Víctimas Del Pecado escrita por Miss Addams


Capítulo 31
Poncho - 17




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Poncho

Apertei a campainha pela quinta vez sem me importar com a vontade de acertar aquilo com uma marreta se eu tivesse uma. Minha vontade era de colocar aquela porta a baixo se ela não fosse aberta logo.

Apoiei minhas mãos nas paredes uma de cada lado daquela porta abaixando a cabeça e respirando fundo, eu tinha a visão turva.

Dei dois murros na porta sabendo que já tinham escutado todas as vezes que eu toquei a campainha. Eu não saberia classificar qual o nível da minha raiva o definir a razão pela qual eu estava sentindo ela, eu não saberia dizer se sentia pior quando descobrir que Dulce me traia com Eugênio ou agora quando soube que Angelique me enganou todo esse tempo me fazendo acreditar que Enzo era meu filho.

:- Angelique abre essa porta! – dei outro murro na madeira escutando o barulho de dentro do apartamento dela, não me importei com o papel que estava fazendo.

Me desencostei das paredes e coloquei a mão na cintura ainda nervoso escutando o barulho da porta se destrancada.

:- Qual é o seu problema? – ela perguntou irritada, mas não chegava nem perto da minha.

Eu não respondi sua pergunta e peguei um de seus braços e a empurrei para dentro do apartamento chutando a porta com o pé para fechá-la. Apertando o seu braço com força eu a encarava, eu não sabia o que faria com aquela mulher mais tinha vontade de punir ela.

:- Você está me machucando! – ela tentou se soltar, mas eu não deixei ainda encarando aquela cara sonsa dela.

:- Enzo está aqui?

:- Sim. Eu estava o colocando para dormir fiquei preocupada com ele acordar com toda essa barulheira sua.

Soltei o seu braço dando um empurrão nela totalmente grosseiro, me contendo em não fazer tanto barulho dessa vez por causa de Enzo, ele não merecia a mãe vadia que tinha. Fiquei de costas por um momento e cocei minha barba me lembrando de alguns momentos em que eu estive aqui acreditando mesmo que eu era pai.

:- Eu descobri tudo. – afirmei virando para encarar ela de frente.

:- Descobriu o que? – ela deixou de massagear o braço que agora estava vermelho pelo o meu aperto.

:- Você mentiu para mim.

:- Sem rodeios, Alfonso.

:- Descobri quem é o verdadeiro pai de Enzo. Sua vagabunda! – eu disse baixo mais num tom de repudio a mulher que eu tinha na minha frente, esta que ficou pálida de repente eu poderia até escutar sua máscara de boa moça caindo no chão e partindo em milhares de pedaços.

:- Como que...? – ela balbuciou, hesitando em sua fala.

:- Foi necessário que Dulce abrisse meus olhos, Dulce! – eu exclamei ainda com mais raiva por ter sido ela que tenha feito isso e na situação em que nos encontramos. – Ela conversou com Don Giovanni, ele contou Angelique disse que naquela época que você me visitou na prisão saiu com outros caras, eu não fui o único.

À medida que eu contava ela começava a se encolher como se eu estivesse expondo ela a um de seus piores erros.

:- O pai de Enzo é o Eddy. – eu soltei vendo uma fotografia de Enzo, por mais que ele seja fisicamente mais parecido com a mãe, ele tinha o jeito parecido com o de Eddy assim como o meu. Como eu pude me enganar dessa forma?!

:- Dulce não tinha esse direito de procurar papai. – ela disse olhando para baixo com o olhar molhado. Por conta das lágrimas que se formavam em seus olhos.

:- Quem não tinha o direito era você de me fazer pensar que Enzo era meu filho!

:- Eu não tive escolha! – ela rebateu levantando o rosto e me olhando com algumas lágrimas caindo, eu não tinha um pingo de pena daquela mulher agora eu não tinha limites. – Eu tinha que proteger Enzo, dessa vingança sua e de Dulce contra a mim. Claro que usariam o meu filho para me atingir, pensei que se você pensasse que era seu filho tudo mudaria.

Ela me confessou e eu molhei os lábios com a língua completamente incerto do que eu faria agora, eu só queria escutar toda aquela história da boca daquela mulher.

:- Na verdade, eu não sei quem é o pai de Enzo, eu nunca tive certeza plena. – ela se encolheu mais. – Naquele tempo eu tinha terminado com Eugênio estava abalada, desestabilizada e com muita raiva dele, eu sai com Eddy algumas vezes e também fui te visitar na prisão, sabia que a possibilidade de Eddy ser o pai era maior. Mas, eu fiquei desesperada naquela época descobri que engravidei assim que eu tinha voltado com Eugênio, como eu falaria que tinha engravidado de outro?

Apenas fiquei a encarando e cruzei meus braços esperando ela terminar aquela cena patética dela.

:- Decidi que naquele momento que o filho era apenas meu, não admitiria saber que eu tinha dentro do meu próprio ventre um filho seu Alfonso, não de você. Era melhor que ficasse sem pai.

:- Você é uma vadia sem coração. – foi o que eu falei baixo ainda por conta de Enzo está dormindo, mas nítido para ela. – Era melhor Enzo não ter um pai do que ser meu filho? Está querendo dizer que existe a possibilidade dele ser meu?

:- A mínima possível. – ela disse. – Minha menstruação sempre veio desregulada e nunca parei para ficar contando quais dias sim ou não vinha você sabe disso. – ela tinha que mencionar o nosso namoro no passado como forma de me atingir. – Quem sabia quando vinha era papai, por conta da minha tpm. Ele pensava que eu só tinha saído com Eddy então pensa que ele era o pai do meu bebê.

O rancor de Angelique era tão grande por mim. Que ela viveu anos da vida dela sem querer saber quem era o verdadeiro pai de seu filho apenas por que tinha a possibilidade de que eu seria pai dessa criança. E ainda por cima me fez acreditar nisso sem que ela mesma tenha a certeza, tudo para não ser atingida. Eu resolveria essa história de uma vez por todas, pensei tomando uma decisão.

Eu caminhei pela casa com ela atrás de mim.

:- Onde pensa que você vai?

:- Provar que seu pai e você estão certos. – eu disse já assimilando a ideia de não ser pai a chance era mínima ainda assim existente.

Fui até o quarto de Enzo onde ele dormia tranquilo alheio a toda a discussão minha e de Angelique, peguei uma escova dele de cabelo e guardei num saco plástico que tinha no meu bolso. Ainda com Angelique atrás dos meus passos cheguei a sala novamente e parei bruscamente me virando e pegando um punhado do seu cabelo o apertando ela fez uma careta de dor.

:- Eu ainda vou acabar com sua vida, Angelique. Mas, eu prometo aqui que não vou tocar em Enzo e ninguém fará isso. – apertei mais o seu cabelo e depois puxei vindo comigo alguns fios. – Preste atenção eu vou fazer o que você nunca teve coragem, farei um teste de paternidade, assim a verdade vem a tona e sabe quem vai ser a primeira pessoa a receber o resultado?

Ela negou me olhando se contendo para não chorar na minha frente numa tentativa de ser forte.

:- Eugênio. – eu disse cuidadosamente depois de me aproximar e apertar o seu maxilar sem dó, ela e eu sabíamos o quanto ele encararia isso como uma traição. – Até breve, Angelique. – eu levantei o saco com os cabelos dela e de seu filho.

Abri a porta e sai daquele prédio eu não saberia dizer o que eu teria feito a Angelique se não soubesse que Enzo estava ali, se eu não tivesse uma espécie de respeito por aquele garoto que mesmo agora que descobri que talvez eu não seja o seu pai, eu gostei dele desde o primeiro instante.

Cheguei no estacionamento e entrei no meu carro novamente liguei o carro sem saber para onde dirigir, não tinha animo para voltar para a agencia ainda mais encontrar Dulce por ali, Maite tinha viajado eu não poderia me encontrar com ela, o jeito era ir para o hotel e pegar as fichas que Dulce tinha conseguido do Elite Way, em alguma delas tinha que ter a de Eddy, eu tinha que entrar em contato de alguma forma com ele.

Não sei como eu consegui dirigir sem bater o carro até o estacionamento do meu hotel, meu celular tocou.

:- Herrera! – eu atendi sem nem ver quem era.

:- Poncho sou eu Dalton!

:- Fala cara.

:- É o seguinte eu estou resolvendo uns assuntos e depois eu preciso falar com você algo importante, onde podemos marcar? – eu olhei os números dos andares subindo e estranhei a voz dele.

:- Onde você quiser.

:- Tem problema você vir aqui no meu hotel? Já sabe onde fica.

:- Não tem nenhum problema eu também estou precisando falar com você.

:- Ótimo, então venha aqui por volta das cinco da tarde?!

:- Combinado, Dalton. Está tudo bem? – eu tive que perguntar.

:- Nós conversamos aqui. – ele me respondeu curto e depois só escutei o barulho da ligação que tinha sido desligada.

O que será que tinha acontecido com ele?

‘– ● –’

Quando ele se aproximou da janela do seu hotel e olhou para os carros que ele reconhecia ser da polícia especialmente do departamento de investigações, soube que tinham descoberto o que ele escondia há anos.

Por isso a sua experiência e sua personalidade procuravam manter a calma para o que estava por vir.

Ainda tomou um saboroso gole de seu café dessa vez ele tinha acertado o ponto e desfrutou daquela paz que logo iria embora, por que o hotel era pequeno e prontamente estariam ali.

Como se estivesse escutando os pensamentos de Dalton, Andréa bateu sutilmente em sua porta felizmente ela tinha livre acesso aquele hotel, não teria que ficar exercendo sua autoridade policial isso agilizava a investigação e ela particularmente estava interessada no que o investigador Dalton tinha para falar.

Ele abriu a porta e estranhou só ver ela ali.

:- Bom dia, Andréa. Como vai? – ele foi cordial dando espaço para ela adentrar o humilde quarto.

:- Bom dia. Vou bem e como vai o seu humor?

:- Por enquanto está bem. – ele ofereceu a xícara de café dele e ela hesitou em aceitar que ele fizesse uma xícara para ela, mas desde que tinha levantado aquele dia não tinha tomado nenhuma cafeína e seu corpo e mente estavam reclamando. Mesmo que essa atitude fosse de grande reprovação para o padrão de sua conduta.

:- Eu aceito, obrigada!

Ela viu ele se dirigir a uma pequena máquina de café que ali tinha, aproveitou e deu uma analisada no quarto dele. Não tinha nada demais era simples.

:- O resto de sua equipe ficou lá fora?

:- Aguardando minhas ordens. – ela respondeu a razão dela ter aparecido desacompanhada. – Eu queria está aqui sozinha para escutá-lo, obrigada. – ela realmente agradeceu quando ele trouxe uma xícara fervendo de café do jeito que ela gostava. – Deve imaginar o por que eu está aqui, verdade, investigador?

:- Sim. E estou disposto a esclarecer todas as suas perguntas. – ele foi até sua cama e sentou, a mulher deixou sua maleta no chão e sentou numa poltrona dali se preparando para colher o depoimento de Dalton.

:- Antes de começarmos eu posso saber como chegou até mim? – perguntou curioso.

Ela já tinha a postos o gravador e tudo estava preparado, mas decidiu dar essa colher de chá para ele.

:- Acabo de vir com minha equipe da antiga casa de Felipe. Está tudo intacto depois de anos, quem mantém a casa é Eugênio já que essa propriedade pertence aos bens da Universidade, ele como diretor tem que cuidar também da casa.

:- Entendo. – o investigador escutou atento essa história quando tivesse oportunidade também investigaria melhor.

:- Começamos... – ela o avisou ligando o gravador, agora tudo era sério e precisava ser verdadeiro para o melhor para ambos.

:- Dalton. Queira me contar qual foi o seu envolvimento com o professor Felipe?

A pergunta foi feita, mas Dalton não a respondeu imediatamente ele tomou seu café, Andréa o vendo decidiu dar um estímulo para que ele falasse, abriu sua maleta e tirou fotos e papéis que encontrou na casa de Felipe. Os papéis eram cartas que eles trocavam algumas vezes e as fotos, de viagens passeios ou mesmo quando estavam em casa e queriam registrar os momentos.

As fotos impressas estavam velhas faltavam pedaços algumas foram preciso remontá-las por que tinham sido rasgadas. As cartas também estavam amassadas, porém outras cartas e fotos estavam intactos.

Andréa encontrou essas evidências dentro de uma caixa lacrada e estava num buraco atrás da instante de livros de Felipe, a mulher tinha habilidade para encontrar essas espécies de esconderijos.

Antes de começar a falar Dalton engoliu saliva como se ficasse com a boca seca ao ver o seu passado ali exposto, mesmo que tivesse constantemente tomando seu café.

:- Eu vivi durante alguns anos em Chihuahua, estava começando minha vida de investigador era bem jovem, vivia sozinho tinha acabado de conquistar minha independência saído da casa dos meus pais. Eu não conhecia ninguém direito na cidade, meu ciclo de amigos era bem restrito. No entanto num dia quando saímos para jantar eu o conheci.

Andréa sentiu que agora o investigador falaria tudo, olhou para o gravador e verificou se tudo estava sendo gravado, ela tinha uma curiosidade particular sobre Dalton, ele sempre foi muito reservado, mas tinha um ótimo humor teve poucas oportunidades de trabalhar com ele.

Ainda assim pode comprovar que ele era extremamente profissional e experiente, quando lhe entregaram o caso de Felipe para ser estudado e reaberto, ela estranhou Dalton não ficou a frente desse caso, já que ele era o principal investigador da base deles. Quando viu as fotos dele com Felipe antigas com uma intimidade ficou surpresa e teve a certeza de que aquilo explicava ele ter viajado para acompanhar as investigações de perto, quando soube que ele a acompanhou para fazer isso, ficou irritava por que ela poderia ser menos experiente, mas era capaz de resolver aquele caso sozinha.

Porém, tinha outra razão para ele está aqui e ela descobriria isso agora.

:- Felipe era um cara muito charmoso, estava começando também sua vida profissional como professor, assim como eu tinha acabado de se formar. Com o tempo eu e ele já morávamos juntos. E isso justifica as fotos e as cartas, eu e ele namoramos por uns três anos.

A homossexualidade do investigador não era segredo para ninguém da polícia, mesmo assim quando Andréa descobriu ficou decepcionada, afinal ele tinha interessado a ela.

:- E como acabou o relacionamento de vocês dois? – ela perguntou sabendo que não foi nada bem, ninguém amassaria e rasgaria as fotos e cartas de um namoro se ele tivesse acabado bem.

:- Mal, investigadora. – Dalton a olhou mantendo o respeito pela posição dela. – Felipe sempre foi um cara reservado, ao mesmo tempo que ele sabia tudo sobre minha família e quando almoçávamos ou jantávamos lá. Eu não sabia quase nada da sua, a não ser alguns poucos parentes, não falava de seu passado quando morou aqui na capital. Numa noite nós brigamos feio e o relacionamento acabou.

:- Dalton, agora você pode me explicar o que é isso? – Andréa tirou de sua maleta alguns papeis e entregou a ele, para que olhasse, quando descobriu que o investigador teve um relacionamento com o assassinato, imediatamente foi investigar o que pode dele antes dessa conversa, ela se surpreendeu quando descobriu que ele já tinha sido preso.

Dalton olhou aqueles papeis e suspirou deixando de lado sua xícara de café.

:- Você é pederasta? Pedófilo, Dalton? – ela perguntou sem medo, querendo que ele fosse sincero em seu depoimento.

:- Não! – respondeu com segurança olhando sua ficha e depois a encarou.

:- Pode me explicar por que foi preso por esses crimes? Como conseguiu esconder isso?

:- Eu sou investigador, nós policiais podemos esconder os nossos delitos se quisermos, eu tinha contatos e fiz o que eu tinha que fazer. Esconder aquela parte do meu passado do qual eu não gostava de lembrar pelo sofrimento. – ele parou de falar por um momento escolhendo a melhor forma de contar tudo a ela. – Felipe no começo da sua carreira, deu aulas para crianças e pré-adolescentes por vezes quando eu chegava em casa encontrava ele dando aulas particulares para alguns deles até então nunca encontrei nada suspeito, até brinquei com algumas delas. Houve um período que Felipe estava mais distante e mudava de comportamento e isso afetou em nosso relacionamento. Num momento discutimos e ele foi embora da minha casa e da minha vida e no outro eu sou acusado de pedofilia. – ele negou deixando de olhar a Andréa sentindo a mesma indignação e nojo que ele sentiu no passado.

Ele se apaixonou por um monstro! Definitivamente, não tinha uma classificação para uma pessoa que comete um crime desumano como aquele, ele tinha entregado tudo a Felipe. Sua casa, sua família, seu amigos, seu amor e em troca Felipe apontou ele como um criminoso. Ele foi preso e até que descobrissem a verdade sua vida já estava manchada, demorou para ele reconstruir não só sua inicial carreira como também sua vida.

:- Ele montou algumas provas de fotos que tínhamos tirado com algumas das crianças, como se eu tivesse sido o autor de todos os atos repugnantes, - ele fez uma careta por que o enjoo que sentiu veio forte. – eu era cego aquela época, não via nenhuma malícia, maldade, ele era um ator e nunca notei nada de anormal. Demorou para que eu me recuperasse, quando eu fui preso Felipe sumiu soube depois que tinha viajado para o Texas nos Estados Unidos. Nunca mais soube dele e nem quis saber, desde que provei minha inocência.

:- Pelo o que você acaba de me contar teria motivos para assassinar Felipe?

:- Teria. Porém, eu não fui o seu assassino pelo simples fato de que nunca mais o vi desde que terminamos. – Andréa sem nenhuma palavra pediu que ele explicasse melhor, que lhe dessas provas não queria ter que desconfiar dele como estava naquele momento. – Quando eu vim definitivamente para a capital, Felipe já estava morto, na época de seu assassinato eu soube pela repercussão do caso como muitas pessoas, mas não houve nenhum contato pessoal. Quando ele foi assassinado, eu não estava no país.

Andréa olhou para o gravador por um momento e ele ainda estava ligado e com certeza tinha gravado o que ele tinha acabado de dizer.

:- Eu fiquei noivo em Guatemala, viajei não só com meu ex-marido como com nossos amigos e alguns membros de nossa família.

:- Eu peço que me de provas dessa viagem, Dalton. – ela foi firme e ele compreendeu.

:- Você tem alguma ligação com os envolvidos nesse caso?

:- Sim.

:- Quem?

:- Alfonso Herrera.

:- Qual a ligação de vocês?

:- Eu trabalhei na penitenciária na qual ele ficou encarcerado, ele foi acusado de ser o assassino de Felipe. Ele não sabe do meu passado, eu tive uma curiosidade em conhecê-lo e descobrir o porque ele matou Felipe. Mas, eu soube que não foi ele, nos tornamos amigos ele me ajudou com meu divórcio e quando ele foi libertado prometeu encontrar o verdadeiro assassino, estou o ajudando na investigação extra oficialmente.

:- Ele está te pagando?

:- Não.

Ela ponderou antes de desligar o gravador acabando com o depoimento dele, mas o fez. Ele não disse mais nada talvez tivesse falado demais, ela lamentou antes mesmo de abrir sua boca, mas sua admiração e paixão platônica por ele era maior que seu trabalho.

:- Tony... – ele escutou o sentimentalismo na voz dela. – Eu posso cuidar para que ainda fique guardado o seu segredo. – ela se referiu a ele ter sido preso e ainda estar envolvido no caso.

Ele agradeceu ela internamente, era uma grande profissional, mas ainda tinha que aprender muitas coisas.

:- Andréa eu agradeço a sua consideração, mas eu solicito que seja coerente e profissional, fatos são necessários para o resultado da investigação, não deve ser flexível com ninguém já lhe disse isso uma vez. Com ninguém. – ele foi claro fazendo ela lembrar de quando começou o seu estágio e ele foi quem ensinou muito, ele estava certo ela se deixou levar.

:- Tem razão Dalton. – ela voltou a ser a encarregada da investigação em vez da estagiária admirada com o seu superior, mesmo que hoje estivessem de em lugares trocados. – O seu depoimento está encerrado, se houver alguma mudança será convocado para um novo depoimento. Ele apenas assentiu.

Ela se levantou e pegou todas as suas evidências, fotos, cartas e a ficha original e criminal de Dalton e as colocou na maleta a fechando. Se levantou e deixou a xícara gelada de café numa mesa de centro.

:- Obrigada pelo café, Tony. – Ela agradeceu e se despediu ao mesmo tempo, abrindo a porta e indo embora.

Ele ficou ainda um tempo olhando a xícara dela intacta, ela não tomou nada, antes quando ela estava estagiando e ele era o seu chefe eles costumavam tomar café juntos e jogar conversa fora, mas dessa vez foi bem diferente. Claro o seu passado que estava enterrado junto com Felipe foi exposto por ele mesmo.

Suspirando ele se levantou pegando a xícara dela e a dele que tinha café pela metade. Estava na hora de tomar um outro café para clarear as ideias, ele não sabia quais rumos a investigação tomaria, precisava falar com Alfonso antes que ele soubesse por outros a sua ligação com Felipe e até interesse em resolver o caso.

O único pensamento que tomava conta de sua mente quando ele preparou outra xícara de café dessa vez quente, era que confiava em Andréa ela encontraria o verdadeiro assassino de Felipe. Por fim.

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