Secrets escrita por Mila Kawaii


Capítulo 9
Basement, and unexpected help.




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Em um ato inesperado do Nathaniel pude sentir seus lábios em meu rosto. Pergunto-me se nada além de carinho possa ter sido demonstrado em seu beijo, algo como uma despedida. Por mais que tanto eu quanto ele, sabem que este não é a última vez que nos veríamos, talvez apenas mais uma em uma longa história pela frente. Porém, pude sentir algo a mais em seu ato, um último pedido. Entretanto tenho consciência que não posso permanecer ao seu lado, ter uma vida normal junto a ti. Penso em minha sorte por ter apenas nós três no pátio deste colégio, ao termino das aulas éramos os únicos a permanecer na escola. Se a situação fosse diferente, sei que estaria mais corada, por mais que sinta o olhar do Lysandre sobre nós, sua expressão não muda, fazendo se apoiar em uma de suas pernas tendo sua atenção apenas a nós. Pergunto-me em que mundo estaria sua mente, quais segredos seriam ainda ditos por seus lábios, qual sentimento ele sentiria ao me ver junto ao Nathaniel.

O calor não vinha do corpo do loiro diante a mim, tão perto. Mas sim de seu peito, este que me aquece ao estar em seus braços. Sinto meu coração acelerar, como se ele ditasse o ritmo, até mesmo de minha respiração. Uma sensação desconhecia percorre meu corpo, algo que como uma flor pode despertar. Sinto-o se afastar minimamente, vejo que as primeiras impressões que tive do loiro foram apenas mais um de meus chutes no escuro, nada além da bondade em seu coração, e a simplicidade que o satisfaz parece se encaixar com o sorriso feroz em seu rosto. Como um predador ao olhar para mim.

– Eu a acompanharia... – Ouso sussurrar se aproveitando da proximidade de nossos rostos. – Se o pedido fosse dito por seus lábios. – Ao terminar a frase me limito em desviar o olhar, sentindo o peso de sua atenção sobre mim, e assim posso ver a desaprovação do albino que a pouco deu passos para trás, afastando-se de nós. Se perguntassem a mim o porquê de me sentir segura em sua presença, não haveria como responder, apenas sinto-me como se o tanto que desconheço dele fosse como minha curiosidade que sinto de entende-lo. Decifrar não só suas palavras, mas o que há de oculto em seus olhos.

– Você sabe que não é “querer” ... sinto como se eu devesse fazer isso.

– Seguir desconhecidos? Agatha você mal sabe para onde tudo isso irá leva-la. Tudo isso por vingança? – O Nathaniel tem em sua voz a preocupação que sente em mim, vejo que isto é por saber que não vou permanecer ao alcance de seus olhos. Sem celular ao menos posso manter contato. Porém, não deixaria que ele se tornasse apenas a “pessoa que me ajudou”, mas sim a que permaneceu comigo.

– Você não deveria dizer as coisas tão abertamente assim. – Agora pude ouvir a voz do Lysandre, por fim, impondo-se.

– Somos os únicos nesta escola. – O loiro responde e antes mesmo que possa olhar em seu relógio a resposta de Lysandre tirou sua atenção do que ia fazer a seguir. E mesmo contrariado, sua única alternativa foi concordar.

– As paredes tem ouvidos. Não seja tão ingênuo.

– Este é um dos últimos lugares que gostaria de ter esta conversa. Sinto como se corresse perigo, uma sensação familiar. Não me fazem senti-la novamente... – Algo que veem de meu estomago parece tomar meu ar, deixando-me ofegante, a pouco estava a caminho de encontrar o diretor desta escola “ Adam Mason” Por quanto mais este nome ira me perseguir? Seu colégio abriga a filha de seu inimigo, fazendo com que eu estivesse abaixo de seus olhos... assim penso eu. Uma jaula, mantendo-me sobre observação.

– Não deixarei que corra perigo Agatha, por mais que eu precise repetir isto, quantas vezes forem necessárias, peço que confie em mim. Como confia no seu salvador.

Neste momento, em pressa em ouvir suas palavras não dei importância a sua última frase. Esta que ganhou um tom diferente, avisando-me de algo que me pus a ignorar.

– Vocês precisam ir... – Nathaniel apenas diz isso, por mais que suas palavras soassem um tanto como injustas para ele. Sua voz sai confiante. Insistindo que é o certo a se fazer.

– Não antes de uma coisa. – Lysandre interrompe sua frase indo em minha direção. – Preciso de sua ajuda. E peço perdão por não lembrar antes. – Seu tom é sério, fazendo de sua voz firme e melodiosa. Como espinhos em uma rosa, cortando-a, por mais que faça parte de si mesma.

Vendo que eu não entendi ele volta a falar. Completando sua frase.

– Eu vim até esta escola por um motivo... porém, te encontrar, céus, isso me distraiu. Mas agora sei que não posso ir embora antes de chegar uma coisa.

– Na diretoria? – Nathaniel pergunta dando um passo à frente.

– No porão. – Os olhos de Lysandre o encontram com os do Nath, encarando-o em conflito.

– Porão? – Eu e o Nathaniel falamos em um único som. Confusos. Porém admito prestar mais atenção no efeito que sua voz tinha sobre mim, do que suas palavras.

– M-mas o diretor não dá mais um passo até o porão. Está abandonado. O que você iria querer lá? – Nathaniel diz.

– Fico mais tranquilo em saber disso, preciso mantê-lo longe. É isto que venho fazendo aqui... – Ele responde o Nathaniel. – Raro de não termos não nos encontrado ainda.

– Fico mais no grêmio... – Após dizer isso vejo sua expressão pensativa, como se tentasse lembrar rapidamente de algo. Se desligando no mundo ao redor.

– O que há no porão? – Pergunto-o.

– Você verá. Não vou sozinho. – O albino segura em minha mão permanecendo em silencio, em uma tentativa de ouvir algo ou nosso redor. Vozes, ou passos. Entretanto tudo indica que não há sinal de outras pessoas além de nós. Me pergunto onde está o diretor, ao a pessoa que o acompanhava, isto de certa forma me preocupa.

– Se isto envolve a Agatha, então desrespeito a mim também. – Nathaniel o interrompe, sendo repreendido pelo olhar do Lysandre de desagrado.

– Não! De jeito nenhum, independente a nos você tem que ir Nath. Não sei se me perdoaria se lhe prejudicasse mais de alguma forma...

– Somos dois. – Ele me responde rapidamente. – Não me perdoaria se a deixasse correndo perigo.

– Ela está comigo. E não vai acontecer nada, como nunca aconteceu em minha.. – Sua voz vai perdendo o tom alto virando apenas um simples sussurro em sua última frase, falando apenas para si mesmo.

– Eu sei que não Lysandre. – Olho agora diretamente para ele. Ocorreu-me agora que nunca o tinha respondido aos seus pedidos, e que se o respondesse seria adequadamente. – Sei também que posso confiar em você.

Pode ter sido apenas em um relance, um mínimo minuto. Porém, pude ver em seus olhos um brilho diferente, como se o verde se tornasse vivo e radiante, junto ao dourado de seu outro olho, me pergunto se o cinza deste mundo conseguiria afeta-los... se um dia deixariam de brilhar.

Balanço minha cabeça afastando por fim, estes pensamentos. Sinto como se pudesse me perder em seu olhar facilmente. Certamente que esta não é hora para meus devaneios.

– Sim, este é o problema é com “você” que ela vai estar. – Seu rosto parecia queimar a qualquer momento e ele abriu a boca para dizer mais alguma coisa, porém, desistiu de completar sua frase. – A-Aproposito vocês terão problemas para entrar sem mim!

Lysandre inclina sua cabeça olhando-o mais sério, sem entender sua frase. Creio que para ele soou como um “ Eu faria vocês terem problemas. “

– D-Digo, como representante tenho todas as chaves de colégio. E o Diretor trancou a sala do porão .. Creio que tenho a chave.

– Um conhecido meu me ensinou a abrir cadeados sem precisar de chave. – Ele diz hesitante, riu perguntando-o.

– E você e lembra?

– ... – Nenhuma resposta veio da sua parte, um fato engraçado diante a esta fria situação.

– Lysandre! – Digo alto seu nome e sou interrompida por um barulho vindo do interior da escola, o colégio que a pouco permanecia silencioso mostra-nos as luzes por fim, acessas novamente. Acompanhando de passos firmes e pesados. O eco vem até nós fazendo o desespero tomar conta de nossas mentes, impedindo qualquer ação de imediato. Sinto um frio percorrer meu pelo meu corpo, certamente minha expressão é de pânico ou algo parecido. Porém, Lysandre se mantem calmo repousando sua mão no ombro do Nathaniel.

– Ajude-nos. – Estas palavras sussurradas pelo Lysandre são apenas ditas ao Nathaniel, não vindo até mim.

Neste momento sinto a delicada mão do Lysandre agarrando-me pelo braço, mantendo firme. Como se temesse se algo, ou alguém o fizesse soltar. Sou guiada tenho de rumo estar o mais longe possível, fugindo do encontro indesejado.

– Não podemos ir! E o Nath? – Falo rapidamente, esforçando-me para manter meu tom baixo. Olho pela última vez para o Nathaniel estendendo a ele minha mão, em um ato inútil. Apenas o que ganho em resposta é um sorriso, sendo acompanhado por um simples sinal de silencio, após tocar com sua mão em seus lábios.

Nós distanciemos o mais longe possível, dando uma volta por trás do colégio. Este rodeado de belas arvores, como se tudo se resumisse em um belo, porém, largado jardim. Lysandre parecia saber bem como não ser percebido. Me pergunto o motivo por trás disto. Se é que há resposta, por mais que todas as perguntas fossem respondidas acabaríamos tendo se escolher ocultar a verdade, em um momento. Aguardando assim, a verdade apenas para si mesmo.

Em nenhum momento soltei minha mão do Lysandre, sentindo seus dedos entrelaçados aos meus. Um calor que passa, vindo de seu corpo. Percebo que nem sua respiração emite algum som. E neste silencio lembro-me de sua voz, as flores desenhadas em seu bloco de notas, tenha curiosidade em ver as outras páginas. Saber mais sobre ele.

– Isto não é motivo!! – Ouso uma voz masculina gritar alto, vindo como um som abafado até

nós. Percebo que Lysandre e eu estamos parados na grande janela que dá para o grêmio estudantil. A voz do loiro lembra-me um sussurro, sei que mesmo nesta situação ele zela em manter sua calma, nem tanto por seus conceitos diria eu.

– Já lhe expliquei Professor, não havia como voltar. Peço perdão, e agradeço imensamente sua chegada. Me desesperaria em ter de passar a noite no...

– Vejo que a Senhorita Melody não ficou para ajudá-lo! Se era tantos papeis assim...

– Os candidatos para a peça já foram revisados por ela, quis tira-la deste peso. Perdoe-me em perder o horário. – Em nenhum momento sua voz fraqueja. Diria eu que não conseguiria manter uma conversa de igual para igual como ele.

– Terei de relatar isto para o Diretor.... Sendo assim, chegará nos ouvidos de seu Pai. Será uma vergonha para os Francis.

– Me esforçar demais? Isto seria vergonhoso? – Nathaniel o interrompe para responde-lo, a magoa em sua voz. Sinto como se devesse estar ao seu lado.

– Ser tolo, é vergonhoso. Fui professor de seu Pai, não há como compara-los. – Por fim, a conversa acabou. Não pode ouvi-la desde o início, porém decido-me que foi melhor assim, certamente sei que meu ódio seria maior. Um sentimento de culpa diria.

Lembro-me do Pai de Nathaniel, este mencionado como exemplo para se filho... porém, só havia frieza em seu olhar. Quando estive ao seu lado imediatamente pude ver, o qual “incomparáveis eles são”

– Sinto muito por ele. – Ouso Lysandre desabafar não dirigindo sua fala mim. Me limitei a concordar em minha mente.

Não havia mais barulho, o ultimo ouvido por nós foi o irritante som de portas sendo trancadas, estávamos do lado de fora, não havia como entrar novamente. O colégio agora deserto não receberia mais a visita de ninguém. Pude ver a expressão pensativa no rosto do albino ao meu lado. Este fazendo-me companhia. A noite por fim chegava, revelando a escuridão do céu apenas iluminado por estrelas.

– Desculpe... – Digo segurando-me enquanto meu corpo luta em acabar por desabar em lagrimas.

– Não chore.... – Fecho meus olhos não vendo o albino estender seus braços em minha direção, em um ato de consolo sendo ignorado. Porém antes que ele possa falar algo ouso a voz do Nathaniel vindo como um grito até mim, chamando-me. Coro virando com a sensação que não é a primeira vez.

– Pode te causar problema vir aqui. – Lysandre não compartilha da minha felicidade em vê-lo, porém, o sorriso que estava em seu rosto permanece.

– Eu menti para o professor... – Isto é tudo que ele consegue dizer neste momento.

– Não, você realmente é esforçado! – Digo apenas vendo o lado bom da história.

– Quando se trata de algo com você.... – Coro.

– Sim, sim. Amanhã você se inscreve para a peça também, garanto que vai se sair ótimo!

– Hoje ainda temos um longo dia pela frente. – O loiro completa após sorrir mostrando a nós sua alegria, seus olhos se destacam a noite, como se a luz do sol nunca deixasse de brilhar para ele.

– Não há como entrar! Estamos fora, e todos os portões foram trancados.

Depois de ouvir minha fala Nathaniel tira um conjunto de chaves de seu bolso, percebo o quão amassada esta sua roupa. Tirando seu visual de professor.

– A-Acho que agora vocês precisam de mim.


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Notas finais do capítulo

Gostara? não? céus! espero não ter decepcionado ><
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