Una Canción escrita por Sarah Colins, Manu Dantas


Capítulo 7
Capítulo 6 - Passando da conta


Notas iniciais do capítulo

Não é por nada não, mas o cap hoje tá caprichado!
Gente desculpem pela demora em atualizar a fic! Pra compensar vou postar 2 capítulos novos!! :D



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Ponto de vista de Dulce

Aquele jantar havia sido muito melhor do que Dulce esperava. Ou pelo menos era o que os vários copos de saquê a fizeram acreditar. Depois de certo ponto já nem sabia se era ela mesma ou a bebida falando. Se sentia muito solta e desinibida. Tocava em assuntos que jamais mencionaria se estivesse sóbria. Antes era mais difícil Dul ficar tão alterada por causa da bebida, ela tinha que realmente encher a cara para ficar no estado em que estava. No entanto, ultimamente ela não estava mais saindo nem bebendo tanto, o que definitivamente havia afetado sua tolerância ao álcool. Se pudesse prever o estado em que ficaria Dulce não teria bebido tanto. Mas já era tarde demais, a garota estava ligeiramente rosada e a temperatura de seu corpo parecia ter subido alguns graus. O chão parecia tremer sob seus pés e tudo à sua volta parecia se mover mais lentamente que o normal. Tudo que Ucker fazia parecia extremamente engraçado e a fazia dar risinhos abafados e colocar a mão na frente da boca. Até quando ele a segurou para evitar que caísse, enquanto seguiam para o elevador, pareceu extremamente cômico.

Em resposta ao ato ela o agarrou sem nenhum pudor e pode sentir o abdômen bem definido dele entre seus braços. Em outra ocasião aquela proximidade a teria deixado acanhada ou pelo menos constrangida. Mas Dulce não estava ligando para nada disso no momento. Ela só conseguia pensar que estava tão perto daquele corpo que um dia ela desejara tanto. Que um dia, aliás, a pertencera. Pensar nos momentos íntimos que tivera com Christopher não a ajudou a manter o equilíbrio e ela tropeçou nos próprios pés obrigando Ucker a apertá-la com mais força contra si enquanto entravam no elevador. Dulce riu de sua completa falta de jeito e sussurou no ouvido dele algo como “Que bom que tenho você para me carregar, e ainda bem que é forte o suficiente para isso”. Em seguida colocou as mãos sobre seu bíceps e o apertou levemente sentindo a rigidez de seus músculos. Maria mal percebeu quando as portas do elevador se fecharam e ele começou a subir. Estava com a cabeça encostada no ombro de Chris e a embriaguez não a impediu de sentir seu forte perfume cítrico. Era o mesmo que ele usava na época em que namoravam. Dulce sempre adorou aquele cheiro. Misturado ao perfume natural que ele tinha, era com certeza uma das melhores fragrâncias que existia.

Ela encostou a ponta do nariz no pescoço dele para sentir mais de perto o perfume, mas percebeu que ele se enrijeceu e a afastou imediatamente. Dulce enrugou a testa sem entender sua atitude. Mas o que é que havia de errado com ele? Não era possível que não estivesse sentindo a mesma coisa que ela. Era o que a garota pensava enquanto encarava o rosto sério de Ucker que olhava para a porta o elevador sem desviar o olhar por nada. Aquilo a deixou irritada, mas de certa forma também a excitou. Ele estava se fazendo de difícil. Só podia ser isso. Dulce estava ali, vulnerável e disposta em seus braços, demonstrando que queria algo dele, e ele não fazia absolutamente nada. Nem um mísero gesto para indicar que também queria algo. Dulce sabia que estava bêbada e que se partisse para cima dele poderia colocar a culpa na bebida depois. Mas mesmo assim não conseguia adotar uma estratégia mais agressiva. Mesmo alterada ela não era assim. Então tentou uma abordagem mais sucinta. Segurou a mão dele e começou a acariciá-la levemente com os dedos. No entanto, Dul não conseguiu ler em sua expressão se aquilo estava lhe provocando alguma reação. Seus reflexos ainda estavam muito lentos para perceber esses detalhes.

– Chegamos - disse ele quando o elevador parou no andar onde ficavam os quartos deles e de parte da produção - Venha, vou te levar até a porta. Não acho que consiga dar nem meio passo sozinha…

– Se é assim então é melhor que me leve direto até minha cama! - Dessa vez Dulce conseguiu ver sua expressão se alterar. Ele com certeza estava espantado com aquela investida tão direta da ruiva. Até mesmo gaguejou ao responder.

– Acho melhor então eu chamar alguém da sua produção. Iliana ou outra garota - desconversou Ucker, fingindo não ter entendido as intenções de Dulce.

– Não quero incomodá-los agora e, de qualquer forma… eu preferia que fosse você.

– Dulce, não acho que seja uma boa ideia.

Mas a garota já não estava prestando atenção. Procurava desesperadamente o cartão para abrir a porta do quarto em sua bolsa. Christopher se ofereceu para ajudar enquanto pediu que ela se apoiasse na parede ao lado da porta. Ficou olhando-o enquanto ele pegava o cartão e habilmente abria a fechadura da porta. Era muito injusto perceber que a bebida não o havia afetado tanto quanto a ela. Mas Dulce ainda estava se deixando guiar pelo desejo súbito que a invadia e não ia desistir de tentar persuadi-lo a dar a ela o que ela queria.

– Você primeiro - disse com uma voz rouca e baixa, fazendo um gesto com a cabeça em direção ao quarto. Tentando sem sucesso parecer sensual.

– Esse não é o meu quarto, Dulce - respondeu ele dando um sorriso torto e empurrando a porta para que ela se abrisse totalmente.

– Eu sei - rebateu a ruiva levantando uma das sobrancelhas e mexendo no cabelo. Fazendo de tudo para provocá-lo. Não sabia se aquilo iria funcionar, mas ela tinha que tentar. Estava a um passo de perder o controle e pular em seu pescoço e queria que ele também deixasse o juízo um pouco de lado.

– Boa noite, Dulce. Durma bem.

E foi tudo o que ele disse antes de dar as costas e sair. Foi andando em direção ao seu quarto e entrou sem hesitar, deixando Dulce sozinha e muito confusa. Com muito esforço a ruiva conseguiu entrar no quarto, fechar a porta e andar até a cama, onde desabou e ficou deitada por um longo tempo. Estava cansada e sabia que precisava dormir para o ensaio do dia seguinte. Mas a inquietação que sentia por causa do álcool e principalmente por causa do que acabara de acontecer não a deixaram. Ela ficou por mais de uma hora olhando o teto que girava levemente enquanto tentava entender como aquela noite havia terminado de forma tão triste. Ela ainda não estava pensando nas consequências de seus atos. Só o que pensava era que tivera uma oportunidade única de estar com Christopher novamente. De abraça-lo e sentir seu corpo perto do dela. Ela sabia que daria tudo para sentir seus lábios nos dela só mais uma vez. Daria tudo para que ele a beijasse e a fizesse enlouquecer como só ele sabia fazer. E devido as últimas informações fornecidas por Annie de que ele ainda sentia algo por ela, Dulce não conseguia entender porque ele a rejeitara. Ela havia sido bem direta, e mesmo assim ele não demonstrara, em nenhum momento, interesse no que ela estava propondo.

Dulce chorou e acabou adormecendo com a roupa que estava.

Ponto de vista do Ucker

Christopher acordou cedo no dia seguinte com a cabeça doendo e com muita vontade de ficar na cama para sempre. Porém ele sabia que Jack jamais o perdoaria se chegasse atrasado no segundo dia de “intensivo”, e foi isso que o forçou a levantar-se e caminhar até o banheiro para tomar uma ducha fria.

Enquanto a água o despertava por completo, o cantor pensava em como a Dulce estaria aquela manhã. A noite anterior fora, no mínimo, surpreendente. A ruiva havia “se jogado” para cima dele e agora Ucker não sabia se aquilo fora fruto da “bebedeira” dos dois ou se a ruiva estava aproveitando a “trégua” entre eles para demonstrar o que realmente sentia.

Chris não sabia o que pensar. Ele conseguira resistir aos “ataques” de Dulce em respeito ao seu relacionamento e ao seu estado. O difícil agora seria “sobreviver” à sua crise de consciência. Era como nos desenhos animados, quando havia um “anjinho” e um “diabinho” dizendo o que a pessoa deveria dizer. Um ficava repetindo a todo momento “Ucker, ela é comprometida e está muito bêbada. É errado fazer qualquer coisa nesse momento”. Do outro lado, o diabinho falava “Essa é a sua chance, rapaz! Aproveita! A mulher tá de dando o maior mole! Cai ‘pra dentro’, moleque!”.

Para piorar, a Linda chegou ao quarto trazendo o café da manhã, louca por notícias. Aparentemente, ela não havia dormido ainda, mas nem cogitava a hipótese de ir para o quarto antes de se atualizar dos últimos acontecimentos. Quando soube da bebedeira e do “quase-beijo” dos dois, a assessora quis bater no amigo.

– COMO ASSIM VOCÊ NÃO FICOU COM ELA? Ucker, você sabe quantas oportunidades como essa você vai ter? Poxa, ela te deu mole, era ÓBVIO que ela queria ficar com você! A Dulce passou a noite toda te olhando, toda cheia de “charminho”... E o “climão” que rolou no ensaio? E você ainda me fala que não quis beijá-la por causa do saquê e do noivo? – A morena parecia que ia ter um colapso nervoso. Para quem passou a noite em claro, ela parecia muito disposta a lhe dar bronca. Disposta até demais, Ucker pensou consigo mesmo.

– Eu já disse, Lí... Ela não sabia o que estava fazendo... E tinha o noivo dela... – Ele tentou justificar-se bebendo um pouco de suco de laranja, a única coisa que o seu estômago aceitava depois de tanto saquê.

– Uckerzinho – Linda falou em tom irônico – Noites de bebedeira servem para isso: para fazermos loucuras! E o noivo é problema dela, e não seu! Se ela não estava ligando, por que você tinha que se importar?

– Ai Linda, para de pegar no meu pé, ok? Era o certo a se fazer – O cantor disse mais para si próprio do que para a amiga. Por mais que ele soubesse que havia tomado a atitude correta, dentro dele havia uma sensação chata de “E se...”. Se ele a tivesse beijado, como será que a noite anterior teria acabado?

– Tá na hora do ensaio. Vou nessa – Ele anunciou, pegando as suas coisas e preparando-se para sair. Lamentar não ia adiantar nada agora. O jeito era esquecer. Ele ainda tinha o domingo todo pela frente...

O cantor desceu até a recepção, onde uma van já o esperava para levá-lo até o estúdio de dança. Quando entrou no carro, Ucker deu de cara com Dulce com ainda mais cara de ressaca do que ele e uma garrafa de água nas mãos.

– Buenos dias! – Ele cumprimentou ao entrar e fechar a porta atrás de si – Recuperada de ontem?

– Não muito... Acho que tem uma cabeça na minha dor – Ela brincou colocando a mão na têmpora.

– É, passamos da conta ontem... – Ucker comentou quando o carro arrancou.

– Nem me fala...O mundo estava rodando muito quando deitei na cama ontem. Ai Chris, desculpa se falei ou fiz alguma coisa... A verdade é que não me lembro muito bem do que aconteceu – Ela falou, bastante sem jeito, desviando olhar.

Ucker entendeu o recado. Aquela era a maneira que ela encontrara para justificar suas atitudes na noite anterior. Aproveitando a “deixa”, ele também tentou se explicar – Relaxa, Dul! Eu também não lembro muito bem o que aconteceu... Acho que todo mundo quando bebe fica um pouco fora de si – Christopher emendou falando de uma maneira compreensiva.

Ela apenas concordou com a cabeça, dando o assunto por encerrado. Ele achou melhor não insistir. Afinal, o que mais havia para ser dito? A culpa por não a ter beijado na noite anterior ainda o atormentava, mas estender aquela conversa não resolveria o assunto. Ao contrário, só complicaria mais a situação!

Por sorte, o trajeto até o estúdio era curto e os dois não precisaram interagir muito. O clima estava pesado dentro do carro, mas assim que chegaram Chris fez uma brincadeira ao avistar o grupo de seguranças que o esperavam, o que ajudou a descontrair o caminho pelos corredores que levavam à sala de ensaio - Sempre que vejo toda essa segurança em volta de nós me sinto parte de um projeto ultrassecreto da NASA ou do FBI.

Dulce riu, concordando. – Já eu me sinto parte daqueles filmes sobre a Casa Branca, sabe? É muito estranho, não acha? Parece que somos prisioneiros...

– De certa forma, somos! Temos um contrato que limita os nossos passos, pelo menos até o anúncio oficial da volta da banda – Chris ponderou – E já tivemos um que determinava como devíamos agir, lembra? – Ele se referia ao “marketing” que ambos fizeram no passado para promover o casal “Vondy”.

– Lembro sim – Ela pareceu ficar sem jeito ao tocar naquele assunto.

– Você acha que vão nos pedir para fazer isso de novo?

– Hããã... Acho que não! São outros tempos, não temos mais a novela. Acho que não faz mais sentido – Dulce se enrolou toda com a resposta.

– Então o porquê de tanta insistência para que as nossas coreografias saiam perfeitas? – Chris insistiu. Claro que ele não gostara muito do “não faz mais sentido” que ela dissera, mas mesmo assim ele quis manter o assunto. Ucker não sabia o motivo, mas acordara mais decidido naquela manhã. Ele não estava disposto a perder mais nenhuma oportunidade. Conviver com aquela dúvida do “E se...” era ruim demais. Aquele sentimento já o perseguira durante todos aqueles anos. Estava na hora de mudar esse jogo.

– Talvez seja só porque estávamos realmente mandando muito mal com os passos... – A ruiva tentou justificar, ainda parecendo muito nervosa.

– É, acho que era isso... – Ucker concordou – Mas se pedirem, eu toparia fazer todo aquele “showzinho” novamente. Pelas fãs, é claro... – Ele apressou-se para justificar.

– É, pelas fãs valeria a pena... – Ela emendou, mexendo no cabelo, ainda sem coragem de encará-lo.

– Meu Deus, que caras são essas? – Jack exclamou ao vê-los entrando na sala de ensaios, atrapalhando a conversa dos dois – Eu disse para vocês não beberem muito!

– Eu falei isso para a Dulce, mas ela não me ouviu... – Christopher brincou, rindo da companheira.

– Dulcinha, meu amor, você está realmente com uma cara péssima! – O coreógrafo afirmou após avaliá-la mais de perto – Mas tenho certeza que o ensaio de hoje vai dar um jeito de espantar essas ressacas! Vamos botar pra quebrar, pessoal! Quero o mesmo entrosamento e a mesma química de ontem, hein? Chega de papo e vamos aquecer!

Dulce e Ucker olharam um para o outro como se tentassem descobrir juntos da onde saia tanta disposição em um domingo pela manhã. A animação do Jack era algo surpreendente. Sem opção, os dois começaram a alongar, se aprontando para o ensaio. Com ressaca ou não, com climão ou não, os dois ainda teriam um longo dia pela frente.

***

– Certo, já chega! – Jack anunciou após árduas três horas de ensaio. Depois de uma noite de “farra”, manter o ritmo foi difícil para Christopher e Dulce. Mesmo assim, eles conseguiram alcançar o bom desempenho do dia anterior, o que deixou o coreógrafo pulando de alegria. Literalmente.

– Ahhh, estou feliz demais com os resultados do nosso intensivo! Vocês estão “tinindo”! Vondy voltou a arder! – O coreógrafo continuou falando, muito sorridente – E para provar o quanto eu estou feliz com a evolução de vocês, vou dar a tarde de folga para os dois!

Ucker não sabia muito bem se estar “tinindo” era algo bom ou ruim, mas achou melhor não questionar. Tudo o que importava naquele momento eram aquelas três palavrinhas mágicas: TARDE-DE-FOLGA. Christopher estava exausto, de ressaca e com crise na consciência. Ter o resto do dia livre seria uma ótima pedida.

– Quero os dois assim durante o resto dessa semana, hein? Vamos começar a ensaiar pesado a coreografia do novo clipe e o pessoal da produção me pediu para dar um destaque especial para vocês nesse trabalho. Tenho certeza que vão arrasar! Mas agora, já para o quarto, tomar um banho gelado e curar esse resto de bebedeira! Vejo os dois amanhã! – O coreógrafo os dispensou.

– É, pelo o que o Jack falou, a produção vai querer insistir nesse lance Vondy... – Ucker comentou enquanto os dois pegavam as suas mochilas e saíam em direção ao elevador.

– Será? – Dulce meneou a cabeça, pensativa – Bom, acho que vamos ter que esperar para ver...

– Seria interessante... – Ucker ponderou.

– É, seria... – Ela desconversou.

O elevador chegou e os dois entraram em silêncio. A ruiva apertou o botão do andar onde ambos estavam hospedados e começaram a descida.

Ucker não queria, mas a proximidade entre eles fez os acontecimentos da noite anterior voltarem com tudo a sua mente. Ele lembrou-se da Dulce jogando os cabelos e o convidando com a voz mansa para entrar no seu quarto, do seu corpo junto ao dela, do perfume, das suas mãos nos seus braços, no seu abdômen... Christopher sabia que aquilo era errado, mas ele não tinha como controlar. Aquele final de semana fora muito parecido aos de antigamente, quando os dois namoravam. De repente ele sentiu uma saudade incontrolável de senti-la em seus braços, de sentir o seu cheiro, de brincar com os seus cabelos...

O elevador parou e as portas abriram. Os dois saíram no corredor, ainda quietos. O silêncio de Dulce o deixava ainda mais incomodado. Por que de repente ela ficara muda? Será que ele fizera algo errado?

– Bueno, então nos vemos amanhã! – Ela falou de forma seca antes de virar e seguir para o seu quarto.

– Dul, espera! – Ucker pediu a segurando pelo braço e a virando para que ela ficasse de frente para ele – Sobre ontem, eu... – Ele vacilou com as palavras, mexendo nos cabelos, nervoso.

– Chris... Olha, sobre ontem... Acho que eu preciso te pedir desculpas! Eu exagerei no saquê e acabei forçando a barra com você... – Ela confessou com a voz baixa, bastante sem jeito.

– Não Dulce, você não precisa me pedir desculpas... Eu é que preciso fazer algo que deveria ter feito ontem e não fiz...

Nessa hora Ucker esqueceu os seus julgamentos, o certo e o errado. Assim que terminou a frase, ele puxou a ruiva e a jogou contra a parede do corredor colando os seus lábios nos dela. Ele a beijou de forma intensa, como se quisesse compensar toda a saudade que sentia da ex-namorada. Christopher correu uma das mãos pelas costas de Dulce até chegar a cintura dela enquanto a outra subia até a lateral do rosto. Christopher sentiu as mãos dela deslizando por debaixo da sua camisa enquanto eles continuavam se beijando do mesmo jeito de antes, como se o tempo não tivesse passado. Naquele momento foi como se nada tivesse acontecido entre os dois. As brigas, os anos separados, a insegurança de Ucker... Tudo ficara pequeno diante do desejo que um sentia pelo outro.

Mas como tudo que é bom dura pouco, o elevador voltou a parar no andar onde eles estavam fazendo soar um sinal sonoro estridente. Rapidamente os dois se soltaram, Dulce ajeitando os cabelos e Ucker abaixando a camiseta.

Um Jack muito intrigado apareceu no corredor encarando a cena com curiosidade. Por um segundo os três apenas se olharam até que o coreógrafo decidiu retomar o trajeto até o seu quarto, apenas parando para fazer um comentário quando passou pelos dois – Huuum... Pelo jeito o intensivo deu mais certo do que a gente imaginava, hein?

Ucker abaixou a cabeça para tentar segurar o riso. A expressão de surpresa que o Jack fez quando saiu do elevador era algo que ele não esqueceria tão facilmente. A cena toda havia sido engraçada demais.

Ele esperou até que o coreógrafo se afastasse o suficiente para voltar a encarar a Dulce. Porém, quando a encarou, percebeu que a ruiva estava furiosa. Ele ficou sem entender o que havia acontecido. Será que ela só dera “bola” para ele porque estava bêbada? E agora? Como eles ficavam depois daquele beijo?

Ponto de vista de Dulce

Deviam ter se passado apenas uns 30 segundos no máximo enquanto Christopher a estava beijando. Mas a intensidade do momento foi tanta que Dulce podia jurar que haviam se passado horas até ouvir a campainha do elevador soando e indicando que alguém iria descer naquele andar. Antes que ela se desse conta do perigo de alguém vê-los juntos, Ucker já havia se afastado e estava arrumando a blusa que ela tirara do lugar. Céus, ela tinha mesmo feito aquilo? Dul ainda estava processando o que havia acabado de acontecer quando Jack desceu do elevador e passou por eles. Disse algo sobre o intensivo, mas a verdade é que a ruiva não estava prestando muita atenção. Em sua boca ainda havia a sensação do beijo. Os lábios estavam sensíveis e ainda um pouco molhados. Sua cabeça estava a milhão e só o que ela conseguiu sentir em seguida foi raiva. Não sabia se era raiva dele por tê-la beijado ou de si mesma pelo enorme desejo que estava sentindo aprisionado dentro de si. Mas Dulce estava furiosa e não mediu as palavras que disse em seguida…

– Porque fez isso? - questionou num tom de voz muito alterado - Porque me beijou Christopher?

– Calma Dulce, eu só… só achei que você…

– Achou o que? Que era isso que eu queria? - debochou Dul como se ele fosse o único que tivesse disfrutado do beijo - Eu estou noiva Christopher, noiva! Vou me casar. Será que você se esqueceu disso!?

– Não, não me esqueci - devolveu ele tentando manter a calma pelos dois - É que ontem, a forma como você… Eu realmente achei que você quisesse....

– Eu estava bêbada, Uckermann, por diós! É claro que não quero nada disso. Você acha que só porque tivemos um dia bom de ensaios e que saímos para jantar tudo vai voltar a ser como era antes? Isso aqui - ela gesticulou apontando para si e para Ucker repetidamente - não existe mais há muito tempo. Já está na hora de você aprender a separar as coisas! Estamos trabalhando juntos novamente, nada mais! Você, melhor do que ninguém deveria saber que isso não funciona. Não se lembra como tudo acabou quando tentamos misturar trabalho e relacionamento amoroso? Se não lembra eu posso refrescar sua memória: foi um desastre total. O que está querendo? Cometer os mesmos erros do passado? Acorda, ok?! Nada mais vai acontecer entre a gente, então, por favor, fique longe de mim!

Dulce então deu as costas para ele e entrou em seu quarto, batendo a porta atrás de si. Ela estava respirando pesadamente devido ao sangue que fervia em suas veias e ao seu coração que estava acelerado. Ela se encostou na porta e tentou recobrar a calma. Tinha que por um ponto final naquilo de uma vez por todas, e era o que faria. Então engoliu o choro entalado na garganta e tentou colocar a mente para funcionar.


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Notas finais do capítulo

E esse beijo? SOCORRO!
E agora, Maria? Como proceder? É gente, já diria a Taísa: Temos um impasse aqui!
Como o nosso casal vai sair dessa? Alguém tem alguma sugestão? Rs!
Manu ;**
Beijão pessoal, até a próxima segunda!



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