Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 4
Capítulo 4




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HOTEL CRISTAL LAKE: QUARTO DE VAN HELSING

 

Peter Van Helsing olha-se no espelho enquanto passa o creme de barbear no rosto. O par de olhos verdes que o fitavam de volta, eram de uma frieza incomum. No momento em que começa a passar a lamina de barbear no rosto, alguém bate a porta.

 

  VAN HELSING

 

- Quem é?

 

PADRE KEIR

 

- Sou eu!

 

VAN HELSING

 

- Pode entrar!

 

O Padre entra no quarto carregando uma pequena mala, e fecha a porta atrás de si. Ao ver o jovem se barbeando através da porta aberta do banheiro, o religioso comenta.

 

PADRE KEIR

 

- Já estava na hora de fazer a barba.

 

VAN HELSING

 

- O que você trouxe aí?

 

PADRE KEIR

 

- Caso Drácula realmente apareça nessa festa...

 

VAN HELSING

 

- Vai aparecer.

 

PADRE KEIR

 

- Caso ele apareça (repetiu o padre) vai precisar de alguma defesa.

 

Keir abre a mala, revelando um conjunto de estacas de madeira. Van Helsing espia pela porta do banheiro, e balança a cabeça.

 

VAN HELSING

 

- Eu não vou conseguir entrar com estacas, padre.

 

PADRE KEIR

 

- Não seja tolo, meu jovem! Essas estacas são para quando conseguirmos localizar o esconderijo do Conde. Você não pode entrar com as estacas, mas pode entrar com isso. (De um pequeno compartimento interno da mala, o Padre puxa uma garrafa de água mineral).

 

VAN HELSING

 

- Me deixe adivinhar. Água benta?

 

PADRE KEIR

 

- Exato. Enchi mais duas garrafas como essa antes de sairmos de Londres. Deus queira que seja o suficiente.

 

VAN HELSING

 

- E você quer que eu leve uma?

 

PADRE KEIR

 

- Só por segurança. Você não deve enfrentar nosso inimigo lá. Se você estiver certo, vamos tentar destruí-lo quando ele é mais fraco, durante o dia.

 

VAN HELSING

 

- Ok, eu levo a garrafa. (Diz Van Helsing voltando a se barbear).

 

PADRE KEIR

 

- Talvez eu devesse ir no seu lugar.

 

VAN HELSING

 

- Acho que um padre pode chamar atenção demais (Diz o jovem em tom sarcástico).

 

PADRE KEIR

 

- Tudo bem, você tem razão. Mas tenha muito cuidado, rapaz. E não estou falando só das ações dele, mas das suas também. As intenções dele não serão boas nessa festa, e você deve permanecer incógnito, portanto, contenha-se, aconteça o que acontecer. (Nesse momento, o rapaz faz por acidente, um pequeno corte no rosto).

 

VAN HELSING

 

- Vou tentar padre. (Diz Peter limpando com a mão a pequena mancha de sangue que se formou no canto direito de seu queixo).

 

 

                                                 CRISTAL LAKE

 

O sol começa a se pôr sobre o lago que dá nome a cidade. Um garotinho com a cabeça deformada passeia a beira do lago com uma mulher de cabelos ruivos. Ela se abaixa na altura do menino, apontando o horizonte.

 

- Olhe que lindo pôr do sol Jason.

 

O garoto agora cresceu, e escondido entre arbustos, vê de longe sua amada mãe (já bem mais velha) brigando com uma garota loira. A mulher mais jovem, ao ser jogada no chão, consegue pegar um machado, e corre em direção à mulher mais velha, que é decapitada antes que possa esboçar reação. Jason está mais uma vez á beira do lago, usando sua mascara, e segurando seu facão. Ele vê uma mulher de costas para ele, admirando o pôr do sol. Ele anda na direção dela para fazer a única coisa que sabe, punir aqueles que invadem seus domínios. A mulher se vira, e Jason reconhece Pamela Voorhees, sua mãe, jovem novamente, e com os cabelos ruivos e longos, como quando ele era criança.

 

     PAMELA

 

- Jason, meu filho querido.(Ele permanece impassível, e deixa o facão cair no chão). Você tem sido um bom menino. Defendeu esse lugar contra todas as pessoas más que o invadiram. Mas é diferente agora.(O sol subitamente desaparece, dando lugar à noite). Há algo nestas terras, meu filho. Algo muito ruim.

 

Ela vai até a beira do lago, e coloca a mão na água. Quando ela a retira, sua pele esta tingida de vermelho. A água se transformou em sangue.

 

PAMELA

 

- Ele esta por ai, Jason, e quer tomar nosso lar. Você sabe o que tem que fazer. Mate pela mamãe. (Uma gigantesca nuvem de morcegos surge no céu, e cobre mãe e filho.)

 

Os olhos de Jason se abrem, e ele se ergue rapidamente com o facão em mãos. O assassino esta na mata. Ele anda alguns metros, chegando á beira do lago. O sol esta se pondo no horizonte. O mascarado contempla o pôr do sol. Ainda não entendia o significado daquele estranho sonho. Ele se vira e se embrenha novamente na floresta.

 

 

                                   APARTAMENTO DE LUCY

 

Lucy esta lendo “Frankenstein” de Mary Shelley, quando houve uma batida na porta. A garota põe o livro na mesa, e vai até a entrada. Ao abrir a porta, Lucy sorri ao ver seu amigo Edward.

 

LUCY

 

- Oi Ed!(Diz ela beijando o rosto do amigo). Entra ai!

 

  EDWARD

 

- Oi Lucy. Eu tava passando, e decidi parar para dar um oi. (Diz ele entrando no apartamento e fechando a porta atrás de si).

 

LUCY

 

- Chegou na hora certa. Eu já ia fazer um café.

 

A dona do apartamento coloca água em uma chaleira, e a põe para ferver, enquanto Edward se senta em uma cadeira da cozinha.

 

LUCY

 

- Então Edward, vai na festa hoje?(Pergunta ela pegando um pote de café no armário).

 

  EDWARD

 

- Eu ainda não sei.

 

LUCY

 

- Ué, não sabe por quê?

 

EDWARD

 

- Você sabe por que, Lucy. Eu não tô com clima pra festa. A Gabriele e eu terminamos, e acho que ela vai estar lá.

 

    LUCY

 

- Ainda assim, acho que você devia ir. A Amanda ia ficar chateada se você não fosse. Alem do mais, você vai ficar deprê em casa, enquanto a Gabriele se diverte?

 

EDWARD

 

- É, acho que você tem razão.

 

  LUCY

 

- Tenho sim. Pode ser divertido. Eu até consegui permissão pra sair mais cedo do trabalho.

 

EDWARD

 

- Você vai com o Vince, né?

 

LUCY

 

- Vou sim. (Responde ela ficando seria de repente).

 

EDWARD

 

- O namoro de vocês tá bem?

 

LUCY

 

- Acho que não. (A chaleira apita).

 

 

                                   CASARÃO DE PATRICK NEAME (NOITE)

 

Patrick Neame desceu as escadas que levavam ao porão. Ele andou pelo corredor mal iluminado até chegar ao final do corredor, que dava em uma câmara maior. Neame vê seu mestre chupando o pescoço de uma mulher, já não se vê mais vida nos olhos dela. A garota era uma prostituta de rua. Foi facilmente seduzida pelo carro caro dirigido por Philip. Depois, foi só pedir para que ela esperasse um pouco no porão.  O vampiro percebe uma nova presença no recinto, e solta a sua vitima. O corpo cai no chão, sem derramar uma gota de sangue. Ela esta seca.

 

DRÁCULA

 

- Já terminei Neame. (Diz Drácula lambendo o sangue em volta dos lábios).

 

NEAME

 

- A limpeza será efetuada como de costume, mestre. (Neame repara que Drácula esta levemente mais jovem do que na noite anterior. As mechas brancas em seus cabelos desapareceram, seu cabelo agora se encontra totalmente preto).

 

DRÁCULA

 

- Ótimo. Já estou forte o suficiente. Não vou mais precisar de uma refeição logo que acordar.

 

NEAME

 

- Como quiser, mestre. O senhor vai mesmo aquela festa?

 

DRÁCULA

 

- Evidente que sim. Essa noite, Cristal Lake começara a ser minha. O criado preparou os trajes, conforme as minhas instruções.

 

NEAME

 

- Sim, senhor. Como pôde notar, Philip é muito competente. (Diz Neame baixando o olhar para o cadáver).

 

DRÁCULA

 

- Excelente. Vou me preparar, então. Ainda temos que orientar aqueles dois que encontrei ontem à noite.

 

NEAME

 

- Antes de o senhor ir, eu acho que o senhor precisa saber de algo.(Diz Neame retirando uma pasta do paletó.)

 

 

 HOTEL CRISTAL LAKE

 

Peter Van Helsing desce as escadas da pensão, ajeitando a manga. O rapaz veste uma camisa social azul marinho, com discretas listras cinza. Dois botões abertos em cima tentam dar um ar menos formal. Em uma calça social preta, Peter carregava no bolso lateral, a garrafa que o padre lhe dera. Seus cabelos estavam molhados, e levemente bagunçados.

 

     PADRE KEIR

 

- Esta muito elegante, Van Helsing. (Diz o padre, sentado no sofá da recepção.)

 

    VAN HELSING

 

- Muito obrigado, padre.

 

PADRE KEIR

 

- Talvez um pouco formal demais.

 

VAN HELSING

 

- Ok padre. Da próxima vez eu sigo seus incríveis conselhos sobre a moda jovem. É só esperar a tal van agora.

 

PADRE KEIR

 

- Van Helsing, gostaria de lhe fazer uma pergunta.

 

VAN HELSING

 

- Vá em frente.

 

PADRE KEIR

 

- Você ainda toma aqueles remédios?

 

VAN HELSING

 

- O supressor de ansiedade? Tomo sim.

 

PADRE KEIR

 

- Você tomou um agora?

 

VAN HELSING

 

- Sim, eu tomei, padre. (Diz Peter começando a ficar levemente irritado com o excesso de perguntas).

 

PADRE KEIR

 

- Deveria tentar parar de tomar esse remédio. Eu não aprovo muito esse tipo de tratamento.

 

VAN HELSING

 

- Eu tentei, mas eu fico com uma dor de cabeça filha da...(Peter percebe o olhar de reprovação do padre). Uma tremenda dor de cabeça sem eles. Eu logo procuro um medico pra resolver isso.

 

PADRE KEIR

 

- Você me disse isso há seis meses.

 

VAN HELSING

 

- Eu avisei que não precisava de psiquiatra.

 

PADRE KEIR

 

- Você tem que se cuidar mais, meu filho. (Uma van azul marinho chega à frente do hotel, e buzina duas vezes).

 

VAN HELSING

 

- Minha carona. Hora de ir. (Diz Peter se levantando do sofá).

 

PADRE KEIR

 

- Vá com deus, meu filho. Que ele lhe dê sabedoria.

 

VAN HELSING

 

- Acho que vou precisar, Padre. (Diz Van Helsing com um sorriso discreto, se dirigindo para a porta).

 

 

                                              DENTRO DA VAN

 

O rapaz inglês se sentia deslocado dentro daquele ambiente, e não só pelo fato  de ser um estrangeiro recém chegado. O grupo de rapazes e moças que viajava na van, todos com idade entre 16 e 25 anos, riam e conversavam animadamente. Uma garrafa de cerveja passava de mão em mão entre os jovens do veiculo. Quando um rapaz oferece a garrafa á Peter, ele dispensa com um gesto de mão.

 

VAN HELSING

 

- Valeu cara, eu não curto cerveja. (Uma moça que estava sentada no banco da frente se vira ao ouvir Peter falar).

 

  JULIANNA

 

- Você não é daqui, é?

 

VAN HELSING

 

- Não. Só tô de passagem.

 

JULIANNA

 

- Então forasteiro, hetero, bi ou homo? (Van Helsing já a havia ouvido perguntar isso para quase todos os ocupantes da van).

 

VAN HELSING

 

- Primeira opção.

 

JULIANNA

 

- Ok, achei mesmo que fosse. (Responde ela se virando, e voltando para seu lugar. Ele viu Julianna se inclinando sobre a garota que estava sentada ao seu lado, uma loira muito atraente, de seios fartos, e beijando-a longamente na boca, as línguas entrelaçadas, como ele via freqüentemente na universidade, na Inglaterra).

 

VAN HELSING

 

- Crianças. (Diz Van Helsing sarcasticamente, com um sorriso discreto.)

 

 

                                          CLUBE FOREST GREEN

 

O clube Forest Green era bem afastado da cidade. Um local constantemente alugado para festas, ou eventos solenes. Hoje porem, o local estava cheio de jovens, que estavam ali com o único intuito de se divertir o maximo possível. O clube se adapta ao tipo de evento que recebe. Hoje, dois refletores ladeiam as portas de acesso ao clube, iluminando o céu. Há um bar na entrada, onde os convidados podem provar de varias bebidas, alcoólicas em sua maioria. Ainda nesse andar, há algumas mesas e cadeiras. Uma escada leva ao 2º andar, onde esta localizada a pista de dança. Canhões de luz no teto dão o clima, junto com as musicas mais tocadas do momento. Em volta da pista, umas poucas mesas e cadeiras. Um pouco afastado da pista, está uma grande sacada com grades cercando as amuradas, por questões de segurança. Foi esse o local que os ocupantes da van encontraram ao chegar ao local da festa.

 

Van Helsing sentia-se levemente desconfortável. Todas aquelas pessoas estavam ali para se divertir, e ele tentando encontrar um vampiro. Embora ele soubesse que mesmo que não estivesse caçando um ser das trevas, não estaria se divertindo igual. Esses pensamentos são varridos da cabeça de Van Helsing, quando uma garota, com longos cabelos ruivos vem recepcionar os convidados. Ela usava uma minissaia verde, e uma blusa amarela. Van Helsing não pôde deixar de notar as belas pernas, e os seios fartos de sua anfitriã, revelados por um discreto, porem generoso decote. Ela cumprimentou um a um dos recém chegados, até chegar ao europeu.

 

AMANDA

 

- Você deve ser o Van Helsing, certo? Desculpe, eu só me lembro do seu sobrenome. (Diz ela sorrindo).

 

VAN HELSING

 

- O nome é Peter, mas não se preocupe. Todo mundo me chama pelo sobrenome.

 

AMANDA

 

- Vou me lembrar disso. Seja bem vindo, então. (Diz ela dando-lhe um cordial beijo no rosto. Peter não teve como não sentir o delicioso perfume dela, seu pensamento escorregou para as belas pernas dela, mas logo ele retornou, precisava manter a mente focada).

 

 

FLORESTA: PERTO DALÍ

 

Jason anda pela floresta de Cristal Lake como um sonâmbulo. Mesmo assim, percebe-se determinação em seus movimentos. Uma estranha nevoa começa a tomar conta da floresta. O assassino pára sua marcha de repente, e olha para o céu. Ele pode ver dois feixes de luz cortando o escuro da noite. O mascarado olha para os sinais com curiosidade. Ele vira-se, e segue na direção dos feixes de luz.

 

 

CLUBE FOREST GREEN

 

Van Helsing não está se sentindo muito feliz. A musica alta e o pouco espaço devido ao grande numero de pessoas o incomoda. Ao olhar para o resto das pessoas, conclui que o Padre tinha razão, suas roupas são formais demais. Em uma hora, ele já vira três pessoas diferentes vomitando, e ao ir ao banheiro masculino, flagrou um casal gay se beijando. Nada que já não tivesse visto na universidade. Mas não havia sinal do verdadeiro motivo de ele estar ali. Ficara atento a cada rosto novo que ia surgindo na festa, e decididamente, o Conde Drácula não estava entre eles. Van Helsing saiu mais uma vez da pista de dança (Aonde não chegou a dançar de fato), e desceu para o bar, sentando-se em frente ao balcão. Logo o garçom veio lhe atender.

 

 

GARÇOM

 

- E ai amigo, vai querer alguma coisa? Uma cerveja, uma tacinha de vinho?

 

VAN HELSING

 

- Eu nunca bebo... O que que eu tô falando? Vê uma taça de vinho garçom, por favor.

 

O garçom serve uma taça de vinho tinto para Peter. Em geral, ele não gosta de bebidas alcoólicas, mas o vinho é algo que o ultimo Van Helsing realmente aprecia. Ele se levanta com a taça na mão, e sobe as escadas, passando por Amanda, que esta sendo prensada na parede por seu namorado Mark, as línguas enroladas em um beijo, enquanto a mão passeia pela coxa bronzeada da ruiva. O Europeu não pode deixar de sentir inveja daquele rapaz. Amanda era de fato uma mulher muito atraente.

 

Van Helsing passou reto pela pista de dança, mas não sem antes esquadrinhá-la com os olhos, na tentativa de reconhecer sua presa. Em seguida, ele se dá conta do quão inútil isso é, pois naquele cenário em que varias luzes piscam ao mesmo tempo, e as pessoas danando e se movimentando rapidamente, seria muito difícil reconhecer um homem que só conhece por desenhos. Ele fica aliviado ao chegar à sacada, quase uma ilha de silencio naquele ambiente barulhento. Lá, só há um casal se beijando intimamente em um canto, e mais um jovem encolhido contra a parede, sofrendo os efeitos do excesso alcoólico. Peter vai até a beira da sacada, ficando bem perto da grade de segurança. O rapaz observa um denso nevoeiro que se formou na floresta, e agora circula o clube.  Ele bebe um gole de vinho, sentindo a mistura do doce da uva com o amargo do álcool na boca.

 

Uma garota chega ao seu lado, e apóia as duas mãos na amurada, parecendo cansada. Inicialmente, Van Helsing pensa que é mais uma forte candidata a ressaca no dia seguinte, mas ao observá-la melhor, percebe que esta longe disso. A expressão no rosto dela é firme, não tendo nenhum indicio de embriaguez. A garota usa um vestido azul turquesa até a altura do joelho. Ele logo percebe que a conhece. Era a garota do posto, embora não estivesse usando óculos.

 

VAN HELSING

 

- Com licença. Você não é a garota do posto de gasolina? (A moça se vira para o rapaz, parecendo só agora ter se dado conta de sua presença).

 

LUCY

 

- Eu trabalho lá sim. Eu conheço você?

 

VAN HELSING

 

- Nos conhecemos hoje de manhã. Eu só queria agradecer por ter me indicado a van, e tudo mais.

 

LUCY

 

- Tudo bem, não tem de que. Você é o.. Deixa eu me lembrar, Peter Van Helsing, né?

 

VAN HELSING

 

- Isso mesmo. Como sabe o meu nome?

 

LUCY

 

- Sua carteira. Você deixou cair hoje, e eu acabei decorando seu nome. Não é um nome comum por aqui, sabe? Você é europeu mesmo? Não tem nenhum sotaque.

 

VAN HELSING

 

- Aprendi a anular o sotaque quando eu era criança. Me sinto em desvantagem agora, você sabe meu nome, e eu não sei o seu. (Diz Van Helsing sorrindo para Lucy. Estava gostando da companhia daquela garota).

 

LUCY

 

- É Lucy. Lucy Farmer. Prazer em conhecê-lo, Peter. (Diz ela sorrindo e beijando o rosto do rapaz).

 

VAN HELSING

 

- Lucy? Bonito nome.

 

LUCY

 

- Minha mãe achava que era nome de sobrevivente.

 

VAN HELSING

 

- Há quem discorde. (Diz Van Helsing baixinho).

 

LUCY

 

- Como?

 

VAN HELSING

 

- Nada não. Você não usava óculos? (Diz o jovem fitando os olhos negros de Lucy).

 

LUCY

 

- Eu uso. Eu tô usando lente agora, mas prefiro muito mais os óculos. Enxergo melhor com eles.

 

VAN HELSING

 

- Acho que você fica bem com os dois.

 

LUCY

 

- Você tá dando em cima de mim? (Pergunta Lucy séria).

 

VAN HELSING

 

- Não. Foi só uma observação.

 

LUCY

 

- Ótimo. Estou gostando de conversar com você, mas não estou muito a fim de ser cantada no momento. (Diz Lucy sorrindo melancolicamente).

 

VAN HELSING

 

- Como quiser. (Responde o rapaz contemplando a neblina mais uma vez. Estava ficando cada vez mais densa). Não que seja da minha conta, mas você parece um pouco chateada.

 

LUCY

 

- A festa não tá sendo tão divertida quanto eu achei que seria.

 

VAN HELSING

 

- Eu sou um bom ouvinte.

 

LUCY

 

- E também é um estranho.

 

VAN HELSING

 

- Melhor ainda. Logo eu vou pra longe daqui, e seu desabafo vai comigo.

 

LUCY

 

- Bom argumento. (Diz ela com um pequeno riso). Eu tô tentando terminar com o meu namorado.

 

VAN HELSING

 

- Mas o sentimento não é recíproco.

 

LUCY

 

- Exato.

 

VAN HELSING

 

- Se você já pensou e repensou bem a situação, termine com ele.

 

LUCY

 

- Eu ainda não sei como. A gente brigou vindo pra cá, e eu não consigo. Ele é um amigo antigo, não queria perder a amizade dele.

 

VAN HELSING

 

- Vai ser pior depois. Prorrogar isso não é justo com você, e nem com ele. Pelo menos é o que eu acho.

 

Nesse momento, Amanda entra na sacada.

 

AMANDA

 

- Lucy! Eu não vi você chegar! Você tá linda! (As duas trocam um abraço e beijinhos).

 

LUCY

 

- Eu vi você, mas você tava tão entretida com aquele cara que chama de namorado, que eu não quis interromper.

 

AMANDA

 

- Você continua implicando com o coitado do Mark. Vejo que esta conhecendo melhor seu amigo europeu.

 

LUCY

 

- Já conhece a Amanda, certo Peter?

 

VAN HELSING

 

- Nos conhecemos quando eu cheguei. Me parece bem mais animada agora. (Diz Peter olhando para a face corada da garota).

 

AMANDA

 

- Mas ainda não estou bêbada. (Diz ela com uma piscadela).

 

VAN HELSING

 

- A gente chega lá. (Diz ele erguendo a taça de vinho como em um brinde. Amanda ri ao ouvir isso).

 

AMANDA

 

- Esse seu amigo europeu não existe, Lucy! Que droga esse nevoeiro, não tava na previsão do tempo. Vamos descer?(Peter balança a cabeça assentindo, quando vê alem da grade, algo se mover na neblina, perto do pouco de floresta que ainda conseguia ver. Parecia um homem de quase dois metros de altura. E tão rápido como apareceu, sumiu).

 

VAN HELSING

 

- Vão indo. Só vou terminar essa taça de vinho.

 

LUCY

 

- A gente te espera lá embaixo. (Diz Lucy)

 

Van Helsing vai até a beirada da sacada, e olha para baixo, tentando localizar a estranha figura que havia avistado, mas não acha nada. O rapaz decide voltar para a festa, saindo da sacada. Quando entra na área coberta novamente, alguém põe a mão em seu ombro, e ele ouve uma voz pausada e fria atrás de si.

 

- Vejo que aprecia o vinho. Pessoalmente, eu prefiro absinto.

 

Peter se vira, e vê um homem de pele pálida, vestindo um, sobretudo negro aberto, com uma camisa e calça social preta. Os cabelos negros contrastando com a palidez de sua pele. O estranho tinha um sorriso demoníaco nos labios, e um brilho estranho no olhar. Van Helsing levou alguns segundos, mas com a sensação de um peso caindo no estomago, reconheceu aquele individuo. Havia visto vários retratos dele ao longo de sua vida toda. O rei dos vampiros, o príncipe das trevas, Drácula. O que ele disse a seguir fez o sangue do jovem gelar nas veias.

 

DRÁCULA

 

- Ola Van Helsing. Você e eu precisamos ter uma conversa seria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo. Garanto que as coisas vão esquentar bastante no proximo. Até.