Víctimas Del Pecado escrita por Miss Addams


Capítulo 32
Dulce - 16




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629905/chapter/32

Dulce

Eu já tinha terminado o meu almoço fazia meia hora e ainda estava aqui esperando. Odiava esperar, ainda mais nesse caso.

:- Algo mais senhora?

:- Sim, eu quero uma taça de sorvete de creme com cobertura de chocolate. Capricha na cobertura. – eu fui clara no meu próximo pedido ao garçom que logo se retirou e eu me lembrei de Poncho, quando eu e ele almoçávamos juntos essa é nossa sobremesa favorita. Ele sempre pedia cobertura extra pra mim.

Mesmo depois de tudo eu sentia falta daquele imbecil.

Assim que o garçom chegou com o meu pedido numa eficiência que eu gosto em trabalhadores especialmente os meus funcionários da minha agência, eu recebi uma mensagem também.

Eu quero te ver.

Eugênio.

Eu podia sentir falta de Poncho, mas sozinha era algo que eu não estava. Desde que o meu pacto com Herrera foi rompido e nos distanciamos quando eu também desistir de tentar recuperar a parceria de Poncho. Eu e Eugênio ficamos mais próximos essa foi a nossa mudança.

A proximidade.

Nos encontramos cada vez mais, mesmo que isso não significasse tanto na vida dele eu era apenas um caso. Por mais convencional que isso seja algo me incomodava, nunca falamos diretamente sobre a minha vingança prometida, talvez ele pensasse que eu tivesse deixado em segundo plano ainda mais que não tinha mais Poncho como aliado. Mas, nisso Eugênio estava enganado.

Eu continuaria com a vingança mesmo que sozinha. Claro que era mais difícil e trabalhoso investigar tudo sozinha, porém eu descobria fatos interessantes ainda mais com Clotilde como carta na manga.

Eu não estranhei Eugênio me mandar esse sms de repente, fazia algumas noites que ele estava afastado eu como Dulce não sabia a razão, mas Clotilde sim.

Andréa a responsável pela investigação do nosso querido professor, apareceu na Universidade e queria falar especificamente com Eugênio eu terminei meu turno como Clotilde mais cedo e fui direto ao meu quarto no hotel, para finalmente escutar o que tinham tanto conversado e ver as imagens também. Eu pelo menos aprendi rápido a ser espiã observando Poncho em sua espionagem a Eugênio.

O que consegui descobrir foi que Eugênio como diretor do Elite, tinha como um dos bens para administrar a antiga casa de Felipe soube que ele apenas mantinha a casa arrumada de acordo com os anos, ninguém ia lá além de alguma empregada para manter tudo organizado, aquilo era mórbido para mim. Afinal por que manter a casa de um morto depois de tantos anos?

Eugênio não teve um depoimento colhido foi apenas uma conversa onde Andréa saiu com as chaves da casa de Felipe e eu que pensava que aquela casa tinha sido vendida e agora estaria com alguém mais digno do que o ser desprezível que era Felipe. De qualquer forma, parece que Eugênio não podia se desfazer da casa por ela ser bem da Universidade existe toda uma burocracia se ele quisesse vender. Enfim.

Eu estava na metade do meu sorvete quando ela finalmente chegou. Isso por que eu tinha marcado um almoço informal com ela.

:- Senhorita Saviñon. – ela disse afoita antes de se sentar a minha frente.

:- Investigadora García. – fiz questão de ironizar levemente com seu sobrenome, odiava o dialeto de policiais, talvez por conviver com vários deles.

:- Peço desculpas pelo atraso, me colocaram a frente de outros casos além do professor e agora tenho que me dividir em três.

Com uma justificativa desnecessária ela se desculpou e eu apenas levantei os ombros indiferente, não estava disposta a ser simpática com uma investigadora ainda mais uma que me fez esperar e até almoçar sozinha.

:- O importante foi que chegou a tempo de conversamos.

:- Isso.

:- Você vai comer algo? Beber? Quer que eu espere ou já podemos começar? – resolvi ser direta.

:- Eu apenas vou pedir algo já que não almocei hoje. Porém, podemos começar quando quiser, não quero perder mais do seu e do meu tempo ainda.

Ainda bem que reconhece. Pensei enquanto via ela chamar o garçom para fazer o seu pedido.

:- Então eu posso gravar essa conversa ou ainda não será um “depoimento”? – ela perguntou enquanto esperava seu prato chegar, nossa conversa não chegaria a ser um depoimento oficial. Além do que não via nada demais em ser gravado, afinal de contas estávamos num restaurante, que ainda assim não era barulhento afinal estava numa área particular.

:- Fica a seu critério, investigadora. Não me importo de gravar e mesmo que queira que eu lhe de o meu depoimento depois eu o faço.

:- Perfeito. – ela foi direta assim como eu, já tirando o gravador de sua bolsa e o ligando, realmente não perderíamos tempo. – Vou fazer um teste no meu gravador assim da tempo para o meu prato chegar e podemos começar Saviñon.

Odiava quando me tratavam assim pelo sobrenome, especialmente quando se tratava de policiais femininas. Me lembrei de uma policial nojenta que havia na minha penitenciaria ela tinha algumas presas como suas pupilas, era impressionante como o ser humano se presta quando está no fundo do poço.

:- Seu pedido senhora. – O garçom chegou com o pedido da investigadora e foi nesse momento que meu celular tocou, era da agência.

:- Se importa de que eu atenda é do meu trabalho? – eu perguntei a ela.

:- Não fique a vontade, enquanto conversa eu como. – ela pareceu prever o que aconteceria.

Por que me ligaram da agencia parece que Poncho saiu também e deixou sem nenhum Diretor presente, ele não voltaria mais hoje e eu como apenas fui almoçar me ligaram urgente. Deu algo de errado em uma produção nossa e solicitavam da minha consultoria antes de que eles pudessem resolver o caso, a ligação para ser sincera ultrapassou uns vinte minutos até ser finalizada. Eu dei todas as instruções necessárias e lhes disse que poderiam me ligar quando quisessem, quando terminei foi o tempo da investigadora comer e ter tomado um café.

Ela deveria está com fome ou eu que gostava de apreciar o sabor da comida quando almoçava por que eu demorava mais.

:- Desculpe. – eu guardei meu celular.

:- Não por isso. Problemas? Se quiser marcar um outro dia, não me importo, eu também demorei a chegar.

Eu neguei firme, eu tinha que falar hoje, agora. Tinha que cumprir com o que eu queria, a minha vingança.

:- Já consegui resolver por telefone. Podemos começar quando quiser. – lhe disse e voltei a tomar o resto do meu sorvete que já estava no final.

Ela teve a gentileza de esperar eu acabar e o garçom levar tudo para ficarmos livres para conversar em paz. Ligou o gravador e o jogo começou.

:- Então investigadora eu lhe chamei para um conversar por que descobri um fato que passou despercebido na última investigação do caso, um fato importante.

A medida que eu falava vi que Andréa começou a se interessar ainda mais.

:- Que fato é esse, Dulce? – mesmo que tenha me chamado pelo primeiro nome tinha a seriedade carregada, não sabia o que era pior.

:- Eu reencontrei Don Giovanni, pai de Angelique, conversamos ele é um senhor muito sozinho vive num asilo e por coincidência nos vemos, nessa conversa ele me disse que Angelique mentiu em seu depoimento.

:- No que ela mentiu?

:- Angelique disse a policia que tinha ficado em casa na noite do assassinato, tinha até discutido com o pai, o que realmente aconteceu, mas nessa noite ela saiu de casa e demorou a voltar. Segundo Don Giovanni, ela voltou apenas quando o dia estava claro.

:- Aonde ela foi aquela noite o seu pai sabe dizer?

:- Don Giovanni não sabe, Angelique aquela época era manipuladora com relação ao pai. Quantas vezes ela enganou ele para sairmos a noite a lugares que ele tinha a proibido.

:- Obrigada por sua informação Dulce. – ela anotou algo em seu caderno. – Se importa de que eu faça mais perguntas?

:- De maneira nenhuma.

:- Ainda não é o seu depoimento oficial, mas isso pode ser usado na investigação. – ela esclareceu. – Como você era quando entrou na universidade? Quando era jovem?

Precisei pensar para responder por que não me lembrava mais quem era aquela Dulce, por que ela tinha desaparecido.

:- Como qualquer jovem, eu gostava de sair com minhas amigas, ir ao shopping para fazer compras, viajar. – Olhando para a investigadora notei que minha resposta não era o que ela queria escutar. – A única pessoa que realmente me importava naquela época, em primeiro lugar era minha irmã Cecilia, claro depois vinha meus amigos com quem eu convivia muito. Eu e meu pai nunca nos demos bem, ainda mais depois que minha mãe morreu. Eu costumava aprontar muito para irritá-lo. Sempre tive uma personalidade forte e eu e meu pai batíamos de frente.

Ela começou a se interessar mais na minha resposta.

:- Quando conheceu Angelique Boyer?

:- No colégio.

:- Sempre foram amigas?

Quase tive vontade de rir pela pergunta dela.

:- Não desde o começo, não nos falávamos direito, mas como éramos as melhores alunas havia uma “competição” para ver quem se saia melhor, ao contrário do que pensavam eu e ela nos aproximamos e no fim do colégio éramos melhores amigas. Tanto que fomos para a mesma universidade.

:- A amizade de vocês acabou quando?

:- Nossa amizade começou a desgastar quando ela começou a namorar Alfonso Herrera. – fui clara inevitavelmente mergulhada nas lembranças do passado. – E eu me interessar por Eugênio Siller, éramos bem unidos também àquela época da universidade. E a amizade acabou de vez quando ela trocou Alfonso por Eugênio, não só nossa amizade como também a de nós quatro.

:- Então a amizade de vocês acabou por...

:- Ciúme, traição, ressentimento, inveja, raiva e também por Felipe. Sim, - eu afirmei para ela. – Nosso professor depois que começou a implicar conosco, também jogava com a gente, sabíamos que brigávamos e colocava todos nós juntos para fazer trabalhos acadêmicos.

:- Por que Felipe implicava com vocês?

:- Por que ele se sentiu ameaçado por termos flagrado ele com um dos alunos.

:- Quem era esse aluno?

:- Marinheiro. – disse com a cena da biblioteca na minha mente, o inferno começou dali. – Francisco era o seu verdadeiro nome. Mas, esse era apenas o fixo de Felipe, ele tinha vários alunos com quem tinha relações íntimas, digamos.

Ela anotou algo a mais em seu caderno, talvez Francisco tenha que depor também, já que na outra investigação ele sequer tinha aparecido na investigação.

:- Em depoimentos o seu nome surgiu como uma das alunas que Felipe conversava constantemente, o que vocês conversavam? Ou você também era uma das alunas que ele tinha relações?

Que absurdo ela cogitar algo assim, eu nunca teria alguma relação dessas com aquele porco nojento. Imagine, distância era o que eu queria dele.

:- Claro que não. – eu disse irritada. – Jamais teria esse tipo de relação com Felipe, preferia trocar de universidade. Ele me chamava para me ameaçar para intimidar. – decidir revelar algo para dar um outro rumo a investigação dela. – Uma vez ele descobriu que eu e Eugênio tínhamos nos beijado, claro que usava isso contra mim.

:- Eugênio nesse período namorava Angelique?

:- Sim. – eu até senti orgulho em responder ao exibir os chifres dela em público.

:- A relação de vocês quatro sempre foi assim misturada? – Misturada era uma boa definição para nós quatro, seja na amizade ou no ódio.

:- Até hoje. – afirmei.

:- Dulce, mudando o rumo das perguntas eu quero saber algo de você.

:- Pergunte.

:- Quem era Laura Fernandez? Como ela era?

:- Laura Fernandez. – repeti o nome da drogada quando a imagem dela me veio na mente. – Era uma mulher trabalhadora eu diria apesar dos pesares tinha apenas um defeito, era usuária de drogas. Ela trabalhou na universidade um tempo, mas foi demitida por usar drogas e vender lá dentro. Também trabalhou para Felipe um tempo também foi dispensada e depois eu lhe dei um emprego lá na mansão. Não tive a oportunidade de rever ela depois que fui libertada, ela foi morta por agiotas foi o que disseram, parece que nunca deixou as drogas e por isso não parava em nenhum emprego direito.

:- Ela está envolvida com muitos suspeitos do crime. – disse sem se importar que eu também era uma das suspeitas.

:- Sim. Eu acredito que ela morreu por que sabia demais, não foram só por agiotas que ela morreu, eu queria descobrir o por que ela ter mentido no seu depoimento da primeira vez. Se não fosse por ela talvez eu não tivesse sido presa.

:- Entretanto ela mudou o depoimento e por isso você foi libertada.

:- Exato, me surgiu algo investigadora, pode ser até grave o que eu vou dizer, afinal não tenho certeza e menos ainda prova de algo, porém julgo dizer que o sequestro da minha sobrinha tem a ver com esse assassinato do professor.

:- Por que diz isso? – ela me perguntou desconfiada.

Eu até tinha na ponta da língua apenas um nome, caçador. Mas, não contaria isso a ela e eu não sabia explicar direito o por que.

:- Pressentimento de uma mulher que foi julgada e presa mesmo sendo inocente.

:- Eu vou ficar atenta ao que você está me sugerindo, acho que nossa conversa acabou por aqui, ou tem algo a mais para falar?

:- Não.

Ela desligou o gravador e o guardou imediatamente na bolsa, aquele almoço tinha terminado ali, tanto eu quanto ela fomos pagar nossa conta e nos despedimos, ela me disse que se algo mudasse ela me chamaria oficialmente para um depoimento na policia e me agradeceu por de livre e espontânea vontade colaborar com a investigação.

Mal ela sabia que era o prazer de ver Angelique cada vez com o cerco sendo fechado, primeiro Poncho descobre a verdade sobre a paternidade de Enzo e agora a polícia sabia que ela mentiu no depoimento, provavelmente Don Giovanni seria convocado a depor e obviamente ele dirá a verdade. Enfim a situação para a Angelique estava pior.

E minha maior curiosidade do momento era saber como Angelique se sairia dessa?

‘– ● –’


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Víctimas Del Pecado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.