Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 24
Vinte e quatro




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Dulce

:- Acho que aqui é bom lugar para conversar, o que acham? – Angelique sugeriu.

:- Está ótimo, não é tão longe do meu set, nem do de vocês. – Zoraida deu os ombros, vendo o lugar e indo se sentar no sofá. – Certo ignorando essa pessoa aqui, ela apontou para Angel. É praticamente uma reunião das Gatitas Rebuleras, então espero que estejam de coração aberto, por que quero saber de todos os bafões.

:- Não é porque faço parte do Clube da Mia, que não possa está aqui. – Angel deu língua para ela.

E eu ri delas, se referindo dessa forma.

:- Ok. Ok. Digam o que quiser, mas eu quero sentar um pouco e descansar. – Maite se sentou do lado de Angel, assim como eu sentei do lado de Zori, nos sofás que ali estavam, num corredor meio escondido em Televisa.

:- Certo faz um tempo que não conversamos, então como estão na vida de você? Eu adianto dizer que na minha está na mesma. Solteira e trabalhando muito.

:- Não tenho alguma novidade também. – Maite comentou deitou a cabeça no sofá. – Zoraida, se há pessoas que aqui tem que falar, são essas duas. – ela nos apontou com os olhos fechados.

:- Conta Angel, como foi depois que assumiram? – Zoraida perguntou curiosa.

:- Ah, foi aquela loucura. Pouco tempo depois do programa acabar, voaram, literalmente em cima da gente. Estavam quando chegamos no aeroporto.

:- Imprensa por todos os lados. – Maite comprovou.

:- É mais eu também passei por eles, que queriam saber quem é o cara que estou saindo. – comentei.

:- Mas, nem se comparou com as perguntas que eles faziam para gente. Nunca me senti tão super exposta como agora, parece que o país inteiro está sabendo da sua vida e dão opinião como se fossem da família ou tivesse esse direito. Um absurdo ou abuso atrás do outro.

:- Bem vinda, ao meu antigo e novo mundo. – Sorri para ela.

:- Bem vinda, ao meu mundo. – Maite se incluiu.

:- Não cheguei a passar por isso. Ainda bem.

:- Você é sortuda por isso, sempre te falei. – Olhei para Zoraida.

:- Enfim, fora isso eu e Eugênio estamos lidando como podemos e nossa relação esta muito bem obrigada, final de semana conheci a família dele, e acho que fui bem aceita. – ela sorriu.

:- Nossa, está sério mesmo, que privilegiada Angel, Eugênio é um partido e tanto. – Maite disse.

:- Certo agora resta uma a falar. – Zora virou a cabeça na minha direção e fiquei encolhida, consciente.

:- Essa tem muito que dizer. – Maite riu balançando a cabeça.

:- Bom, Talvez próximo fim de semana eu viagem para o Brasil. – contei.

:- O que? – As três perguntaram juntas.

:- Vai fazer o que no Brasil? – Zora perguntou.

:- Edu tem uma viagem de negócios e me convidou para ir com ele quer aproveitar para que eu também conheça a família dele e sei lá, faz tantos anos que não vou ao Brasil.

:- E Dominique Dulce? – Angelique perguntou.

:- Então é por ela que estou pensando em não ir, não quero deixá-la sozinha. Mas, Edu quer que eu a leve também. Mas, andei conversando com ela sobre o assunto, ela não está muito a fim de ir. – dei os ombros.

:- Não com Edu? – Maite disse.

:- Como assim, ela não gosta de Edu? – Zora, perguntou.

:- Ele começou com o pé esquerdo com ela, quando lhe contei que ela era surda ele se confundiu com a história e quando a viu pela primeira vez ficou gritando com ela, achando que ainda tinha audição reduzida. Ela pegou uma birra com ele desde aí, me disse que ela não sente que eu goste dele, por isso não sente segurança. – dei o ombro.

:- De verdade, eu estou calando isso por muito tempo, posso falar o que eu realmente penso? – Maite desencostou a cabeça do sofá e ficou me olhando.

:- Pode falar Mai.

:- Eu tenho total consciência de que não devo me meter na sua vida, nem que tenho a amizade que você tem com Zoraida – ela se arrumou no sofá e apontou para Zora - ou mesmo Ivalu e seus outros amigos, mas pelo o bem que eu te quero e pelos os anos de convivência. Eu penso que você está perdendo tempo Dulce. Para começar você só começou a namorar esse cara por influência ou insistência de Ivalu.

:- Mai, fala como se eu fosse responder os comandos de Iva, como se fosse uma boneca, eu namoro com Edu por que eu quis.

:- Pode está certa, nesse ponto, porém se Ivalu não tivesse te apresentado Eduardo, teria notado ele no show? Seja sincera.

:- Talvez.

:- Será mesmo? Eu acredito que não, não da forma que trocava olhares com Poncho, parecia que não existia mais nada a volta deles, Zora. – Maite olhou para ela, não era primeira vez que alguém me contava algo assim.

:- Eu vi isso também, tanto que encontrei ele fora do show, quando fui fazer uma ligação. Ele parecia perdido.

:- No passado eu até entenderia vocês não estarem juntos, e os motivos todas aqui sabem, mas depois de viver a sua vida, e agora com 35 anos você ainda se sentir balançada é um momento para refletir o que fazer da sua vida, e ver o que você realmente quer, e por que hoje eu apoio vocês dois. – Maite me falou me deixando calada por uns instantes, mas voltando a falar ainda sobre o assunto Edu.

:- Ok. Mais isso são suposições, poderia ter acontecido ou não. Eu confesso que no começo não estava entusiasmada com Edu, não como ele. Agora é diferente.

:- Você se acostumou? – Angel perguntou.

Me repreendi numa careta.

:- Sim. Porém, isso não quer dizer que eu não goste dele.

:- Dul, gatita de mi corazon, ainda não sinto empolgação da sua parte. – Zora voltou a conversa. – E vou aproveitar o momento para falar que eu simplesmente odeio, essa sua forma entregada quando namora. Sério, por que parece que fica cega ou por que está apaixonada ou por querer tanto que dê certo que cede mais que o cara. – Ela me olhou inconformada. – Dulce, antes que fale, eu também acho que uma relação é feita de que dar e receber e tudo isso, porém parece que você se empenha mais nisso tanto que se esquece de você mesma.

:- Aonde quer chegar Zora?

:- Quero que você pense e seja mais racional, mesmo estando apaixonada, te pouparia muitas decepções. Veja agora, você vai viajar por que Edu quer mais que você.

:- Mas, eu não dei certeza que ia.

:- Mas, também disse que não poderá ir. – Maite se manifestou. – Dulce, está entrando na reta final de uma novela e tem uma filha no colégio, não sei. Não que Dominique não mereça viajar ou você de um descanso, só que uma viagem assim sem mais nem menos.

:- Não é uma viagem sem mais nem menos gente, - Angel opinou, nos chamando atenção. – Edu quer apresentar Dulce para família. Agora ir por apenas ir é tolice Dulce, por que não acho que vá para frente esse namoro.

Fiquei pensando no que elas falaram e após um momento de silêncio voltei a falar.

:- Quase terminamos. – Olhei para as três.

:- Quando?

:- Depois da entrevista com Don Francisco, ele não gostou da forma que eu falei dele como se não fosse sério. Além de como Don falou de Poncho e eu, as cenas que apareceu comigo e ele na novela, depois do programa eu não atendi suas ligações e ele ficou muito bravo comigo.

:- Essa entrevista daria algo para falar, estava demorando. – Maite riu apesar de tudo. – Ele assiste a novela Dul?

:- Não. Até no dia da entrevista.

:- Ainda bem ou não, por que se ele visse a novela com certeza ele seria um cara extremamente ciumento. – Angel comentou.

:- No fim de tudo, acabou que conversamos e como ele não queria terminar. Eu aceitei em continuar o namoro. – Suspirei tomando fôlego. – Certo, agora vou contar outras coisas e vou ser sincera dessa vez. – Olhei para Mai que tinha um olhar de advertência.

:- Eu morro de medo de voltar com Poncho. Medo de me machucar de novo, de não dar certo. Em contrapartida ele é o cara que me faz tremer com um olhar, um toque, eu não consigo pensar em nenhum cara que faça isso comigo. E não é de agora, são anos. Anos me sentindo assim. E mesmo com o mundo dando voltas e voltas, parece que não importa quanto eu corra, ele sempre me leva a Poncho. – suspirei cansada.

:- Enfim a sinceridade apareceu. – Maite comentou risonha.

:- Eu tenho uma curiosidade, acho que vocês devem saber, mas eu não. Enfim, Dulce você e Poncho chegaram a terminar mesmo? – Angel me encarou curiosa.

:- Nosso namoro? Sim. E nossa relação? Também. Quer dizer, decidimos de uma vez por todas em colocar um fim no que tínhamos, sabe? Aquilo de terminar e voltar, sem estabilidade, fora que nos machucávamos muito.

:- PONTO FINAL! – Zora pensou e falou mais alto rindo logo depois. – Angelique, ponto final desses dois, na verdade é uma vírgula. Se bem que cada um seguiu com sua vida mesmo, mas acho que por Dulce ter viajado.

:- Hoje podemos dizer que quando no passado eles decidiram por um ponto final, na verdade eles pularam as páginas e começaram um outro capítulo, e mal eles sabiam que anos mais tarde se reencontrariam. – Maite continuou a com o pensamento de Zora.

:- Nos beijamos. – eu disse depois de ouvi-las.

:- O que? – As três perguntaram juntas novamente.

:- Foi no fim da festa de Any. – confessei.

:- Eu SABIA, que tinha rolado algo, comentei com Anahí. – Maite arregalou os olhos. – Vocês dois voltaram diferentes, fora que tinham sumido ao mesmo tempo. Conta como foi?

:- Bom, nós dançamos juntos e depois Neni nos separou para convesar com Tysha sobre como Dominique que era inteligente e tal. Eu fui procurar Poncho e ele estava na piscina sozinho, me aproximei conversamos sobre filhos e ele estava mal por não ter uma família, acabei o consolando.

:- Sei de que jeito. – Zora riu, me fazendo rir.

:- Não foi como pensa Zora, comentei que ele ainda podia ter uma família, e ele praticamente se declarou para mim. Com o olhar, só que eu não queria escutar ou ver nada, não me sentia preparada e ele me beijou. – fechei os olhos me lembrando. – Eu só consegui retribuir e depois me disse que não desistiria de mim.

:- Nossa! – Angel disse somente.

:- Ainda não é o que eu quero saber. – Maite se ajeitou no sofá, ainda me encarando. – Deixa eu jogar você contra a parede, beijo do Poncho ou beijo do Eduardo?

Fiquei nervosa com a pergunta, meu cérebro já me fazia um relatório mentalmente, comparando os dois em tudo.

:- Está pegando pesado comigo. – Ela riu dando os ombros sem se importar. – Edu é um cara compreensivo, me trata bem, me deixa com o meu espaço, é o primeiro cara que namoro a um tempo considerável desde que me separei. – apertei uma mão na outra. – Poncho, não desiste.- ri por que era verdade- Não importa quanto tempo passe, ele sempre está ali mesmo que espiritualmente, aqui no meu coração e isso não vai mudar. Com ele eu dividi os melhores anos da minha vida, foi o cara que foi o grande amor da minha vida. Mas, esses são os pros, tem os contras e por eles que tomei minha decisão.

:- E parece que mesmo não importando o que eu sinta, e o que eu decida os dois também sentindo e agindo. Tanto Edu quanto Poncho. Que a cada cena que temos juntos me prova que realmente não desistiu, me trata de uma forma amável, gentil, brincalhona, cuidadosa fora das gravações. Entretanto, em cena é jogo sujo, ele é...

:- é o que? – Zora estava interessadíssima.

:- Intenso. – resumi a forma que Poncho se aproveitava de Antônio.

:- Ui. Calma, que estou imaginando. – ela fez um sinal com a mão que eu bati.

:- Sabe o que estou pensando? Ele está no caminho certo, cedo ou tarde, vai deixar Edu. Se pudesse ver seus olhos Dul, não mudaram com o tempo. Você vai acabar assumindo que está apaixonada.

:- E se eu já assumir? – Devolvi a pergunta a ela sorrindo.

Ela fez uma cara surpresa e Zora soltou um grito involuntário me zoando como sempre, acabando rindo nós três.

:- Pessoal enfim encontrei vocês. – Roberto veio até nós. – Houve uma mudança de planos e vamos adiantar as cenas, vamos para o estúdio temos que gravar agora. Me acompanhem, Angel, Mai, Dulce e Poncho.

E gelei quando escutei o nome dele enquanto me levantava, olhei para trás e o vi ali em pé parado, entre uma porta e uma sala com papéis nas mãos, parecia tão surpreso quanto nós.

Perguntas surgiram na minha cabeça, como há quanto tempo ele estava ali? E principalmente, o que ele escutou?

Mesmo num amor de linhas tortas como o nosso, o fim parece um erro, como um ponto final no meio da frase.

Gabito Nunes.

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