Uivos ao luar escrita por Lailla


Capítulo 30
Apenas os 16 anos...


Notas iniciais do capítulo

Amores, quero pedir desculpas pela imensa demora e pela próxima demora que estar por vir. Eu estou em prova essa semana e apenas hoje consegui revisar o capítulo. Estou doida pra essa semana acabar, gente... 'rs Boa leitura xD

*Konbanwa = Boa noite
*Sukiyaki = Consiste em fatias finas de carne bovina, cozidas na manteiga, acompanhada de vários ingredientes como cebola, udon (um macarrão japonês), acelga, saquê, shimeji, entre outros. (http://blog.getninjas.com.br/guia/wp-content/uploads/2014/08/sukiyaki.jpg)
*Dango = https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/06/Mitarashi_dango_001.jpg/320px-Mitarashi_dango_001.jpg



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Depois do que houve na minha casa eu não falei mais com Neji. Não que eu não quisesse, mas porque quando eu o olhava me lembrava do nosso beijo e do que ele disse. Mesmo tendo certeza, eu ainda estava em dúvida. Isso é possível? Ter certeza de algo e mesmo assim não saber. Acho que isso simplesmente é “meus 16 anos”, só. É nessas épocas que queria minha mãe comigo. Meu pai também, pelo menos ele me diria o que Neji provavelmente estaria pensando. Mas enfim... Eu mesma tenho que me virar e encontrar uma resposta. Pensei em falar com alguém mais velho, mas eu não estava muito bem com Tsunade-sama, não sei se conseguiria com Kurenai já que não éramos tão próximas, a mãe de Hinata era gentil comigo, porém Hiashi-sama e Neji provavelmente estariam lá e Shizune não era tão mais velha que eu. Eu nem sabia se ela saberia me responder a esse tipo de pergunta. No final das contas eu fiquei com minhas dúvidas para mim. Como sempre...

Como Tsunade-sama disse eu tive uma missão, porém com o time. Lee, Neji e eu fomos para o País do Pássaro para em seguida escoltar um senhor feudal importante em direção ao País da Terra. Tudo estava indo bem e até o clima estava bom! Tirando o fato de estarmos quietos, não conversávamos e nem direcionávamos olhares um para o outro. Lee tentava conversar conosco, mas como não continuávamos a conversa ele parava de falar, percebendo que algo estava errado.

Andávamos na estrada e de repente ladrões e saqueados nos emboscaram. Ficamos em posição de defesa para proteger o senhor feudal, porém um dos ladrões era ninja e saiu debaixo da terra, pegando-o pelas pernas e o puxando.

– Nani...? – Exclamei, olhando para trás.

– É uma emboscada! – Neji disse, ativando o Byakugan – Por ali!

Ativei meus olhos e também vi para onde ele ia. Neji correu naquela direção, indo atrás deles. Eu continuei a lutar com Lee.

– Pode ir, Naru!

– Hã?!

– Vai! Eu cuido disso! – Ele exclamou.

– Hai, tome cuidado! – Disse e corri.

Eu via Neji pelo Byakugan e parei ao chegar onde eles estavam. O senhor feudal estava amarrado, encostado em uma árvore e Neji lutava com aquele cara. Fui até ele e o desamarrei.

– Se esconda por um momento, senhor. – Disse.

– Hai. – Ele disse nervoso.

Ele foi para trás da árvore, se escondendo entre os arbustos e eu olhei para Neji, que lutava. Ativei meus olhos de novo e me juntei à luta, porém apenas atrapalhei. Lutar em conjunto com Neji era natural pra mim, mas nesse dia foi totalmente o oposto. Eu tentava seguir seus movimentos e atacar em seguida a ele, mas também estava pensando naquele dia e me distraía o tempo todo. Não conseguia me concentrar e errava os golpes, quase acertando em Neji!

– Oe, baka! – Ele exclamou, bloqueando-os.

– Gomen! – Exclamei, percebendo meu erro grave.

– Se concentre!

O cara sorria maldosamente, tinha esse erro ao seu favor e quase acertou Neji, que o bloqueou. Eu não sabia o que fazer, não conseguia segui-lo e com esse erro, fiquei com medo. Franzi o cenho, não podia ter medo! Ataquei de novo quando Neji recuou a palma e o acertei no tórax, fechando metade de seus tenketsus. Me endireitei ofegante, o cara desmaiou. Olhei Neji e desviei o olhar, abaixando-o.

– Gomen.

– O que estava pensando? – Ele disse sério.

O olhei cabisbaixa e desviei o olhar. O senhor feudal saiu de trás dos arbustos e começamos a andar de volta para a estrada. Quando chegamos, Lee derrotara todos e apenas nos esperava. Voltamos com a viagem e o deixamos no destino. Ele agradeceu por nosso trabalho duro e nós fomos embora. Na volta para casa eu estava com o olhar baixo o tempo todo, fiz uma grande besteira ao tentar lutar desse jeito. Suspirei e fiquei pior por ele nem perguntar o que eu tinha de errado, o que era comum antes.

...

Dias depois, chegamos na vila e fizemos o relatório para Tsunade-sama. Ela assentiu e disse que fizemos um bom trabalho, porém Neji se esqueceu de “comentar” que eu quase o acertei com os golpes. Fomos embora e no meio do caminho Lee disse que precisava fazer outra coisa, desviando do caminho que estávamos. Neji e eu continuamos a andar e eu queria ir embora para casa, não sair nunca mais.

– Por que você não contou? – Perguntei.

– Não achei necessário.

– Mas contou sobre a missão do resgate. – Disse sem pensar.

– Foi diferente.

– Não foi. – Franzi o cenho levemente – Eu podia ter machucado você.

– Com aquele golpe? Nunca. – Ele disse sem me olhar.

Franzi mais o cenho com raiva. Metido... Eu olhei para o lado e virei a esquina. Comecei a andar e nem me despedi.

– Aquilo perturbou tanto você para não se concentrar daquele jeito? – Neji perguntou de repente.

Parei de repente e olhei para trás, vendo que ele me olhava sem expressão definida.

– Como assim?

– Run. – Ele sorriu levemente com os olhos fechados e me olhou – Eu só disse que se você está em dúvida...

– Eu sei o que você disse. – Eu o interrompi.

– Não tente fingir que é forte, você ainda é uma garota.

– Pára com isso! Eu sou forte!

– Não digo fisicamente, baka. Eu sei que você é, mas mentalmente não.

– Uhm... Nani?

– Eu apenas disse aquilo pra te dar liberdade de escolher e você logo pensou que eu fiquei com raiva de você.

Franzi o cenho e desviei o olhar. Não queria admitir, mas ele estava certo.

– Não sou idiota, Naru, você sabe. Só não gostei de você sair beijando os outros por aí. – Ele disse.

– Uhm...! – O olhei, indignada – Eu não faço isso, bakayarou! Ele me beijou primeiro! No Exame Chuunin!

Neji pareceu surpreso, mas manteve a expressão calma.

– Por que não me contou? – Ele perguntou calmamente.

Desviei o olhar, envergonhada.

– Pensei que você ia ficar chateado... Ou com raiva. Sei lá. – Franzi o cenho levemente – Eu não planejei beijá-lo de novo e muito menos sabia que você usaria o Byakugan, seu trapaceiro! – O acusei.

– Eu já disse que...

– Eu sei! – Exclamei – Mas não aceito!

Me virei e saí andando sem dar a chance de ele dizer mais alguma coisa. Eu compreendia por que ele usou o Byakugan naquele momento, mas não aceitava. Ele me espionou! Ou na verdade eu mesma não aceitava o fato de ele ter visto o beijo com Gaara e ainda colocava a culpa nele. Estava com raiva dele, estava com raiva de mim e principalmente da minha incapacidade de decidir de quem eu gostava.

...

Incapacidade de decisão, fraqueza, querer ficar mais forte, buscar Sasuke, esperar Naruto voltar, treinar, continuar com raiva de Neji, me culpar por errar, saber disso e ainda ficar com raiva por não querer admitir. Me perguntava se tudo isso poderia acontecer com apenas uma pessoa. Naruto estava demorando a voltar da missão e eu esperava que ele voltasse com alguma pista de Sasuke. Queria tanto estar com eles lá. Como eu queria ficar mais forte, treinava arduamente para conseguir. Porém minha raiva não ajudava.

– Argh! Argh! – Exclamava enquanto acertava a árvore.

Eu ainda estava com raiva e com as palmas quase quebrava a árvore. Das rachaduras e marcas de palma com o Punho Gentil, comecei a ouvir o barulho de que a árvore estava sendo seriamente danificada. Fiquei com raiva disso e usei mais força, quase a quebrando. Eu estava com os olhos ativados e ouvi um barulho, mas o ignorei.

– A árvore não tem culpa. – Neji disse.

Parei ofegante e o olhei. Ele ficou surpreso, eu estava com os olhos ativados e o cenho franzido em direção a ele. Me endireitei e me virei para a árvore.

– Estou treinando, vá embora.

– Pare com isso. – Ele se aproximou.

– Vai querer mandar em mim agora?! – Exclamei sem olhá-lo e voltei a bater na árvore.

Ele se aproximou mais e segurou meus braços por trás.

– Só não quero que desconte na árvore.

– Não estou descontando nada. – Eu disse ofegante.

Ele não me soltava e eu fiquei com raiva, me virando e o empurrando. Ele me olhava sem expressão.

– Só vai embora. – Disse.

– Naru...

– Vai! – Gritei.

– Não grita comigo por não saber o que você quer! – Ele disse irritado – Só o seu corpo é forte, você é fraca!

Rangi os dentes e o fuzilei com o olhar. Ele estava com o cenho franzido, me encarando. Cerrei e apertei o punho. Abaixei a cabeça, eu não era fraca. Eu posso me decidir! O olhei com os olhos ativados e ele ativou o Byakugan quando os viu.

– Melhor não fazer isso. – Ele disse.

– Quem você pensa que é? – O ameacei.

Me posicionei e o ataquei de repente. Ele desviou tentando me acertar, mas eu apoiei a mão no chão e o bloqueei com a perna. Ele me olhava sério e eu não acreditava que estava lutando com Neji a sério. Eu estava com raiva, queria socar a cara dele. Ele recuou e eu o ataquei de novo, acertando a árvore e quebrando-a quando ele desviou. Me virei com a palma armada e ele correu até mim para me acertar. Eu rangia os dentes e o bloqueei, segurando seu pulso e tentando acertá-lo, mas ele fez o mesmo comigo, nos fazendo nos encarar. Eu respirava ofegante enquanto nos encarávamos e fiz um movimento para tentar acertá-lo com a perna. O acertei de raspão, ele se afastou.

– Covarde! – Exclamei com raiva.

Ele franziu mais o cenho e me atacou pra valer. Fiquei surpresa mesmo também fazendo o mesmo e recuei para ele não me acertar em cheio. Saltei e acabei acertando o chão por ele desviar de novo. Um pouco de poeira levantou e nos olhávamos ofegantes. Ele me atacou e eu me protegi com os braços na frente, bloqueando seu golpe e fazendo um movimento para tentar acertá-lo. Consegui e ele bateu as costas na árvore, torcendo a expressão. Eu estava com tanta raiva dele, tanta raiva de mim! Meus olhos marejaram e eu fui em direção a ele para acertá-lo em cheio. Ele arregalou os olhos surpreso e os apertou, vendo que eu iria acertá-lo de verdade. Porém quando eu ia acertá-lo, bati em seu rosto de repente.

Neji me olhou surpreso e me viu chorando. Eu estava parada na frente dele, ofegante e com as lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele parecia não ter reação, apenas me olhava com a testa franzida. Apertei meus olhos e me virei, saindo andando. Ele se endireitou, desencostando da árvore e foi em minha direção. Eu chorava em silêncio e o senti me segurar pelos ombros, me fazendo parar de andar. Abaixei a cabeça e cerrei as mãos, mas as relaxei por não querer lutar mais, apenas queria ir embora. Ele correu as mãos e me abraçou. Fiquei surpresa, mas apenas chorei mais.

– Gomen... – Disse.

– Hum. – Ele balançou a cabeça – Gomen... Por te chamar de fraca. Você não é.

– Fisicamente.

– Iie.

Engoli a seco e levantei as mãos, tocando seus braços e os apertando levemente. Ele me abraçou um pouco mais forte e me senti aconchegada. Eu me sentia bem com ele, então por que ainda ficava em dúvida?

Ele não me soltava, não parava de me abraçar.

– Ne...? Hum. – Corei – Vou pra casa.

Ele não disse nada, apenas afrouxou o abraço e me soltou. Comecei a andar e não me despedi dele, porém num momento percebi que Neji andava logo atrás de mim. Parei em dúvida e o olhei como se perguntasse por que. Ele apenas se aproximou e passou por mim me olhando como se falasse “vamos”. Abaixei o olhar e voltei a andar. Quando chegamos à minha porta, o olhei enquanto a abria e dei um boa noite quase inaudível. Nem sei se ele escutou, apenas entrei e fechei a porta. Me escorei nela, estava começando a se tornar mania isso. Balancei a cabeça e fui fazer outra coisa.

...

Como eu havia feito compras depois que voltamos do treinamento com Jiraya-sama, ainda tinha várias coisas no meu armário e geladeira, porém eu optei por macarrão instantâneo por vários dias no meu almoço e jantar. Eu saía bastante de casa, pelo menos para andar, mas depois de lutar pra valer com Neji por ter ficado com raiva, me sentia mal em pôr o pé para fora e fiquei em casa por dias, desapareci da vila praticamente. Não tinha realmente nada para fazer dentro de casa, então eu a arrumava duas vezes por dia para me ocupar. Porém depois de dois dias não havia mais nada para arrumar. Eu acabara de tomar banho, estava com um short simples e uma blusa clara de alças finas. Penteava meu cabelo na frente do espelho no quarto e o prendi em um rabo de cavalo alto, ouvindo alguém bater na porta em seguida.

Fui para a porta da frente e a abri, ficando surpresa.

– Neji?

– *Konbanwa. – Ele disse calmo.

– Uhm... Nani...? – Disse sem entender.

– Queria saber se está bem. Você sumiu por uns quatro dias.

“Quatro dias?!”, exclamei mentalmente, “Perdi totalmente a noção do tempo...”.

– Etto... – Ele me olhava em dúvida, eu estava pensando demais e não o respondia.

– Uhm...! Gomen. – Eu disse – Eu estou bem. – Sorri levemente.

– Hum. – Ele assentiu. – Anou...

– Uh?

Ele desviou o olhar por um momento e coçou a bochecha levemente, olhando para mim de novo.

– Você já jantou?

– Hum, iie. – Disse sem jeito.

– Quer ir no Ichiraku?

– Hum, gomen. Mas eu já cozinhei. – Eu disse, não menti.

Antes de tomar banho eu tive um pouco de motivação e cozinhei *Sukiyaki e fiz *Dango. Fiquei sem jeito de deixar Neji ir embora depois de me convidar.

– Hum, ok. – Ele disse – Então ja ne.

– Neji! – Disse antes dele se virar – Anou... Eu fiz Sukiyaki, mas acho que fiz demais. – Dizia sem jeito – Então... Hum... Quer jantar comigo? – Perguntei sem ter coragem de olhar em seus olhos. Nem sabia se ele aceitaria, apenas perguntei.

– Hum, hai.

O olhei surpresa.

– Uhm... Hai. – Corei, desviando o olhar.

Me afastei para deixá-lo entrar. Fomos para a cozinha, que eu tinha vergonha por ser tão pequena, e disse que ele poderia se sentar. Não sei por que estava tão nervosa, colocava a comida nos pratos quase tremendo. Durante o jantar inesperado, nós conversamos e meu nervosismo desapareceu aos poucos. Perguntei como a mãe dele estava e também como a mãe de Hinata estava. Ele disse que elas estavam bem, que às vezes ia lá para treinar com Hinata. Me lembrei de quando encontrei Hinata e sorri, dizendo que fiquei feliz por ele estar treinando ela. Ele pareceu ficar sem jeito. Ofereci Dango a ele, que comeu.

– Hum. – Ele pareceu surpreso ao comer o primeiro.

– Uhm... Nani? – Disse nervosa – Está ruim? Gomen nasai...

– Iie. – Ele me olhou – Está gostoso.

O olhei surpresa e corei levemente, começando a comer também. Quando terminamos, eu o levei até a porta.

– Arigatou. – Ele disse, logo depois de calçar as sandálias ninja.

– Hum. – Assenti com a cabeça, sem jeito.

– Você cozinha bem.

Sorri levemente sem olhá-lo.

– Arigatou. Eu tive que aprender. – Deixei uma risada leve escapar.

– Conseguiu. – Ele sorriu.

Corei. Pensei que ele fosse embora naquela hora, mas Neji se aproximou e pegou gentilmente minha bochecha, me fazendo olhá-lo. Eu olhava aqueles olhos claros cor de lavanda e acalmei meu olhar. Ele aproximou o rosto e me beijou. Pus a mão no peito dele, não entendi por que ele fez isso. Foram vários selinhos demorados até ele me encostar na parede, continuando. Ele parou ofegante, encostando a testa na minha.

– Gomen... – Ele disse ofegante.

– Por que disse aquilo e fez isso? – Perguntei ofegante sem olhá-lo.

Ele balançou a cabeça, mas não disse nada.

– Queria que você se decidisse logo. – Ele disse de repente, me beijando de novo.

Apertei sua roupa enquanto o beijava e enquanto ele colocava a mão na minha cintura e a outra ao redor de mim. O beijo estava intenso e demorado, até ele parar de repente.

– Gomen... – Ele disse ofegante de novo – Eu... Vou pra casa.

– Hai... – Disse ofegante.

Ele me deu boa noite e foi embora. O que Neji fez me fez pensar que ele gostava mesmo de mim. Ele não beijava qualquer uma e eu nunca o vi interessado por outra pessoa. Fui dormir pensando nele e em como minha dúvida diminuía quando eu estava com Neji. Principalmente quando o beijava! Quando ele ia embora tudo voltava e minha confusão apenas aumentava. Mas uma coisa eu sabia: o beijo dele me fazia ter certeza.


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Notas finais do capítulo

E aí? hihi