Laissez-aller escrita por Eckl


Capítulo 2
Mário


Notas iniciais do capítulo

Me empolguei e acabei postando o segundo capítulo. Esse foca no Mário e na relação dele com a vida e com seu par. Eles continuam na house party do Davi. Se os comentários forem bons, posto mais.Para mais detalhes a respeito dessa fan fiction, acesse o tumblr oficial: http://ecklsplace.tumblr.com/



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A house party do Davi, como todas as outras, estava bastante animada. Porém, como em todas as outras festas, Mário estava cansado demais para aproveitar. A música era boa, a comida e a bebida também, todavia o rapaz não sentia vontade de levantar, pegar um copo ou ir dançar no meio da galera. Sua presença ali era mera consequência de boa educação e falta de vontade de se indispor com os amigos. Da última vez que não foi a uma das festas dos colegas de vida, ouvira reclamações por uma semana inteira. As batidas das canções se remexiam em seu corpo, mas não conseguiam fazer com que ele se movesse em seus ritmos. Às vezes, alguns de seus amigos passavam pelo canto onde ele estava e ele afanava suas bebidas, afinal ele não queria ficar seco e o álcool sempre ajudava. Ele devaneava em mil e uma coisas quando foi trazido de volta por um leve puxão em seu braço.

Desde que chegara ali, Mário estava sentado naquele mesmo canto com a mesma pessoa. Não queria muito mais quando estava com Daniel. Há sete anos eles se conheciam e há sete anos Mário ama Daniel. Há três eles namoravam. Mário estava sentado em um pufe azul confortável enquanto Daniel se sentava ao chão e se colocava entre as pernas do namorado, de costas, sendo afagado. Os cabelos de Daniel têm cheiro de coco e Mário sempre achou aquilo encantador. Desde o terceiro ano, na Escola Mundial. O odor da fruta sempre lhe remetia ao sorriso do namorado. Mas o que não o lembrava? Aos olhos do namorado, Daniel tem a pele mais macia, o sorriso mais bonito, o abraço mais gostoso, os beijos mais saborosos, o corpo mais perfeito e é a companhia ideal.

Entretanto, diferente do companheiro, Mário é um rapaz de vida dura. Todas as conquistas eram muito mais difíceis, as batalhas eram constantes. A família Ayala tinha de fechar as contas no fim do mês, acertar dívidas, pagar parcelas, comprar provisões e mais e mais. Quanto mais o tempo passava, mais difícil ficava. O pai, Germano, já quase não era visto. Natália tinha de ficar em casa para cuidar de Diana e do velho Rabito e mesmo assim fazia costuras e bordados e crochês e tricôs. Mário cuidava de animais para completar a renda e estudava. O pouco tempo livre destinava aos amigos e, principalmente, a Daniel.

— Ei, Mário, o que houve? Cê tá com olhar tão distante? – Perguntara o namorado.

— Não é nada. Só tava aqui pensando.

— Em quê, posso saber? – Indagou mais uma vez Daniel enquanto se levantava e sentava no colo do amado.

— Em como eu adoro o cheiro do seu cabelo.

— O cheiro do meu cabelo? – Daniel sorrira o mais singelo dos sorrisos. E Mário adora ver Daniel sorrir.

— É. E de como seu sorriso é bonito. E de como eu te amo. – Caricias no rosto foram procedidas por um beijo. Molhado e demorado. Os sinos, as borboletas, o mundo giratório, tudo estava ali. Sempre estava quando se beijavam. Ambas as línguas não tinham pressa, eram há muito pacientes, já haviam explorado tudo que tinha a ser explorado, agora era só aproveitar. Pararam quando já não mais havia ar. Arfavam e encaravam-se olho a olho, sorriso a sorriso.

— Fala aí, casal meloso da escola! – Jaime aproximara-se jocoso como de costume. Cirilo o acompanhava. Para Mário era estranho não ver Maria Joaquina pendurada no namorado em um evento social.

— Jaime. Cirilo. – Daniel cumprimentou-os ainda sorrindo e ainda agarrado ao pescoço do parceiro.

— Pra vocês. – Cirilo atirara uma garrafinha de caipirinha para cada um.

— Valeu! – Mário abriu a sua e sussurrou um “não vai exagerar” no ouvido de Daniel antes de tomar um bom gole de sua bebida. – Cadê a Maria Joaquina, Cirilo? Ela tá sempre com você. Achei que ela pudesse distrair o Dani pra’gente dar uma azarada por ai. – Brincou. O namorado apenas fez um gesto negativo e o completou com um beijo.

— Sei lá. Ela foi atrás da Valéria.

— Por isso sou solteiro. – Caçoou Jaime. – Vocês todos parecem que são casados. Olha pra vocês! Não saíram desse canto desde que chegaram! Todo mundo que vê o Cirilão sozinho pergunta logo pela Maria Chatonilda e o Davi já tá ali com a Valéria na pista.

Segundos após, Maria Joaquina se apega ao braço de Cirilo novamente. Mário nota a pequena aglomeração e chama a atenção de todos. Ao se aproximarem, Valéria e Davi discutiam enquanto uma garota ruiva ria da situação. Quando Davi foi empurrado com força pela namorada em fúria, instintivamente, Mário foi na direção da garota para segurá-la, afinal aquela era a Valéria e pela expressão de raiva em sua face já muito avermelhada uma grande confusão estava para acontecer.

— Eu vou acabar com a raça dessa vaca! – A garota gritava. – Me solta! Me solta! – Ela gritava para Mário que segurava um de seus braços enquanto os outros amigos se dividiam entre acalmar a adolescente e tirar a outra menina dali. – Volta aqui, vadia do caralho! Deixa eu quebrar essa tua cara! – O furor da amiga fazia com que Mário não conseguisse mais mantê-la. Mas ele tentou até que não mais que de repente Valéria virou-se rapidamente com algo em sua mão livre e acertou o amigo com força na lateral da cabeça. Foi a voz de Daniel gritando seu nome que Mário ouviu por último antes de cair sem consciência.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem e comentem! Quero saber o que acharam. Talvez eu tenha pesado um pouquinho no drama... Não esqueçam de visitar o tumblr da fic: http://ecklsplace.tumblr.com/



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