeu:

— É o meu pai, sei cada uma das coisas que ele fez, quero vê-lo em Azkaban novamente.

Hermione inclinou-se para frente, quase tocando o rosto de Theo.

— Aquelas marcas nas suas costas, tanto as antigas quanto as novas, foi ele, não foi? — Theo assentiu, lembrava-se de cada uma das marcas que recebera como castigo do pai, as novas foram feitas na floresta e ainda doíam. — Sinto muito.

— Não sinta, eu estou bem e no momento, faminto!

Hermione levantou-se e o abraçou carinhosamente, que tipo de pai fazia aquilo? Theo era um grande homem, não merecia nenhuma daquelas marcas. Além do mais, não conseguia imaginar quem merecia ser marcado daquele jeito.

— Vamos para a minha casa, estou cansada. — Ofereceu Hermione, buscando a bolsa jogada atrás da escrivaninha. Precisava tirar o sapato e um restaurante não seria o suficiente para relaxá-la.


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Notas finais do capítulo

Olá. Então, dúvidas tiradas?
Hey, precisamos estipular um dia da semana para o capítulo, o tempo tem se tornado curto para mim!
Até



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