Gêmeos no Divã escrita por Lady Black Swan


Capítulo 30
15° Consulta - parte 1


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é um pouco menor?
É, mas ao menos Gêmeos no Divã deu as caras antes do mês de férias terminar :D



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Ayume não precisava olhar para os gêmeos para saber que eles estavam encarando sua bolsa.

Eles a estavam encarando desde que ela apareceu na casa deles com a bolsa para acompanhá-los até a sessão de terapia, continuaram encarando no ônibus e estavam encarando até agora.

—Será que vocês podiam parar de encarar minha bolsa? — suspirou quando as portas do elevador se abriram.

—É que essa bolsa é muito feia. — eles se justificaram, saindo do elevador logo depois dela.

—Vocês já disseram isso da última vez que me viram com ela. — comentou seguindo pelo corredor.

—A bolsa já era feia da última vez que te vimos com ela. — responderam seguindo-a.

—Na verdade vocês me dizem isso toda vez que veem essa bolsa.

—Porque a bolsa não ficou mais bonita com o passar do tempo.

Ayume girou os olhos.

—Só parem de olhar para minha bolsa, ok?

—Eu só acho que as pessoas deviam ter um gosto melhor. — Vinicius comentou.

—Por que você está com ela afinal? — Murilo perguntou passando a sua frente e abrindo a porta do consultório para que ela entrasse.

—Eu estou com meu notebook nela. — respondeu passando por ele e se dirigindo ao sofá da sala de espera — Eu baixei um filme aqui que quero assistir enquanto espero vocês saírem da sessão.

Os garotos se aproximaram dando um sorriso mau.

—Um filme? — questionaram — Por acaso não seria aquele filme que fez você e o Dos Reis...

—Nem. Uma. Palavra. — Ayume tirou o notebook da bolsa e o abriu.

Atrás dos gêmeos a porta consultório se abriu e um casal saiu de lá.

—Obrigado Dra. Frank e até semana que vêm. — o homem despediu-se.

—Sim, semana que vem. — a mulher concordou ranzinza com as mãos nos bolsos.

—Você odeia quando eu tenho razão. — o homem gargalhou alegremente, indo embora da sala de espera.

—Ela não disse que você tem razão! — a mulher respondeu irritada também indo embora.

Adam parou de digitar por um momento em seu computador e ergueu os olhos.

—Irmãos Montenegro. — chamou — Podem entrar.

—Nós já vamos.

Responderam e voltaram-se mais uma vez para Ayume, que ergueu o rosto para permitir que cada um deles lhe desse um selinho.

—Nem. Uma. Palavra.

A pequena asiática voltou a repetir, agora parecendo incapaz de desgrudar seus olhos da tela do notebook, mas dessa vez suas palavras eram dirigidas a Adam que, sem dizer nada, limitou-se a arquear uma sobrancelha.

—Bem vindos novamente meninos. — A Dra. Frank Lorret cumprimentou aos garotos quando eles entraram em seu consultório.

—E aí doutora? — cumprimentou o primeiro irmão, fechando a porta.

—Como vai você? — o segundo perguntou já se dirigindo ao divã.

— E vocês?

Os gêmeos fizeram uma careta.

—Bem...

—Mesmo? — sorriu paciente — Não parecem que estão tão “bem” assim.

Suspirando pesadamente os irmãos confessaram:

—É que tivemos uma semana difícil por causa daquele lorinho, doutora.

—Ah sim. — Dra. Frank apoiou o rosto de lado na mão — Como vocês estão lidando com o namoro de Luciano e Ayume?

Os dois garotos voltaram a suspirar pesadamente e se entreolharam.

—Murilo. — chamou o primeiro irmão — Falo você ou falo eu?

Murilo tocou o ombro do irmão.

—Pode deixar irmão, acho que agora é minha vez.

E com mais um suspiro Murilo resignou-se a começar a história.

♠. ♣. ♥. ♦

Desde que o Gringo e a nossa Pequena Ayume começaram a namorar ele passou a deliberadamente tentar monopolizá-la e roubar de nós todo o nosso tempo com ela.

—Ei Gringo, será que dá pra tirar o braço de cima da Ayume por um minuto? — Vinicius reclamou impaciente já na segunda-feira, antes mesmo das aulas começarem.

—Sim! Nós também queremos abraçá-la! — reclamei também contrariado.

—Ei, me deem um desconto, eu mereço passar um tempo com a minha namorada. — ele respondeu cada vez mais grudado em Ayume, com o braço em volta dos ombros dela.

E ele dizia “minha namorada” com o sorriso mais idiota do mundo.

—Eu não sou um ursinho de pelúcia, parem de me disputar como um brinquedo. — o objeto da disputa em questão reclamou, porém não desviou os olhos do Nitendo 3DS que tinha em mãos nem por um segundo sequer — E se vocês me fizerem perder a vida aqui eu pego a de vocês.

É impressão minha ou quanto mais tempo passamos com a Ayume mais assustadora ela fica?

Na verdade até ela falar conosco nós nem sequer tínhamos certeza se ela já havia nos notado ali ao seu redor, porque até então o máximo de interação que havíamos tido com ela foi quando havíamos chegado e a vimos sentada sozinha no pátio.

—Pequena Ayume! — chamamos alegremente como sempre.

Mas ela, de tão concentrada que estava no Nitendo 3DS, só nos respondeu de uma maneira apressada e robótica sem nem sequer erguer os olhos:

—Não posso falar. Concentrada!

E como ela não ia levanta a cara nem pra falar com a gente, muito menos o faria para nos dar os nossos selinhos de sempre, então nós nos conformamos em beijar, cada um, uma de suas bochechas e depois sentarmos ao seu lado esperando o sinal tocar.

Porque se a deixássemos ali sozinha, “concentrada” do jeito que estava era bem capaz de que ela nem ouvisse o sinal e o deixasse passar batido e ficasse “matando aula” ali no pátio, até que alguém viesse para lhe chamar a atenção e provavelmente confiscaria seu joguinho também.

Só que mal fazia dois minutos que estávamos ali, e o Gringo chegou.

—Bom dia, namorada!

Como alguém pode ficar assim tão satisfeito só de pronunciar uma única palavra?

Giramos os olhos.

—Não pode falar. Concentrada. — afirmamos no lugar de Ayume, erguendo a mão em sinal de “PARE”.

Ele parou, mas só por uns dois segundos, e então voltou a avançar e ajoelhou-se diante de nossa Pequena Ayume, cruzando os braços sobre suas pernas magrelas.

—É verdade Ayume? — perguntou — Você vai mesmo me ignorar para ficar jogando?

—Vou. — Ayume nem piscou.

—Tudo bem, porque eu ainda te amo. — ele sorriu levantando-se e metendo-se entre eu e ela para sentar-se ao seu lado, passando o braço ao redor de seus ombros e quase me derrubando no processo. — Mas lembre-se disso, porque depois não vai poder reclamar quando eu te trocar por uma maratona de The Walking Death.

Mas Ayume, concentrada em seu jogo, não disse mais nada por um bom tempo... Até ameaçar tirar nossas vidas, é claro.

—Se for para tirar a vida de alguém tira a do Gringo! Nós nem encostamos em você! — nos esquivamos da ameaça de morte rapidamente.

Ayume suspirou desligando o console — e torcemos para que tivesse sido porque ela tinha acabado de zerar o jogo.

—Vocês podiam parar de chamá-lo de “Gringo” e começar a chamá-lo pelo nome.

—O que? — piscamos confusos.

—O nome do meu namorado é Luciano. — ela respondeu calmamente — Vocês podiam usar de vez em quando.

Se nós já achávamos que aquele loirinho tinha um sorriso ridiculamente grande e estúpido quando falava a palavra “namorada”, ele nem sequer se comparava ao sorriso que ele dava quando era Ayume quem o chamava de “namorado”.

—Mas nem sempre você me chama pelo nome também. — ele comentou visivelmente incapaz de conter aquele sorriso estúpido ao quadrado dele.

Ayume girou os olhos.

—Se eles já não querem te chamar pelo nome, muito menos vão querer chamá-lo de “Lorde Zucker”, milord. — ela levantou-se quando ouviu o sinal tocando — Vamos que a aula já vai começar.

Mas antes que a nossa pequena Ayume pudesse mesmo se afastar o loirinho, de repente, a pegou pelo braço e a puxou para beijá-la na boca.

Não sei quem arregalou mais os olhos: Nós ou Ayume...

Nós! Fomos com certeza nós!

—Hum... — Ayume pigarreou quando ele a soltou cobrindo levemente a boca — Acho que você é espontâneo demais Luciano.

 —Bem, você é minha namorada, é apenas natural que eu queira beijá-la! — ele afirmou se levantando feliz para abraçá-la — Você precisa ser mais romântica Ayume!

—Acho que você já é romântico por nós dois. — ela respondeu indo embora, ainda com o Gringo a abraçando pelos ombros.

E nós acabamos sendo deixados para trás.

—É impressão minha ou fomos esquecidos aqui? — Vinicius perguntou-me.

Fiz uma careta.

—E nem sequer ganhamos nosso beijo.


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Notas finais do capítulo

Mais do que "romântico" eu acho que o Luciano é um namorado bem ousado kkkk e fofo, não podemos nos esquecer que ele é fofo! E vocês, o que acham do Luciano como namorado?



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