Laissez-aller escrita por Eckl


Capítulo 8
House Party


Notas iniciais do capítulo

Nesse oitavo capítulo, fiz apenas o resumo do after party. No que resultou a festa? Como cada um dos nossos heróis acabou a festa? Mas algumas perguntas ainda ficaram sem respostas. E essas só serão dadas nos próximos capítulos. A partir daqui a história começará a andar de vez.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629393/chapter/8

Aquela manhã não fora um típico amanhecer após uma house party das proporções da que Davi dera. Geralmente a alvorada pós-noitada vinha acompanhada de ressaca, falta de memória, vômito e uma estranha sensação de arrependimento. Não aquela. No chão da garagem, umas mulheres limpavam vômito e esfregavam algumas manchas de sangue do chão, outras recolhiam garrafas e copos enquanto outras se ocupavam dos demais aposentos. Tudo ali era prato cheio para qualquer fofoqueiro. Na sala um casal dormia pelado no tapete. Na cozinha um garoto estava desmaiado com um cachimbo improvisado ao seu lado. E por vários cômodos se podia encontrar jovens jogados.

No quarto do anfitrião, cuja porta ainda estava trancada, Maria Joaquina mexia os quadris freneticamente e gritava de prazer enquanto Cirilo a segurava pela cintura e dava fortes palmadas nas nádegas de sua namorada. Ambos não se importavam com o barulho que faziam, tampouco com as faxineiras que batiam na porta para poderem entrar e obtinham gemidos em resposta. Na suíte principal da casa, Davi e Valéria dormiam juntinhos e suas peças de roupas estavam espalhadas por todo o aposento. A garota sorria e murmurava o nome do namorado, enquanto ele a abraçava apertado.

Em dos banheiros do andar de cima, Bibi dormia sentada ao lado do vaso sanitário. O espelho jazia em pedaços ao chão, as toalhas estavam todas manchadas de sangue, assim como uma tesoura metálica que por ali estava. As coxas da menina estavam manchadas de um vermelho quase tão vivo quanto o de seus cabelos. Os caminhos negros em seu rosto indicavam que as lágrimas caíram por ali e levaram partes de sua maquiagem junto. Num dos quartos de hóspedes, Carmem dormia tranquila com a cabeça sobre o peito de Adriano, que, apesar de parecer cansado, estava acordado aproveitando aquele momento que ele sabia que não duraria muito mais. Ele absorvia o cheiro do cabelo da garota, o toque de sua pele e cada segundo daquele instante. Em outro quarto, Mário e Daniel dormiam como se nada mais no mundo importasse além do outro.

No único quarto do andar de baixo, o quarto da doméstica, Jorge dormia de conchinha com um rapaz, ambos sem trajar nenhuma peça de roupa. Ele gostou da sensação de ser abraçado daquela maneira e se achegava mais e mais para perto de quem quer que fosse. Ele estava tão acostumado a ser emocionalmente rejeitado e a garotos o procurando apenas por uma noite que aquela sensação era a mais sublime que ele já tivera. Foi só quando ouviu muito tempo depois a voz de Jaime sussurrando “Bom dia, Jorginho” em seu ouvido que ele se levantou. E se levantou em um susto. Perplexo, ele não sabia se estava mais chocado por ter dormido com o outro ou por ter gostado de estar com o menino. – O que... você... o que... eu e você... oh my gosh! O que foi que eu fiz? – Ele pegava suas roupas pelo quarto e as vestia rápida e desajeitadamente enquanto Jaime fazia piadas galantes. – Se você contar pra alguém o que aconteceu aqui, eu juro que acabo com você. – Ameaçou o riquinho.

— Você já fez isso. Na noite passada, lembra? – Respondeu o mais atlético com um sorriso satisfeito. Ainda sem roupa e deitado, Jaime parecia não se importar com tal ameaça.

Go fuck yourself!— Jorge disse tentando parecer furioso. Mas as lembranças da noite anterior começaram a parecer mais claras e ele ruborizava a cada flash de memória. – Será que tudo pra você é uma piada?

 – Não. A noite passada não foi. – Dizendo isso, ele puxou Jaime gentilmente Jorge pelo braço. O outro não ofereceu resistência. Jaime então o abraçou pela cintura e o beijou. E ambos voltaram para a cama com aquele beijo.

Na residência dos Guerra, mais exatamente no quarto do Paulo, Laura acordou com uma sensação de satisfação. As lembranças da noite fizeram com que ela abrisse um sorriso, mas ele logo desapareceu quando ela notou que o rapaz não mais estava ali. Um bilhete ele deixara sobre um criado-mudo. “Lala, tive que sair bem cedo. Acho que a Inês já vai ter feito o café da manhã, se quiser é só comer antes de sair. Não volto pra casa até a noite. Valeu pela noite, Paulo.” Ela se enfureceu mais uma vez e sem Bibi ali, a coitada da Inês, a doméstica da casa, sofrera as consequências quando a garota lhe atirou um prato com waffles. No quarto de Marcelina, a garota acordou com a luz do sol que entrava pela janela. Abriu os olhos devagar e qual não foi a sua surpresa ao ver Alícia ali com uma bandeja de café da manhã e um sorriso alegre. – Alícia, o que você tá fazendo aqui? – Perguntou Marcelina. A explicação veio enquanto ambas tomavam café da manhã. E depois veio um filme, pipoca e conversas e mais um filme e elas acabaram por passar o dia inteiro juntas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram, minha gente? Espero que sim! Pequei muito? Deem-me suas impressões para que eu continue com o trabalho. Alguma sugestão? Se sim, é só deixar nos comentários. Agradeço quem acompanha a fic. Sério, eu fico muito feliz por ter pessoas realmente lendo o que eu escrevo. Muito obrigado mesmo, gente! Adoro vocês pra caramba!

Não esqueçam de darem uma lidinha nas minhas outras fics. Deem uma olhadinha. Não custa nada.

☞ ecklsplace.tumblr.com ☜



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laissez-aller" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.