Secrets escrita por Mila Kawaii


Capítulo 7
Goodbye




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Neste momento tudo em minha mente parecia tão irrelevante para mim, como se meus pensamentos flutuassem distante do alcance de minhas mãos. Seu olhar está direcionado a mim, cruzando fixamente com o meu, como se visse além do verde em meus olhos. Sua expressão calma em nenhum momento indica um sinal de um simples sorriso. Pergunto-me se sua face estaria dizendo a verdade, se seus olhos escodem algo atrás da imensa nuvem ocultando seu real sentimento, esta que faz com que por um momento eu cogitasse em estar em perigo. Em gritar chamando pelo Nathaniel... E com isto eu relembro de seus passos decididos em se afastar rapidamente de mim, sua frase que ficará perdida diante ao vento.

Este que me ajudou a chegar onde estou, pergunto-me se ele estaria repensando seu ato. Talvez a coisa a se fazer seria pedir desculpas... porém meus olhos não olhariam novamente para ele.

Não há como dizer por quanto tempo permanecemos em silencio, porém, suas mãos foram até minha cintura segurando-me firmemente. Por mais que eu estranhasse o ato nada disse, ocorreu-me que se as coisas não acontecessem tão repentinamente certamente questionaria algo, ou simplesmente perguntaria o porquê. Continuo a deixar que ele me guiasse. Este que conduz-me ao cômodo vazio abaixo da grande escada.

Ao abrir minha boca indicando minha impaciência sinto seu olhar seria como se pedisse por meu silencio, não o questiono.

Está escuro, impossibilitando-me de ver claramente ao meu redor. Neste momento posso apenas ouvir as batidas de seu coração, já que sua respiração permanece silenciosa, como uma simples brisa, sem som, porém presente entre nós. Não ousaria dizer sequer uma palavra, após por fim perceber que o silencio é necessário.

Suas roupas são em tons escuros, e sua pele clara. Não há uniforme ou simplicidade em suas vestes. Apenas mais uma das coisas que contam um pouco sobre si. Sua personalidade misteriosa, como se preferisse reservar tudo para si mesmo. Seus cabelos tem a cor branca sendo diferenciado pelas mechas negras, quebrando a pureza de ter somente o branco nos lisos fios. Entretanto de tudo o que mais chama-me a atenção são seus olhos, que mesmo o breou não deixa de brilhar. Radiantes. As suas cores tão vivas em seu rosto. Por enquanto ainda não pude ouvir sua voz, pergunto-me se ao vê-lo abrir sua boca sairia algo como um sussurro, entretanto apenas um gesto para que eu permanece-se em silencio.

– Silencio. – Ele diz olhando-me, apenas este gesto faz com que eu preste atenção em cada detalhe de seu rosto... seu corpo, este infelizmente ocultado pelo belo sobretudo. Posso afirmar que mesmo que eu ficasse na ponta de meus pés não o alcançaria. Ele por sua vez se inclinaria ao sussurrar algo para mim. E ao pensar sobre isto imagino que tom terei sua voz.

Agora posso ouvir claramente o grande eco de passos vindo de cima, não há como dizer quantos, porém posso afirmar que a voz que ouso vem de um homem, não há melodia. Apenas a dureza em suas palavras, estas vindo até mim como som distantes, longe de nós dois. O rapaz em minha frente parece suspirar em alivio. Tento entender, chegar por fim a uma resposta, entretanto nada vem até mim.

– Não acha que você, mais do que ninguém tem que fazer algo a respeito disto? – Ouso esta fala sendo acompanhada de apressados passos.

– Não o considero como filho. – Após ouvir isto vejo que há realmente mais de uma pessoa. Tanto esta quanto a primeira voz é masculina, porém esta que acabo de ouvir é diferente... sinto como se mesmo sem olhar para a pessoa que as dita, consigo sentir a frieza em seu tom, e indiferença ao dizer tais palavras. – Por mim nunca mais pisaria em meu colégio. Já que não o julguei merecedor.

– Mas senhor... – O outro homem presente parece não concordar, até mesmo tenta-lo mudar de opinião. Porém inutilmente.

– Tenho este assunto por encerrado. E apenas lembrando-o, se cruzar com ele consulte-me imediatamente. A resposta foi nada mais, nada menos do que “ Sim senhor “.

Depois disto o silencio voltou a ser a única coisa presente no local, as duas pessoas apenas foram se distanciando, e os passos perdendo-se nos corredores. Pude me afastar finalmente de seus braços, dando somente um passo para trás. Posso afirmar que minha expressão era confusa, isto tudo apenas fez minha curiosidade aumentar.

– Agradeceria se devolvesse o que é meu. – Certamente ao ouvir esta frase me perguntaria o que tenho que lhe pertence. Se apenas carrego comigo as vestes em meu corpo e cuidadosamente seguro o bilhete de meu pai... então o que? Porém apenas bastou eu ouvir sua voz, ouvir finalmente o que estava martelando em minha mente. Não foi preciso de muito para reconhece-lo e o ver o quão meus olhos se arregalaram em surpresa. Logo pude associar o pequeno caderno que a pouco estava em suas mãos, porém ao cair foi aguardado por mim, vindo ao meu encontro. Pergunto eu se não se proposito. Porém decido-me que não dividirei esta teórica com ele.

– O bloco de notas é seu? – Pergunto-o por mais que já saiba a resposta.

– Que eu me lembre... desde que o comprei. – Em seus lábios se forma um sorriso, mostrando-me seu lado gentil. Entrego-o o objeto a ele erguendo minha mão em sua direção, ao tê-lo diante de mim finalmente faz com que minha curiosidade apenas aumente, e acabo por abrir o caderninho em minha mão e vejo lindas flores desenhadas a mão como se completassem a bela paisagem de um jardim.
Lembro-me do dia que junto ao meu colégio pude ir ao mais belo jardim da cidade, a lembrança de caminhar entre as flores está guardada como um dos momentos mais felizes. Me sinto... Livre. Como um passarinho a voar independendo na imensidão do céu, mergulhando no encantador azul do céu. Nada o impedindo de seguir seu rumo, caindo e levantando-se apenas com a força de suas próprias asas. Porém as cores pareciam não ter fim, um belo retrato pintando apenas com as mais belas cores, novos aromas e risos que ecoaram dos colegas de minha classe. Sinto-me mal por depois de tanto tempo ainda achar graça na nova “Descoberta” de meu melhor amigo. Sua alergia.

– Você desenha muito bem. – Comento.

– Muito gentil da sua parte. E-Eu... tive no que me inspirar. – Inclino minha cabeça vendo seu rosto corar.

Sinto o toque de sua mão levemente em minha pele, pegando com pressa o objeto que pertence a ele. Penso se poderia ter o ofendido de alguma forma. Não a nada que me intimide nele, principalmente pela sua voz, fazendo com que algo mude em meu coração. Um sentimento de paz. Porém, não há como não achar esta situação suspeita, o motivo de ter vindo até esta escola é me encontrar com o diretor, este que acredito acabar de passar por mim. Não pude entender a conversa que tiveram, entretanto creio eu que era direcionada ao seu filho... Não gostaria de cruzar com ele por estes corredores.

– Desculpe-me se a assustei. Eu apenas quis... quis impedi-la de ser vista. – Diz ele ao não receber resposta da minha parte.

– Eu já o vi em algum lugar? – Pergunto-o.

– Se contar o esbarrão que tivemos no corredor.

– Não... digo, porque? O que você sabe sobre mim?

– Precisamos conversar.

– Certo, estamos conversando. Agora me responda. – Vejo-o franzir o cenho ao ouvir minha resposta.

– Seu pai era Victor Collins certo? – Ao ouvir o nome de meu Pai sendo dito congelo rapidamente, permanecendo onde estou. Neste momento não dei-me o luxo de me importar com quem estava a minha frente apenas rangi os dentes e cuspi minhas palavras.

– Como...?

– Isto não vem ao caso. – Ele me corta, porém guardo minha resposta apenas para mim.

– Nunca ouvi mencionarem ... você.

– Lysandre. – Ele completa minha frase curvando-se. – Muito prazer em finalmente conhece-la.

– Finalmente respondeu uma de minhas perguntas. – Digo sendo fria. Após voltar como estava uma mecha negra cai sobre seu olho, céus isto me desconcentra.

–Seria injusto mantê-la desinformada enquanto sei seu nome. Agatha. – Ouvir meu nome sendo dito pelos seus lábios faz com que eu me acalme, percebendo como as palavras vem até mim como notas musicais.

– Ok, Lysandre... – Antes que eu possa terminar minha frase sinto sua mão sobre meu ombro, seu olhar é serio, porém como se hesitasse em dizer algo. O albino parece ter uma opinião formada sobre mim, entretanto não entendo, já que acabo de conhece-lo ...

– Você precisa vir comigo. – Oh não... pelo não sem ouvir uma explicação.

– Mas eu tenho algo a fazer aqui!

– E é por este motivo que estou aqui. – Ter sua mão junto a minha impede que eu raciocine por um momento. Ocorreu-me apenas agora o motivo do albino insistir tanto em irmos para outro local. As aulas finalmente chegaram ao seu fim e os corredores estavam a cada minuto mais cheio de pessoas, estas que conversamos alto comentando sobre as aulas. Por mais que eu o procurasse... vejo que o Nathaniel não veio até mim. – Confie em mim. – Sua voz fez com que eu voltasse a realidade.

– Porque devo confiar em você? – Indago querendo ouvir sua resposta. Porém apenas de ver sua expressão percebo que esta é somente mais uma de minhas perguntas que não há ninguém que possa responde-las.

– Por favor... O assassino de seus pais não descansará... – Ouso ele desabafar. Se meu rosto não estivesse tão perto do seu provavelmente não ouviria.

– Você s-sabe?! – Me espanto ao perceber o quanto arregalei meus olhos, não há como processar esta informação.

– Por favor... – O albino se aproxima de mim, não posso dizer que isto foi um gesto discreto, já que posso sentir o olhar dos estudantes sobre nós, porém, por conta da quantidade de pessoas que nos cercam não haveria outra maneira de falar apenas para mim. Surrando.

– Pode ser perigoso que continue aqui... – Não apenas as palavras, mas sua respiração faz com que meu corpo o responda. Por fim, afasto-o por reflexo vendo sua cara de desaprovação.

Decido-me acreditar em suas palavras, não nada que me impeça de ir com ele.

Pelo resto do caminho evito olhar em seus olhos, apenas seguindo seus passos. Sinto como se estivesse esquecendo de algo, não pude conversar com o diretor... e estou confiando em um estranho, porém, ele parece querer me proteger. Por mais que eu não saiba o perigo que corro já que estou com o .. Nathaniel!

Paro de repente, cessando meus passos. Como pude esquecer de vê-lo? Este que me trouxe até aqui. Droga!

– Onde está indo? – Lysandre vira para mim impedindo que eu dê mais um passo.

– Eu... estou com alguém. Não posso deixa-lo assim! – Por mais que eu estivesse dito estas palavras firmemente o tom permaneceu baixo.

– Vai andar a escola toda procurando aquele loiro que estava com você? – O albino franzi sua testa novamente não compartilhando da mesma opinião que a minha.

– Vai me impedir? – Respondo-o como se desaviasse.

– Não. – Seu rosto volta a mesma expressão calma de sempre. – Apenas acompanha-la. – Coro vendo que ele realmente me acompanharia.

Penso que ele não estaria mais no corredor, esperando-me... Pude ver tantos dos alunos mais não o avistei, infelizmente não há ninguém nesta escola que eu conheça, digo, apenas aquela Representante de classe, porém tanto ela quanto o Nathaniel parecem estar invisíveis para mim. Até agora não parei para pensar que partir significa não ver mais o Nathaniel, não entendo o porquê que me apeguei tanto a ele... sei que terei saudades, de alguém que acabo de conhecer, que já pude presenciar seu sorriso. Porém, não posso envolve-lo nisto. Sei que o que devo fazer é dizer Adeus.


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Notas finais do capítulo

O que acharam ?
Deixe nos comentarios! Fico feliz sabendo da opinião de cada leitor! < Mas já que escreve deixe ai em baixo o que achou.
Do Lysandre... já Shippam Nath e Agatha ?
Fofos!



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