Laissez-aller escrita por Eckl


Capítulo 6
Jaime


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aqui vai o segundo capítulo. Dessa vez, Jaime será o foco. Os dois capítulos ficaram meio curtos, eu sei, mas é que eu precisava dessas duas introduções para dar os próximos passos com a história. Espero que esteja do agrado de meus caros leitores. Não esqueçam de passar no tumblr para lerem os capítulos dessa fic mais cedo e das minhas outras fics também. >> ecklsplace.tumblr.com



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Era sempre daquela mesma maneira que as festas mais divertidas acabavam: com Valéria ou Maria Joaquina dando ataques de ciúmes em proporções estelares ou com Paulo ou Adriano caindo pelos cantos bêbados, drogados ou ambos. De maneira ou de outra, era sempre Jaime quem dava um jeito de intervir, fosse para segurar as amigas e afastá-las de quem quer que fosse o alvo de suas selvagerias ou para erguer os amigos do chão e carrega-los até um local mais seguro. Era sempre o prestativo Jaime ajudando os amigos em suas enrascadas e confusões, por isso era ele quem continuamente deveria estar menos desligado e geralmente presente.

Jaime crescera com aqueles mesmos amigos e por eles nutre um amor imenso, por isso o fato de sucessivamente precisar estar por perto não o incomoda. O coração do rapaz é abundantemente grande e bondoso e pelos companheiros faz o que for necessário. O que não o impede de aproveitar a juventude como só ele gosta. Palillo é um rapaz que sofreu enormes mudanças no decorrer de sua infância e adolescência. Quando menor, era o balofo da turma, o burro e o que não suportava estar na companhia de garotas por muito tempo. Atualmente é o mais atlético, deveras inteligente e garotas eram parte importante de sua vida.

Na house party de Davi, depois que a Valéria armou toda a confusão, Jaime ficara no quarto onde Mário estava, afinal aquele era seu melhor amigo no mundo todo. No momento em que a garota o acertou e ele caiu inconsciente, o rapaz Palillo, além de Daniel, foi, sem segundos pensamentos ou hesitação, em auxílio dele e depois a segurar a amiga enfurecida e a seguir a carregar o desfalecido até a cama em que ele estava atualmente.

— Hey, bro, tá tudo certo? Ainda tá vendo as coisas em dobro? – Jaime se aproximou de Mário para checar se o amigo estava bem depois do que pareceram horas, afinal Carmem já havia saído atrás de Adriano há bastante tempo.

— Tá tudo bem. Só uma dorzinha chata na cabeça, mas acho que vai passar assim que eu dormir um pouco. – Mário, aproveitando-se que os outros amigos estavam distraídos, sussurrou um pedido para o outro. – Faz um favor? A Valéria tá começando a me chatear com tantos pedidos de desculpa. Eu já desculpei, mas ela não acredita e... Enfim, eu quero ficar um pouco sozinho com o Dani e não quero ser o motivo do fim da festa, então leva geral lá pra baixo, por favor.

— Pode deixar. – Respondeu Jaime com um sorrisinho de canto. – Aê, pessoal, acho que o Mário tá querendo dormir um pouco e tem uma puta festa lá embaixo, então vamos geral pra lá! O Daniel é mais que suficiente pra cuidar dele. – E assim ele foi gentilmente empurrando um por um pra fora do quarto. Antes de fechar a porta atrás de si, deu uma piscadela fraternal para Mário e foi-se.

As pessoas lá embaixo estavam completamente envolvidas nas batidas das canções ali tocadas e no que quer que eles estivessem misturando com as bebidas. Era como se toda aquela confusão não tivesse acontecido ou como se as memórias de curto prazo deles estivessem seriamente em perigo devido à falta de vontade de se importar ou por culpa das substâncias que eles estavam pondo para dentro do corpo. Os pés se mexiam num ritmo frenético e os indivíduos se balançavam aparentemente felizes. Jaime se deixou levar rapidamente pelo ambiente e em pouco tempo já estava dançando com duas garotas em algum tipo de sanduíche adolescente bailante. Em instantes, latas de cerveja e vodca foram consumidas pelo rapaz que já agarrava habilidosamente as duas garotas com ambas as mãos segurando nádegas.

Por ali, Maria Joaquina e Cirilo acharam melhor se sentar um pufe qualquer para aproveitarem a companhia um do outro. Entretanto eles mais pareciam uma massa fundida tal qual era o nível de proximidade do casal. Beijos quentes e mãos em locais indevidos não estavam ausentes e, se não fosse pela música em volume alto, todos ali conseguiriam ouvir os sons prazerosos que Maria deixava escapar. Valéria e Davi dançavam como se nada tivesse acontecido, como se nenhuma tensão entre eles houvesse ocorrido há pouco tempo. Paulo, como de costume, se pôs em um dos cantos com uma garota qualquer e lá ficou a dedilhar o entrepernas dela enquanto perdia o fôlego em beijos demorados.

O típico círculo de espectadores que acontece em festas quando alguém está sendo um espetáculo particular se formou para Jaime e as meninas, que além de dançar agora se beijavam e lambiam eroticamente em frente a todos que desejassem assistir. A camisa do jovem Palillo já não mais estava à vista de ninguém e uma das suas parceiras entrelaçou a perna estrategicamente no quadril do garoto para facilitar a bailado voluptuoso do trio.

Toda a cena parou quando os três resolveram terminar aquilo em algum lugar mais privado. No caminho, Jaime avistou a figura de Jorge adentrar o local da festa. Indicando o local para as meninas, ele as mandou ir na frente e se dirigiu até o rapaz com uma expressão tão sorridente que nem parecia que ele estava indo falar com o riquinho que eles tanto evitavam.

— Jorge, mano! Não achei que você fosse aparecer aqui. Veio fazer o quê?

— Isso aqui é uma festa, não? O que você acha que eu vim fazer? – Respondeu o outro sem nem encarar seu interlocutor. Ele procurava o rosto de Mário ou algum mais interessante.

— Hey, não precisa ser grosso! Só quis dar as boas vindas, já que eu tenho certeza que ninguém mais faria isso. – Jaime falou sem nem tirar o sorriso do rosto.

Whatever, Jaime... – As palavras desapareceram momentaneamente quando Jorge ergueu o olhar e viu o torso atlético de Jaime ali exposto regado com um belo e sincero sorriso. – ... Uhm... Você... Uh... – Depois de alguns milésimos de balbucios incompreensíveis e olhares quase devoradores direcionados ao garoto a sua frente, Jorge finalmente falou algo que fazia sentido. Pena que não foi exatamente o que ele queria. – Porque diabos você está sem camisa?

— Ah, isso? – Palillo riu e passou a mão sensualmente pelo tórax desnudo propositalmente para provocar o já instável menino com quem conversava. – Eu estou indo pro quarto do Davi com umas companhias fazer umas coisas bem safadas. Quer se juntar a nós?

Jorge, em segundos, imaginou como seria fazer tais safadezas com Jaime, mas quase que imediatamente pôs uma expressão ultrajada em seu rosto. – Claro que não! Imagina se eu me faria esse tipo de coisa com você! Eca! – Ele pôs o máximo de desprezo que conseguiu nessas palavras para disfarçar o fato de que ele realmente considerou a possibilidade. – Enfim, sai da minha frente que eu tenho coisas melhores para fazer.

Jaime riu quando o outro saiu andando a passos curtos na direção da maior aglomeração da festa. – Um dia, Jorginho, um dia eu te dou um trato. – E mudando o sorriso de feliz para safado, ele foi até onde as garotas estavam à espera dele.


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Notas finais do capítulo

De boa? Espero que sim! Pequei muito? Deem-me suas impressões para que eu continue com o trabalho e para que possa melhorar sempre. Alguma sugestão? Se sim, é só deixar nos comentários. Agradeço quem acompanha a fic. Sério, eu fico muito feliz por ter pessoas realmente lendo o que eu escrevo. Muito obrigado mesmo, gente! Adoro vocês pra caramba! > ecklsplace.tumblr.com



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