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Nossa... Quase três anos depois!

...

Jiraya-sama, Naruto e eu andávamos na estrada de volta para casa. Konoha! Naruto estava mais alto e seu cabelo cresceu um pouco. Eu era agora um pouco menor que ele e meu cabelo crescera e passava agora do ombro. Nesses últimos anos eu pensara bastante sobre quem eu era: Hyuuga ou Uchiha. Na verdade eu era os dois, e tinha orgulho disso! Porém no meu colete eu usava o símbolo do clã Uchiha, o clã do meu pai. O conselho Hyuuga, e a maioria deles, não me viam como parte do clã. E como eu nunca conheci meu pai, mas tinha orgulho de quem ele foi pelo o que o Terceiro Hokage disse a mim uma vez, decidi usar o símbolo que o representava para mim. Mesmo sem conhecê-lo, eu o amava. E de uma forma ou de outra as pessoas saberiam que eu era metade Uchiha em vista que não usava mais o tapa-olho no meu olho direito. Nesses três anos, Naruto pegou meu tapa-olho uma vez e o rasgou completamente, sem me deixar comprar outro. Então eu parei de usar por fim.

Fitei o grande portão e meus olhos ganharam um brilho nostálgico.

– Não mudou nada. – Disse maravilhada.

Passamos pelo portão e dois ninjas estavam na barraca da entrada. Eles nos fitaram sem acreditar e ficaram perplexos.

– Kon’nichiwa, Izumo-san, Kotetsu-san! – Exclamei alegre.

Os dois ficaram boquiabertos enquanto passávamos por eles. Me voltei para frente com um sorriso empolgado. Nos distanciamos e Kotetsu-san levantou com um sorriso.

– São eles...?

– Hai, sem dúvida! – Izumo-san exclamou.

Andamos pelas ruas e Naruto deixou a mochila no chão, subindo num poste em seguida. Olhei para ele e Jiraya-sama deixou uma risada escapar.

– Ele já está empolgado, ne.

– Run. – Disse.

– Minna! – Ele exclamava do poste – Uzumaki Naruto está de volta!

– Exibido! – Exclamei do chão.

Fiz bico de braços cruzados e virei o rosto. Sakura e Konohamaru chegaram correndo olhando para cima sem acreditar.

– Sakura! Konohamaru-kun! – Exclamei sorrindo.

– Naru-chan?! – Ele exclamou.

– Naru-chan... – Ela me fitou e parecia tentar me reconhecer – Sugoii... Você está tão diferente!

Abri um largo sorriso.

– Arigatou!

– Quando vocês chegaram?

– Agora a pouco.

Naruto pulou e aterrissou no chão, passando por mim e quase me empurrando. Franzi o cenho e quis socar a cara dele!

– Sakura-chan! – Ele deu um largo sorriso.

– Naruto! – Ela sorriu – Hum, você ficou mais alto que eu! – Ela disse, reparando.

– Eh? Hum... Verdade. – Ele percebeu.

– Então? – Ela corou um pouco – Eu pareço mais feminina agora?

– Tudo bem! Você não mudou nada! – Ele sorriu fazendo um sinal positivo.

Sakura fez uma cara indignada e eu pus a mão na frente do rosto. “Idiota...”, pensei. Jiraya-sama fez cara de tédio.

– Naruto-niichan!

Olhamos para Konohamaru e ele fez o Jutsu sexy para mostrar a Naruto, o que fez consequentemente Jiraya-sama arregalar os olhos e eu a fazer cara de tédio, indignada com aquilo. Konohamaru voltou ao normal e Naruto deixou escapar um riso.

– Konohamaru, não sou mais criança. – Ele disse sério – Você deveria parar de usar essas técnicas também.

Fiz cara de tédio e Sakura pareceu impressionada e logo depois admirada. Run! Como se aquele baka fosse maduro mesmo!

– Esse Jutsu é tão simples! – Naruto exclamou indignado de repente – Veja! Meu mais recente ninjutsu erótico!

Fiz cara de tédio e Sakura deu um soco nele antes mesmo dele completar a técnica. Arregalei os olhos, vendo-o parar longe. Konohamaru-kun e os amigos ficaram com medo e agarraram Jiraya-sama. Enquanto Sakura quase gritava com Naruto, eu suspirei já suspeitando que isso fosse acontecer e fui até Jiraya.

– Jiraya-sama.

– Hum? – Ele me olhou em dúvida.

– Vou procurar os outros, ne? – Tombei levemente a cabeça com um sorriso alegre.

– Hum, hai. Depois disso, nós vamos até Tsunade. – Ele disse com uma gota de suor escorrendo de sua testa.

– Hum, hai. – Sorri.

– Depois vá falar com ela também. – Ele disse fitando aquela cena.

– Okay. – Cantarolei dando um leve aceno com sinal de paz.

Jiraya-sama ficou com eles e eu saltei, desaparecendo. Infelizmente, na verdade, eu não tinha resolvido exatamente meu dilema com Gaara e Neji. Acho que até estava pior... Porém eu sabia que precisava resolver logo. Eu estava com saudades de todos, mas queria ver principalmente Neji! Eu cresci e mudei, e pelo que ele me disse naquela época, queria ficar mais forte. Ele tinha um novo objetivo e eu esperava encontrá-lo logo! Corri por quase toda a vila, mas não o encontrei. Suspirei e fui para casa, percebendo que não a via há muito tempo. Cheguei e abri a porta animada, mas apenas encontrei poeira nos móveis. Arregalei os olhos sem reação, fiquei muito tempo fora de casa mesmo.

– Acho que eu vou arrumar isso depois... – Disse com uma gota de suor escorrendo da minha testa.

Pus a mochila na cama e saí de novo, percebendo que nada mudara lá. Saltei pelos telhados e fui para o monumento Hokage. Apoiei as mãos nos joelhos analisando a vila com um sorriso. Estava tudo tão normal, parecia que nada havia mudado e nem o tempo passado. Sorri e fitei a mansão Hokage, imaginando se os outros já estavam lá. Apertei os olhos e ativei o Byakugan ao ver algo suspeito, um ponto verde na rua. Aproximei minha visão e vi Lee. Desativei o Byakugan e sorri, pulando do monumento e aterrissando na mansão Hokage. Corri e saltei de novo, tendo quase certeza que a Hokage me viu da janela. Aterrissei na rua e virei algumas esquinas até chegar onde Lee estava.

– Lee! – O chamei correndo.

Ele virou em dúvida e eu vi seu colete, o que mostrava que ele era um Chuunin.

– Naru-chan! – Ele exclamou surpreso, sorrindo.

– Sugoii! – Parei na frente dele, impressionada – Você está tão alto!

Lee estava muito alto, acho que tinha dez centímetros a mais que eu. Nossa! Antigamente ele era apenas um pouco mais alto que eu...

– Hai. – Ele disse rindo – Mas Neji é mais alto que eu, mesmo que um centímetro... – Ele deu um risinho sem graça.

Eu ri.

– Ah! Você é um Chuunin, ne! – Perguntei animada.

– Hai! – Ele esticou o braço, fazendo um sinal positivo – Você também pode usar o colete! Passou na prova naquela época, ne.

– Hai. – Sorri, me lembrando de que Naruto era o único genin da nossa idade. Que droga... – Uhm... Anou... E Neji?

– Hum? – Ele me olhou em duvida e sorriu – Jounin.

Abri um sorriso admirado.

– Sugoii! – Deixei escapar, quase ficando boquiaberta.

– Oe, Lee! – Alguém o chamou – Estava procurando você.

Ouvi aquela voz grave e paralisei, abrindo um sorriso aos poucos. Mordi o lábio inferior para me conter e me forcei a parar. Lee olhou para ele sorrindo levemente e eu me virei, fitando-o. Neji estava tão diferente... E eu sorri por isso.

– Uhm...! Naru?! – Ele me fitou surpreso.

– Tadaima. – Cantarolei tombando levemente a cabeça e dando um sorriso alegre.

Ele me olhou surpreso. Neji estava diferente mesmo! O cabelo dele estava solto, mas ainda preso na ponta. Ele usava a bandana na cabeça e sua roupa estava totalmente diferente, roupas tradicionais do clã. Uma blusa branca com mangas soltas, fechada no ombro direito e com um zíper no mesmo lado. Calças combinando com um avental cinza na cintura que se abria na frente e atrás, e sandálias shinobi escuras. Percebi que ele não usava mais ataduras e sorri admirada.

Ele me olhava sem parar, parecia surpreso com uma ponta de admiração. Lee o chamava e começou a rir baixo quando ele não respondeu. Me aproximei e me inclinei levemente acenando devagar na frente do rosto dele.

– Nii-san? – Perguntei em dúvida.

– Uhm...! – Ele despertou – Quando você chegou?

– Agora de manhã. – Sorri.

– Hum... Está diferente. – Ele disse sem jeito.

Abri um sorriso, eu havia mudado mesmo. Meu cabelo preto crescera e agora estava um pouco mais longo, passando dos ombros. Eu o deixava solto usando a bandana na testa agora. Usava botas shinobi que eram abertas na parte dos dedos, atadura na coxa direita, luvas que deixavam os dedos à mostra, um short branco, blusa branca com detalhes vermelhos na barra e na barra das mangas, que chegavam até a metade do antebraço. Eu usava o colete preto por cima da blusa, que era amarrado em várias voltas por uma faixa azul-marinho na minha cintura e onde eu prendia minha katana. O colete era aberto e longo na parte de trás, onde era divido em dois. Antigamente eu não usava o colete, apenas o short e a blusa, segurando a espada na mão mesmo.

Neji ainda me olhava e eu comecei a corar um pouco.

– Anou! – Exclamei para despertá-lo – Você é Jounin, ne! Sugoii!

Ele piscou os olhos e sorriu.

– Hai.

Vi aquele sorriso gentil e corei, abaixando o olhar com vergonha.

– Hum.

– Neji, o que você queria falar comigo? – Lee perguntou.

– Uhm... – Ele o olhou – Gai-sensei está te procurando.

– Ah... – Lee disse – Ok.

Ele começou a andar, passando por nós.

– Ja ne! – Cantarolei.

Ele deu um aceno para nós e foi embora. Deixei um sorriso escapar e fitei Neji, que olhou para mim.

– Nee? – Peguei na mão dele – Vamos?

– Hã?

– Eh? – O olhei em dúvida e sorri – Para o nosso lugar, baka! – Ri.

– N-Nani?!

– Hum... – Resmunguei – Pára com isso! Anda logo!

O puxei e começamos a andar. Não sei o que aquele hentai pensou, mas o levei para o lugar onde treinávamos quando ele me ajudava. Quando chegamos Neji pareceu suspirar aliviado. Fui até uma árvore e tirei a katana da faixa na minha cintura, apoiando-a na árvore e começando a desenrolar a faixa, pondo-a ao lado da espada junto com o colete, que tirei também. Comecei a tirar minhas luvas calmamente e Neji começou a suar nervoso. O olhei de relance e o olhei de novo, franzindo a testa. Me virei para ele, largando as luvas junto as outras coisas.

– O que pensa que vamos fazer, hentai?

– Uhm...! Nada! – Ele exclamou franzindo a testa, mas tive quase certeza que o ouvi engolir a seco.

– Bakayarou... – Resmunguei, me aproximando dele – Você disse para eu ficar forte para quando voltasse lutássemos. Pensou que a gente ia lutar de outro jeito? – Virei o rosto, corando levemente – Baka.

– Uh?! – Ele ficou surpreso e franziu a testa olhando para o lado, corando – Você mudou mesmo.

– Run! – Resmunguei, cruzando os braços.

Ele deu um peteleco na minha orelha de repente e o olhei boquiaberta com a mão na orelha.

– Mas ainda é uma garota. – Ele me olhou com um sorriso vitorioso.

Fiz cara de tédio e tentei empurrá-lo, mas agora ele era mais alto que eu. Continuei tentando e só o escutava rindo.

– Fraquinha. – Ele ria.

– Oe! – Parei e o encarei.

Me virei e andei um pouco, desabotoando minha blusa branca e a jogando para onde minhas coisas estavam. Por baixo dela eu usava uma blusa de alça justa e preta. Neji me olhou surpreso, eu cresci mesmo. Fiquei em posição e o encarei.

– Vamos lutar, hentai-niisan. – Sorri confiante.

Ele deixou escapar uma risada e ficou em posição.

– Ne.

– Hum?

– Você fica bonita sem o tapa-olho. – Ele disse.

– Uhm... – Corei.

Ele riu e me atacou. Trapaceiro! Ativei meus dois olhos e o olhei fixamente. O chakra circulava pelo corpo dele com uma forte e quantidade que eu tive que admitir que ele havia realmente crescido. Neji realmente ficou forte! Ele quase me acertou com a palma e eu desviei, tentando acertar seu estômago, porém ele bloqueou. Quando ele me olhou nos olhos, eu sorri. Ele me acertou e me jogou para longe, fazendo com que eu me arrastasse no chão.

– Daijoubu? – Ele perguntou ainda em posição.

Eu ri baixo e levantei. Neji me olhou em dúvida e surpreso. Eu estava na frente dele com os braços abaixados, postura normal. Ele me olhava em dúvida e apertou os olhos em minha direção. Várias de mim começaram a aparecer de repente e o encaravam.

– Nani, nii-san? – Nós dissemos em coro – Quem é a real? – Deixamos escapar uma risada.

Ele ficou surpreso e ativou o Byakugan de novo. A do centro era eu, o que o fez conseguir quebrar meu genjutsu do Sharingan. Quando ele o quebrou eu surgi na sua frente, pronta para lhe dar um soco. Ele bloqueou com os braços na frente ao rosto e arrastou o pé, eu não era tão “fraquinha”. Ele deu um meio sorriso mostrando os dentes e abriu os braços me afastando. Aterrissei no chão e fui para cima dele de novo, mas ele girou e me deu um soco, seguido de um chute. Quando me arrastei no chão, desapareci em meio a fumaça.

– Bunshin... – Ele sorriu com o cenho franzindo.

Olhou para os lados, desconfiado e viu uma sombra no chão, aumentando cada vez mais. Ele olhou para cima e eu caí nas costas dele, prendendo-o com as pernas em sua cintura e os meus braços por debaixo dos braços dele, impedindo seus movimentos. Ele tentou se soltar, mas eu o segurava.

– Lutou bem. – Ri.

– Run... – Ele resmungou.

Pensei que tinha ganhado, mas ele usou o Kaiten e girou muito rápido, o que me fez soltar os braços e segurar nele. Quando Neji parou, me pegou pela blusa e me jogou no chão. Exclamei quase perdendo o ar.

– Run. – Ele deu um meio sorriso e parou de repente, me olhando surpreso.

– Hum... – Resmunguei, me sentando – Nani?

Ele desviou o olhar de mim e eu o olhei em dúvida, mas ao abaixar meu olhar vi uma das alças da minha blusa abaixada, mostrando parte do meu sutiã.

– Hum! – A levantei rápido com os olhos arregalados, corada.

Ele me olhou de novo e deu um sorriso. Veio até mim e agachou na minha frente.

– Ainda é uma garota mesmo. – Ele riu.

Fiz cara de tédio e o empurrei, conseguindo derrubá-lo. Ele fez cara de tédio e eu dei um sorriso vitorioso. Continuamos a lutar e vi claramente que ele ficara mais forte. Porém eu também não havia levado esses três anos na brincadeira. Ele tentava me acertar com palmas e desviava dos meus ataques, bloqueando-os e fazendo o contra-ataque. Eu tentava chutá-lo, socá-lo, acertá-lo com palmas e desviava ou bloqueava seus ataques. Ao final da nossa tão aguardada luta, estávamos sentados no chão escorados na árvore, cansados. Eu já me arrumara de novo e olhava para o céu estrelado, ofegante e pensando como foi legal lutar com ele.

Deixei uma risada escapar e Neji me fitou em dúvida.

– Nani? – Ele riu.

– Nada. – Sorri – Hum, acho que vou pra casa.

– Nande?

– Limpar antes que fique tarde, já é de noite.

– Ah...

O olhei em dúvida.

– Nani? – Deixei escapar uma risada.

– Hum... Nada. – Ele pensava – Pensei que como você ficou muito tempo longe não teria comida em casa ainda.

– Ah... Verdade. – Me lembrei desse detalhe – Hum, então... – Levantei – Melhor eu comer logo.

– Hum.

Eu ia começar a andar, mas de repente Neji pegou minha mão e me puxou, me fazendo exclamar pelo susto e ajoelhar na frente dele.

– Etto...!

Ele me olhava fixamente, me fazendo corar. Pegou a ponta do meu cabelo e passou os dedos como se a sentisse.

– Uhm... Nii...san?

– Ne, você...

– Quero ramen! – Exclamei nervosa, olhando-o.

Ele deixou escapar uma risada.

– Hai. – Disse, se levantando e pegando minha mão para me ajudar a me levantar.

Quase suspirei de alívio. Fomos ao Ichiraku Ramen e jantamos juntos. Pensei em deixar minha visita a Tsunade-sama para o dia seguinte. Neji e eu conversamos e ele parecia gostar de como eu estava agora. Animada, comunicativa, não me encolhia mais e o respondia na hora. Eu também estava feliz e ainda mais por ter voltado. Não sei por que, mas ele me levou em casa. Andávamos lado a lado, eu corada e ele com o olhar calmo. Neji se despediu e eu dei um sorriso gentil. Ao fechar a porta e estar dentro da minha casa, senti o vazio da solidão. Mas... No fundo... Acho que eu não estava tão sozinha. Escorei na porta e me lembrei desse dia que acabara de terminar. Neji mudou também... Ele estava ainda mais gentil comigo do que antes. Esperava que também estivesse melhor com Hinata. Queria vê-la logo, saber o quanto ela cresceu também. Fiquei fazendo uma lista mental de quem queria ver e saber como estava. Aos poucos me peguei pensando em Gaara e fiz uma expressão de dúvida. O que... Será que ele estava fazendo?