No Universo de Anna escrita por Red Queen


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Meus amores!
Fui mais rápida dessa vez, não é?
Lembrando que essa parte da história se passa no dia seguinte a noite do Pub (capítulo 1 e 3). Então se você não está lembrando releia os capítulos.
Ou seja, isso aconteceu a um ano e meio atrás. Escrevo isso pra você não ficar confuso em relação a isso.
BOA LEITURA!!!



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Capítulo 10 -Parte I

A FESTA

Bem. Tudo começou com essa mensagem. Na mesma noite em que conheci o Harry W e que dormi na casa da Micaela. E também a minha primeira vez em um bar/casa de show noturna/Pub.

Tenho muitas referencias de como me referir à noite que recebi essa mensagem.

9:42 – Biel: E aí linda? Como foi lá no cinema? Pena eu não poder ir. Mas.... Vai ter uma festa aqui da minha irmã, tá a fim de vir? Vou chamar a galera, e exijo a sua presença. Bjs.

E claro que eu nunca imaginaria como aquela noite iria revirar a minha vida. Cheguei ao ponto de achar de não me recuperaria. Mas me vendo hoje em dia, diria que estou indo bem até.

O Biel é muito legal. Sério. E também um ótimo amigo. O problema é que naquela noite eu fui tipo uma donzela em perigo. Enfim, a noite não foi como eu esperava... como sempre.

Quando eu recebi a mensagem, nem dei muita bola. Afinal era o Biel. Ele vive em festas, então uma festa a mais ou uma festa a menos não faria diferença.

O problema é que ele convidou só o nosso circulo mais restrito de amigos. Mas era óbvio que eu não sabia disso.

Faltava três dias para o dia dessa festa. Festa a qual eu não sabia de nada. NADINHA MESMO.

E como não levei a sério o convite, logo o esqueci. Menos de um dia pra esquecer na verdade. Talvez tenha sido o coquetel de morango que tinha bebido no Pub. Mas tenho certeza que pedi sem álcool...

O fato é que fiquei surpresa quando a Marina comentou sobre a tal festa em uma ligação.

“E aí? Você vai né? Quer dizer... você foi convidada, não foi?”, ela diz meio que excitando.

“O quê? Convidada para o quê maluquinha?”, digo ainda não muito sóbria.

Na noite do Pub eu só consegui dormir uma da manhã e não ajudou nada a Micaela me acorda às seis da manhã para andarmos de bicicleta. Dormi só cinco horas. CINCO!

Estava quase bêbada de tanto sono.

“Pra festa do Biel. Ele te convidou?”, quando ela disse isso um filminho mostrando a mensagem na tela do meu celular passou na minha mente. Foi quase cruel.

“Fui sim. Mas não sei se vou.”, digo tentando me lembrar do que estava escrito na mensagem, “Espera só um minutinho”

Levanto e jogo tudo que estava na mochila que havia usado no dia anterior em cima da cama. Pego o meu iphone e volto a falar com a Marina.

“Por que? Você tem que ir. Vai ser tão legal!”, ela diz animada.

Faço um barulho estranho para confirmar que ainda estou na linha. Mas o quê eu estava procurando mesmo era a mensagem do Biel no meu whatsapp.

“Na verdade é da irmã dele, sabe?”, a Marina continua falando.

“O quê?”

“O aniversario. Dezoito anos. Um bom marco na sua vida. Carteira de motorista. Beber álcool e fumar. Boates e tal”, a marina completa. Faço uma careta ao ouvir as vantagens que ela disse sobre completar dezoito.

“Não acho que fumar e frequentar boates sejam algo tão legal assim”, protesto lembrando do Pub. Sério, nada demais. Apenas um restaurante mais desarrumado e barulhento. Com caras todo tempo te mandando cantadas e você se chateando com isso. Comidas e bebidas caras. E o clássico, para se comunicar temos que gritar com as outras pessoas para que ela escutem um pouquinho do que falamos.

“Como sabe? Nunca nem passou da porta de um”, sorrio quando ouso isso. Imagine se ela soubesse que eu fui pra uma casa de show noturna ontem mesmo! A piada interna pra mim naquele momento pareceu muito engraçada por que não parei de rir.

“Qual a graça Anna?”, ela diz meio sem entender. Também nem havia como isso acontecer.

“Nada não. Uma imagem que vi aqui no instagran. É só que, boates não são nada demais. Mas continua falando da festa. Biel, irmã...”, deixo a último frase em aberto como sinal para ela continuar.

“Vai ser daqui a três dias. No prédio dele. No salão de festas na verdade. Mas a gente já foi na casa dele, pra fazer aquele trabalho de geografia idiota, lembra?”, ela diz e confirmo com a cabeça, mas lembro que estou no celular então ela não podia me ver.

“Então o salão de festa é igual um mini buffet de tão chique.”, ela fala quase sem respirar, “Mas sinceramente não sei se é algo mais formal ou estilo festa na piscina. Por que, você sabe né? Que piscina eles tem”

“Lembro sim. Mas acho que não vou. Sei lá. Sem muito humor pra ir”

A verdade é que o dia anterior tinha sido o cúmulo. Uma verdadeira zona. Nenhuma pista de onde o Harry W trabalha. Não estava apaixonada sério. Mas fiquei decepcionada. Não vou negar que eu pensei durante a noite que talvez ele fosse o cara da minha vida. Pensei sim. Destino? Sim por algumas horas acreditei. Também acreditei de que alguma forma nos veríamos de novo. E já se passaram um ano e meio. E nada. Mas com apenas um dia sem vê-lo vestígios dele no Google, eu ainda tinha esperanças de encontra-lo em um praça, parque ou shopping. O lugar não importa. Em qualquer lugar!

Mas eu não o vi. Mas a pitada de esperança em mim não tinha sumido. E ainda estava chateada por não o ter encontrado no Google. Sei que é besteira, enfim.

E ainda pra completar, na noite passada sonhei que estava em Hogwarts e que eu era uma aluna de lá e que roubei a foto do Harry W. O que eu quero dizer é que gostei de conhece-lo e que adoraria revê-lo de novo. Não sei se estava apaixonada. Ou atraída por toda aquele mistério no ar. Pela primeira vez na minha vida eu me senti com 15 anos (naquela época eu tinha 15 e não 16). E quem me proporcionou isso foi um completo estranho chamado Harry W! Me senti atraente. Desejada. E as vezes, isso é legal. As vezes.

Sem mencionar que a Micaela estaria naquele Maldito cruzeiro.

Ou seja, sem Micaela. Cabeça nas nuvens por causa do Harry W. Uma porcaria de dor de cabeça por causa daquele coquetel que eu já tinha certeza agora que era com álcool. Ou seja, meu dia havia começado mal.

“Não precisa de humor. Vamos lá Anna!”

“Sério Marina. Agora não. Tenho que ir, a gente se fala”, desligo o celular.

Pode me achar mal educada mas eu já conhecia a Marina. Ela insistir até o ponto de se tornar chata. E já eram três da tarde e eu ainda estava morrendo de sono.

Deito na cama com um pulo. Escuto um latido da Sunny. Deitei em cima da coitada.

“SUNNY!” , grito, “Que mania chata de se meter no meu meio! Você qualquer dia desses se machuca!”, falo a pegando no colo.

Só que em menos de dez minutos eu peguei no sono.

Acordei com a minha mãe furiosa batendo na porta.

“Anna! Seus amigos estão aqui e você está à horas trancada nesse quarto fazendo só Deus sabe o quê. Então POR FAVOR! Venha agora mesmo para a sala de estar.”

Não escutei nenhuma palavra depois da AMIGOS!

Arregalo os olhos e jogo o edredom no chão e saiu correndo para tirar o pijama. Me visto com a primeira roupa que vejo que não seja de dormir. Eu estava de férias então os pijamas eram o quê eu mais usava ultimamente.

Coloquei um short jeans e uma blusinha bem folgada.

“Abro a porta do meu quarto e a Sunny vai logo atrás me seguindo.

Congelo no meio do corredor!

DROGA!

Esqueci de pentear o cabelo e como acabei de acordar deve estar um pouco bagunçado. Meu cabelo é bem lisinho o quê me dá uma certa vantagem no aspecto ‘não o peteei hoje’.

Volto bem na metade do corredor e corro para o quarto, mas já é tarde demais. O Thomas já me avistou.

Porcaria!

“ Anna! Até que enfim! Já estava preocupado. Que demora! Cogitei que talvez tivesse morrido lá dentro”, o Thomas fala enquanto me dá um abraço de urso.

“ Aleluia, viu! O quê estava fazendo lá dentro?”, a Fernanda diz sorrindo.

“Dormindo”, digo meio sem graça. Mas eles não acreditam.

A minha sala de estar estava sem lugar para colocar o bumbum. No sofá estava o Biel, Thomas e Fernanda. E na poltrona a Marina me olhava como se quisesse me fuzilar. Talvez ainda tivesse chateada por mais cedo eu ter desligado na cara dela. Mas as pessoas constantemente devem superar.

“Você vai não é Anna? Quer dizer...”,o Biel cora enquanto fala. Ele levanta do sofá e se caminha em minha direção, “Eu quero muito que você vai.”

“É que eu não estou com cabeça para festas”, digo olhando para o Thomas e ele me presenteia com um sorrisinho sínico. Lembro que é por causa dele que eu e a Micaela fomos no Pub, “Sério. Sem festas até o final do próximo ano”

Ele gargalha meio nervoso mas vejo que ele está quase surtando.

“Um loooooooooooongo período sem festas.”, ele diz sorrindo.

“Qual é Anna? Deixa de ser careta! É importante pro Biel”, a Marina diz levantando e apontando para o Biel.

“Careta nada! E eu não disse que não era especial. Só não estou com vontade de ir”, dou um longo suspiro, “A uma festa”

“Você está doente?”, a Marina diz mostrando claramente preocupação.

“Não! Claro que não. Tem algum problema eu não ir Biel?”, pergunto fazendo carinha de gato de botas. Arregale os olhos e faça uma carinha triste.

Desde quando uma adolescente não querer ir pra uma festa é estranho?

Tenho ódio dessa hipocrisia. E ela cai logo em cima de mim, por que sou muito caseira. O quê atrapalha tudo.

“É só que, eu queria muito que você fosse.”, ele se aproxima ainda mais de mim, “Não vai ser como as outras festas. Só vai a nossa roda mais intima: Thomas, Marina, Fernanda, Davi, eu e a Micaela. Só que a Mica não vai por causa do....”

“Cruzeiro”, completo.

“Isso mesmo. Então não vai ser como as festas que eu normalmente programo. Toda a galera de todas as salas e tal. Até porque nem daria pra fazer isso porque a festa não é minha. É da minha irmã.

Mordo os lábios e cruzo os braços porque estava ficando frio.

“Sério. Tipo... Vai ter bebidas...”

“Que não vamos poder consumir. E nem se eu quisesse beberia.”

“Toda a turma da faculdade dela vai”, ele diz animado.

E daí? Como se a maioria dos garotos deixassem de ser idiotas quando entram na faculdade. E também, no que isso me interessava?

Claro que não falei isso pra ele. Seria uma tremenda falta de educação.

“Por favor Anna. Eu quero muito que você vá”

“Tudo bem”, falei isso apenas para ele parar de insistir. Eu inventaria uma desculpa quando chegasse o dia. Pode parecer golpe baixo, mas não é não. Tenho meus motivos pra não querer ir. Não estava nos meus melhores dias.

“Valeu, Anninha!”, ele corre e me abraça. Sinto o cheiro do perfume dele. Importado sem dúvida nenhuma. Talvez o AZZARO. Mas não tenho um olfato muito apurado em relação perfumes, então não tenho certeza.

Ele dá um passo para trás para olhar melhor o meu rosto.

“Vou te recompensar. Eu prometo”, ele diz colocando as mãos nos meus ombros.

“Quanto drama, galera. Então? Vamos assistir logo esse seriado?”, a Marina diz impaciente.

“Espera aí. Que seriado?”, como assim? Que seriado. A Marina só podia estar pirando. E a minha dor de cabeça ainda não tinha passado. Acho que aquilo nem era mais dor de cabeça, enxaqueca isso sim.

“seriado, filme, programa do faustão. Qualquer coisa!”

“Hoje nem é domingo!”, a Fernanda diz rindo.

“Não importa. A gente veio aqui. A gente pretendia ir pra uma sorveteria ou pizzaria. Mas você com esse humorzinho não deu muita modivação pra essa ideia!”, a Marina diz irritada. Entendo que ela esteja com raiva, mas a culpa não é minha. Eu não pedi pra eles virem até a minha casa e praticamente me obrigar a aceitar esse convite...

“Tudo bem galerinha.”, sento na poltrona que a Marina estava. Mas já que ela se levantou por que não consegue deixar as pernas sem movimento, sentei lá, “Que tal um seriado então?”

Todos batem palmas e começam a soltar vaias.

“PSIU! A minha mãe tá na cozinha. Ela vai brigar!”, começo a gargalhar e vou pra cozinha. Logo volto e digo, “Não vamos para uma sorveteria mas é como se fossemos. Pipoca, Coca-cola e sorvete, topam?

Claro, todos dizem rindo.

No final escolhemos Modern Family já que é um seriado que não precisa seguir uma ordem cronológica para entender. Eu queria mesmo era Gossip Girl, só que eu já estava na quarta temporada. Então eles iriam ficar boiando. E acho que os garotos não iam gostar muito. Friends foi eliminado porque a Fernanda não queria ler legendas e How I meet your mother bem.... Quando fomos para o aniversario de 14 anos do Thomas tivemos que assistir cinco horas seguidas esse seriado. Então não é uma boa ideia mexer no trauma de certas pessoas da sala. Mas eu ainda amo How I meet your mother. E tem Sherlock só que eu já tinha assistido todas as temporadas lançadas umas seis vezes. E não sou muito fã de elementary.

Foi uma noite bem agradável. E consegue mais dois fã para o Modern Family: Thomas e Biel. Ponto pra mim!

Fiquei conversando até tarde com a Fernanda e o Thomas que foram os últimos a irem embora do meu apartamento. Mas a Fernanda se foi e o Thomas ainda ficou.

“É impressão minha ou a Marina está te tratando, meio que diferente?”, o Thomas fala.

Estávamos na varanda olhando as pequenas luzinhas vermelhas se movimentando. Do último andar os carros parecem miniaturas com luzes que piscam. O pai do thomas ligou pra ele avisando que demoraria, estava em um jantar de aniversario de uns amigo.

“Você também notou foi?”, digo sorrindo, “Hoje mais cedo. Ela me ligou e insistiu para que eu fosse pra essa festa. Só que eu deliguei na cara dela. Mas não sei se ela está com raiva disso? Quantas vezes vocês já deligaram o celular na minha cara? E eu não tô com raiva, tô?”

“Aparentemente não”

“Então, acho melhor ela desencanar dessa. Por que é besteira”

“Legal o seriado. Mas, não gosto de me apegar” , ele diz mudando de assunto.

“Qual o problema?”

“É que esperamos anos. Temporadas inteiras! No momento aquilo é a melhor coisa do mundo. Os personagens começam a fazer parte da nossa vida de tanto convivermos com eles. Eles viram nossa pré-adolescência praticamente. Até que BUM. Chega o último episódio. Tudo tem que sair perfeito. O fim tem que ser perfeito. Só que nem sempre é. O final é uma bosta. A gente assiste aquilo por anos, pra no final ser uma porcaria”

“Por que será que eu acho que você se refere a uma questão pessoal?”, sorrio e olho pra ele.

Ele só balança a cabeça.

“Qual foi o seriado?”, digo passando a mão no cabelo dele.

“Isso não importa.”, ele pega o celular que estava vibrando no seu bolso, “Tenho que ir”

“Eu te levo até a portaria”, digo. Ele já estava de pé então me ajuda a levantar.

“Você vai né? Pra festa?”

“Acho que não tenho muita escolha em relação a isso”

“Ainda bem que sabe”

Levo ele até a portaria e a nossa conversa seguiu outros rumos.

Eu sinceramente nunca esperaria tudo que iria acontecer dali a dois dias. Iria me assombrar. Não tanto quanto o Harry W. Mas, já estava ocupada demais tentando esquecer daquela noite.

A verdade, é que nem nos meus piores pesadelos ou sonhos eu imaginaria o quê aconteceu naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Meus leitores queridos!!!
Então???
Espero que tenha gostado e qualquer dúvida podem enviar comentários e tal.
BEIJOS!