Gêmeos no Divã escrita por Lady Black Swan


Capítulo 14
7° Consulta - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Gente minha semana de provas acabou de começar então estou postando correndo aqui que tenho muito que estudar.



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Ok, agora que o Murilo terminou a parte dele com chave de ouro eu acho que é minha vez certo?

Então vamos lá...

Verônica nos ligou menos de vinte e quatro horas depois de nossa ida ao cinema, e... Bem, como eu posso dizer isso de uma maneira que não magoasse a mamãe?

Ah! Que tal assim: Ela não podia ter ligado em hora melhor porque a situação já estava ficando crítica!

Primeiro me deixe desenhar melhor a cena para que você possa entendê-la doutora:

Mamãe e papai estavam conversando na cozinha, eu estava no sofá jogando videogame com Maya, e Murilo estava tentando fazer um castelo de cartas no chão — na verdade ele só estava entediado esperando a sua vez de jogar — agora por que a situação estava ficando tão critica?

Muito simples: O que mamãe e papai estavam conversando na cozinha é que mamãe queria nos ensinar a dirigir.

Não sei por que isso veio de repente à cabeça dela, sabe, acho que ela ficou nos olhando lá sem fazer nada o dia todo, e ai pensou: puxa, agora seria uma boa hora para eles começarem a aprender a dirigir!

—Mas não é melhor esperar mais um pouco? — a gente ouvia papai tentar convencer mamãe na cozinha.

—Mais um pouco quanto? — mamãe perguntou irredutível — Quer que eles tenham a primeira aula de direção aos trinta e sete anos como eu?

Ah sim, eu me lembro da primeira aula de direção que papai deu a mamãe, e Murilo também, mas Maya talvez não porque ela só tinha dois anos: mamãe estava tão nervosa que apertou a marcha ré pensando que fosse o acelerador e BAM! Teve que pagar um portão novo para o vizinho.

Na segunda aula ela acertou o acelerador, mas bem nessa hora tinha um gato branco de olhos vermelhos atravessando a rua, por sorte ela conseguiu frear a tempo, só que o bichinho saiu correndo assustado e nunca mais apareceu na rua, acho que ficou traumatizado.

—Trinta e...? Eles ainda têm quinze anos! — papai respondeu — Eu só estou tentando dizer que tem gelo na rua, e que você deveria esperar pelo menos até descongelar um pouco para dar a primeira lição de dirigir a eles.

—Gelo? Você está inventando isso! — afirmou mamãe incrédula — Nem está tão frio assim... Agora cadê as chaves do carro?!

E sim, estava tão frio assim.

—Não sei.

—Você está mentindo pra mim.

Vou te contar um segredinho doutora: Papai não estava escondendo as chaves do carro, meu irmão e eu estávamos.

Não é por nada não, mas a gente não queria sair para aprender a dirigir — e possivelmente derrapar no gelo — em um frio daqueles quando lá em casa estava tão bom, então mandamos Maya sentar em cima das chaves do carro.

Eu sei que não é muito criativo, mas a gente também não teve muito tempo para pensar quando ouvimos mamãe dizer “Acho que já está na hora dos meninos começarem a aprender a dirigir”, entende?

—Meninos. — Maya nos chamou a certo ponto.

Sem desviar os olhos de nossos objetivos — eu estava concentrado em dar em Maya uma enorme surra virtual e Murilo em terminar seu castelo de cartas — nós respondemos:

—Eu/Ele ainda tenho/tem mais sete minutos para jogar.

—Não. — disse Maya — Não é isso, é que acho que um dos celulares de vocês está tocando, não estão ouvindo?

Nós paramos por um segundo para ouvir, o castelo de cartas de meu irmão desmoronou e na tela Maya deu-me um chute no estomago, mas sim, havia realmente um celular tocando, bem lá longe ao fundo.

—Eu vou ver quem é. — afirmei me levantando e jogando o controle para Murilo.

Meu irmão pegou o controle no ar e já no ato ficou de olhos vidrados na televisão enquanto jogava e levantava-se lentamente para se sentar ao lado de Maya, onde eu estivera antes, isso tudo sem dar pausa, nós somos sincronizados a esse ponto doutora.

—Não é justo, são dois contra uma. — ouvi nossa irmã reclamar enquanto saia da sala.

—Não sei por que está achando injusto, já que nós estamos jogando como um só personagem. — meu irmão respondeu.

—Porque quando um começa a ficar cansado o outro toma o lugar. — Maya explicou queixosa — E isso é injusto.

—Do que você está reclamando afinal? — Murilo também assumiu um tom queixoso — Mesmo sendo dois contra uma ainda estamos apanhando de você!

Eu sei, é vergonhoso.

—Devíamos chamar Ayume. — Maya sugeriu ignorando-o — Ai ficaria justo.

O celular que tocava estava jogado em cima de uma das penteadeiras em nosso quarto, era Verônica.

Eu atendi.

—Alô?

—É a Verônica. — ela disse — Com qual dos dois estou falando?

—Você acha mesmo que eu vou te responder algo assim? — Eu sorri. — E mesmo que eu respondesse, como você poderia saber se eu estaria ou não dizendo a verdade?

—Ok. — ela suspirou— Mas para o celular de qual dos dois eu liguei?

—Isso é uma pergunta complicada.

—Tudo bem eu desisto. — ela se entregou — O que vocês estão fazendo hoje?

—Nada demais. — encolhi os ombros — Jogando vídeo game com nossa irmã e tentando não morrer num acidente de carro.

—Ótimo. — ela disse — Então mais tarde vocês querem sair para se divertir comigo?

—Claro! — topei na hora — O que vamos fazer?

—Ah... Vamos a uma festa.

Doutora, nossa mãe pode não simpatizar com Ayume porque não se conforma com o fato dela nos diferenciar, mas quando o assunto é Verônica... Ela chega a um ponto de quase detestar a menina.

Quer dizer, será que algum de nós já comentou como aquela menina é “má influencia”?

Pelo menos no que toca os nossos pais Verônica é com certeza uma má influencia.

Claro que meu irmão e eu nunca acreditamos muito nesse negócio de má influencia, até porque para nós uma pessoa só é influenciada se ela quiser, o problema é que nós definitivamente queríamos ser influenciados por Verônica...

♠. ♣. ♥. ♦

Vinicius parou de falar quando Mutilo tocou seu ombro.

—Parece que nosso tempo está acabando. — avisou.

—Tem razão mano. — Vinicius concordou olhando o próprio relógio de pulso. — Como o tempo passa rápido, não é doutora?

—De fato. — concordou inclinando-se de lado e apoiando o rosto na mão — Agora sobre aquela história de Lucian Reis ter beijado Ayume...

Os irmãos ergueram as mãos em um claro sinal de “pare”.

—Não queremos falar disso doutora. — disseram.

A Dra. Frank Lorret ergueu o indicador, pedindo um minuto de silencio.

—Por favor, escutem meninos, como Ayume pode ter dito que quem a beijou foi Lucian Reis se vocês me disseram que ela sequer sabe como ele é?

—Ela realmente não sabia, não até duas horas e meia atrás. — os dois suspiraram.

Franzindo o cenho a Dra. Frank Lorret indagou:

—Como assim?

Murilo e Vinicius a olharam, Murilo foi quem falou:

—A senhora viu que a trouxemos hoje não é?

—Vi.

—Bem, então enquanto nós três estávamos lá na sala de espera a Ayume pegou uma revista para ler, e ai ela estava folheando quando de repente arregalou os olhos e disse: É ele! — Narrou Vinicius.

—E nós perguntamos “Ele quem?”. — continuou Murilo — E ela nos mostrou a revista com a matéria “Conhecendo Lucian Reis” e respondeu: “O capitão América de olhos muito azuis que me beijou naquele dia!”.

—Então nós pegamos a revista, e a senhora chegou logo depois. — finalizou Vinicius.

—Entendi... — ela ajeitou os óculos — Mas acho que Ayume se enganou rapazes, então vocês podem ficar tranqüilos.

Os dois rapazes a olharam.

—Por quê?

—Porque vocês disseram que aquele Capitão América ou Lorde Zucker, mora aqui em Atibaia, mas Lucian Reis mora na cidade de São Paulo.

Eles piscaram.

—Sério?

—A-hã.

—Então tá beleza! — os gêmeos se levantaram ao som dos alarmes dos relógios de pulso — Pelo menos agora a gente sabe que não é nenhum atorzinho de quinta que está tentando seduzir a nossa pequena Ayume!

—Que bom que os ajudei. — a doutora sorriu — Afinal é para isso que estou aqui.

—Só que a gente ainda têm que descobrir quem era aquele cara... — Vinicius foi dizendo ao irmão enquanto se afastavam em direção a porta.

Murilo concordou:

—Claro, porque temos que proteger nossa pequena Ayume...

—Meninos! — a doutora ouviu a voz de Ayume do lado de fora — Vocês saíram cedo.

—Não, não saímos. — ela ouviu os rapazes responderem — O que você está fazendo de errado nesse celular Ayume para estar assim tão assustada?

—Nada! — Ayume respondeu um pouco alto demais.

A doutora suspirou, mas por sorte os próximos pacientes dela só chegariam dali a meia hora.

—Você está trocando mensagens com ele! — os gêmeos acusaram.

—Não! — Ayume respondeu, um pouco alto demais novamente.

—Nos deixe ver!

—Não!

A doutora ouviu sons de batidas e passos rápidos, e depois a porta da sala de espera se abrindo e se fechando, logo depois os gêmeos gritaram:

—Não pode fugir de nós para sempre! — e também se foram.

Ela levantou-se e se encaminhou até a porta, a sala de espera estava vazia agora, exceto por Adam digitando como sempre, a doutora sorriu-lhe.

—Eles são um trio bem barulhento, não é?

—Com certeza. — o assistente concordou sem desviar os olhos da tela.


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Notas finais do capítulo

Minha internet será, supostamente, cortada nessa segunda-feira, mas não se preocupem eu já vou deixar capitulo da semana que vem programado aqui, talvez os comentários não sejam respondidos, mas não se acanhem, envie quantos comentários quiserem que eu respondo assim que puder, prometo! ^_^



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