O Olho da Tempestade escrita por Eye Steampunk


Capítulo 24
Entre quadros e sequências - A Luz


Notas iniciais do capítulo

Layer está sozinho novamente, o último momento ao lado de Auras, Élpis e Tsur-U foram lutando contra os quatros cavaleiros, em meio a seu sexto desafio, Layer terá que encontra Luz entre desafios de quadros e sequências matemáticas.



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Relances de visões afundaram sobre o subconsciente, imagens das pessoas que amo, e mesmo dos meus inimigos, Café da manhã com Spencer e minha mãe, a valsa com Anne, Pai e filho Verne no hangar 9, Omnimus e Élpis no calabouço da embarcação de Dinamy; Prosochí e Sapiens no poliedro de teste; Filias, Agora e Eros no templo da Ilha Chipre; Ékatrea, Niki, Fortuna, Scar no Jardim do Éden, A partida com Justa e os companheiros de batalha, Auras e Tsur-U.

Últimas imagens antes de despertar, foram os rostos de Élpis beijando a minha testa e pronunciando algumas palavras, onde apenas entendi a pronuncia de uma: “Adeus”. Acordei com dores a cabeça, levantando em um corredor fechado com diversos quadros a parede.

— Mais que droga! — disse, levando a mão ao rosto — Onde estou?

“Onde estou?”, ecoou a sala.

O piso era quadriculado em preto e branco, ao canto havia peças de xadrez, olhei ao teto e observei o movimento de polias, roldanas e engrenagens, uma máquina trabalhava, entretanto as paredes eram altas o suficiente para que nenhum corpo pudesse saltar.

Ouvi os passos ao lado e o som do que parecia ser o sibilo do maior réptil que existe, este seria Tsur-U. Quadros cobriam as paredes, exibindo ilusões ópticas ou obras, curvas e linhas cruzavam para detalhar mais de uma mensagem que o cérebro poderia processar. Ou apenas o homem em gritos sobre uma ponte, ou a imagem de um quarto, ou o retrato de uma mulher sem expressão.

Ao fim do corredor um quando exibia uma estrutura cônica com a ponta redirecionando ao interior da sala, em torno do cone havia listras regulares em preto e branco. Aproximei a mão a estrutura, aproximei o dedo a ponta cônica alva, pressionei afundando o cone.

— Cone ou túnel? — perguntei e a sala ecoou.

O cone dobrou-se e tornou um túnel com paredes em listras regulares em preto e branco, o susto da mudança repentina de forma me fez escorregar e cair dentro do túnel; deslizei até despencar em outra sala. O cômodo era azul e com borda decorada com barcos caravelas em um mar ondulado, portas de diversos tamanhos e formatos cobriam o cômodo e um lustre de cristal com hastes de ferros ao teto.

— Layer! — gritou alguém, mas o som parecia ecoa de todas as portas.

— Élpis! — gritei.

Abri uma porta de madeira com fechadura de bronze, a entrada deu espaço a uma sala igualmente a qual eu saí; todas as portas eram as mesmas, e uma estava aberta, também feita de madeira com fechadura de bronze.

— Mas... Que?

Dei apenas alguns passos para a porta em que sai e estiquei a mão, a porta aberta na sala apareceu uma mão igualmente a minha, balançando para cima e para baixo, o mesmo gesto que fazia. Eu saí e adentrei a mesma sala, isto é fisicamente impossível, ou talvez...

Cada porta da sala havia outra igualmente no lado oposto das paredes, então deveria procurar por uma que não haveria par. Ao extremo esquerdo do túnel a que provim existia uma porta de ferro com tranca a código e o desenho de uma concha espiral bidimensional, com maçaneta rolante como um timão de embarcação.

Os conjuntos de doze visores estavam mostrando doze algarismos zeros, no topo de cada visor havia uma roldana que quando movimentada a direita, aumentava o valor do visor; com exceção dos dois primeiro visor da esquerda para a direita, não havia roldana e mostrava os algarismos quatro e sete em cor vermelha.

— Uma senha, doze visores, apenas dez modificáveis, total de dez algarismos no sistema decimal, então existe dez bilhões de possibilidades de combinações. Deve haver alguma dica.

Por alguns minutos, tentei alguns códigos, do tipo quatro, sete, zero, um, dois, três... Ou quatro, sete, dois, quatro, seis... Etc. Inverti as ordens, da direita para a esquerda, mas nada; Tentei combinação aleatória, algum tipo de conexão comigo, o resultado não foi satisfatório, não havia nenhuma combinação que destrancava a porta.

Esperneei, chutei a porta, bati nas trancas e no visor nenhum movimento ocorreu; depois de um tempo apenas escutando o eco de engrenagens movimentando, sibilos de um réptil e os pequenos gritos de uma voz feminina ao fundo, o que fiz foi sentar ao chão e pôr a mente entre as mãos.

— Droga! — xinguei a porta.

Chorei por um tempo por me senti tão inútil, vencer Justa e Prosochí em seus desafios foram apenas simples comparados aos feitos de Auras na caçada e Élpis na invasão do barco de Prosochí; Até mesmo Tsur-U se saiu melhor no jardim de Éden com seus três metros de altura; por um tempo olhei ao teto observando o lustre.

Preso ao teto, um circulo cruzava uma haste a outro circulo como um “x”, das hastes circulares partiam duas hastes retas a outro circulo, em seguida três, cinco, depois oito e treze. Trezes velas sobre luminárias de cristais pendiam, procedido de oito, de cindo, de três, de dois, de um e de um.

— Zero, zero mais um igual a um, um mais um igual a dois, um mais dois igual a três, dois mais três igual a cinco e três mais cinco igual a treze. — calculei — Sequência Fibonacci.

Levantei e observei novamente imagem à porta, uma concha espiral, mas por que os dois primeiros algarismos, quatro e sete? Então notei os traços entre os visores, alguns separando de um em um, outro de dois em dois visores. Bingo, a sequencia é baseado em Fibonacci, os Números de Keith.

Quatro e sete. Quatro mais sete igual onze, sete mais onze igual dezoito, onze mais dezoito igual vinte e nove, dezoito mais vinte e nove igual a quarenta e sete. 47 iniciou, 47 terminou. Quando terminei de digitar os números, pistões ativaram, vapores foram expirados, timão girou automaticamente e a porta se abriu.

— Perfeito! — comemorei.

A frente havia uma escada, subi por ela, o novo espaço não tinha limites, observei para baixo além dos degraus, não havia piso, olhei para cima não havia teto, escadas cruzavam de todos os pontos e portas; pequenos pontos de luz brilhavam em diversas cores por todas as partes, sussurravam entre si pequenas palavras.

— Olá! — gritei para os pontos de luz — Quem são vocês?

— Layer! — gritou Auras vindo de cima.

Auras estava de cabeça para baixo em outra escada e lutava com um réptil feroz de asas e cuspia fogo, mas a aparência era conhecida, de algum tipo de dragão.

— Tsur-U?

Comecei a subir para ajudar Auras. Entretanto os pontos de luzes cochicharam a meus ouvidos.

— Não vá ajuda-la! — disse um ponto amarelo de luz, enquanto ria.

— Prossiga seu caminho — murmurou outra esfera de luz cinzenta, parecia está chorando.

— Ela está amaldiçoada! — disse outra com medo na voz.

Reparei melhor em Auras e Tsur-U, os olhos de ambos irradiavam raiva, como se ambos estivessem desejando a morte do outro. Tsur-U mordia Auras e cuspia chamas, enquanto ela saltava desviando e perfurava Tsur-U com sua adaga.

— Mas o que houve?

— Cada um dos quatros recebeu uma maldição de um dos cavaleiros, o réptil o instinto de caça, a garota o instinto de violência, você o instinto da fraqueza. — respondeu raivosamente uma luz vermelha.

— E a garota que nos acompanhava? A outra de vestido verde?

Nada respondeu as luzes. Depois continuaram a sussurrar “Siga em frente!”. A obedeci, Auras gritava por ajudar, mas tive que ignorar, eu pensei nas piores hipóteses que poderiam acontecer, mas sei que seu espírito altruísta permitiria que eu continuasse a minha jornada. E o pior. O que aconteceu com Élpis?

Mas para onde seguir a não ser em frente? E foi isso que pude fazer, subi a escada, atravessei poços fundos, caminhei entre corredores e desci outros degraus. Para completar como guia, as luzes me guiavam naquele local sem começo ou fim, impediam a minha entrada em algumas portas, talvez fosse armadilhas.

— Para onde estamos indo? Onde estamos? — pergunto.

— Para a última virtude! — exclamou uma luz rósea. — Estamos por toda a parte, estamos no espaço entre todos, estamos no subconsciente.

— Para a luz! — Ela está morrendo! — Você foi o primeiro! — Sim! Você foi o primeiro! — exclamam as luzes.

— A última? Esperem, não é possível, temos Dinamy, Prosochí, Filágeros, Ékatrea, Justa e a Sexta, mas ainda falta um! — argumentei.

— Seu nome é Luz. — Sim, nossa mestra se chama Luz! — Luz está se apagando! — A Sétima é traidora! — O lobo entre cordeiros! — responderam as luzes.

— Luz! E eu poderia saber seus nomes?

— Gaudium! — Ira! — Tristitia! — responderam várias em uníssono, mas apenas pude saber o nome de três.

Por fim subi uma escada vertical de madeira para uma porta de bronze, nenhuma luz impediu a minha passagem, quando cheguei ao topo, girei a maçaneta de vidro e adentrei a um cômodo. O pé direito deveria medir uns sete metros de altura, no teto existia a imagem de um homem seminu com o dedo em contato a outro homem velho e barbudo, rodeado por o que pareciam anjos ou algo do tipo, o formato era interessante lembrava um cérebro.

Claridade adentrava pelos vitrais que continham imagens, feitos de pedaços de vidros coloridos colados ao outros como um quebra-cabeça; a imagem de um homem sendo crucificado, a imagem de um senhor velho e barbudo em uma arca sobre águas, uma criatura com cabeça de elefante, um senhor gordo de olhos puxado e trajando uma espécie de frauda de pano.

— Incrível!

— A Catedral! — A Catedral de Luz! — exclamaram as três esferas de luz, as que eu conhecia os nomes, apenas elas estavam presentes — Nossa mãe está morrendo!

— E onde ela está?

— O Sétimo dia chegou! — A Tempestade está com fome — A Sétima está batalhando!

— Como? Onde?

Um dos vitrais explodiu e um corpo foi lançado com extrema força ao solo, poeira e pedras voaram, as luzes se agitaram, outro corpo luminoso surgiu do vitral, uma senhora albina de asas douradas, com o corpo de uma deusa grega, seus olhos brilhavam intensamente. Élpis surgiu fraca dos escombros e muito machucada, eu corri a ela e a socorri.

— Eu sou Luz, e seu fim chegou! Lacaios amaldiçoados.

Da porta que entrei, surgiu Tsur-U gigante com asas e Auras com os olhos assassinos. Estávamos cercados, as esferas de energia desapareceram da batalha, eram três contra dois.

— Layer, escolha ser absorvido por mim e junto derrotaremos esta garota! — gritou Luz.


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Notas finais do capítulo

Sentiu dúvida em alguma palavra ou sobre algum cunho cientifico no livro, pesquise, busque resposta, ou deixe seus comentários abaixo. Espero que tenha gostado do terceiro capítulo desta aventura... nos vemos nos próximos capítulos *-* By: Eye Steampunk



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