Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 26
Vinte e seis


Notas iniciais do capítulo

Música deste capítulo é Adiós a Los Angeles, da banda mexicana Motel. Aqui está o vídeo para que escutem: https://www.youtube.com/watch?v=QLJycQ1RTcM



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Dulce

Moriré por ti, por que se que habrá tiempo de encontrarnos otra vez, habrá tiempo para hablarnos otra vez

:- Pronto acabei. – ele se afastou um pouco de mim. – Está confortável boneca? – ele sorriu.

Forcei um sorriso e mesmo amarrada, consegui mostrar o dedo do meio para ele, que riu.

:- Sempre gostei do seu senso de humor, Manuela. E te admiro, sabia? Nem mesmo preste a morrer, você o perde, será uma pena o mundo perder uma mulher tão humorada. – Ele tinha se aproximado e agachado, na minha frente, apertando meu queixo, mesmo comigo me debatendo, sentia nojo dele. – E gostosa como você. – ele olhou para meu corpo sorrindo malicioso.

:- Sabe estou pensando seriamente em me divertir um pouco, afinal, você vai morrer. – ele sempre gostava de frisar isso, e mesmo que Manuela tivesse com nojo dele, não o subestimava, ele era um rato. Mas, um rato que tinha a capacidade de matar.

Ele em pé na minha frente até chegou a abaixar o zíper de sua calça, mas seu celular apitou e ele foi ver o que era.

:- Ah que pena boneca. Houve uma mudança de planos. – Ele guardou o celular no bolso, e voltando a subir o zíper. – Tenho um encontro, e devo agilizar o serviço aqui. Quer dizer que você vai morrer frustrada, não é? – Ele riu. E Manuela teria vontade de vomitar, por conta daquele ser desprezível, mas ela estava com medo.

Medo de morrer.

Rodrigo Nehme, interpretava a Thomas, pegou um galão de gasolina e jogou por todo o quarto, e pegou um isqueiro no bolso de trás, me olhando sorrindo frio. Fingiu que jogaria o isqueiro, mas ele pegou um cigarro e o acendeu andando para a porta.

Me olhando sorrindo e fumando, ele acenou.

:- Adeus Manuela. – Riu. E eu fechei os olhos por que não queria ver o que aconteceria a seguir.

E com meus ouvidos pude, escutar um baque forte no chão, e estranhando por Manuela voltei a abrir os olhos. Um isqueiro ou o cigarro não faria um barulho tão grande.

E Thomas estava estirado no chão, antes de ele entrar no quarto pegou o cigarro que caiu, e veio a minha direção totalmente sério. E eu só respirava rapidamente surpresa por ele está ali.

:- Seu anjo da guarda estava de folga e eu vim no lugar dele. – ele tragou o cigarro e soltou a fumaça, me olhando ainda sério apesar da forma tranquila de falar. – Custa você me escutar Manuela? Eu repeti tantas vezes, e você não me escuta. CARALHO! Você podia ter MORRIDO! – ele arregalou os olhos se aproximando, demonstrando realmente suas emoções.

:- Antes de brigar comigo pelo menos me desamarra, antes que o rato acorde. – eu mordi os lábios, feliz por vê-lo ali.

E ele com o cigarro na boca veio me desamarrar todo bruto, e em suas mãos que não deixavam de tremer, mostrava que ele também estava aliviado por me ver viva.

:- Pronto agora você vai me escut... – ele tirou o cigarro da boca, soltando a fumaça depois que terminou de tirar as cordas que estavam tão apertadas, que deixaram marcas vermelhas no meu corpo, nos braços. Eu não esperei que ele começasse a brigar comigo de novo. O beijei.

Que retribuiu bruto, selvagem.

:- Nunca fiquei tão feliz por te ver. – consegui falar com minha testa grudada na dele.

Antes que ele pudesse falar ou reclamar de algo, ouvimos Thomas se mexer, logo levantamos, de mãos dadas. Perto do corpo Poncho, na verdade, Antônio deu um chute fingido nas costelas dele que se contorceu de dor.

:- Eu devia usar esse cigarro para acabar com sua raça. – Poncho tragou mais uma vez o cigarro e soltou a fumaça, na cara de Thomas, que não abria os olhos. Mas, vou me contentar com isso, ele tirou da cintura um revolver e apontou para ele, atirando.

Acertando em cheio o alvo. A perna dele, o grito de dor de Thomas foi torturante visualmente, mas Manuela não expressava nada, nem pena, nem dó.

:- Assim ele não vai ir para lugar nenhum até a chegada da polícia.

:- Você chamou a Polícia, Antônio? Por que? – perguntei enquanto saímos andando, era uma cena totalmente preparada, num hotel de Los Angeles de verdade. Não havia cenário, e sim lugares reais. A produção alugou 5 andares para a gravação das cenas por 3 dias.

:- Agora não é o momento de te contar precisamos sair daqui, o mais rápido possível, pelo menos por enquanto. – E paramos de frente ao elevador entrando.

A sequência da fuga de Manuela e Antônio do hotel foi gravada, chegando até a rua, onde nós dois escapávamos de moto. Tudo foi gravado e contamos com a sorte de tudo ter dado certo. Um carro nos seguia filmando, Poncho e eu, andando de moto. Tínhamos treinado e eu confiava nele.

Paramos num parque, e descemos, para gravar a outra cena. Esperando tudo ficar pronto e damos vida novamente para nossas personagens.

:- Antônio se não fizemos nada de errado e dessa vez estamos do lado da polícia, por que fugimos? – Seguia andando com ele, enquanto um câmera nos filmava de frente.

:- Por que eu tinha que conversar com você antes, para entender o que aconteceu. O mandante do seu sequestro foi alguém do México, e a polícia de lá está preste a apreendê-lo. Só que eu sabia que não podia esperar tudo isso, para achar você. Eu sabia que tinha que agir o quanto antes, se não você morreria. – ele me olhou, e o suor pingava da sua testa por toda a ação que tivemos.

:- Mesmo brigados eu não poderia deixar minha aliada de lado. – ele sorriu presunçoso.

:- Obrigada, Antônio. – ele se surpreendeu, por que nossas personagens nunca se trataram gentis como agora. Manuela nunca tinha agradecido Antônio até aquele momento. – Eu nunca fiquei tão feliz por te ver, se não fosse por você eu estaria com Joaquim num momento desses. – eu sorri. Mencionando, Felipe que interpretou o professor que foi morto na primeira fase da novela e desencadeou toda a trama.

:- Eu senti falta do seu senso de humor. – ele balançou a cabeça se encostando numa espécie de grade, e o segui.

:- Eu senti falta de você. – O olhei. E ficamos nos encarando.

:- Me conta o que aconteceu? – ele perguntou me olhando de uma forma estranha para alguém como Antônio.

:- Fui sequestrada por Thomas, me surpreendi quando numa noite estava no México e na outra em Los Angeles. Escutei uma conversa dele por telefone, quando estava fingindo dormi, ele sempre me mantia cedada, por efeito eu não escutei bem a conversa, mas consegui ouvir que foi o mesmo mandante que sequestrou também Henrique.

Antônio suspirou antes de me perguntar.

:- Tú lo quieres verdad? – ele me olhou sério, e por um momento forcei uma cara estranha para que as câmeras gravassem, Manuela estranhou.

:- Claro que no. – Sorri forçando uma convicção falsa de Manuela.

:- A mí me dijeron una cosa en la prisión, que puede a ti servir, yo vivir cosas muy diferentes y completamente distintas… - a medida que ele falava, eu Dulce, ficava nervosa com as palavras. - muchas veces cuando se da cuenta de que la persona que realmente ama, tiene errores, tiene también virtudes, pero especialmente se equivoca eso te pude llegar a doler. – ele engoliu saliva para continuar. - Se te rompió un sueño, que no puedes volver otra vez a eso, pero eso que se trata la vida de realmente darte cuenta que no lo puedes tener todo, igual eso es crecer.

:- Antônio… - Eu comecei a falar, mas fui cortada por ele que colocou o dedo indicador na minha boca.

:- Manuela, eu sei que por mais que negue sente algo muito forte por Henrique ainda, tanto que você o ajudou e isso me fez ficar cego de ciúmes e romper nosso pacto. Mas, hoje eu passo por cima de tudo e sou seu aliado, servo, escravo, comparsa, amante o que for, e faço tudo por você, por que... – Ele se aproximou mais, o entardecer da cidade de Los Angeles, era o cenário da cena mais humanizada de Antônio e Manuela. – Eu amo você.

Manuela por sua vez, selou o reencontro e reconciliação com Antônio com um beijo, depois de ele ter se declarado hoje foi uma amostra do que seria para frente, ele faria de tudo por ela.

Essa foi à cena que gravamos hoje, estávamos há três dias em Los Angeles, Poncho, eu, Maite e Rodrigo, na sua participação especial. Assim que chegamos no aeroporto, nos despedimos dos meninos.

:- Dulce, eu estou com um pressentimento de mãe, sabe nosso sexto sentido? – Maite comentou me abraçando enquanto nos despedíamos.

:- Calma Maite. Logo mais estará em casa e vai poder ver seus pequenos. – eu sorri para ela passando o polegar no seu ombro.

:- Não, não tem a ver com os meus pequenos. Tem a ver com você. – ela me olhou com um olhar cansado, das nossas gravações, mas preocupado por mim. Me abraçou de novo. – Siga seu coração, acho que se Dona Blanca estivesse aqui, falaria isso.

Essa foi à despedida dela. Enquanto Maite, Rodrigo, Damian e alguma parte da equipe de produção da novela, estava embarcando de volta para o México. Poncho, eu, Torres e o restante bem reduzido da produção embarcávamos para Nova York, para gravar outras cenas.

Agora eu estava no avião rumo à Nova York, que deveria está no mínimo linda, por conta do inverno de final de ano.

Antes de fazer essa viagem tive uma briga com Edu, e ele viajou para o Brasil pedindo um tempo para pensar, Poncho nunca comentou da conversa que ouviu a tempo atrás sobre eu esta apaixonada por ele, novamente. Apenas seguia usando Antônio para se aproximar, de mim. Nunca desistindo.

Hoje ouvir de sua boca a frase “Amo você”. Me fez tremer, por mais que não foi feita a mim. Porém, tinha consciência de que Poncho e eu usávamos Antônio e Manuela como máscaras que encobriam a nossa vontade de estar juntos, a cada beijo que demorava, o toque que era preciso, os sorrisos por conta do senso de humor.

Eu podia ver-lo da minha poltrona do avião, a intensidade e o cansaço físico era presente, ele lia um livro enquanto ouvia música, não sabia como conseguia fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Mas o fazia.

Eu estava desenhando. Dominique me deu papel e seus lápis e canetinhas, para eu ficar mais próxima dela, era o nosso combinado. Quando eu voltasse de viagem mostraria meus desenhos a ela, e ela os seus que fez enquanto eu estive fora. Não sei se mostraria todos os desenhos.

Como um que havia um casal, uma mulher com olhos grandes expressivos, pela maquiagem forte, lábios carnudos, nariz pequeno e cabelo grandes e volumosos. Estava de mãos dadas com um homem barbudo, cabelos grandes e cacheados, camisa azul e jaqueta de couro pesada, ele fumava. Por acaso, era a descrição certa de Poncho e eu, hoje vestidos assim para as gravações.

...Quiero tenerte aquí para entenderte por ti, por mi, por lo que fui. Voy a perderme dentro de ti

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