Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 20
Vinte




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Poncho

Puxei seu rosto com uma mão e com a outra amassei seu cabelo, sentindo ela fazer o mesmo com o meu cabelo dando um puxão mais forte, e agindo mais no beijo que dávamos.

Toque forte nas portas.

Paramos o beijo.

:- Quem é? – Ela perguntou se ajeitando no meu colo.

:- Sou eu Alice, quero falar com você agora. – Ouvimos a voz de Angelique do outro lado da porta. E Dulce se levantou do meu colo, e depois de um tapa que lhe dei na bunda. Ela sorriu para mim.

:- Gostosa. – eu sussurrei, mordendo os lábios.

Ela apenas alargou o sorriso presunçoso dela e foi em direção à porta, ela jogou o cabelo, enquanto me arrumava na poltrona que eu estava, arrumando minha gravata.

:- Ora, ora, ora parece que temos um reencontro de amigos. – Dulce abriu a porta e Angelique entrou voando, mostrando que estava irritada.

:- Antônio? – ela me encarou fingindo a surpresa por me ver ali. Numa sala trancado com Manuela.

:- O que foi Alice, parece que viu fantasma? Estávamos conversando eu e Manu aqui. Não fique com ciúmes, eu lhe convidei para jantar e você se recusou. – sorri auto-suficiente.

:- Eu tenho nojo de você. – ela me olhou com cara de nojo realmente, me fazendo sorri ainda mais.

:- Querem um chá, café, talvez algumas bolachas para discutirem a relação? – Dulce pegou um café para ela, tomando.

:- Vocês dois se merecem mesmo, como eu não suspeitei antes, claro que devia ser você que estava por trás dessa ação de despejo contra meu pai, o que querem com isso, é apenas um asilo.

:- Oh, por favor Alice nos poupe, como se você se preocupasse tanto com seu pai. – Dulce revirou os olhos. – Apenas queremos o terreno é um lugar perfeito para um novo negócio. Não concorda comigo Antônio?

:- Claro que sim. – eu apenas balancei a cabeça, ajudando Dulce a tortura Angelique, a nossa frente que ficava mais horrorizada com o que falamos, com a calma que dizemos.

:- Vocês não têm coração, para o meu pai irá... – Angelique começou se lamentar. E foi cortada por Dulce.

:- Não se preocupe, eu andei conversando com o senhor Geovanni, ele é uma graça. Tão gentil, olhe Alice que maldade a sua deixar seu pai num asilo e nem visita-lo, você o faz. Mas, não se preocupe, já cuidei para que ele vá para o melhor asilo da cidade, ele terá uma vida de rei.

:- MANUELA, NÃO OUSE SE APROXIMAR DA MINHA FAMILIA, EU TE PROIBO. – Alice explodia com Manuela.

:- Quem é você. – Dulce se voltou para Angelique, sem todas as suas ironias e com um olhar feroz. – Quem você pensa que é para me proibir de algo? Tem medo, Alice? – ela se aproximou da rival a olhando nos olhos, deixando Angelique ainda com raiva, mas recuada. – Tem medo do que Geovanni pode revelar, sobre o passado? Sobre o assassinato.

Antes que qualquer um pudesse fazer algo. Eugênio entrou em cena.

:- MANUELA, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

:- Manu, não sabia que teríamos um reencontro como esse. – eu falsamente fiquei surpreso. – Se tivéssemos combinado, não teria dado certo. Que alegria.

Henrique e Alice, ficaram se olhando, de fato surpreso com a presença um do outro.

:- Oh que lindo, olha a forma como se olham. – Dulce se sentou na mesa e voltou a ironizar a cena com o casal. – São tão tolos, que foram feitos um para o outro. – ela juntou as mãos e apoiou o rosto admirando o casal.

:- Alice, quanto tempo não nos vemos, eu... – Ele perdeu toda a raiva e falou com ela de um modo gentil.

:- O que faz aqui Henrique? – ela não tinha a mesma gentileza.

:- Eu vim falar com Manuela.

:- Comigo, ora, mais sobre o que teríamos que conversar?

:- Sobre isso. O que significa isso? – ele veio até Dulce e lhe mostrou um papel, fazendo Dulce e eu sorrir.

Ela nem chegou a ler, apenas sorriu olhando o papel e devolvendo para Henrique.

:- É um papel que me deixa imensamente feliz, e vamos realmente ver se nesse país a verdadeira justiça será feita.

:- Do que estão falando? – Angelique perguntou confusa.

:- O caso do nosso professor, foi reaberto, as investigações serão reabertas a um bom tempo, Alice, é uma questão de tempo para você ser intimada e ser ouvida. – eu esclareci.

:- O caso foi reaberto? – ela perguntou e a cena acabou.

Terminamos aquele dia cansativo de gravação, e tudo o que eu queria era ir para casa e dormir, mais de 10 horas no mínimo.

Tanto pelo cansaço quanto para esquecer um pouco, amanhã não seria um dia fácil e queria está perto das pessoas que eu amo. Fazia três anos que ele tinha ido, e levado uma parte de mim.

Para piorar tudo quando eu estava saindo de Televisa, vi antes de entrar no meu carro, Dulce indo embora. Acompanhada. Eduardo veio a buscar parece que teriam um jantar juntos para comemorar não sei o que.

A cena dela entrando no carro dele não saia da minha cabeça e não me ajudava em nada.

:- Poncho?

Eu levantei a cabeça que estava encostada no sofá, vendo ela se aproximar e ficar bem perto me olhando.

:- Por que não está com o pessoal na cozinha comendo e falando alto, essas coisas... Sabe que família Rodriguez é pequena, mas sabe fazer barulho. – ela sorriu e apareceu mais rugas no seu rosto, e eu fiquei admirado. Ela sempre foi uma mulher invejável.

:- No tengo hambre, mamá. – Fiz uma careta, por que eu não tinha mesmo, me sentia vazio por dentro.

Ela passou a mão por alguns cachos meus por um momento e no outro fez um sinal com a mão para que eu levantasse. Assim eu fiz.

E ela sentou para depois me puxar para deitar no seu colo e continuar mexendo nos meus cachos, com o tempo ela passou a gostar, mas ela preferia meu cabelo cortado e a barba feita, talvez pelo choque que ela teve no começo da minha carreira.

O susto que ela tomou quando cheguei com o meu cabelo grande e loiro.

:- Amanhã é dia dos mortos. – ela comentou, começando uma conversa e eu sabia que ela via comigo as fotos que eu passava no meu tablet antigo. – O tempo passa muito rápido.

:- Verdade. – eu concordei, parando numa foto em especial, quando eu ainda era pequeno, e eles estavam juntos. Nós três sorrindo. – Lembro desse dia, fomos ao parque, eu cai e ralei o joelho, que sangrava muito.

:- E eu calmamente passei o remédio, enquanto seu pai que ficou desesperado, nós tínhamos os papeis trocados.

Ela tinha razão, se tinha um estereótipo antigo, das pessoas, especialmente dos pais, era da mãe cuidar e mimar e do pai ser mais rígido, no meu caso provando que isso não valia de nada, já que era o contrário, Dona Ruth sempre foi mais rígida, e meu pai mais cuidadoso. Hoje agradeço por ter tido esse equilíbrio.

:- Quando eu era pequeno, lembro-me de te pedir para viver até os 100. – eu ainda comentei vendo a foto, mas dando um zoom nela. – Obrigada por ouvir meu pedido.

Ela parou de mexer no meu cabelo para soltar um riso e voltar a mexer nele.

:- Agradeça a Deus também, se não fosse ele, não cumpriria seu pedido.

:- Mais eu devia ter especificado melhor o pedido. – ainda estava brincando com a foto usando o zoom no máximo e focando nos olhos dela, verdes e claros.

:- Como assim?

:- Devia ter pedido para você viver 150 anos! Ou melhor, que você e ele vivessem para sempre.

:- Se você pedisse isso não poderia cumprir, eu mereço um descanso sabia, além do que seria a humanidade se as pessoas não morressem? Não evoluiria.

:- Está certa, mais os pais deveriam ser eternos. – Suspirei. – Sabe ainda sinto falta dele de vez em quando, aperta o peito e queria que ele estivesse aqui, nem que fosse por um momento.

:- Saudade é natural. Acho que ele deve está num lugar, bem calmo como ele fazia, ficar numa cadeira de balanço com um jornal ou um livro.

Eu sorri imaginando a cena, que poderia ser bem verdade.

:- Às vezes sinto o cheiro dele sabia? – deixei o tablet de lado, e olhei para cima para ver a face dela. – Pois é, quando eu sinto muita falta dele ou peço proteção, passa um vento e sei lá, o cheiro dele vem na lembrança e tão forte que eu consigo sentir.

:- Acho que faz três anos que seu antigo anjo da guarda está de férias, e tem um substituto. – ela piscou para mim. – E amanhã vai reencontrar ele, receba-o bem.

:- Sempre, mamá. – Deixei uma lágrima escapar, fina e quente, logo a limpei. Mas, percebi que ela notou por ela ter parado de mexer no meu cabelo para dar um beijo na minha testa.

Ficamos um tempo em silêncio, ali tendo aquele momento mãe e filho, eu voltei a mexer no meu tablete passando as fotos e quando passou uma comigo e as meninas fantasiados de fadas, eu ri. Vendo o sorriso de todo mundo.

:- Não tem mais nada para me contar?

:- Sobre?

:- A mãe da menina loira, sorridente da foto. – Levantei a cabeça de novo para olhá-la a vendo observar a foto.

Contei tudo o que aconteceu durante esse tempo, tudo o que ela não sabia desde meu relacionamento com María até ontem no estacionamento, e como eu me sentia, enfim tudo.

:- Acho que você se cansou antes da hora e desistiu rápido de mais.

:- O que? Não seja dura demais comigo, eu esperei por anos essa mulher, anos. Eu não desistir cedo dela.

:- Tem certeza? Se não desistiu cedo, então o que ela está fazendo com outro cara sendo que tinham tudo para estarem juntos agora.

Olhei para ela desacreditado, parecia a aquela Dona Ruth que me proibiu de ser jogador de futebol sem que eu terminasse meus estudos, me sentia o adolescente injustiçado. Por mais, que ela estivesse certa naquela época, tinha chance dela está certa também agora?

:- Vocês lutaram tanto para ficar juntos que depois de todas às vezes, que deu errado, ficaram exaustos. Mas, depois desses anos todos separados pegando fôlego por que não voltam a lutar?

:- Por fala como se parecesse fácil?

:- Por que falar é fácil, difícil é lutar. – ela deu os ombros.

:- Não daria certo tentar de novo. – tentei justificar ter desistido tão cedo.

:- Você me disse isso da primeira vez que terminaram, e depois voltaram a trabalhar juntos e voltaram a namorar. E hoje como vocês estão, voltaram a trabalhar de novo.

:- Ela não me ama.

:- Como sabe?

:- Ela namora outro. Mesmo depois de estarmos começando a se envolver de novo.

:- Está deduzindo, você não tem certeza, foi isso que fez quando ela namorava aquele jogador.

:- Você está usando minhas palavras contra mim. É injusto, eu falei pela época isso foi no passado, agora é diferente.

:- Estou vendo o mesmo Alfonso, que não sabe o que fazer, para ficar junto da garota, mulher que ama do passado. Os dois são a mesma pessoa, um imaturo e um amadurecido, que estão se justificando da mesma forma.

:- Não gosto a sua forma de mostrar como me conhece.

Ela riu antes de continuar.

:- Ela já escreveu várias canções dedicadas a você, e ultimamente lhe deu uma música dela. – Se lembrou da música que lhe mostrei.

:- Mas, ela me dedicou há anos atrás, em 2008 quando a escreveu.

:- Ela te deu a canção pronta, e cantada por ela, agora em 2021.

:- Aonde quer chegar mamá? O que quer que eu faça?

:- Sou mais velha Poncho, não vê o que eu vejo, eu quero que volte a lutar a ser feliz. Quero que lute por seu amor. Eu não entendo desse amor de vocês que vai e volta, e que não acaba, já que é assim então por que não querer vivê-lo? Eu quero o melhor para você. E ela te faz uma pessoa melhor, assim como imagino que faça o mesmo com ela.

:- Mamá... – fiquei sem ter o que falar.

:- Você a ama?

:- Amo. – por que aquela era uma das poucas certezas que tinha na vida.

:- Então lute por ela. – ela sorriu me incentivando. – Se ela for louca de te recusar ainda assim, eu vou ter uma conversa séria com ela. Por que se você acha a mãe de Dulce, barra pesada é por que ela não me conhece. Ainda mais quando sua felicidade está em jogo.

:- Senti sua falta, Ruth. – Eu me levantei de seu colo, e lhe abracei, tomando a liberdade de chamá-la apenas pelo nome. Perdemos tanto tempo com besteiras que deixamos de lado, o que nós éramos, mãe e filho.

:- Eu também, Alfonso, meu filho. – ela não deve ter entendido bem o porque do abraço, mas não importava. – Agora me conte mais sobre essa menina, se chama Dominique? Ela é linda.

E comecei a lhe contar de Dominique e consequentemente da mãe dela. Ela estava certa eu ainda era um bobo apaixonado. E Dona Ruth devia saber o que estava fazendo, me banhar com esperança a essa altura do campeonato, era confiar demais em mim. Em Dulce.

Ficamos conversando até Oscar nos chamar para irmos comer, que dessa vez eu aceitei, se ela não era eterna eu aproveitaria cada instante que pudesse ao seu

lado.

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