Verdades e Mistérios escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 8
Manhã de céu vermelho


Notas iniciais do capítulo

Olá! Ando com muitas outras fics em andamento, e de categorias que me dão mais fertilidade. Mas não abandonei! Não se preocupem! Então peço a compreensão de vocês.



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Depois daquele dia, ninguém media esforços na busca por Macaco. Não era importante o horário, pois saíam até a noite. E todas as vezes que isso ocorria, eles encontravam e lutavam com o arqueiro. Já tentaram o seguir, mas não houve resultado. Alguma coisa acontecia e eles precisavam voltar, sem contar que sempre que fugia, o Arqueiro ia para um lugar diferente, os confundindo.

Três dias depois do desaparecimento de Macaco. Po estava comendo bolinhos e observando o vilarejo tranquilamente quando alguém se aproxima dele e pergunta:

— Hey? Você está bem?

— O que acha, pai? A culpa foi toda minha. - suspirou enquanto Li Sheng se sentava ao seu lado – Se eu não tivesse saído naquela noite...

— Ora, temos mais pistas! Ele tem olhos verde-acinzentados e luta algo que não é kung fu.

— Tá, mas a que preço! Meu amigo pode estar morto agora!

— Isso é verdade. Por que não tenta falar sobre isso com alguém? Uma amiga, se é que me entende. - riu e deu uma cotovelada no braço dele.

— Quem? Sari? Não, eu nem a conheço!

— Quero dizer uma certa felina que reparei que você anda observando muito ultimamente.

— Não! - ele riu – Tigresa é mais aquele sonho inalcançável de uma criança que amava kung fu.

— Ah, então é uma paixão antiga, certo?

— E quem disse que eu tô apaixonado?

— Eu sei que está, filhão. Eu posso não te conhecer, mas me conheço, e somos muito parecidos.

— Han! E quem me garante?

Os dois pegam cada um bolinho e enfiam inteiro na boca ao mesmo tempo, observando a paisagem e, logo que engolem, suspiram e viram a cabeça para o lado.

Enquanto isso, Louva-Deus decide voltar a cena do crime e buscar mais pistas. Não parava de pensar em seu amigo. Macaco era o centro dos pensamentos de todos. Alguns culpavam Po, enquanto outros preferiam evitar comentar, já que eram melhores amigos.

— Ah... olá? - perguntou alguém enquanto Louva-Deus observava as mascas de luta no teto de uma casa. Ele se vira imediatamente.

— Nadia? Achei que seria difícil subir aqui!

— Minhas asas são mais fortes do que você imagina. - respondeu a bela e roxa borboleta russa – Fiquei sabendo de seu amigo. Espero que ele seja encontrado logo.

—Nós também esperamos. - respondeu.

OS dois se encararam em silêncio por alguns segundos, e então olharam ao redor. Depois voltaram a se olhar.

— Bom... - começou Nádia.

— Eu estava pensando... - mas Louva-Deus foi interrompido.

Foi quando ouviu-se um grito desesperado. Os dois seguem rapidamente para onde se ouve o grito e, pouco antes de chegar, encontram com Garça, Tigresa e Víbora, que seguiam o fluxo de uma multidão que ia a um ponto específico do vilarejo.

Chegando lá, viram o inacreditável: um panda com uma flecha enterrada no peito. Morto. Tigresa recuou alguns passos enquanto Nádia e Víbora cobriram seus rostos e Louva-Deus soltou um "Minha Nossa" junto com Garça. A esposa do senhor de idade abraçava o corpo e chorava.

— Como assim o arqueiro atacou de dia?! - questionou Garça.

— Sim! E acho que é uma arqueira. Aquela maldita ainda soltou uma risada fina e divertida, como se curtisse isso! - a mulher disse, chorando de raiva e ódio.

— Mas geralmente ele ou ela só ataca a noite! - insiste Víbora.

— Para onde ela foi? - perguntou Tigresa.

— Oeste, em direção a floresta. - disse a mulher, que não estava em choque, mas estava muito desamparada.

— Louva-Deus, cuide dela. Víbora, avise a Shifu, Li Sheng e Po. Garça, você vem comigo. - ordenou Tigresa firme.

— Vamos seguir o rastro dele... dela, sei lá?! De novo?!

— Ande logo!

Assim, cada um para seu dever. Logo um grupo chegou para retirar o corpo do falecido, assim como vieram Fernanda e Steve consolar a mulher, que em fim havia se tocado do que acontecera. Tigresa e Garça não acharam nem sinal dela e agora as coisas estavam ficando mais perigosas. A partir do momento em que os ataques acontecem pela manhã, o sistema de segurança precisa ser repensado.

No fim da tarde foi o velório do senhor, que foi tido como um recado de aviso de que as coisas vão ficar piores agora. Algo maior estava pra acontecer. Algo muito ruim. Mas por aquele momento, era mais adequado se compadecer pelos amigos e entes queridos do falecido. E como o vilarejo era pequeno, todos o conheciam. E quando anoiteceu e os outros foram pra casa, os guerreiros foram dormir.

Aquela noite em especial estava quente, o que levou Tigresa a se levantar em busca de água. Mas ao chegar na cozinha, ouviu alguém reclamar.

— Eu sou um idiota! Idiota, idiota, idiota!

— Po? - ela perguntou, se aproximando, fazendo ele dar um pulo pra trás.

— Her... oi, Tigresa! - acenou - É que... parece que não sou o único que está tendo um péssimo dia.

— Nunca esperaria um ataque de dia. Não precisa se culpar.

— Não me culpo pelo que houve hoje. Me culpo pelo Macaco!

— Ele está vivo, okay? Não vamos pensar o pior.

— Isso está vindo de você? - ele perguntou, se aproximando dela.

— Ninguém aguenta uma grande carga de coisas ruins.

— Que bom que eu tenho você aqui pra dividir toda essa sua força.

— Eu ia dizer que era bom ter você aqui. - disse, cruzando os braços - Você é sempre tão otimista.

— Quando eu estou com você, vou ter medo de alguma coisa?

Po segurou uma mão de Tigresa e levou a outra ao rosto dela. Tigresa sentiu seu coração acelerar. Será que seu sentimento era recíproco? Ela perdeu tanto tempo escondendo... por nada?!

— Ah! Desculpe! Não sabia que era um momento intimo.

Mal Sari diz isso e o casal se afasta, a encarando.

— Não! Não era. Na verdade, eu... - Tigresa tenta se justificar.

— Eu já estava de saída. - disse Po, dando de ombros e indo até a porta e saindo pelo corredor.

Quando Tigresa segue seu caminho de volta, Sari segura seu braço e pergunta rígida:

— O que pensa que está fazendo?

— Se me de licença, quero ir pro meu quarto.

— É o último aviso, gatinha: fique longe dele. É meu.

— Quem disse que eu quero ele?

— Ninguém é sego, mestra Tigresa. Eu vi vocês quase se beijarem.

— Não ia acontecer nada. Eu e Po somos só amigos. E mesmo assim, o que você pode fazer contra mim?

Sari deu uma risada fina, divertida e maliciosa.

— Você não sabe do que eu sou capaz para ter o que eu quero.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não descansei até conseguir trocar todos os "Tim Nue" por "Li Sheng". Bjs!



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