Pov Davi

—Não devíamos ter feito isso, eles não nos contaram que viriam e ainda por cima temos que nos virar com o carro. Disse Margarida

—Eles são nossos irmãos, tínhamos que ajuda-los. Eu disse.

—Ele ta certo. Concordou Valeria.

Eu a encarei e sorri, Valeria era uma garota muito bonita, mas não sei se ela me daria bola.

—Bom vamos lá, eu dirijo e vocês empurram. Disse Jorge.

—Nem doida que eu vou empurrar o carro. Disse Marga

—Nem eu. Concordou Carmem.

—Então o que vocês sugerem? Perguntou Jorge.

Pensamos um pouco, até que eu disse:

—Eu posso ir até o posto de gasolina mais próximo e pegar gasolina.

—Boa ideia. Disse Jaime.

—Sim, mas você não vai sozinho. Disse Carmem

—Eu vou com ele. Se ofereceu Valeria.

—Isso, então vão e não demorem. Disse Jorge

Eu e Valeria começamos a caminhar, e eu não podia estar mais feliz pela minha companhia.

Pov Mario

—Daniel, será que você podia acelerar? Perguntou Paulo.

—Caso você não saiba, existe um limite de velocidade. Se defendeu o garoto.

—Escuta, isso não é hora de seguir as regras. Disse Alicia.

—Eu não estou afim de levar uma multa. Disse Daniel.

—Você não ta entendendo que isso é caso de vida ou morte? Perguntei

—Verdade Daniel, anda mais rápido. Disse Marce

—CHEGA!

Ele simplesmente parou o carro no acostamento e desceu.

—Se quiserem ir contra a lei vão em frente, mas eu não dirijo. Disse Daniel bravo.

Droga. Pensei

Sai do carro também.

—Entra logo no carro, eu dirijo. Eu disse.

Ele entrou no carro, e eu assumi o volante.

Comecei a dirigir em alta velocidade, ultrapassando o limite permitido, acabei passando três placas de pare, quatro sinais vermelhos e quase atropelei uma velha.

—Mario, eu acho que você poderia ir um pouco mais devagar. Disse Daniel

Resolvi ignorar e aumentei a velocidade.

—MARIO!! Escutei minha irmã gritar.

—O QUE? Perguntei de volta

—PARA ESSE CARRO! Berrou MaJo

Mas já era tarde demais, acabei perdendo o controle do carro e acabamos batendo em uma arvore, porem o impacto foi tão grande que o carro acabou capotando.

Pude ouvir os gritos do pessoal, senti meu corpo inteiro doer, não conseguia enxergar ninguém, pois estava muito escuro.

Depois disso, apaguei.

Pov Valeria

Eu e Davi estávamos parados em frente ao posto esperando o homem nos trazer a gasolina, viemos o caminho inteiro sem falar absolutamente nada.

—Que noite hein. Eu disse pra puxar assunto.

—Até que não foi tão ruim. Ele respondeu.

—Serio?

—Sim, pelo menos eu pude ficar um pouco sozinho com você.

Quando ele disse isso, corei instantaneamente e ele também.

—Você... ainda tem raiva? De mim e dos meus irmãos? Ele perguntou mudando de assunto.

—De verdade... não, e você?

—Não.

Seguimos em um longo silencio, até que ele disse:

—Então... quem sabe a gente... não possa sair um dia desses.

—Tipo um encontro? Perguntei

—Talvez.

Fiquei de frente para ele e o beijei, aquilo durou uns 5 minutos, mas foram os melhores minutos da minha vida, quando nos separamos, olhei em seus olhos e respondi:

—Adoraria.

Ele sorriu, o homem finalmente trouxe a gasolina e voltamos para onde estavam nossos irmãos.

Pov Jorge

Coloquei a gasolina no carro e todos nós entramos.

—Será que eles já chegaram? Perguntou Carmem.

—Provavelmente. Disse Jaime

Dei a partida, Margarida estava ao meu lado no banco do passageiro, ela parecia nervosa.

—Relaxa, você e a Alicia vão se entender. Tentei anima-la

—Não é isso, to com uma sensação estranha em relação a ela.

—Como assim?

—Quando éramos pequenas, sempre sabíamos quando uma de nos estava machucada ou em perigo, coisa de gêmeas.

—Acha que aconteceu algo com eles? Perguntei preocupada.

—Deve ser só coisa da minha cabeça, melhor esquecer. Ela disse

Mas mesmo assim, não pude deixar de me preocupar.

—ESSA FESTA FOI INCRIVEL. Disse Valeria la atrás.

—Mal posso esperar pela do ano que vem. Disse Carmem rindo.

—A do ano passado foi melhor. Disse Davi

—Verdade. Concordou Jaime.

—Claro, essa festa foi cheia de problemas, tomara que eles consigam voltar a tempo. Disse Carmem preocupada.

Todos assentimos.

Pov Margarida

Chegamos em casa e vimos e vimos Helena e meu pai sentados no sofá com umas caras bravas.

—Eu só vou perguntar uma vez, onde eles estão?

Olhei para Jorge, o mesmo me encarava também, saímos bem antes deles, eles já deviam ter chegado.

—Eles quem? Perguntei com cara de desentendida.

—Não se façam de bobos, eu sei que...

Meu pai foi interrompido pelo telefone, Helena correu para atender.

Quando ela desligou o telefone, começou a chorar desesperada, meu pai logo foi acalma-la.

—O que houve? Perguntou Jorge

—Parece que os irmãos de vocês sofreram um acidente de carro, e foram para o hospital. Disse ela aos prantos.

Fiquei parada em estado de choque, aquilo só podia ser um pesadelo, vi que Jorge estava tendo a mesma reação que eu, já Valeria começou a chorar feito loca.

—Eles estão bem? Perguntei

—Não sei, temos que ir pra lá. Disse Helena

—Jorge e Margarida venham comigo, o resto fica aqui e cuidem dos mais novos que estão dormindo. Meu pai disse pegando a chave do carro da mão de Jorge

—Nem pensar, eu vou junto. Disse Valeria

—Eu também. Disse Carmem

—Damos noticia depois, vamos logo. Disse meu pai

Meu pai parecia desesperado, mas dava pra ver que ele tentava se controlar para nos acalmar.

Entramos no carro e fomos em direção ao hospital, eu e Jorge fomos no banco de trás.

Estávamos todos em silencio, uma onda de arrependimento bateu em meu peito, por que eu tive que discutir com a Ally? Eu deveria ter impedido eles de irem a essa festa, sabia que eles estavam planejando algo, e não fiz nada para impedir.

Jorge me abraçou, olhei para ele e pude ver seus olhos inchados.

—Vai ficar tudo bem. Ele me disse.

Não respondi, apenas deitei em seu peito, e comecei a chorar o mais baixo possível.

Pov Jaime

Droga, porque demos o carro pra eles? Devíamos ter acompanhado eles, como eu pude ser tão idiota?

—ISSO E INJUSTO ELES SÃO NOSSOS IRMAOS TAMBEM POR QUE NÃO PODEMOS IR? Gritou Valeria

—Calma Val, eles vão dar notícias. Disse Davi

—E por enquanto, acho melhor não contar nada, para a Laura, Bibi, Koki e Adriano. Disse Carmem.

—Eles vão descobrir uma hora ou outra. Disse Davi.

—Eu sei, mas... Vamos contar pra eles amanhã, melhor deixá-los dormir tranquilos. Eu disse

Todos voltaram a ficar em silencio, esperando o telefone tocar.