Secrets escrita por Mila Kawaii


Capítulo 11
Despair and photographs




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Não há como dizer por quantos minutos permaneci olhando fixamente para a foto em minhas mãos. Porém, por mais que o tempo passasse nada no papel em minhas mãos mudava, permanecendo apenas o mesmo olhar melancólico dirigido ao nada, seus cabelos negros sem vida ou algo que revelasse algo sobre si mesmo. Por mais que não há como negar a mim mesma esta onda de ódio que, por fim, percorre meu corpo apenas de estar ciente de seu sobrenome. Julgando-o. Mesmo que algo me pareça familiar, não digo como se pensasse em meu passado. Nos dias que tudo parecia apenas um belo jardim de flores. Mas sim algo indecifrável... que mal sei por onde começar a contar. Faltam-me palavras, e neste momento penso o quão confuso se encontra minha mente, sinto como se sentisse um vazio em meu peito, uma saudade incontrolável... por aquilo que nunca foi meu, que nunca vive. Pensando bem... algo já fez sentindo para mim?

– Eu me lembro pouco de seu comportamento. – Diz o loiro atento também a foto em que permaneço segurando-a. Entretanto não há expressão em seu rosto, este que não se surpreende em vê-lo. Ocorreu-me que durante este longo período ele permaneceu em silencio, como se somente esperasse uma resposta da minha parte. Respeitando a súbita pausa que fiz para apenas ... tentar entender.

– Certamente não era como o de um representante... – Respondo-o sem dar muita importância e decido-me guardar estes documentos em seus devidos lugares novamente. Estes que nunca deveriam ter sidos pegos por mim. Nathaniel não é apenas o único representante deste colégio, pergunto-me o que faz daquela tal de Melody alguém como ele. Certamente ela não teria a metade de sua coragem.

– Suspeito em pensar que uma pessoa que deveria ser exemplo para os outros alunos.... Não estaria aqui como cúmplice disto. – Ao ouvir suas palavras acabo por voltar ao seu lugar os documentos sem curiosidade alguma de continuar a procurar. Um longo suspiro sai de meus lábios seguido de minha frase.

– Eu te admiro por isso. – Digo em sendo sincera.

– O-Obrigado – Vejo-o corar com uma simples frase vinda de mim.

– Estou certo em dizer que éramos parecidos. – Ouso e no mesmo momento sinto sua mão sobre a minha vendo o quão gélida esta minha pele. Me surpreendo pôr a pouco ele parecer tão tímido. Seu coração é tão bom... E um sentimento ruim parece caminhar por todo meu corpo. Perguntas que me impossibilitam até de ouvir meus próprios pensamentos.

– Parecidos? – Pergunto-o.

– Fugindo da própria família... E pensar que julgava ele como o errado.

– Não há como adivinhar... apenas quem sente, sabe o quão doloroso é sua dor. – Digo completando minha frase. – Certamente é egoísmo querer que outras pessoas a carregam junto a ele.

– Agatha, eu... não me incomodaria se você me escolhesse como a pessoa a dividir sua dor.

Sinto meu coração disparar batendo rapidamente, certamente que esta não é a primeira vez que sinto isto ao lado do Nathaniel, um sentimento que me aquece. Tão diferente do desespero que penso nunca conseguir acostumar-me.

Suas palavras, ou até mesmo o tom de sua voz, soam tão verdadeiras e sem medo de serem ditas. Algo a mais parece me tirar o folego nestes momentos, como se a bondade fosse algo novo para mim.

– Como você, ele não passava apenas de uma vítima. – Digo mudando de rumo a conversa. Vendo pensar um pouco ante de responder-me, este que parece frustrado.

– Não vamos ter tanta certeza sobre isso.

– Você se sente bem? – Digo olhando ao meu redor pensando no quão imensa é esta sala, organizada minuciosamente, por funcionários eu diria. Lembro-me do grande e belo escritório de meu pai. Seu trabalho era duro, fazendo com que ele apenas voltasse se pudesse contar algo bom de seu dia. Posso afirmar que não via meu pai como um grande Chefe, mais sim um líder... que se importa em estar presente, não apenas em ordenar. E antes que as lagrimas rolem de meu rosto viro-me não querendo que Nathaniel presencie minha fraqueza, isto que torna minha pergunta um tanto irônica. Concentro-me em lembrar das flores que eram um dos mais belos enfeites presente no local. E ao lado de seu computador de trabalho encontrava-se retratos de sua família, mostrando a todos momentos felizes em que pudemos compartilhar todos juntos. Ao longo da vida de minha mãe momentos foram lembrados em simples fotografias, com a intenção de serem eternos. Como o mais belo retrato de seu casamento, o dia mais feliz de sua vida. Este que não pertence as minhas lembranças. Gostaria dando de ver novamente estas fotos...

E ao pensar assim me dirijo a grande mesa em um dos cantos da sala, esta esculpida em uma elegante madeira, como a maioria dos objetos presentes aqui.

– Achou algo? – Ouso perguntar.

– Não... eu só... – Passo minhas mãos pelos papeis que se encontram na mesa vendo nada mais que entediantes relatórios e cerro meus dentes socando a mesa sem me importar, em um ato impensado descontando ali minha frustração.

O homem tão bom que meu pai era... porque?

– Agatha! – Ouso sua voz como apenas mais um eco de meus pensamentos, como uma melodia de fundo.

Porque? .....

– ... – Não há como conter meu desespero e as lagrimas de meus olhos caem uma a uma se formando em desejos sobre os papeis abaixo de mim, não há o que dizer. Sinto como se eu abrisse minha boca apenas o que que conseguiria dizer é pedir por ajuda...

E tendo meus olhos embaçados pelas lagrimas tão dolorosas como se estivesse a chorar meu próprio e tão desperdiçado sangue, fazendo minha visão não passar de um borrão indesejado. Esqueço-me por longos e intensos minutos de respirar. Perdendo nada mais que o motivo... Negando-me a atender os chamados do Nathaniel.

E neste momento meu corpo vai te encontro a parede sendo jogado-o sem ao menos que eu possa perceber o movimento de seus braços, chamar pelo meu nome era inútil..., entretanto o loiro obrigou-me a olhar em seus olhos estando a menos de dois centímetros de meus lábios.

– Responda-me quando eu falo com você... – Seu tom de voz não é doce. Sinto como se suas palavras fossem um desabafo de seu coração. Este dando para ouvir o calmo som de seus batimentos. Será que brinquei com sua paciência? Não queria ter de ofende-lo. Apenas sinto a subida vontade de sumir.

– Céus.. só por você mesmo. – Ele diz levando sua mão a testa.

– Me desculpe. – Sinto minhas lagrimas cessarem e por cima de seu ombro vejo a bagunça que acabei por causar.

– Tudo bem.

Após ver a direção de meus olhos ele sorri, fazendo questão de não se afastar de mim.

– Eu arrumo isso.

– Isso é pelo Lysandre? – O loiro diz se virando de costas para mim. Indo diretamente ao assunto. Lysandre?... Entendo, ele deve estar pensando que estou decepcionada ou algo do tipo. Bom, certamente que seria difícil para mim explicar para ele tudo o que estou sentindo. Então decido-me em apenas concordar.

– Sim... como ele..

– Um documento vai fazer você mudar sua opinião sobre ele? – Abro minha boca pra falar porém ele não me dá chance.

– Ele mentiu? Sim, mas o que te dá o direito de pensar algo sobre ele? Sem que ele se explique? – Me limito apenas em abaixar minha cabeça.

– Deixo-o se explicar Agatha... Ele é a sua única esperança, de chegar ao final disto tudo. Por mais

– Desculpe, vir aqui foi um erro. Não há nada o que encontrar. – Nathaniel olha para mim sem ter o que dizer e vejo-o sorrir repousando uma de suas mãos sobre meu ombro. Como se sua intenção fosse de apenas acalmar-me. E neste momento não vejo outra alternativa a não ser levar meus olhos juntos aos seus. Fazendo com que eu possa ver claramente o dourado intenso em seu olhar.

– Esta não me parece a garota que estava determinada a encontrar uma resposta... – Coro vendo a força de suas palavras sobre mim.

– Como posso confiar naquele que mentiu para mim?

– Ouvindo suas desculpas. – Ele diz não deixando de sorrir por um minuto. Diante ao terror que tenho sido obrigada a viver, como se fosse apenas mais um pedaço de um cristão despedaçado, não há esperanças para mim. Porém, os sorrisos e palavras vinda daqueles que afirmo poder confiar mantem-me a ponto de não se quebrar novamente.

Não preciso mais ouvir uma palavra sequer. Decido-me e digo a mim mesma o que é certo a se fazer, não há como negar que Lysandre estendeu sua mão a mim, sem motivo algum, vindo de seu coração. O ódio que envergonho-me de pôr um segundo sequer ter sentindo do albino parece agora mais uma piada de que me recuso a relembrar. Sei o que fazer a seguir, e o caminho que deverei tomar. Como pude deixar que um documento falasse mais alto que as palavras que veem de seus lábios, estes mentiriam para mim?

– Espere! – Paro olhando-o para o loiro sem entender.

– O que é isso em seus pés? – E ouvindo-o olho para baixo em direção ao chão vendo uma fotografia virada ao contrario esta sobre meus calçados. Esta que caiu ao bagunçar dos papeis que fiz na mesa. Pego-a em minhas mãos vendo uma foto tão familiar para mim, uma foto minha....

Após tampar minha boca recupero minha calma e viro-me sorrindo.

– Nada de importante. – Digo por mais que continuo a segurar a fotografia em minha mão. Não a soltando.

Aproximo-me do loiro e em um simples ato acaricio se rosto, beijando-o em sua bochecha, perigosamente perto de seus lábios. E admito a mim mesma o quão especial é poder te-lo ao meu lado, não só como apenas uma voz a guiar-me mais sim um coração que entenderá o meu. Nunca se impondo a minha decisão. Mas sim, oferecendo-me apoio.

E assim, deixo o Nath na sala do diretor indo em direção ao corredor em que estávamos, este que a pouco deixei Lysandre para trás, neste momento não me importo com sua razão de querer minha distância do porão, não ligo ... é tão irrelevante me privar de algo sendo que já presenciei o inferno diante a mim, a verdadeira tempestade em minha vida. Dias amargos que ainda adormentam-me. Entristeço-me ao cogitar que ele apenas não confiaria em mim... sei que não tenho para onde ir, porém, estou aqui por ele. Pela minha fé em confiar a ele cada passo que dou, como se eu me encontrasse em uma eterna escuridão.

Por fim, chego diante a porta em que leva o porão. A chave dourada se encontra na fechadura, tendo a porta destrancada. Tão perto ao alcance de minhas mãos. E olhando para grande janela posso ver a chuva que continua banhando a fria noite, estamos a horas neste colégio. Nathaniel acompanhando-me... enquanto apenas sigo o tão misterioso albino.

E ao pensar assim entro na sala cuidando para que não faça tanto barulho, não é preciso chamar sua atenção, e penso o que ele diria sobre isto.

O local é mal iluminado, fazendo com que eu enxergue minimamente, entretanto velas estão acessas em uma bancada fazendo com que um aroma agradável venha ao meu encontro, lembrando-me de dias felizes, como o sopro de uma bela manhã. E o belo e único nascer do sol. Diferente da sala em que eu estava não há arrumação, e posso ver instrumentos ao chão, não sendo apenas enfeites. A guitarra tendo as cordas desgastadas e velhas. E concentro-me ao olhar ao redor, porém, vejo a quão sozinha estou. Não a como não perceber a ausência de mais alguém. E antes que posso chama-lo levo a minha mão até uma das velas, pegando-a e a fazendo iluminar a alta parede preenchida de pequenas folhas, como as do bloco de notas do Lysandre.

Sinto a foto em minhas mãos, e não a largo, muito menos penso em fazer isto. Como se receasse que não estivesse comigo, que não fosse real. E tendo minha atenção as inúmeras folhas posso ler curiosos versos de músicas, canções... até mesmo poemas escrito a mão. Em uma bela e delicada caligrafia. Estas também espalhadas pelo chão, entretanto a letra das jogadas ao chão é forçada... Ditando momentos.

"Inúmeras paginas rasgadas."


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Notas finais do capítulo

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