Secrets escrita por Mila Kawaii


Capítulo 5
The school path




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Enquanto estava distraída com a gatinha que acabo por conhecer, um tanto inesperadamente digamos. Sinto algo cair de meu bolso, logo ocorreu-me que o bilhete não estava mais em minhas mãos, porém antes que pudesse pega-lo vejo Nathaniel se ajoelhar em um ato de gentileza. Entretanto seu olhar é curioso, indeciso se permanece olhando para mim, ou para o nome no bilhete, tendo a escrita de meu falecido pai. Este que propôs a mim um mistério, uma chance de pôr fim saber a verdade, entender mais deste mundo. Pergunto-me se no fim isto trará algo para mim, além de lembranças que nunca saíram de minha mente. Permanecendo no mais profundo de meu peito, junto ao meu coração que presenciou a grande tragédia, uma vítima igualmente aos meus olhos, estes que neles foram refletidos o vermelho do sangue de seus rostos, manchados eternamente.

A longa e curiosa caminhada está apenas em seu começo, o inicio de minha nova vida, esta que como o desconhecido. Assusta-me. Não poder prever os próximos passos, está em uma das coisas que causa-me medo, ou simplesmente não saber onde tudo isto dará.

O clima se tornou mais tenso, dificultando com que eu continuasse a respirar, palavras faltavam-me neste momento, apenas não entendo o silencio repentino, ou o porquê do vento gélido que vem de encontro a mim, fazendo com meus cabelos dancem de acordo ao ritmo, ditado pela brisa.

–Sr. Manson, eu o conheço. – Afirma o Nathaniel. Sua expressão é seria, porém ainda posso ver o sorriso em seus lábios, tranquilizando-me.

– Bem, duvido que eu esteja certo... – Diz ele como se estivesse indeciso em falar.

– Eu ... – Sem ao menos perceber o quão distraída estou, acabo por me assustar com o pequenino arranhando em meu peito, largo-o fazendo com que caia de meus braços, por um momento pensei somente em pega-lo antes que vá de encontro ao chão.

Entrelaço meus dedos aos seus juntando por fim nossas mãos, sinto o calor de sua pele ser transmitido para mim em uma onda de choque, percorrendo meu corpo. O frágil gatinho estava a salvo, entretanto ao menos pude perceber a presença do pequenino em minha mão, ocorreu-me que o calor não diminuía, coro em poder afirmar o contrário.

– Eu s-sinto muito. – Digo com uma certa dificuldade, vendo o gatinho seguir seu caminho estado confortável no chão.

– N-Não tem problema, ele está bem. – Seu sorriso é tímido, como se nem mesmo ele percebe que seus lábios se curvavam um sorriso... tão belo. Pera, estávamos falando sobre o bilhete!

– Ér... você estava para me dizer algo, não é? – Pergunto em uma tentativa de mudar o clima constrangedor que ficou para nós dois. Seus olhos dourados fitam-me prestando atenção nos traços de meu rosto.

– Estava? – Após retomar seus sentidos ele continua. – Ah sim, este nome é muito familiar, porém posso estar enganado.

Não há como me lembrar de todas as possibilidades que vieram em minha mente, o pavor que senti passar pelo meu corpo durando segundos, neste momento apenas pude dizer mínimas palavras, querendo por fim, ver onde isto chegaria.

– Não sei se estamos falando da mesma pessoa, quem seria exatamente? – Por um impulso decide-me que não seria uma boa opção parecer suspeita. Porque estaria carregando comigo um papel com o nome de alguém que ao menos conheço? Por mais que eu saiba que possa confiar no garoto a minha frente, isto definitivamente é algo com que eu me sinta segura guardando somente para mim.

–Bom, eu já mencionei esta pessoa a você. – Diz entregando-me o bilhete, sinto-o agora novamente em minhas mãos. – O diretor de minha escola, Adam. – Nathaniel olha para mim como se esperasse algum tipo de confirmação.

– Eu... era um dos amigos de meu pai, fico surpresa em você estudar naquela escola...

– Sweet amoris, uma ótima escola. Sua curiosidade seria? –Pergunta ele querendo que eu conclua minha frase.

– Tenho algo a dizer a ele em nome de meu pai, este bilhete é um lembrete apenas... – Sorrio desconfortável com o rumo desta conversa, porém Nathaniel parece não perceber o nervosismo em minha voz, diria eu, um receio.

– Surpreendente esta coincidência, não há como explicar. Bem, fico feliz em ajuda-la Agatha.

Por fim a conversa parecia ter morrido neste instante. Nunca iria a diante com o pensamento de ve-lo como alguém útil, o pensamento de descobrir a identidade desta pessoa relacionada aos meus pais parecia algo tão distante, porém aqui estou. Avançando um passo sem ao menos caminhar, sinto que alguém realmente esta brincando comigo.

– O que você sabe sobre ele? – Pergunto ficando agora de frente para seu rosto, entretanto não olho em seus olhos.

– Tanto quanto sei sobre você.

– Como você é o representante...

– Sou mais um aluno normal, não confunda as coisas. – Vejo que não é a primeira vez que sou interrompida.

– Um bom aluno. – Concluo vendo um sorriso nos lábios do Nathaniel em resposta.

– Normal.

Nestes instantes me esqueci o que eu estava prestes a fazer em segundos. Ao menos processei o que o Nathaniel disse a mim, a notícia me parecia um tanto comum, quando comparada as possibilidades que vieram em minha mente, porém isto não faz com que ela não seja... inesperada.

– Estou indo justamente para a escola, posso afirmar que isto me atrasou um pouco. – “A chegada de um estranho” Pensei comigo, como se completasse a frase em minha mente.

– Bom, queria saber se você gostaria de me acompanhar. D-Digo, é uma oportunidade para falar com o Sr.Mason, então...

– Claro! – Respondo-o rapidamente, - Tenho realmente muita sorte... – Acabo por sussurrar esta frase.

– Disse algo?

– Não, se você não se encoda... vou retomar a ideia do banho. – Digo indo pegar a toalha que tinha deixado de lado, neste momento vejo o pequeno gatinho deitado no tecido macio, esquentando-o. – Riu sendo acompanhando pelo Nathaniel que guia-me até um dos grandes quartos do apartamento a procuro de outra toalha para que eu possa tomar meu banho, me sinto um tanto culpada em estar o atrasando. Seu rosto ganha uma coloração avermelhada enquanto permaneço ao seu lado confusa com a situação até ouvir de sua boca.

– Hoje não é o dia que me entregam as roupas de cama, isto faz com que não tenha mais toalhas, peço que perdoe-me, se eu soubesse...

– Tudo bem, não a problema em eu usar sua toalha, não é? – Perguntou-o, e somente após perceber o silencio constrangedor antes de sua resposta, repenso o que eu acabei de dizer.

– N-Não! Se não a para você, peço que não demore. Vou me arrumar enquanto toma seu banho. – Esta foi a última fala dita por ele antes que eu siga o caminho em direção ao banheiro, portas... portas.... Isto me confunde, nunca tive um bom senso de direção.

Por fim, pude concluir o que estava para fazer. Me sinto melhor como se o ar se tornasse mais puro, possibilitando minha calma respiração, não há pressa, estou segura junto a Nathaniel, horas atrás pude sentir o intenso calafrio de estar diante do fim, a morte que aguardado todos nós. Relembro como é sentir-se inútil ao ponto de não saber a direção em que seguir. Neste momento a vida está apenas me possibilitando um dos caminhos. Não hesitarei em ir até o fim. Acredito fortemente que cada dia em que vivo pode pôr fim... ser o último. Se eu pensasse assim antes da morte de meus pais o que eu diria a eles? É tão clichê pensar nas últimas palavras, um adeus para aqueles que deram-me a vida.

Pude ouvir batidas na porta, a toalha do Nathaniel estava enrolada em meu corpo, isto fez com eu voltasse ao presente, vendo situação em que eu estava. Rapidamente vesti as roupas, não havia mais o cheiro de sangue.... Não há manchas, entretanto, a tudo apontando as lembranças que carrego comigo, sei muito bem que estas permaneceram com o tempo, o passar dos dias.

Ao abrir a porta vejo novamente a camisa branca em seu corpo, penso que se sua aparecia fosse mais velha não haveria como ve-lo como um dos alunos. Mas sim um dos professores.

– Pronto Professor? – Digo mesmo sabendo que apenas eu entenderia esta piada, porém o sorriso em seus lábios se alargou. – Acompanhe-me aluna.

– Sim senhor!

– Não tenho cara de velho. – Seu tom soou como se estivesse ofendido, céus se isso fosse apenas uma brincadeira que ele parasse logo.

– Hum, com o cabelo certinho assim tem. – Respondo-o.

– Não julgue pela aparência.

– Se você fizesse isso eu não estaria aqui! – Digo o acompanhando até a porta, o grande corredor era decorado em cores escuras, me sinto intimidade pelos homens postos ao lado do elevador. Este que entramos indo a caminho do térreo.

– Já lhe disse que você parecia inofensiva, algo dizia isto a mim. – Ouso estas palavras e caminho dando um passo para sair do elevador, porém sou impedida sentindo minha mão ser puxada pelo Nathaniel, neste momento um homem alto entra se juntando a nós dois. Percebo que se Nathaniel não tivesse me afastado daria de cara com a fase daquele grande mostro. Fico quieta no meu lugar, e vejo que como eu o Nathaniel não se sente à vontade de continuar a conversa com uma certa companhia. Seus cabelos são castanhos escuros, os traços do seu rosto são brutos, junto a barba não adicionando nenhum charme. Olhos frios, um homem de negócio eu diria. Pelo terno bem arrumado em seu corpo.

A chegarmos ao andar desejado sai sendo acompanhando pelo Nathaniel, ouso a frase “ Tenha um bom dia pai” vindo dele e me viro rapidamente olhando para ter certeza, seu pai acena antes que a porta do elevador volta a se fechar. Pai?

– Parece que quer dizer algo. – Nathaniel diz, não há desconforto em sua voz. Apenas uma face seria. A presença de seu pai deixa-o em um estado tenso.

– Bom, eu apenas não esperava, foi ... uma honra conhece-lo.

– Me desculpe por não apresenta-la a ele. – Ele diz e sinto seus dedos tocarem em minha mão suavemente, entretanto este mesmo o afasta em um movimento discreto.

– Tudo bem, talvez seja melhor assim. – Digo buscando diante ao vento sua mão, juntando mais uma vez como mais cedo, porém isto partiu de mim. Não sei o caminho, prefiro continuar seguindo ao seu lado. Estamos na rua, nada disso se parece com o cenário que eu via ao ir para minha antiga escola, sempre sentado no banco de trás do grande carro de meu pai, porém nunca era ele que levava-me a escola.

Minha cabeça começar a doer repentinamente, sinto como algo me atingisse em um piscar de meus olhos. A dor permanece violentamente, até que Nathaniel percebe perguntando se estou bem. Seus lábios se movem ao dizer estas palavras, sua expressão se encontra confusa, como se estivesse preocupado comigo. Porém não ouso nada que ele diz, como se não estivesse mais sintonizada com o mundo a minha volta.

– Agatha!

Suas palavras são gritadas de seus lábios, sendo apenas breves sussurros para mim.

Ao fechar meus olhos me encontro no mais profundo negro, como se somente o vazio estivesse diante a mim, e as paredes que cercam-me me sufocasse. Reúno todas as forças que ainda restam em meu corpo e vejo novamente o mundo, porém está de noite, a lua banha meu corpo, e estou fixamente olhando para o céu, meus pés não se encontram no chão. Percebo agora que estou por fim sendo carregada, sendo levada nós braços daquele que me salvou, poderia ele ser o garoto daquela noite... lembro-me de seus cabelos, porém a lembrança de seu rosto parece ter sido apagada de minha mente, sinto meu coração bater acelerado ao pensar nesta pessoa desconhecida.

O mesmo local, a mesma rua em que estava a pouco minutos, a única diferença é a caída da noite. O frio que envolve meu corpo, eu apenas pensava em ver o sol ao abrir meus olhos, porém as únicas luzes são dos postes iluminando a tão sombria rua, o grande prédio que se aproximada de mim pouco a pouco, passo a passo daquele que carrega-me.

Sinto a imensa vontade de me debater gritando pelo seu nome que nem ao menos sei, em toca-lo para que possa me explicar, para que me salve deste ciclo viciante.

– Agatha! Você está bem? – Desta vez ouso claramente, voltando a ver seu rosto. Assusto-me dando passos para trás. Como pode? .... Teria eu sonhado acordada?

– Por favor responda... – Sua voz é suplicante tendo suas mãos firmes em meu ombro. Pude ver tudo aquilo no simples ato de fechar por segundos meus olhos. E agora estou mais uma vez de volta a realidade, vendo o belo dia a minha volta. Os cabelos loiros a minha frente parecem brilhar sendo iluminados pelos raios de sol.

– Estou bem. Eu... – Me sinto tonta preste a cair em seu corpo, como alguém que acaba de acordar.

– Se quiser podemos ir a um hospital, ou voltar para o aparta...

– Eu disse que estou bem. Não se preocupe Nath. – Corto sua fala o respondendo-o.

– Nath? – Ele ri voltando a caminhar do meu lado, seus olhos parecem ter brilhados por um segundo.

– Nath! – Sorrio sendo retribuída da mesma forma. – Já lhe atrasei o suficiente vamos.

E assim continuamos o caminho até Sweet amoris, sua escola. No resto do trajeto não voltamos a darmos a mão.


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Notas finais do capítulo

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