Uivos ao luar escrita por Lailla


Capítulo 31
Aparição do renegado


Notas iniciais do capítulo

Gente, escrevi muito. Também, demorei pra caraca pra postar, né 'rs Espero que gostem, acho que é um bom pedido de desculpas pela demora 'kkkkkkkkkkkkkkkk



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Naruto voltou... Mas isso não foi de todo bom. Quando descobri que ele tinha chegado, corri e fui vê-lo. Sakura estava com a expressão desanimada e tinha um garoto muito pálido com eles.

– Naruto! – O chamei, me aproximando.

Cheguei ofegante por correr e ele me fitou em dúvida. Eu recuperava o fôlego e me endireitei sorrindo, esperando por boas notícias.

– Nee, e Sasuke? – Perguntei sorrindo.

Meu sorriso desapareceu aos poucos quando vi Sakura abaixar o olhar e Naruto me olhar como se tivesse algo ruim para contar. Quando ele contou, não acreditei. Meus olhos marejaram e eu abaixei meu olhar, Sasuke não voltaria. Franzi o cenho, fiquei com raiva, mas o olhei e dei um sorriso confiante, dizendo que ele ainda não voltaria. Fitei o garoto pálido e franzi a testa em dúvida.

– Ne, quem é você?

– Hum. – Ele me fitou – Sai.

Arregalei os olhos e minha expressão ficou indignada.

– Você... – Disse com raiva – Você pegou meu lugar! – Apontei pra ele.

Ele não entendia nada, apenas me analisava.

– Você é? – Ele disse.

– Hyuuga Naru. – Disse – Era pra eu ter ido na missão.

– Hum, se não foi deve ser por você ser fraca. – Ele disse.

Senti como se um soco tivesse me acertado, mas eu queria dar um soco nele naquele momento.

– Oe, baka. – Naruto disse – Naru é forte o bastante. Você sabe muito bem porque Tsunade-sama não a escolheu.

Abaixei o olhar, pensei que ele estava falando sobre nós dois sermos Jinchuuriki, mas eu ainda não sabia muita coisa sobre Sai. Não era por sermos aquilo. Fiquei chateada e irritada por não ter ido, mas agora mesmo que eu precisava pensar em uma forma de ajudar.

Eu estava no monumento Hokage, pensando sobre o que faria e Tsunade-sama parou ao meu lado. A senti do meu lado e a fitei.

– Hogake-sama. – Disse sem jeito, ainda não havia pedido desculpas por ter gritado com ela naquela vez.

– Naru. – Ela me cumprimentou – O que está fazendo?

– Pensando. – Disse, me voltando para a vista de toda a vila.

– Hum. – Ela fez o mesmo – Aqui é um bom lugar para se pensar.

– Hai.

Não sei a razão, mas ela sentou ao meu lado enquanto uma brisa balançava nossos cabelos. Ficamos assim por um tempo até ela falar algo.

– Naru. – Ela disse de repente.

– Hai, Hokage-sama. Etto... Gomen.

– Eh? – Ela me fitou em dúvida.

– Pelo grito naquele dia. – Disse com o olhar baixo.

– Daijoubu. – Ela disse – Eu também usei a escolha errada de palavras.

Voltei a fitar a vila com o olhar calmo. Mesmo ela não tendo me pedido desculpas oficialmente, eu encarei dessa forma já que me senti melhor por ela pelo menos ter dito isso a mim.

– Você era mais próxima do Terceiro Hokage, ne? – Ela perguntou.

– Hum, um pouco.

– Naru, você sabe sobre o seu Bijuu?

– Hum. – Assenti – Ookami.

– Hai. – Ela disse séria com o olhar em direção a vila – Ele veio depois da Kyuubi. Mas você sabe sobre ele de fato?

– Hum, não. – Balancei a cabeça.

– O Terceiro Hokage não deve ter contado por você ser nova demais na época, mas...

Ela suspirou, o que me fez olhá-la.

– Naru, Ookami não é um Bijuu comum.

– Como assim? – Franzi a testa em dúvida.

– Existem apenas nove, originados do Dez-Caudas pelo Rikudou Sennin. Ele a selou em si e como ela sairia quando ele morresse, ele fez os nove Bijuus. Naruto possui o nono.

– Então... O que eu tenho? – Perguntei surpresa.

– Algo que foi feito por ninjas.

– “Algo”?

– Quando as pessoas começaram a se tornar Jinchuuriki para controlar os Bijuus, houve um grande clã que tentou criar seu próprio Bijuu.

Arregalei os olhos.

– O nome era Clã Hanran. – Ela continuava – Era uma vila tão grande quanto Konoha e todos pertenciam ao clã. Eles viam como as outras vilas estavam crescendo e tinham seus Jinchuuriki. Eles queriam ficar mais poderosos e ter uma grande força com as ditas “bestas”. Mas a decisão que tomaram fez com que o clã se extinguisse.

Eu prestava atenção sem conseguir acreditar no que ela me contava, era surreal.

– Eles já eram fortes. E foi por isso que conseguiram chegar ao seu objetivo.

– Criar... Um Bijuu? – Perguntei.

– Hai. – Ela disse com pesar – Milhares de vidas sacrificadas por seus chakras terem sido sugados de seu corpo por causa daquele jutsu. Com essas vidas e seus chakras, eles conseguiram não apenas fazer um Bijuu, mas dois. Isso já demonstrava que algo errado tinha acontecido, mas eles encararam como sendo bom.

Arregalei os olhos.

– Os gêmeos Bijuus eram conhecidos como os Irmãos Onze. Um lobo branco e um negro. Ambos com Onze caudas.

“O negro...”, pensava.

– O branco era pacífico, mas o negro era maligno. Porém como ambos surgiram de um mesmo chakra, tinham suas partes divididas entre si, o que fazia o branco ser tão igualmente maligno como o negro, que era também igualmente pacífico. E por causa disso, eles devastaram o que restou da vila e mostraram que o clã nunca deveria ter feito aquilo.

– O que... Houve com o branco?

– Hum. – Ela olhava a vista – Morreu.

– Uhm... C-Como? Mas...

– O último membro do clã o selou em si mesmo, porém a quantidade de chakra era tamanha que ele não sobreviveu para selar o outro. O chakra o consumiu. Hoje em dia, a vila desse clã são ruínas e o que foi encontrado do pergaminho daquele jutsu foi destruído. – Ela suspirou – Pelo menos isso.

– Mas... E o negro?

– Deve ter ficado vagando pelo mundo. – Ela disse – Depois da Kyuubi, aproveitaram as fraquezas que Konoha estava sofrendo e o invocaram. Até hoje não sabem quem, mas era bem forte em vista ao poder do lobo.

Abaixei o olhar, minha mãe morreu nesse dia.

– Hum, entendi. – Disse.

– Por isso eu não quero você e Naruto juntos. – Ela disse – Seus Bijuus tem uma força parecida. Poderiam acabar com tudo.

Meus olhos marejaram.

– Naru. – Ela suspirou – Você é boa.

A olhei surpresa.

– Não faço ideia de como sobreviveu ao Ookami quando foi selado em você quando bebê, mas... Eu sei que você é forte o suficiente para mantê-lo dentro de você. Apenas... Tome cuidado.

Abaixei o olhar e assenti. Eu... Não sou uma Jinchuuriki comum. Eu não tenho um Bijuu comum. Meu Deus... O que eu sou?

...

Tivemos uma missão, Neji e eu. Quando Tsunade-sama disse, fiquei nervosa já que me lembrei do nosso beijo. Gai-sensei e Lee estavam em outra missão e tínhamos que entregar algo precioso ao senhor feudal do País da Neve. Era bem longe e eu suspirei quando a Hogake-sama disse onde era, mas saímos logo em seguida. Não teve ladrões e nem saqueadores como na nossa última missão, mas estávamos desconfiados de que estávamos sendo seguidos há um tempo. Depois de entregarmos o pacote ao senhor feudal, fomos embora. Porém então surgiu a razão de nossa desconfiança.

Neji e eu andávamos numa estrada com muita neve e começamos a ver duas sombras andando em nossa direção. Começamos a identifica-las e vimos nuvens vermelhas em casacos pretos, o que me fez arregalar os olhos.

– Neji. – Sussurrei.

– Eu já vi. – Ele disse sério, ativando o Byakugan.

As duas figuras pararam há alguns metros de nós e fizemos o mesmo. Eu engoli a seco, segurando minha katana.

– Não haja sem pensar, jinchuuriki.

Eu ouvi aquela voz altiva e amedrontadora e comecei a suar frio. Olhei para o outro e o reconheci, era aquele cara com cara de tubarão. Neji também percebeu e lentamente ficou em posição de defesa.

– O que vocês querem? – Ele perguntou sério.

– A jinchuuriki. – O cara de tubarão disse.

– Não. – Neji disse sério.

Franzi o cenho e ativei meus olhos. O outro viu meus olhos e ficou surpreso.

– Kisame, não acho que será tão fácil. – Ele comentou – Ela é metade Uchiha.

– Rá... Parentes? – Kisame abriu um sorriso maldoso.

– Hum.

Cerrei o punho e de repente o outro desapareceu, reaparecendo atrás de mim. Arregalei os olhos e defendi o golpe dele com o braço.

– Você estava aonde esse tempo todo? – Ele perguntou.

Não entendi. Ele girou e deu outro golpe, que eu bloqueei. Esse cara parecia me conhecer, mas eu não o conhecia. Ele lutava comigo enquanto o tal Kisame lutava com Neji. Estávamos sozinhos, ninguém conseguiria nos ajudar. Enquanto o de cabelo preto lutava comigo, ele me olhou fixamente e seus olhos ficaram vermelhos. Eu arregalei os meus, ele tinha o Sharingan!

“N-Nani?! Ele...! Como...?! Quem é esse cara?!”, exclamava mentalmente.

Kisame usou um jutsu de água parecido com o que enfrentamos naquela vez e afastou Neji, que franziu o cenho. Eu continuei a lutar, mas ele era mais rápido e sempre tentava me pegar num genjutsu com aqueles olhos. Ter um Byakugan e um Sharingan era uma boa vantagem pra mim, eu desfazia os genjutsus dele. Tentei atingi-lo ou pelo menos distrai-lo com o Katon, Goukakyuu no Jutsu, porém ele fez mais uma tentativa de genjutsu e Kisame me atingiu com aquela espada enfaixada. Fui jogada longe e desmaiei. Neji correu e chegou, me vendo deitada no chão e os dois próximos a mim. Ele franziu o cenho com raiva e ia atacar com o Punho Gentil, mas um clone de kisame o pegou num jutsu de água. O de cabelo preto me pôs em suas costas.

– Gomen nasai, ne. – Kisame disse – Você vai ficar aí um tempinho.

Eles saltaram e foram embora comigo. Neji tentava se soltar, mas era um jutsu diferente. Era a mesma bolha de água que ficamos presos, mas ele analisava com o Byakugan e via que algo estava diferente, que o jutsu era mais forte que o de antes. Ele franziu o cenho com raiva, percebendo que demoraria pra sair dali exatamente como o cara de tubarão havia dito.

...

Estava escuro, eu estava desacordada. Comecei a despertar e abri lentamente os olhos, vendo que estava dentro de uma cabana de madeira. Eu estava desnorteada e olhava para os lados sem entender o que se passava. Tentei me mexer e vi que estava amarrada. Me lembrei o que houve e tentava me soltar, mas não adiantava.

– Não vai conseguir sair.

Olhei para a direção da voz e vi o cara de cabelo preto. Ele estava sentado, escorado na parede oposta e com os braços cruzados.

– N-Nani? – Perguntei em dúvida e franzi a testa com raiva – Cadê Neji!

– Ah... Aquele garoto ainda está na estrada. – Kisame disse – Só um pouquinho preso.

O fitei escorado na outra parede com aquele seu sorriso.

– O que querem comigo?! – Exclamava olhando para os dois.

– Não queremos nada. – O de cabelo preto disse – Nossos companheiros que querem, então... A sua má sorte é que estávamos mais perto de você.

Rangi os dentes, tentava me soltar, mas não conseguia.

– O que vamos fazer? – Kisame perguntou.

– Vou avisar aos outros. – O cara disse, se virando e indo em direção à porta.

– Oe, Itachi. – Kisame o chamou – Vai fazer isso mesmo? Ela não é do seu clã?

Arregalei os olhos e parei de me mover. “N-Nani... I-Itachi?”, pensava perplexa, “Ele... É ele?”.

– Ela é uma remanescente. – Itachi disse – Eu não sabia que ela existia.

– Hum. – Kisame disse.

Itachi ia em direção à porta, mas eu o olhei e ativei meus olhos por causa da raiva.

– Você... – Rangi os dentes – Você é ele?

Ele me olhou e fitou meus olhos sem esboçar a mínima expressão.

– Nani?

– Você... Matou todos os Uchiha? Você é o irmão do Sasuke?! – Eu dizia com raiva.

Ele me olhava e de repente viu meu Sharingan mudar e virar o Mangekyou, o que o deixou surpreso.

– Ah... Então você conseguiu despertá-lo? – Ele disse – Que interessante. Promissor...

Eu estava com raiva, estava com tanta raiva que não o escutava direito. Apenas queria matá-lo.

– Por que fez aquilo? – Perguntei com raiva, eu comecei a mudar.

Ele não me respondeu, apenas via meu cabelo ficar bagunçado aos poucos e meus caninos ficarem mais afinados.

– Itachi. – Kisame disse, vendo o que estava me tornando.

– O que quer dizer? – Itachi me perguntou.

– Por que... – Rangi os dentes – Você matou meu pai?

Ele me olhou com certa surpresa ao descobrir que meu pai era Uchiha. O chakra negro começou a fluir pelo meu corpo. “Mate-os...”, pensava enquanto rosnava, “Mate ele!”. Olhos roxos começaram a se abrir dentro de mim, no meio daquela escuridão. Eu gritei em um rosnado e as cordas se dissolveram. Os dois se protegeram daquele chakra e me viram agachada como um animal. As caudas estavam se formando rápido e eu perdi minha consciência aos poucos. O chakra negro aumentou de tamanho e as caudas começaram a destruir o telhado e uma parede da cabana. Eu gritei em um rosnado de novo, jogando os dois contra a parede e saltando por cima do telhado, começando a correr.

Eu não sabia o que se passava, não estava mais consciente. Porém abri meus olhos e me deparei com aquela cela gigante. Minha expressão e olhar eram calmos e eu me lembrei aos poucos o que estava acontecendo. Olhei de novo para a cela e vi os olhos roxos cintilantes.

– Você...

– Eu a fiz fugir. – Ele disse sério, franzindo o cenho.

O olhei surpresa e fiquei com raiva.

– Não era pra fazer isso! – Exclamei – Era para matá-los!

– Bakayarou! – Ele rosnou e ecoou pelo lugar, me fazendo estremecer – O que pensa que aconteceria comigo dentro do seu corpo fraco! Eles a prenderiam de novo e me arrancariam de você!

Arregalei os olhos.

– N-Nani...

– Tola. – Ele disse – Você não pensa?

– E o que eu deveria fazer?! Ele matou meu pai!

– Não precisa pensar nisso mais, eu já fiz por você! – Ele disse.

Cerrei os punhos com raiva, mas me obriguei a me acalmar. Comecei a pensar no que Tsunade-sama disse.

– Ookami.

Ele me olhava.

– Por que eles querem você? Você não é um dos nove.

– Eles querem poder. Eles sempre querem poder. – Ele disse com o cenho franzido – Eu só sou um monstro cheio de poder pra eles.

– Para muitos eu também sou. – Disse séria – Temos algo em comum assim como seu irmão tinha com você.

Ele rosnou com raiva.

– Eu não tinha irmão.

– Mentira. – Disse – Eu sei que o Clã Hanran chamavam vocês dois de os Irmãos Onze.

– Eu não tinha irmão! – Ele gritou, rosnando.

Eu estremeci, mas me mantive imóvel.

– Aqueles miseráveis nos criaram para sermos armas! – Ele exclamava com raiva – Aquele miserável ia me prender nele, mas pegou Nee-san!

Arregalei os olhos e percebi que os olhos dele marejaram. Franzi a testa em dúvida.

– Vocês são os monstros e isso foi provado! – Ele exclamava – Apenas queriam mais poder... Eles tiveram o que mereciam!

Acalmei meu olhar.

– Qual era o nome dela? – Perguntei.

Ele pareceu ter ficado irritado.

– Namane. – Ele rangeu os dentes.

– Ela tinha a pelagem branca, não é?

– Hai.

Sorri levemente.

– Ela deve ter sido bem bonita.

Ele ficou surpreso, mas manteve a rigidez.

– Ela nem chegou na idade adulta.

Fechei os olhos e assenti, demonstrando respeito pela lembrança dela.

– Meu nome é Naru...

– Eu sei qual o seu nome. – Ele disse rispidamente, me interrompendo – Já ouvi aquele garoto gritar seu nome várias vezes.

– Eh? Quem?

– O pirralho Hyuuga.

– Neji...

– Hai. – Ele disse, lembrando-se – Por que quer tanto protegê-los? Eles são vermes que não tem salvação.

Eu sorri, achando graça.

– Muitas pessoas são ruins, mas eu daria a vida por apenas uma que seja boa. Naruto, Neji, Sakura, Sasuke, Lee, Ino, Chouji, Shikamaru, Kiba, Shino, Hinata... São mais de uma. – Sorri – E eu daria minha vida por eles.

– Que inútil.

– Namane era boa? – Perguntei de repente.

– Ela era bem melhor que eu.

– O que ela diria sobre isso?

Ele abaixou o olhar, cabisbaixo.

– “Eles valem a pena.”. – Ele disse.

Fiquei surpresa e continuei a olhá-lo. Ele me olhou e parecia me analisar. Eu queria mudá-lo de alguma forma, torna-lo meu amigo já que ele fazia parte de mim. Hikaru é bom, eu sei que ele no fundo é bom. Ele tem uma parte da irmã dentro de si, eu sei.

– Hai. – Ele disse, abrindo um leve sorriso – “Eu sei o que sente. Salve-o então...”.

Arregalei os olhos, já ouvi isso antes. Foi... Na última vez que perdi o controle. Me senti estranha... Meus olhos se fecharam lentamente e eu desmaiei.

...

Senti os pequenos flocos de neve tocar meu rosto quando caíam. Eu abri meus olhos lentamente e despertei. Sentei rápido e me vi na floresta ao lado de uma árvore. Comecei a ofegar nervosa e me lembrei da cabana. Hikaru... Me ajudou a fugir! Mas agora eu não sabia onde estava... Hum... Levantei e cambaleei um pouco, mas apoiei a mão na árvore. Respirei fundo, comecei a sentir o frio do lugar. Juntei as mãos e concentrei chakra. Mordi o dedo e pus a mão no chão coberto de neve. Uma marca grande apareceu abaixo de mim e uma fumaça surgiu. Eu os olhava e sorri, ajoelhando e sentando no chão, escorando na árvore.

– Uhm... Naru-chan! – Hanake exclamou, correndo em minha direção e me cheirando para ver se não havia nada errado.

– Daijoubu. – Sorri.

– O que houve? – Midoke perguntou sério.

– Uma dupla da Akatsuki me capturou. – Disse – Consegui fugir, mas acho que gastei muito chakra.

Realmente fiquei fraca.

– Onegai... Preciso que achem Neji pra mim. – Eu disse – Não sei onde ele está, acho que está preso. Eles disseram algo a respeito disso.

– Hai. – Midoke disse, disposto – Lenke e Ynoke, fiquem com Naru. O resto venha comigo.

– Hai. – Eles disseram em coro.

Midoke era o líder da matilha, sua pelagem era negra e parecia aveludada. Hanake era fêmea e parceira de Midoke, sua pelagem era branca e em seu olho esquerdo há uma mancha de pelagem preta. Os que foram com eles eram Fuiko, Garuko e Dake. A pelagem de Fuiko era completamente marrom, a de Garuko era marrom, mas suas patas eram brancas e a de Dake era marrom, mas ele tinha uma mancha branca no topo da cabeça. Eles correram em várias direções, farejando por Neji. Como eu estava com ele antes, eles me farejaram para seguir seu cheiro. Lenke e Ynoke eram macho e fêmea, sendo ele marrom com uma mancha preta que cobria suas costas e ela branca com manchas marrons por toda sua pelagem. Eles não eram do tamanho de Hikaru, claro, mas mesmo com as quatro patas no chão, eles eram quase da minha altura. Eram realmente grandes em comparação a um lobo comum! Eles não eram apenas uma matilha que eu invocava, mas eram também meus amigos e eu sabia que podia confiar neles, que eles cuidariam de mim e achariam Neji.

Enquanto Lenke e Ynoke estavam comigo, Midoke e os outros farejavam. Hanake estava junto a Midoke e cheirava os locais. Andando e farejando, Fuiko achou o cheiro de Neji e uivou em direção ao céu para avisar aos outros. De onde Midoke e Hanake estavam, ouviam.

– Fuiko achou. – Hanake disse.

– Hai. – Midoke assentiu e ambos se puseram a correr, assim como os outros.

Todos correram e se juntaram num ponto da corrida, indo numa mesma direção. Depois de alguns minutos, viram Neji correndo na direção oposta. Ele viu os lobos e seu tamanho incomum, parando bruscamente e os encarando. Midoke farejou o ar e o olhou.

– É ele.

Neji arregalou os olhos, estático.

– Midoke, ele nunca nos viu. – Hanake disse com sua voz suave – Naru nos invocou para te procurar, Neji.

– Uhm... – Ele a olhou surpreso – Naru... N-Nani...? Onde ela está?! – Ele disse nervoso.

– Venha conosco. – Midoke disse.

Neji assentiu e começaram a correr. Minutos depois, chegaram onde eu estava. Lenke e Ynoke estavam deitados cada um ao meu lado e eu estava deitada em Ynoke, que me esquentava. Eles levantaram as cabeças e orelhas quando sentiram o cheiro dos outros.

– Estão chegando. – Ela disse.

Sentei e olhei para a direção que eles olhavam. Os vi chegando com Neji os acompanhando. Abri um sorriso ao vê-lo e ele pareceu aliviado. Correu e me abraçou, o que me deixou surpresa. O olhei quando ele cessou o abraço e acho que nenhum dos dois sabia o que dizer. Hanake sorriu e olhou para Midoke.

– Naru, quer que acompanhemos vocês? – Midoke perguntou.

Nós o olhamos.

– Hum. – Balancei a cabeça – Já me ajudaram bastante achando Neji. Arigatou.

– Tem certeza? – Ynoke perguntou.

– Hai. – Sorri – Vocês precisam estar logo com os filhotes. Arigatou.

– Hum. – Midoke assentiu mesmo querendo ficar – Ja ne.

– Hum, ja. – Hanake sorriu – Boa sorte.

Eu sorri para eles e uma fumaça surgiu, fazendo-os desaparecer em seguida. Eu suspirei e escorei na árvore.

– Nani? – Neji perguntou.

– Hum. – Balancei a cabeça, sorrindo – Cansada.

– Como conseguiu escapar?

– Hikaru.

– Eh?

– Ookami.

– Isso tem um nome?

– Hai. – Sorri – Ele me ajudou.

Ele acalmou o olhar e abaixou de novo, me apoiando em seu ombro e me ajudando a levantar. Precisávamos voltar logo e contar o que houve a Tsunade-sama.

...

Estávamos em cima de uma colina, que por sua vez estava coberta por neve. O clima era bem frio e me arrependi de não ter posto uma calça quando fomos para a missão. Eu já estava andando sem Neji precisar me apoiar, mas ele se mantinha alerta comigo.

– O cara de tubarão disse que você estava preso. – Disse com o olhar baixo.

– Hum. – Ele assentiu – Demorou pra eu sair do jutsu, mas consegui. Fui atrás de você, mas não sabia onde estava.

– Hum. Fiquei preocupada com você. – Deixei escapar, corando levemente em seguida.

Ele me fitou e sorriu levemente.

– E-Etto... Bem que podia ter um atalho. – Forcei uma risada para sairmos daquele clima.

– Hum.

– Será que não dá pra gente descer? – Parei e olhei a vista, que estava escura por já ser de noite.

– Não. Tem um lago lá embaixo.

– Mas deve estar congelado.

– Por isso mesmo. Não é seguro.

– Mas podemos tent... AH! – Exclamei quando escorreguei.

A neve cedeu e eu caí. Neji tentou me segurar, mas veio junto. Ele me abraçou enquanto escorregávamos colina abaixo e eu me encolhi. Não paramos quando ela terminou, a colina era alta e apenas desaceleramos no lago congelado ao som de fundo do gelo rachando levemente. Me arrependi profundamente por ter pedido um atalho.

– Uhm... – Disse nervosa – E agora?

– Hum. – Ele analisava ao redor, tentando não se mexer muito – Eu vou levantar devagar.

– Hum... – Me tremia nervosa – N-Neji...

– Calma.

A sensação de que eu poderia morrer congelada me deixava nervosa. Neji levantou cuidadosamente e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Levantei lentamente.

– E agora? – Disse já de pé.

– Vamos tentar ir até a margem devagar, o gelo está rachando. – Ele disse.

O vento gelado aumentou e eu me encolhi.

– Daijoubu. – Ele disse – Não fique com medo.

– Não é medo, baka. Está frio!

Ele me olhou e achou graça. O olhei e ri, percebendo que era engraçado mesmo. Ouvimos o gelo rachar mais e ceder abaixo de mim.

– Uhm...!

– Naru! – Neji exclamou.

Eu caí na água e não tive nem como gritar, apenas vi aquela imensidão escura por baixo do gelo, sentindo aquela água congelante. Olhei para cima com a visão turva e vi Neji pular na água, mas naquele momento com aquela água tão gelada e o susto que eu levei, eu acabei desmaiando.

...

Eu estava me afogando e não tinha ninguém por perto. Acordei de repente e vi um teto rochoso. Me sentei e vi que estava apenas com meu short branco e o top que usava por baixo das minhas blusas. Me cobri com os braços pela vergonha e vi uma fogueira, que estava quase se apagando. Olhei para os lados em dúvida e a entrada dava a entender que eu estava em uma caverna. Eu ouvia o som forte do vento do lado de fora e olhei pela caverna, procurando Neji. De repente ele apareceu vindo da direção da entrada.

– O que houve? – Perguntei ainda me cobrindo.

– Você caiu na água, no lago. – Ele disse.

– Ah... – Pus a mão na cabeça, me lembrando.

Olhei para o lado e vi minhas blusas dobradas com minha katana em cima delas junto com minha bandana e minhas botas ao lado. Corei um pouco, Neji as tirou?

– Gomen. – Ele disse – Você estava toda molhada, podia ficar doente.

– Hum. – Assenti sem jeito.

O olhei e ele estava com o cabelo molhado. Me aproximei e peguei em suas roupas.

– Você está encharcado! – Exclamei preocupada – Você estava lá fora?

– Hum, hai. – Ele disse – Estava vigiando.

– Baka! Vai ficar doente!

– Daijoubu. Além do mais o fogo está quase apagando.

– Run.

Fui até o fogo e me ajoelhei, juntando as mãos e fazendo selos. Juntei as pontas dos dedos contra a boca para cuspir fogo, o que reacendeu a fogueira. Neji ficou surpreso, mas ao mesmo tempo nem tanto, sorrindo em seguida.

– Pronto. – O olhei.

– Não precisa.

– Bakayarou. – Resmunguei e levantei, andando até ficar atrás dele – Vai se secar. – Declarei, pondo as mãos em seus ombros e o fazendo sentar a força.

Ele exclamou e sentou. Dei a volta e ajoelhei entre suas pernas, resmungando.

– Bakayarou. Fica preocupado comigo e esquece de si mesmo. – Resmungava enquanto tirava a blusa dele, corando depois de perceber que o via sem blusa – Deixa de ser baka, seu baka.

Ele me olhava enquanto eu fazia aquilo, mas quando eu ia tirar sua bandana ele segurou minha mão, me fazendo parar.

– Nani? – Perguntei.

– Estou bem assim.

– É pra secar o cabelo.

– Não.

– Neji, você tira a badana alguma hora, não tira? – Perguntei irritada.

– Hai.

– Então.

Ele abaixou o olhar. Eu sabia o que era, claro que eu sabia! Mas achei idiota ele ter vergonha da marca em relação a mim!

– Run! – Bufei alto, praticamente arrancando a bandana da cabeça dele.

Pus ao lado de sua blusa e fiquei de costas pra ele pra tirar suas sandálias, pondo-as com o resto das roupas.

– Bakayarou... – Resmunguei.

Ele me olhava e me abraçou por trás de repente, me segurando. Exclamei, corando e ele me abraçou mais forte, o que apenas piorou.

– N-Nani, baka? – Ia virar a cabeça para olhá-lo.

– Fica assim. – Ele pediu.

– Eh? – Parei e abaixei o olhar – Baka mesmo... – Meus olhos marejaram – Não quer que eu veja? Você não é feio. – Tentei fazê-lo sorrir.

– Não. – Ele ainda me abraçava, me segurando.

Me encolhi, abaixando o olhar.

– Nee, então o que vai fazer quando se casar? – Perguntei – Vai sempre amarrar alguma coisa na cabeça quando for dormir? – Tentei achar graça, não adiantou.

Ele não disse nada.

– Baka... Neji. – Disse, querendo chorar – Eu já vi no Exame Chuunin.

– Foi diferente.

– Você estava com raiva. – Eu disse – Você é você. Isso não faz quem você é.

– Mas diz quem eu sou.

– E isso importa por quê?

Ele me olhou surpreso, mesmo eu estando de costas para ele.

– Você é forte. É um gênio, ne? – Deixei uma risada leve escapar – Eu nunca vou te olhar diferente por causa disso.

Eu queria dizer que gostava dele, mas como ele sabia que eu ainda estava me decidindo, preferi não dizer nada se não o magoaria. Ele engoliu a seco e me soltou. Eu acalmei o olhar e me sentei de lado, fitando-o. Ele estava com o olhar baixo e eu via a marca em sua testa.

– Neji...

Ele me olhou e eu beijei sua testa, o que o fez arregalar os olhos surpreso. Apertei os olhos pela vergonha e me encolhi, ficando próxima dele para ele não ver meu rosto corado. Ele acalmou o olhar e me abraçou de novo, porém gentilmente. Corei mais.

– A-Anou...

– Você está quente. – Ele disse, encaixando a cabeça no meu pescoço.

Engoli a seco, ele estava perto demais.

– Neji...

– Hum.

Eu queria, queria tanto dizer que o amava. Mas eu mesma não tinha total certeza. Não podia dizer, mas isso fazia meu coração doer. Levantei os braços, o abraçando para esquentá-lo mais.

– Hum, nada. – Balancei a cabeça.

“Mentira...”, pensava, “Eu acho que... Eu amo você.”.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente? xD Foi um bom pedido de desculpas? s2s2s2s2s2

O top dela era assim: http://d1g4s2qpdga56u.cloudfront.net/produto/322/gg/sutia-top-duplo-33322-88401-gg.jpg