Pov Margarida

—Você... não sabe quem eu sou? Perguntei

—Eu... deveria? Ele me perguntou

Comecei a chorar, como assim ele não lembrava da própria irmã?

Me virei e vi meu pai com lagrimas nos olhos.

—Pai.... Me fala que é mentira isso.... Por favor...

Apenas o abracei, não pude deixar de começar a chorar, o médico entrou no quarto, e já foi logo dizendo:

—Bom... como vocês podem ver, ele teve uma perda de memória, mas fiquem tranquilos que não é nada permanente.

—Quanto tempo ele ficara assim? Perguntou meu pai.

—Não sabemos, talvez dias, semanas ou até meses.

—Meses? Perguntei incrédula

O médico me encarou e suspirou.

—Sinto muito.

Pov Jorge

Estava no carro indo buscar os outros para leva-los ao hospital, não parei de checar o celular para ver se Margarida tinha me mandado alguma mensagem.

Parei o carro em frente a porta e todos já estavam esperando.

—FINALMENTE! Gritou Valeria vindo em nossa direção.

—Por que demorou tanto? Perguntou Davi.

—Como eles estão? Perguntou Carmem aflita.

—Eles...estão se recuperando... agora vamos, Eu disse e todos entraram no carro.

—Além da MaJo, alguém mais já acordou? Perguntou Adriano

—Parece que o Daniel. Respondi

—E como ele está? Perguntou Jaime.

—Não sei, sai antes que dissessem.

Seguimos em um longo silencio, até chegarmos ao hospital.

Assim que entramos, Margarida me abraçou com forca, ela estava aos prantos.

—Marga... o que...

Ela me interrompeu.

—O Daniel.... ele perdeu a memória. Disse ela aos soluços.

Pude ver Valeria chorando ao meu lado também e sendo amparada por Davi.

A abracei com mais forca.

—Fica calma linda, vai ficar tudo bem.

Pov Alicia

Abri os olhos lentamente, e uma onda de dor invadiu meu corpo. Olhei para o lado e vi uma mulher vestida de branco, quando ela olhou pra mim, abriu um largo sorriso.

—Finalmente você acordou.

—Onde eu to? Perguntei zonza.

—Bom, você e seus amigos sofreram um acidente bem feio, como se sente?

—Bem.. eu acho, onde estão os outros?

O sorriso dela mudou para uma expressão séria, comecei a me preocupar.

—A sua família está ai, melhor saber por eles.

—Eu não perguntei pra eles, estou perguntando pra você, COMO ELES ESTAO?

Ela me encarou assustada e seria, provavelmente não sabia da minha grosseria.

—A sua amiga está bem, já um de seus irmãos parece que perdeu a memória ou algo assim.

—Que amiga? Que irmão? E os outros? Perguntei já desesperada.

—Os outros ainda estão desacordados, é tudo que sei. Pelo visto você parece bem, vou chamar o médico, não saia daí.

Em seguida saiu, aquilo não podia ficar assim, precisava procurar os outros.

Levantei da cama, e me apoiei na parede para não cair, estava completamente tonta.

Fui dando um passo de cada vez até chegar a porta, olhei para os lados para ver se alguém estava por perto, vi que estava completamente vazio, assim fui em busca do quarto dos outros.

Para o meu azar, não tinha nome nas portas, assim o jeito era tentar a sorte, acabei entrando acidentalmente no quarto de um velho, que me xingou de todos os palavrões possíveis, depois entrei na sala onde uma mulher estava dormindo e por sorte não me viu.

Pude ouvir vozes se aproximando, em seguida sons de passos que estavam cada vez mais perto, sai correndo o mais rápido que pude tentando não fazer barulho, entrei no primeiro quarto que vi, e suspirei aliviada por ter conseguido fugir. Olhei para a cama, e vi um garoto de aproximadamente minha idade deitado, cheguei mais perto e logo o reconheci, me ajoelhei ao seu lado e comecei a chorar.

—Paulo...

Não pude evitar as lagrimas que caiam sobre meu rosto, segurei sua mao e sussurrei em seu ouvido:

—Eu também estou completamente apaixonada por você.

Pov Valeria

Estava sentada no sofá da sala de espera, estava fazendo o possível para não chorar.

—Se acalma Val. Disse Davi que estava do meu lado.

—To tentando, mas não consigo. Disse chorando ainda mais.

—Eles vão sair dessa, prometo.

Logo em seguida ele me abraçou e encostei a cabeça em seu ombro, senti um frio na barriga, algo que nunca havia sentido em minha vida.

3 semanas depois.......