Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/62921/chapter/3

CRISTAL LAKE: ESTRADA

 

 A luz do farol de um carro ilumina o breu da estrada. Dentro do veiculo, Willian e Debra conversam.

 

DEBRA

 

- Pessoal animado, né?

 

WILLIAN

 

- Pois é. Eles têm uns papinhos meio interiorano demais, mas até que é uma galera maneira.

 

DEBRA

 

- Tô achando que a festa de amanhã vai valer a pena.

 

WILLIAN

 

- Eu também. Eu deixei umas parada com o teu primo, sabe, pra dar uma animadinha na festa.

 

DEBRA

 

- Será que não vai ter problema pra entrar?

 

WILLIAN

 

- Não. O Mark namora a organizadora, esqueceu? E a menina ta fissurada nele. Tá tudo tran...

 

DEBRA

 

- Cuidado!

 

Willian olha para a estrada á tempo de ver um vulto batendo contra o para brisa. O rapaz perde o controle do veiculo, enquanto a figura rola pelo teto, e cai com os dois pés no asfalto, apoiando a mão no chão para manter o equilíbrio. O carro derrapa pela estrada, até bater em uma arvore. Um jato de fumaça sai debaixo do capô amassado. O casal esta aturdido. Um filete de sangue escorre de um corte na testa dela.

 

DEBRA

 

- Meu deus, a gente matou alguém!

 

WILLIAN

 

- Fica quieta! Eu vou tirar a gente daqui.

 

Willian tenta ligar o carro, mas o motor não responde. No lado de fora, um homem vestindo um, sobretudo, caminha tranquilamente na direção do automóvel, enquanto estala o pescoço. No carro, Willian continua tentando ligar o veiculo, enquanto Debra percebe apavorada o corte em sua testa.

 

WILLIAN

 

- Essa merda não quer pegar!

 

 DEBRA

 

- Meu deus, eu tô sangrando!

 

WILLIAN

 

- Deixa de ser fresca, é só um cortezinho.

 

Willian olha pelo espelho retrovisor, para se certificar que não há ninguém passando pela estrada, mas não vê nada. É quando um braço atravessa a janela do motorista, agarrando o pescoço do motorista, e o puxando para fora do carro. O rapaz vê um rosto extremamente pálido, que sorri cruelmente para ele.

 

DRÁCULA

 

- Boa noite.

 

Drácula arremessa o rapaz para trás, como se este não pesasse nada, enquanto Debra grita de pavor. O vampiro se volta para a moça, e antes que ela consiga se soltar do cinto de segurança, ele abre a porta, e a agarra. A loira grita e se debate enquanto é puxada para fora do carro. Drácula a arrasta pelo chão, e logo em seguida a coloca de pé, encostando-a á força em uma arvore. Ele aproxima seu rosto do dela, e lambe o filete de sangue, do queixo até a testa.

 

DRÁCULA

 

- Relaxe garota, eu vou lhe dar um presente.

 

Debra olha para o rosto de Drácula, e subitamente para de lutar. Ele revela suas presas, e morde o pescoço dela. Uma estranha expressão de prazer surge no rosto da garota. A mão do conde entra pelo decote de Debra, que sorri. Repentinamente, o conde a larga no chão, e se vira rapidamente, segurando o tronco com o qual Willian tentara golpea-lo pelas costas.

 

DRÁCULA

 

- Boa tentativa, rapaz.

 

Drácula o agarra pelo pescoço mais uma vez, e o joga contra o carro. O vampiro se aproxima do jovem, encurralando-o.

 

DRÁCULA

 

- Eu poderia te empalar naquele tronco aqui mesmo, seu verme! Mas sabe de uma coisa? Um boçal como você pode vir a ser útil.

 

As presas de Drácula, agora sujas de sangue, surgem mais uma vez. O horror domina Willian totalmente.

 

WILLIAN

 

- Não cara, perai! Pode ficar com ela! Foi mal ter batido em você.

 

O vampiro avança com as presas a mostra. O grito de Willian ecoa pela floresta.

 

 

CARRO DO VINCE

 

Vince pára o carro na frente de um prédio residencial.

 

VINCE

 

- Valeu a pena a saída, né?

 

 LUCY

 

- Foi legal. Vou ir dormir um pouco. Amanhã vou trabalhar na primeira parte da manhã no posto. (Vince coloca a mão no braço dela).

 

VINCE

 

- Lucy, a gente tá bem? (Lucy tira a mão do trinco da porta).

 

LUCY

 

- Como assim, Vince?

 

VINCE

 

- Não sei. Você anda um pouco fria comigo ultimamente.

 

LUCY

 

- Eu ando fria com você? Você não anda lá muito próximo de mim também.

 

VINCE

 

- Deixa de ser injusta! Eu vou te buscar no trabalho pra gente sair com os amigos, e você diz que eu ando distante.

 

LUCY

 

- Não agimos como namorados há um bom tempo, Vince. Estamos voltando a ser amigos, como éramos antes. Eu acho que não te enxergo mais como namorado, e acho que você sente o mesmo. Eu não quero me afastar de você. Gosto muito de você. Talvez.. Talvez a gente precise terminar.

 

VINCE

 

- Você tá terminando comigo?

 

LUCY

 

- Eu... Eu não sei. Tá tarde, a gente conversa amanhã. (Ele volta a agarrar o braço dela).

 

VINCE

 

- Lucy, espera!

 

LUCY

 

- Me deixa ir, Vince. (Diz ela soltando o braço, e saindo do carro.) Boa noite.

 

Ele fecha a porta sem dizer nada, e vai embora. A garota dá um suspiro, e tira a chave da bolsa, usando-a para entrar no prédio. No elevador, ela pega o celular da bolsa e faz uma ligação.

 

LUCY

 

- Amanda? Que bom que você ainda tá acordada. Quer almoçar comigo amanhã? Eu tô precisando conversar com alguém. Depois do curso, então? Ok, amiga. Beijos, até amanhã.

 

 

                                                FLORESTA

 

Três jovens, dois rapazes e uma moça, andam pela floresta. Um deles carrega uma garrafa de vodka nas mãos. Eles riem alto.

 

RAPAZ 1

 

- Que noite, hein rapaziada? Pra mim pelo menos foi ótima, dei uns pega naquela gostosa da Charlene. Que guria gostosa, meu!

 

RAPAZ 2

 

- Ah, deixa de ser exibido!

 

MOÇA

 

- E tú deixa de ser invejoso. Ou acha q eu não vi que tú ficou dando em cima do irmão da Charlene, e nada?

 

RAPAZ 1

 

- É, eu também vi. O veadinho se deu mal! (Diz o rapaz rindo).

 

RAPAZ 2

 

- Ah, cuidem da vida de vocês! (Ele bebe um longo gole de Vodka, e joga a garrafa vazia para trás).

 

Alguém segura à garrafa antes que ela toque o chão. Os três jovens continuam andando, sem se darem conta de que estão sendo observados. A pessoa que segue o trio, pára de repente.

 

MOÇA

 

- Tô achando que não foi boa idéia a gente ter pegado esse atalho. A gente teria ido mais rápido pela estrada.

 

  RAPAZ 2

 

- Como se você soubesse se...

 

Antes que o jovem possa terminar de falar, a garrafa de Vodka surge girando no ar, e atinge sua cabeça em cheio.O vidro se estilhaça, e o jovem cai inerte. Jason salta do meio das arvores com seu facão erguido, e desce a lâmina sobre o segundo rapaz Uma expressão de surpresa e medo fica congelada no rosto da vitima. O facão atinge sua cabeça por cima, e pára na barriga. O mascarado puxa a sua arma, e o corpo do rapaz, agora dividido no meio, cai no chão. A moça grita diante do horror do que esta vendo, e foge correndo.

 

MOÇA

 

- Socorro! Alguém me ajude!

 

Ela corre desembestada pela mata. O assassino a segue, caminhando em um passo apressado. Em pânico, a moça sai da trilha, com Jason logo atrás dela. Devido à bebida, a garota esta totalmente desorientada, e tropeça em um galho. Tonta, ela não consegue se levantar. Jason surge, abrindo seu caminho a golpes de facão. A moça tenta inutilmente rastejar para longe dele, chorando.

 

MOÇA

 

- Por favor, não faça isso!

 

Jason segura o facão com as duas mãos, a ponta virada para baixo, diretamente para a pobre moça. Os apelos dela não parecem surtir efeito nenhum sobre o mascarado. Ele desce o facão com força, atravessando o peito dela. Ele ergue a lamina, e desfere um novo golpe. Jason olha pra baixo, lançando um ultimo olhar para sua vitima, e vira-se, deixando a garota para a morte.

 

Não muito longe dali, o garoto atingido pela garrafa acorda com o rosto sangrando. O rapaz olha para cima, e vê Jason o olhando, como se ele fosse apenas um inseto.

 

RAPAZ

 

- Não!

 

Jason pisa com força em sua cabeça. O som de ossos quebrando e carne sendo esmagada enchem a noite. O assassino olha com curiosidade para o rosto deformado no chão, e pisa-o mais uma vez.

 

 

                                CASARÃO DE PATRICK NEAME (MAIS TARDE)

 

Neame esta na sala, lendo um livro em sua poltrona. Ele se levanta, e vai até um pequeno bar, servindo-se de uma pequena dose de uísque. Ele bebe um gole, e ao se virar, vê Drácula sentado em sua poltrona, com o livro que estava lendo na mão.

 

DRÁCULA

 

- Sin Tzu, A Arte Da Guerra. Seu gosto literário é muito bom, Neame. Já li esse livro, ótima leitura.

 

NEAME

 

- Obrigado, Mestre.

 

DRÁCULA

 

- Eu tenho dois novos servos, Neame. Eles estão em algumas cabanas localizadas na zona Leste.

 

  NEAME

 

- Previ que algo assim pudesse acontecer Mestre, por isso preservei aquelas cabanas.

 

DRÁCULA

 

- Muito eficiente da sua parte, Neame. O sol logo vai nascer. Ainda não tive tempo suficiente de explorar a cidade, mas logo terei. Eles não sabem, mas estão festejando a chegada do novo dono desse lugar.

 

NEAME

 

- Festejando?

 

DRÁCULA

 

- Haverá uma festa hoje à noite. Acho que é uma bela oportunidade para eu me apresentar à juventude dessa cidade. (Diz o vampiro com um meio sorriso no rosto). Vou me recolher.

 

NEAME

 

- Recolhemos os restos da oferenda, mestre. O senhor não será estorvado.

 

 DRÁCULA

 

- Uma bonita moça. Uma lastima que sejam justamente as minhas preferidas.

 

 

    RODOVIARIA DE CRISTAL LAKE

 

O ônibus parte, deixando o Padre Keir e Peter Van Helsing com sua bagagem, em uma minúscula e acabada rodoviária. O lugar esta deserto. O sol esta nascendo, e o ar fresco da manhã domina o ambiente.

 

VAN HELSING

 

- Ok, estamos aqui. A gente faz o que agora, procura um hotel?

 

PADRE KEIR

 

- Sim, acho que é o melhor a fazer.

 

Os dois saem da rodoviária. Eles andam pelas ruas desertas, que começam a ser iluminadas pelo sol da manhã. Eles passam na frente de uma casa, onde um velho toma uma xícara de café na varanda.

 

PADRE KEIR

 

- Bom dia, senhor.

 

VELHO

 

- Bom dia.

 

PADRE KEIR

 

- O senhor sabe nos dizer aonde tem um hotel ou uma pousada por aqui?

 

VELHO

 

- Subindo aquela ladeira ali, mais sete quadras, tem um hotel. Não é um cinco estrelas, mas é bonzinho.

 

PADRE KEIR

 

- Obrigado senhor, deus lhe pague.

 

A dupla de forasteiros começa a subir a ladeira, carregando as suas malas.

 

  VAN HELSING

 

- Olha só pra nós, os clássicos forasteiros perdidos.

 

PADRE KEIR

 

- Relaxe Peter, demos sorte de encontrar alguém acordado para nos orientar.

 

Os dois passam por mais algumas casas, um boteco sendo fechado, uma pracinha, e um posto de gasolina, até finalmente avistarem o hotel. Era um prédio de três andares, com uma placa escrito “Hotel Cristal Lake” em sua fachada. Algumas das letras já descascando. Eles entram no hotel, e encontram uma pequena recepção, com um sofá, e um balcão velho. Atrás do balcão, uma senhora de aproximadamente 60 anos os observa.

 

SRA. FREEMAN

 

- Bom dia, sou a Sra. Freeman, posso ajudá-los?

 

  PADRE KEIR

 

- Na verdade, pode. Gostaria de um quarto para mim, e outro para meu amigo. A senhora teria algum disponível?

 

SRA. FREEMAN

 

- Tenho sim. Quase não aparecem hospedes, sabe? Eu vou mostrar onde ficam os quartos. Não se importam de carregar as bagagens, não é? Meu filho ainda esta dormindo.

 

PADRE KEIR

 

- De maneira nenhuma.

 

A velha abre uma gaveta no balcão, e pega duas chaves.

 

SRA. FREEMAN

 

- Me acompanhem, por favor.

 

A Sra. Freeman leva Van Helsing e o Padre Keir por uma escada que os leva ao andar de cima.

 

SRA. FREEMAN

 

- O jovem pode ficar com o segundo quarto. O senhor pode ficar com este, Padre. (Diz ela apontando para o primeiro quarto do corredor.) Os dois quartos tem uma cama, um armário, e um banheiro. Eu posso fazer um café pra vocês se estiverem com fome.

 

PADRE KEIR

 

- Aceitamos sim, Sra. Freeman, muito obrigado.

 

SRA. FREEMAN

 

- Espero não estar sendo enxerida, padre, mas o senhor é Europeu, certo? Não pude deixar de notar o seu sotaque.

 

PADRE KEIR

 

- Sou Romeno, senhora.

 

SRA. FREEMAN

 

- E o que o traz a nossa cidade?

 

PADRE KEIR

 

- Eu e meu companheiro viemos visitar um conhecido. Agora, se a senhora nos der licença, meu amigo e eu gostaríamos de descansar um pouco. A viagem foi muito longa.

 

SRA. FREEMAN

 

- Oh sim, claro! Podem descer em meia hora, que o café estará pronto.

 

A velha Sra. Freeman desceu as escadas, deixando cada um dos seus novos hospedes irem para seus respectivos quartos. Peter entrou em seu quarto, vendo um cômodo pequeno, com uma cama, e um velho armário. Van Helsing não tirou nenhuma roupa da mochila. Não via sentido em organizar roupas em um armário de hotel, quando é muito mais pratico pegar as roupas direto da mala. Tirou da mala apenas seus objetos de higiene pessoal, como desodorante, sabonete, escova de dente, etc. Abriu a janela, e viu que tinha a vista de um beco sujo, que ficava entre o hotel, e o prédio do lado.

 

 

                                QUARTO DO PADRE KEIR

 

Diferente do companheiro de viagem, o Padre Keir gostava de ter as suas roupas bem organizadas em um armário, independente de onde estivesse. Ele empilha cuidadosamente, e de forma simétrica, suas camisas e batinas, todas iguais, dentro do armário, quando alguém bate na porta

 

PADRE KEIR

 

- Pode entrar!

 

Van Helsing entra no quarto.

 

  VAN HELSING

 

- Vou dar uma saída.

 

 PADRE KEIR

 

- Não vai tomar o café da manhã?

 

VAN HELSING

 

- Vou á um posto de gasolina que tem aqui perto. Preciso de um chocolate, uma bolacha recheada, ou coisa parecida. Talvez tome café por lá mesmo.

 

PADRE KEIR

 

- Isso não é muito saudável, Peter.

 

VAN HELSING

 

- Pode ficar com a minha parte no café da Sra. Freeman. (Diz Van Helsing saindo do quarto, e fechando a porta atrás de si.

 

 

                                               POSTO DE GASOLINA

 

Peter Van Helsing entra na loja de conveniência do posto de gasolina, e sente o cheiro do ambiente exposto muito tempo ao ar condicionado. Ele anda pelas prateleiras, e pega uma pequena barra de chocolate. Van Helsing vai até o balcão, onde uma moça morena, de óculos, coloca pacotes de chiclete no mostruário, com uma expressão cansada no rosto.

 

VAN HELSING

 

- Oi, vocês tem café?

 

 LUCY

 

- Temos sim, 1,50 $.

 

VAN HELSING

 

- Uma xícara então, por favor.

 

Lucy vai até uma cafeteira, que fica atrás do balcão, e enche uma xícara com café preto, levando-a junto com um pires e uma colher para seu cliente.

 

LUCY

 

- Quer açúcar ou adoçante?

 

VAN HELSING

 

- Açúcar, por favor.

 

Ela pega o açucareiro debaixo do balcão, o colocando na frente dele.

 

VAN HELSING

 

- Obrigado. (Enquanto coloca o açúcar no café, Peter observa a moça que lhe serviu). Você parece um pouco cansada.

 

LUCY

 

- Com todo o respeito, você não parece muito melhor.

 

VAN HELSING

 

- Não devo parecer mesmo. (Diz Van Helsing com um meio sorriso).

 

LUCY

 

- Você não é daqui, é?

 

VAN HELSING

 

- Tá tão na cara assim?

 

LUCY

 

- Não, é que eu nunca te vi por aqui antes. Você deve ter vindo pra festa, né?

 

VAN HELSING

 

- Festa?

 

LUCY

 

- É, a festa. No Clube Forest Green. Nessa região não acontece muita coisa, né, então se tem uma festinha que seja, já vira acontecimento.

 

VAN HELSING

 

- É, eu.. Eu vim pra festa, sim.

 

LUCY

 

- Uma amiga minha que tá organizando. Inclusive ela conseguiu uma van pra quem quiser ir. O numero tá naquele cartaz colado na porta. Não sei se ainda vai ter lugar, mas não custa tentar.

 

Van Helsing toma rapidamente o seu café, e tira a carteira do bolso.

 

VAN HELSING

 

 - Valeu pela informação, moça. Tá aqui o dinheiro do café e do chocolate. (Ao puxar o dinheiro, Van Helsing acaba acidentalmente puxando a sua carteira de identidade, que cai atrás do balcão). Droga!

 

LUCY

 

- Deixa que eu pego. (Ela recolhe a carteira, e a entrega ao dono).

 

VAN HELSING

 

- Obrigado. (Ele guarda a carteira, e vai embora, levando sua barra de chocolate.)

 

LUCY

 

- Cara estranho. (Diz Lucy intrigada).

 

 

                                              RESTAURANTE: TARDE

 

Lucy e Amanda levam seus pratos até uma mesa, e sentam-se de frente uma para outra.

 

 AMANDA

 

- Você não tem noção do trabalhão que é organizar essa festa, Lucy. Conferir se a bebida tá toda ok, se os seguranças foram pagos, uma loucura!

 

LUCY

 

- É, deve ser mesmo.

 

AMANDA

 

- Desculpe amiga, eu falando aqui falando de festa, e você querendo conversar comigo.

 

LUCY

 

- Tudo bem, eu sei que essa festa é importante pra você.

 

AMANDA

 

- Você é mais. Então, o que queria conversar comigo?

 

LUCY

 

- É sobre o meu namoro. Eu e o Vince, Nós... Não estamos mais dando certo.

 

AMANDA

 

- Vocês brigaram?

 

LUCY

 

- Não exatamente. É que eu não consigo mais vê-lo como meu namorado, sabe. Voltamos a ser como antes, grandes amigos, mas nada mais. Acho que ele também sente o mesmo, mas esta acomodado.

 

 AMANDA

 

- Lembra quando éramos pequenos? Eu, você, o Vince e o Edward?

 

LUCY

 

- Como é que vou esquecer? Desde criança, sempre fomos como uma equipe.

 

 AMANDA

 

- E ainda somos, Lucy. Quando você e o Vince começaram a namorar, eu tive medo que isso pudesse estragar aquela coisa especial que nos quatro tínhamos, sabe? Que se vocês brigassem, eu ia ter que escolher um lado ou coisa parecida.

 

LUCY

 

- Esse é o meu medo. Eu não quero perder a amizade do Vince.

 

 AMANDA

 

- Você não vê mesmo futuro nenhum pra esse namoro?

 

LUCY

 

- Não.

 

AMANDA

 

- Então termine isso de uma vez, Lucy. O mais rápido possível. Quanto mais se adia essas coisas, pior é.

 

LUCY

 

- Acho que tem razão. (Diz Lucy pesarosa).

 

Ouve-se o toque de um celular.

 

AMANDA

 

- É o meu. (Ela tira o celular da bolsa, e o atende). Alô? (Do outro lado da linha, uma voz masculina responde).

 

VAN HELSING

 

- Alô, aqui quem fala é Peter Van Helsing. Eu estou falando com a Amanda, certo?

 

AMANDA

 

- Isso mesmo.

 

VAN HELSING

 

- Então Amanda, eu tô hospedado no Hotel Cristal Lake, e vi seu anuncio em um posto de gasolina. Queria saber se ainda tem uma vaga na vã.

 

AMANDA

 

- Você deu sorte. Tem só mais uma. Você sabe como funciona o pagamento, né? Você paga o motorista na hora.

 

VAN HELSING

 

- Entendo.

 

AMANDA

 

- Ok então. A vã vai te pegar as 22:00, no Hotel Cristal Lake. Vou pôr seu nome na lista. É Peter Van Helsing, certo? (Pergunta ela tirando uma agenda e uma caneta da bolsa).

 

VAN HELSING

 

- Isso.

 

AMANDA

 

- Ok, nos vemos na festa então. Até! (Ela desliga o celular).

 

LUCY

 

- Você disse Van Helsing?

 

AMANDA

 

- Sim, o nome é esse.

 

LUCY

 

- Acho que eu conheci esse cara de manhã.

 

AMANDA

 

- Sério? E como ele é?

 

LUCY

 

- Não sei dizer. Eu guardei o nome dele pela carteira de identidade. É um nome estranho, né? Ele parece ser um cara legal, mas me pareceu um pouco perdido.

 

    HOTEL CRISTAL LAKE: REFEITORIO

 

Van Helsing e o Padre Keir comem em um pequeno refeitório nos fundos do hotel. Seus pratos contêm uma porção de comida caseira, preparada pela Sra. Freeman.

 

PADRE KEIR

 

- Você sabe que eu sempre disse a você que você deveria sair mais, viver melhor sua vida, aproveitar sua juventude...

 

VAN HELSING

 

- O que convenhamos, é bem inusitado, vindo de um padre. (Keir ignora o comentário).

 

PADRE KEIR

 

- ...  Mas estamos aqui com uma missão, e não podemos nos desviar.

 

VAN HELSING

 

- O senhor reclama demais, sabia? Estou fazendo tudo o que você quer. Dormi a manhã toda, vou á uma festa. Acho que mereço um pouco de reconhecimento, né?

 

PADRE KEIR

 

- Ora Van Helsing!

 

VAN HELSING

 

- Já leu “A Arte Da Guerra”? Meu pai pediu que eu lesse quando eu tinha uns doze ou treze anos. Têm uma passagem que eu nunca me esqueci que diz que se deve pensar como o inimigo. A garota do posto de gasolina disse que essa festa vai ser um acontecimento na cidade.

 

PADRE KEIR

 

- E daí?

 

VAN HELSING

 

- Pelo histórico de nosso inimigo, ele veria essa festa como uma oportunidade para consolidar, o que ele pensa ser, seu domínio sobre a cidade. Pelo que sabemos, Drácula já esta de volta. Acho que ele vai estar lá. Ele não sabe quem eu sou, mas eu sei quem ele é. Vi vários retratos e desenhos dele. Vamos poder segui-lo até onde ele dorme, e acabar com ele.

 

PADRE KEIR

 

- É um plano arriscado, meu jovem. Para você e para os outros.

 

VAN HELSING

 

- Eu sei, mas o senhor não tem um melhor, né? (O Padre fica em silencio). Foi o que eu pensei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A historia segue em ritmo lento nesta 3ª parte, mas acho que com este capitulo, a apresentação dos personagens e cenarios esta completa. Jason ainda esta " correndo por fora" da narrativa principal, mas isso logo vai mudar.
 
Espero que tenham gostado deste 3º capitulo. Em breve, o capitulo 4