Após terem se deliciado com os sanduiches feitos por Yakai, Kiah, Caleb e Elala decidiram retirar o cartão de memória da robô japonesa para coletar as tais informações.

Caleb estava maravilhado com a tecnologia de Yakai: quando ligada, a robô parecia ser uma humana de verdade, mas desligada, podia-se ver que a pele macia na verdade era sintética, e que os olhos cheios de vida dela não passavam de luzes.

—Muito interessante. — Caleb disse. — Como será que fizeram isso?

— E nós iremos saber? — Elala zombou.

Yakai estava sentada em um balcão, ela estava reta e parecia ser uma estatua, ou apenas uma action figure gigante de algum anime.

Elala havia inserido o cartão de memória na cpu de um dos computadores, e para que pudessem ligar Yakai logo, ela copiou todas as informações dela, inclusive as que ela recebeu ainda no laboratório que havia sido construída.

— Acham que é mesmo Big Question que constrói as maquinas ou tem pessoas que as constroem para ele? — Caleb perguntou.

—Imagino que ele não vai sujar as mãos dele para construir bio-robôs. — Kiah respondeu sem sequer olhar para o capitão.

Caleb bufou e se aproximou da tenente. Kiah, que estava de costas para ele, apenas sentiu o braço do capitão passar pela sua cintura, desta forma, abraçando-a.

Kiah sentiu as bochechas queimarem e ela não tinha coragem de olhar para o lado e encarar Caleb.

—Pronto. — Elala disse. — Coletei todas as informações de Yakai, tudo nestes dois anos de vida dela. Já podemos colocar nela e...

Elala se virou e viu Caleb numa tentativa um tanto frustrante de abraçar Kiah, e a tenente, é claro, parecendo uma estatua com a cara vermelha.

—Vocês... Querem que eu saia? — Elala perguntou.

—Se sair, morre. — Kiah respondeu.

Elala segurou o riso e caminhou até Yakai para recolocar o cartão de memória e a ligar.

Enquanto Elala tentava religar Yakai, Kiah conseguiu dar um jeito de se afastar do capitão, assim, ficando perto de Yakai e Elala.

Yakai começou religar, os olhos dela acenderam e vários códigos surgiram nele. Alguns segundos depois, a robô já estava ligada e feliz outra vez.

—E então, deu tudo certo? — Yakai perguntou.

—Sim, logo eu irei ver as informações. — Elala respondeu.

Yakai fez uma reverência e se retirou.

—Que tipo de coisa será que tem ai ein? Deve ser algo muito importante, para que a programação dela não permitir dizer... — Caleb comentou.

—Deve ser alguma informação da Vaton 66-1000, e esse deve ser o motivo dela estar abordo. — Elala disse.

—O que não faz sentido é a programação dela não permitir, se ela esta abordo por causa das informações, porque é proibida de dizê-las? — Kiah observou.

—Bom... Só foi uma sugestão... — Elala respondeu.

—De qualquer maneira iremos te deixar trabalhar sozinha, se achar algo, entre em contado conosco — Caleb disse e se retirou.

Kiah fez o mesmo, mas foi pela direção contrária da de Caleb, para evitar mais casos como o de uns instantes atrás.

Alguns instantes depois...

Kiah estava na sala de simulação, mas, desta vez, ela estava muito distraída e não conseguia atingir todos os bio-robôs.

Caleb estava na Sala de Comando sentado na sua cadeira, fazendo o que sempre fazia: dar ordens e relaxar. A tranquilidade de ambos acabou quando Elala os chamou pelo comunicador. A tenente e o capitão correram para a sala de computação, e encontraram Elala com os braços cruzados.

—Acho que temos um caso sério aqui. — Ela disse sem esboçar um sorriso.

—O que descobriu? — Caleb perguntou.

— Jackson Danmes é pai do tal Capitão Thief, que foi preso pelos seus crimes, mas escapou da prisão, mas creio que ele não seja o Big Question, creio que ele tenha sido só um ajudante. — A jupteriana respondeu.

Kiah e Caleb trocaram os olhares surpresos, e depois voltaram a encarar Elala que estava séria.

— Big Question atacou e fez aprimoramentos nos bio-robôs enquanto Thief estava preso, e quando o filho da mãe escapou da prisão, disse ao pai que havia se arrependido e pediu para que ele o levasse a Vaton 66-1000, e de acordo com os dados, Jackson o levou.

—Mas até que ponto esta história é verdadeira? — Kiah questionou. — Barthas também era criminoso, como iremos saber se tudo isso é verdade? Se Jackson foi mesmo a vitima?

— Kiah tem razão, deve ter mais informações. — Caleb disse.

— De qualquer maneira, Thief tem culpa nesta história, e ele está preso no planeta Saturno, na maior prisão intergaláctica. — Disse Elala. — Ele deve ter mais informações, e quando digo mais, quero dizer muito mais mesmo.

—Então acho que iremos para Saturno. — Disse Caleb antes de se retirar.

Kiah encarou Elala e suspirou.

—Acha que parte da EI é corrupta? — A tenente perguntou.

—Eu não sei, mas tenho medo que Big Question seja alguém muito poderoso e que ele esta mais perto do que imaginamos. — Elala respondeu.

Caleb caminhava de forma firme enquanto dava ordens para a sala de comando para que eles aumentassem a velocidade e mudar a rota para Saturno.

—Não me importa se fizemos uma pausa há pouco tempo! — Gritava Caleb no comunicador preso a sua orelha. — É importante irmos a Saturno e depressa! Big Question pode atacar a qualquer momento!

Kiah olhou para o chão e depois perguntou a Elala:

— Acha que Jackson também foi ajudante de Big Question?

— Sabe que você tem razão? A Vaton 66-1000 tinha uma segurança incrível! Acho que podemos levantar esta hipótese. — Elala respondeu.

— Então acho melhor você continuar olhando estas informações, Elala. — Kiah disse e se dirigiu a porta. — Boa sorte.

Kiah saiu da sala de computação e foi para o seu quarto. Por mais que a sua cabeça pedisse para ela voltar à sala de simulação, o corpo pedia a cama.

Alguns instantes depois...

Kiah estava deitada na sua cama, Caleb estava sentado na sua cadeira de capitão, Elala mexia freneticamente num computador para descobrir mais informações sobre o ataque a Vaton 66-1000, e Yakai esperava alguém dar alguma ordem.

A nave estava calma, e cada tripulante fazia o que tinha que fazer. Menos Kiah. Kiah queria ficar deitada na cama até suas costas doerem ou até ela começar a sentir fome.