Secrets escrita por Mila Kawaii


Capítulo 4
Just the beginning




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– Você está bem? - O loiro a minha frente pergunta desviando discretamente seu olhar, não posso deixar de achar isso fofo. Olhando ao meu redor posso ver que me encontro em um grande apartamento, as paredes pintadas em cores claras fazem a harmonia do ambiente, junto a claridade vindo da janela. Esta dando a visão do céu ao amanhecer, o mundo lá fora parece tão calmo, mesmo que minha mente esteja em plena tempestade, o tempo não para. Ao meu lado vejo perfeitamente dobrada a camisa que estava em meu corpo mais cedo, sinto meu rosto esquentar, porém balanço minha cabeça em esperanças de afastar estes bobos pensamentos de minha mente.

– Sim, muito obrigado. Poderia me dizer quem me trouxe até.... Você. - Ocorreu-me neste momento que ao menos sei seu nome, estou mais uma vez diante ao um estranho, o que me levaria a estas pessoas?

Suspiro vendo que não há como entender, sair desta correnteza que leva-me seguindo o ritmo das ondas, sendo apenas guiada diante as informações dadas a mim, diante as situações em que nunca pude imaginar.

– Se eu soubesse a diria, eu somente a vi em minha porta... Estava escuro. Já era noite. Me pergunto o que você estaria fazendo, Eu pensei que estivesse se envolvido em um acidente, pensei até em ligar para o hospital porém... Não há ferimento em seu corpo.

– O sangue não é meu. - Digo rapidamente me referindo as manchas em minha blusa, sem me importar que impressão esta resposta poderia causar sobre mim. Não vejo mudança de expressão em seu rosto, pelo contrario. Seus olhos passam a bondade de sua alma, não há perguntas desconfortáveis vindas dele, muito menos o silencio mantinho entre nós me incomoda.

– Me chamo Agatha. - Estendo minha mão querendo cumprimentá-lo.

– Nathaniel, muito prazer. - Em um simples cumprimento seguro em sua mão aproveitando para que eu possa me levantar, porém ao tentar me por de pé desequilibro caindo em seus braços, isto que evita meu encontro indesejável com o chão.

– O-Obrigado. - Esta é a única palavra que vem em minha mente, Nathaniel responde apenas com um sorriso. Este que parece ser desenhado em seus lábios. Deixando que eu fique de pé porém ainda segurando em meu braço, para que eu tenha algo em que me apoiar.

– Certeza que esta bem Agatha? Eu posso buscar um remédio...

– Eu agradeceria. - Completo sua frase. Penso se ainda estou com meu celular, se pudesse ligar para alguém... Por onde começaria? "Meus pais foram mortos" ... Não sei se estas palavras sairiam de minha garganta sem antes me fazer chorar. A verdade e que neste momento eu estaria esperando que eles viessem, ainda estou esperando uma palavra de consolo.

Nathaniel se afasta lentamente de mim, até que eu possa apenas ouvir seus passos. Distante do alcance de meus olhos. Procuro em meus bolsos algum sinal do meu celular, e mais uma vez não o vejo, por fim tendo me conformar que o perdi diante a confusão que estou vivendo. Há apenas o bilhete de meu pai guardado em meu bolso. O seguro em uma de minhas mãos tendo um breve pensamento de que Nathaniel possa saber algo... Porém desisto vendo o quão improvável seria esta ideia. A curiosidade de descobrir finalmente a identidade deste homem toma parte da sanidade em minha mente.

Nathaniel volta a sala de estar trazendo consigo o remédio, e em suas mãos um copo de água. Todos os fatos apontam que ele deve morar sozinho neste apartamento, porém a camisa que estou vestido deixa um interrogação em minha mente.

– Agradeço pela roupa, foi gentil da sua parte.

– Deixar que uma garota que vi pela primeira vez caída no chão de minha casa dormir comigo d-digo na mesmo local que eu, já foi um ato gentil.

– Ou idiota.

– Digamos que julguei-a como uma boa pessoa. - Ele responde tendo seu habitual sorriso estampado em seu rosto. - Um palpite. - Fios de seu cabelo loiro caem sobre seu olho, posso afirmar que a roupa que esta vestindo neste momento é como um uniforme escolar, sua camiseta branca é abotoada até seu peito. Deixando parte de sua pele visível para mim.

Após tomar o remédio toco em sua roupa sem rodeios abotoando deixando que fique na altura de seu pescoço, ajeitando para que fique agradável ao meu ver.

– Você me parece serio. - Digo pela sua postura formal. Vendo suas mãos tocarem meus braços por reflexo, impedindo que eu continue.

– Fui acostumado assim, me desculpe. Posso tentar ser mais solto...

– Desculpe, não quis ofende-lo. - Antes que eu continue sou respondida.

– Eu concordo com você, não tenho que me comportar como representante em minha própria casa. Mas seria melhor para você que eu continue assim. - Sua risada parece algo tão incomum, seu rosto se ilumina. Não desvio minha atenção da bela cor de seus olhos.

– Oh, senhor representante. O que a diretora do seu colégio diria sobre esse cabelo rebelde? -Acompanho sua risada sem ao menos perceber o momento em que pude me desligar de tudo, sem me importar com os problemas que carrego comigo após sair de minha casa, o grande peso que parece acorrentado a mim. Tudo parece ter se tornado tão leve.

Após dizer isto fazendo questão que soe como uma brincadeira o imitando, levo minhas mãos ao seu cabelo bagunçando o penteado um tanto certinho para alguém da sua idade.

– Eii, - Não consigo segurar o riso vendo sua cara de indignação tendo seu cabelo bagunçado.

– Diria que eu deixei de ser formal. - Nathaniel parece meio contrário, porém não deixa de achar graça da situação. - E corrigindo, é diretor.

– Diretor... Na minha antiga escola era uma bruxa velha! - Digo sentindo meu corpo se arrepiar de lembrar.

– Porque antiga? Vai começar a estudar em outra? - Nunca pensei que sentiria saudades da minha rotina... Julgava-a tão entediante, as idas e vindas da escolas, nunca pensei que isto um dia estaria distante do meu alcance. Faria falta a mim.

– Não... Eu só não sei se vou poder continuar a frequentá-la. - Percebo o olhar do Nathaniel sobre mim, demonstra um tanto quanto pena, por mais que saiba tão pouca da situação, sinto sua mão repousar sobre meu ombro fazendo assim com que nossos olhares se cruzem permanecendo um só.

– Eu... Queria dizer que pode contar comigo, agora tenho certeza que não foi apenas um palpite. E se quiser dividir algo, é sempre bom desabafar. - Antes mesmo que possa perceber estou novamente sem seus braços, entretanto em uma situação completamente diferente, sendo que a iniciativa de me abraçar veio do próprio. De certa forma sinto como se permanece-se segura, este local tanto quanto o Nathaniel parece me receber indiferente.

– Você mora sozinho? - Pergunto-o em um momento de curiosidade.

– Sim, e isto não faz muito tempo. Porém minha irmã vem me visitar frequentemente. - Ele não parece estranhar a mudança de assunto, agradeço por não dirigir a mim perguntas que seriam dolorosas de responder.

– Estou certa em pensar que esta blusa seria de sua irmã?

– De quem mais poderia ser? - Ele ri, xingo-me mentalmente por pensar besteira sobre ele, ou apenas por ter ficado um tanto feliz com isso.

– Eu lavei sua blusa, se quiser pode tomar um banho. Te ajudaria a pensar no que fazer.

– Ah, sim. Muito obrigado.

Após isso Nathaniel me entrega uma toalha indicando onde fica o banheiro, por mais que estivesse acostumada em viver em casas grandes, não poso deixar de notar que este apartamento é um tanto espaço demais para somente uma pessoa.

– É solitário não é? - Pergunto já um pouco distante dele, tentando me localizar.

– Você diz viver aqui? Ah, não. Tenho companhia.

No momento em que ele diz isto sinto algo engatinhar sobre meus pés, primeiramente me assustando.

– Ah! vejo que ela te encontrou antes de você. - Se aproximando novamente de mim, Nathaniel pega o pequeno gatinho mantendo em suas mãos, tão grandes que servem como uma caminha.

Sorrio vendo a patinha tocar em minha mão. Porém vejo que não sou a única a perceber que o bilhete acabou por cair meu bolso indo até o chão.

– Pode deixar. - Nathaniel entrega-me o gato deixando o filhotinho deitar sobre meu peito enquanto pega o bilhete acabando por lê-lo em sua mente.

– Algum problema? - Pergunto percebendo sua mudança de expressão.

– Sr.Mason. Eu o conheço.


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Notas finais do capítulo

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