Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 19
Dezenove




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Dulce

“Você está bem, man?”

Ela me perguntou pela sexta vez desde que entramos no carro, a cada vez que parávamos no semáforo, eu a ficava olhando, sem coragem de falar nada.

“Está, Nique.”

Desviei o olhar para que ela não visse a mentira descaradamente. Só adiando o inevitável por que ela sabia que eu estava estranha, e isso era uma mistura de dois acontecimentos.

O primeiro aonde eu deixaria Dominique e o segundo para onde eu estava indo. Eu a estava levando para uma tarde com as meninas, Sofia, Maria, Lisa, na casa de Poncho, Dominique estava tão empolgada com o convite dele, que fiquei sem ter o que falar apenas trazer ela no dia e nada mais.

Não era isso que me incomodava tanto, e sim, ficar sem ela nesse dia que eu precisava de forças por que eu estava indo para um estúdio. Pedro, estava me esperando para gravarmos El Primero, essa semana eu fui informada e presenteada também que voltaria a cantar.

Víctima del pecado, estava cada vez mais focada em Raquel, Antônio e Manuela, e Damian queria que o público não deixasse de lado, Alice e Henrique, como se quando fossem comentar da novela, falasse de todos como um leque aberto, quando abrisse traria um ao outro.

De alguma forma pelo que eu soube, as pessoas estavam divididas entre os personagens, mesmo que tenham suas preferências que surpreendentes eram para Antônio e Manuela, se dessem bem. Tinha as pessoas que gostavam de Antônio com Alice ou Manuela com Henrique, como antes que havia mesmo, os traumas.

Para que chamar a atenção do público também para Alice e Henrique, Pedro me convidou para cantar o tema deles, e me sugeriu nada mais que uma canção minha, onde fazia anos que eu tinha escrito. Nem para os meus cd’s eu gravei. Ele não precisou me convencer apenas trouxe meu, Dulce Amargo na página certa aberta e me deixou pensando se aceitaria ou não.

Aceitei.

Só não contava com que ficasse tão nervosa por voltar a fazer aquilo que já foi prioridade na minha vida. E quando eu precisaria de Dominique para me apoiar, ela teria uma tarde com o cara que me inspirou para escrever, El primero.

“Finalmente chegamos man.”

Estacionei o carro vendo ela pelo retrovisor, comemorar por ter chegado em frente a casa de Poncho. Tirou logo o cinto de segurança e depois que ela pegou sua pequena bolsa se virou para mim.

“Man, estou com o celular.” Revelou antes que eu falasse de novo sobre isso.

“Tudo bem, filha. Se divirta e qualquer coisa me liga. Me da um abraço para me desejar boa sorte hoje?” Ela ficou em pé no carro e esticou os braços para apertar meu pescoço, num abraço dela, reconfortante.

Só precisei desse abraço para me livrar de todas as inseguranças que sentia desde que acordei aquela manhã, ela sempre teria esse poder sobre mim.

“Man, tudo vai dar certo, você vai se sair bem por que eu vou está com você, bem aqui.” Ela repetiu o que eu a disse antes dela se apresentar na escola, apontando para o meu coração e depois para minha testa.

Não resistir, em puxar ela e esmagar sua bochecha em um beijo de agradecimento.

“Obrigada, meu amor. Agora vai que devem está te esperando para se divertir.” Sorri para ela antes dela abrir a porta do carro e sai me esperando.

Logo sai também tirando o cinto e dei a volta no carro, pegando a mão dela e entrando no jardim da casa de Poncho. Era novidade para mim. Toquei a campainha.

A porta foi aberta e me surpreendi, não por Poncho aparecer correndo no fundo até onde estávamos, mas por patas me recepcionarem. Não tive reação alguma, além da surpresa e soltar risos pelo susto de Dominique.

:- Afrodite!! – Escutei as vozes das meninas gritando de dentro da casa.

:- Desculpa! – ele chegou até porta. Mas, eu só escutei por que a cachorra ainda estava apoiada em mim. E latia, tentando me lamber. – Afrodite, senta. – Imediato, ele falou firme e a cachorra parou com que fazia, procurando um alvo mais certo, Dominique que não se importou em ser lambida pela labradora, soltava até risos.

E me virei para Poncho sorrindo e fiquei o olhando até ele se voltar a mim.

:- Oi.

:- Oi.

É tão estranho quando você conversa muito mais com o olhar do que com palavras, e se entende por essa linguagem. A linguagem das almas.

:- Você... – Tentei formular alguma pergunta, vendo seu estado.

:- Ah, Afrodite, ela me derrubou na piscina quando eu fui solta-la. – se explicou sem eu ter nem perguntado, por ele está todo molhado, short, regata. – Desculpe, pela recepção, ela está assim agora qualquer pessoa que vem para cá.

:- Não tem problema, adoro cachorros, ou melhor, cachorras. – concertei o que disse ao ver Afrodite, me olhar de canto mesmo com Dominique brincando com ela. – Me surpreenderia mesmo, se fosse Miau. – ri junto a ele.

:- Não se preocupe, Miau está preguiçosa, só quer ficar dormindo. – ele olhou para dentro da casa. – Quer entrar?

:- Não posso estou atrasada e nervosa.

“Oi Poncho, Boa Tarde.” Dominique pulando chamou a atenção dele.

“Oi, Baixinha. Boa Tarde.” Ele olhou para ela sorrindo. “Como você está?”

“Bem e você?”

“Estou muito bem por que hoje vamos nos divertir e muito sabia.”

“É o que eu espero.”

:- Oi Dulce. – as vozes das três soaram unidas. E olhei para elas que estavam com a boca suja de chocolate.

:- Oi meninas. – Sorri as cumprimentando.

“Oi Dominique.” Lisa olhava para Dominique, segura mesmo que fosse a primeira vez que elas se falavam.

“Oi, você fala LSM?”

“Estou aprendendo, Sou a Lisa e essa é Maria e Sofia. Vem vamos entrar Poncho, fez brigadeiro para gente.” Ela pegou na mão de Dominique, e a puxou para dentro.

Foi uma cena única, ainda mais por Lisa ser menor, não só de idade, que Dominique.

:- Nervosa?

:- Sim, um pouco. – mordi o lábio antes de mudar, vendo sua cara. – sim, muito. Mas, passou Dominique e seu poder de me tranquilizar.

Ele riu antes de cruzar o braço e se apoiar na portar, como podia está tão bonito e charmoso uma hora daquele, eu podia disfarçar que não estava observando como a roupa molhada estava colada e evidenciando o corpo que ele dizia ser cuidado por questão de saúde, mas que isso incluía a estética, era uma verdade.

:- Boa sorte. – ele sorriu sincero.

:- Obrigada.

Escutamos um barulho, e ele fez careta, e ouvir os passos das meninas.

:- Não se preocupe, foi Afrodite. Vou entrar e ver o estrago, e trocar de roupa.

:- Ok, eu também tenho que ir, estou atrasada.

:- Vou cuidar dela. – ele leu meu pensamento.

:- Eu sei. – Sorri antes de começar a caminhar até meu carro.

:- Algum dia.. – olhei para trás ao escutar sua voz. – quando quiser conhecer, minha casa. Pode vir. – ele deu o ombro antes de fazer algo com lábio e fechar a porta para ver o que aconteceu.

Suspirei, voltei para o meu caminho. Cheguei no carro me acomodei, e quando o liguei, eu sabia que ele ainda continuava a ser o primeiro, pena que os tempos eram outros.

Dei sorte pelas ruas estarem vazias e cheguei logo no estúdio, cumprimentei Pedro e os outros produtores que não conhecia, ele me deu uma cópia com a letra, apesar de eu saber de cor. E comecei a aquecer minha voz, antes de gravarmos.

:- Podemos começar Dulce? – assim que terminei de aquecer, Damian, me chamou. E assenti, me dirigindo a sala de gravação, peguei o fone com as mãos quentes e vermelhas o sangue estava todo acumulado ali.

Com os fones postos, coloquei as mãos na cintura, e abaixei a cabeça com o pensamento do qual, quando levantasse tudo começaria o que eu tinha deixado de lado há tanto tempo, não tirava isso da cabeça.

Levantei a cabeça e vi Pedro fazendo sinal de “ok”.

Comecei a cantar e não estava me sentindo bem, sentia algo que não estava dando certo e isso estava refletindo na minha voz, que saia baixa e desnivelada.

:- Dulce! Não da para continuar, não está saindo nada legal. Sua voz tudo, espera um tempo, se concentra e faça tudo de forma natural, é aquilo que você ama. – Pedro falou comigo pelo microfone, entendendo que não estava bem, ele me conhece como um pai a uma filha.

E eu apenas balancei a cabeça antes de pegar uma garrafa de água e toma-la, respirando fundo tentando me concentrar, talvez pudesse ser bobagem eu ficar tão nervosa e vez de feliz, afinal estava voltando a cantar.

E era justamente isso que me deixava em prantos, estava voltando a me sentir como há muito tempo não me sentia, tenho nas mãos, ou melhor, na voz a oportunidade de voltar a fazer o que tanto amei.

Fechei os olhos e me lembrei do abraço de Dominique, e todas as inseguranças me deixaram novamente. Agora eu precisava de motivos para me concentrar, me sentir leve foi apenas o começo.

Ainda com os olhos fechados, voltei no passado.

Os gritos. A loucura. A paixão. O choro. A alegria. A emoção. O exército. O sonho. O meu, os deles. A forma de amar e expressar isso incondicionalmente. Os gritos novamente.

Seja na minha carreira sozinha ou no Rbd, várias lembranças me vieram tão nítidas e reais, que eu podia sentir. Tudo aquilo um dia foi minha vida, fazia tão parte ainda de mim.

E atropelando meus pensamentos veio a minha mente a voz de Thierry.

... O que sei é que você sempre Dulce, sempre se envolveu com outros caras amando apenas um só. Por mais apaixonada que estivesse, entregue e tudo mais. Sabemos nós dois que sua fonte de inspiração do amor, sempre foi ele...

:- Por quê? – explodi. – Por que eu? Por que não Anahí, ou Maite, por que não vai irritar elas, implicar com elas? – Perguntei cansada e irritada, pelo cabelo bagunçado por sei lá qual vez naquela noite, talvez minha Tpm influenciasse na minha raiva.

:- Por que irrita-las não é tão engraçado como você. – e quando eu apertei os olhos, pensando em algum palavrão para xingá-lo. Era tudo de propósito, então. – Por que quero chamar sua atenção – ele desviou o olhar para a entrevista que acontecia com os outros a alguns metros de distância. – pra mim.

Ele se levantou e me deixando irritada e confusa. Aquela não seria a última vez que ele enxeria meu saco e eu sabia disso e além de ficar irritada, agora pensaria que ele parecia mais um menino na escola que implica com a menina apenas para lhe chamar a atenção, não por que ele a odeia e sim por gostar dela.

...

:- Dulce vamos jantar hoje com a gente, depois de gravarmos a última cena? – Christopher arrumou a gravata do uniforme do Elite.

:- Hãnn, eu... - cocei minha cabeça pensando em como negar, eu não podia.

:- Iiih já vi que não vai. – Maite logo entendeu.

:- Memo vem te buscar hoje? – Anahí me perguntou depois de terminar de passar o seu glosh.

:- Sim, vou jantar com ele.

E todos desviaram o olhar para Poncho que estava deitado brincando com uma bola jogando para cima e a pegando quando caía, se levantou bufando e saiu da nossa vista. Era assim que ele agia quando o assunto era Memo, meu namorado, isso quando não tentava me atingir com palavras grosseiras e com seu silêncio acusador.

...

Ele puxou meu lábio entre os seus sugando de um jeito que me fez rir, antes dele voltar a me beijar eu passei minha mão no seu cabeço cortado, o moicano que logo estaria penteado e cheio de gel.

:- Temos que ir. – Eu separei minha boca da dele. Ele negou com a cabeça ainda de olhos fechados, se concentrando em dar beijos e mordidas no meu pescoço. – Tem noção do tempo que estamos aqui, não sei como ninguém ainda não apareceu.

:- Não importa, enquanto ninguém aparece temos que aproveitar. – Ele por fim, separou do meu pescoço e me encarou. E ri de novo.

Passando o polegar debaixo do seu olho, vendo depois minhas digitais ficar com uma mancha preta.

:- Estranhamente você fica bem de lápis de olho. – comentei vendo de perto ele não falou nada ficou me olhando. – Me lembra um cigano, acho ciganos...

:- O que? – ele levantou a sobrancelha.

:- Sexy. – Sorri, vendo a cara dele. – Meio sujos, mas, todavia sexys.

...

Depois de um passeio fomos direto a um repórter e um câmera que estava nos esperando. Era uma viagem especial, que vai além da divulgação da banda, estávamos acompanhados de Charlie, Luisillo, eu e ele era nossa primeira vez naquele país europeu e o que pudemos aproveitamos, Eslovênia estava em meu coração, pela viagem e pelas vivências que eu tive com ele.

:- Sim, eu gostaria de casar aqui. – Lembro-me de falar em inglês com o repórter, me lembrando dos castelos e monumentos que tínhamos visitado. Era um lugar lindo realmente.

Estávamos numa época de não saber como estávamos, sim confuso, como nós. Não estávamos juntos, mas agíamos como se estivéssemos, verbalmente e oficialmente não estávamos, porém por nossas atitudes e sentimentos sim.

:- Antes. – Lembro-me de sorrir e sentir Poncho segurar meu braço sorrindo também, para o repórter e Poncho respondeu a pergunta se éramos namorados. Aquela era a época que essa pergunta se tornou mais que comum. E disfarçar era difícil, entretanto uma questão de treino.

...

:- O que você está fazendo aqui? – Perguntei surpresa, felizmente surpresa.

:- Vim te ver. – ele tombou a cabeça, me olhando de lado.

:- Em Monterrey! – fiquei encarando ainda abolhada, e deve ter ficado com a cara ainda mais boba por ele ter viajado até lá, com o coração preste a sair do peito, quando ele tirou de suas costas, um buque singelo de flores, girassol. Minha flor favorita.

...

O show era num lugar fechado, para um público pequeno e pelo que me lembro em algum lugar dos EUA. Uma Tour completa era algo para o futuro, não tínhamos coreografias de nada ainda, apenas as músicas.

:- Pervivo en la vereda de tu soledad. – cantei minha parte e como estávamos tão perto. Olhei para ele. - Cuando alguien te lastima. - E escutei os gritos, olhei para a plateia sem graça e depois fiquei o olhando cantar, cantar para mim.

:- Que ganas de decirte que no hay nadie mas, - e ele me encarando, o olhar fixo um no outro, mas os gritos o cortaram, eu desviei o olhar e ri sem graça apontando para um cartaz da plateia, só ouvir sua voz nos meus ouvidos ecoando apesar de tudo. – que te ame, sin medida.

Lembro de depois cantarmos juntos, não me lembro se ele me abraçou ou apenas cantamos lado a lado, mas o sentimento, o olhar e a letra da música estava ali evidente. Tão transparente que as pessoas que estavam na nossa frente gritaram, talvez torcendo por algo, que não podia acontecer.

Éramos apenas dois colegas de trabalho, irmãos de banda, que estavam cantando uma das primeiras vezes, Inalcanzable.

Abri os olhos depois de algumas lembranças que vieram a minha cabeça, por algum motivo, lembranças que fizeram parte da nossa história. Olhei para a letra da canção por olhar, sabia ela de cor.

EL PRIMERO

Poderiam existir 1000 além de você,

mas você sempre será o primeiro.

Esquecer suas lembranças

Será como esquecer minha realidade.

Amo você como uma louca

e sinto saudade um pouco mais,

mas sei que este final é o melhor.

Cedo ou tarde vou voltar,

Cedo ou tarde você vai voltar,

Porque eu sempre vou guardar seu lugar.

Aqui vou estar, mesmo que às vezes você me sinta ausente.

Eu vou cuidar de você, nas noites mais frias eu vou agasalha-lo.

Aqui vou estar, mesmo que às vezes você me sinta ausente,

eu vou espera-lo.

Para estar com você, sempre vou lutar.

Poderia ficar com 1000 depois de você,

mas seu amor sempre será o verdadeiro.

Perceba como vai ser difícil nos separar

nos amando como dois loucos,

mas no final esta agonia terá uma recompensa.

Não quero fechar os olhos

e em um pestanejar perder você.

Confio neste amor que vai além do coração.

Não é preciso renunciar,

Cedo ou tarde juntos vamos estar.

E acenei para Pedro, esperando que ele me confirmasse que estamos prontos. E recebi esse sinal, voltei a fechar os olhos deixando que as lembranças voltassem se quisessem e no meu coração estava ele.

Cantei.

Uma.

Duas.

Três vezes.

Como Pedro quis, e tudo foi tão natural. No meu coração era Poncho que estava vagando, não adiantava negar para eu mesma, Thierry estava certo, ele era minha fonte de inspiração do amor.

Sai da sala.

:- Não tenho nada que dizer apenas, Jorge, quer falar com você. – Pedro mostrou o outro produtor da música.

:- Dulce, no começo não estava nada bem. Você sabe disso e pensei que não sairíamos daqui hoje, mas depois de te ouvir agora fiquei arrepiado. – ele me mostrou o braço. – Que interpretação, que sentimento, a voz perfeita numa harmonia, numa melancolia. Uau. Estou impressionado. – ele entortou os lábios. – Meus parabéns, que cantora você é, que interprete e compositora também.

:- Obrigada. – agradeci sem graça. – Eu estou enferrujada.

:- Meu Deus, parece que você nunca deixou de cantar, está amadurecida e sua voz também.

Depois de escutar e agradecer todos os elogios sabia que podia ser total gentileza dele e que eu tinha que melhorar e reaprender muito, fiquei lá mais algum tempo, mesmo que estivesse liberada, queria ver como ficaria a música quando inserissem o piano. El Primero, teria apenas o piano como instrumento.

Estávamos tão empolgados com tudo que decidimos fazer logo, e eu só sai do estúdio com uma cópia da música já pronta. Mandei uma mensagem para Nique, informando que a pegaria em pouco tempo e dirigi até a casa de Poncho, por sorte não demorei tanto ainda estava ensolarada à tarde.

Quando a porta foi aberta eu tive outra surpresa, que diferente da primeira vez, não foi Afrodite que me recepcionou calorosamente. E sim, Poncho que abriu a porta, mas o que me surpreendeu foi como estava vestido.

Tinha um colar de perolas grandes no pescoço, alguns cachecóis também, o cabelo amarrado, ou tentativa de, e asas. Sim, asas de um pouco pequenas para o tamanho dele, de anjo.

:- Eu sou uma fada. – somente falou isso.

Mordi o lábio por que tive vontade de rir, pela forma que estava, me lembrou não sei por que quando ele fazia comigo Clase, no começo da novela tinha tingido o cabelo de loiro e numa sessão teve que prender como fazemos nos bebês, geralmente, meninas quando tem pouco cabelo.

:- Mas, isso para elas, eu prefiro me definir duende. Com asas de anjo. – ele falou sério, levantando um ombro mostrando mais a asa.

:- Fada faltou fazer a sua barba. – eu comentei me divertindo com a cena, zombando dele, e levantei a mão passei no seu rosto sentindo sua barba espetar minha mão.

:- Dulce, não disse que ele não manda em nada. – Maria apareceu na porta também fantasiada, em seguida de Sofia risonha. – O convencemos rapidamente em brincar assim, afinal que ator seria ele se não se fantasiasse?

:- Não me convenceram assim, jogaram sujo, perdi numa eleição por 4 a 1. Nem Dominique me apoiou. – ele cruzou o braço.

:- Dulce Dominique está vindo, Lisa levou ela para se despedir de Afrodite. – Sofia me contou.

Logo vi minha pequena correndo na minha direção. E a peguei nos braços assim que ela chegou.

“Man, eu quero um gato.” Foi à primeira coisa que me disse.

“Um gato?” Abri os olhos espantada.

“Ela se apaixonou pela Miau, Dulce.” Lisa me explicou.

“Posso te dar uma das meninas super poderosas, Nique, você quer?” Poncho falou para Dominique. “Talvez a Docinho.” Ele riu me apontando com um bico nos lábios e eu queria entender de quem estavam falando.

“Não.” A resposta dela surpreendeu todos. “Não porque, ela precisa das irmãs, que maldade seria separá-las.”

“Então fazemos o seguinte, eu te dou a Docinho, mas eu fico com ela aqui em casa. Junto com as irmãs e a Miau, assim você vai poder me visitar mais vezes, o que acha?”

“Assim eu quero. Está combinado.” Ela riu para ele e estendeu a mão para que ele batesse, assim selando o compromisso.

Comecei a entender melhor sobre o que falavam e aonde Poncho queria chegar com isso.

“Nique me conta depois como foi à tarde, agora temos que ir por que sua avó está nos esperando. Vamos jantar lá, se despesa das meninas e de Poncho.”

Assim ela fez, se despediu das meninas e de Poncho que se abaixou para ficar na altura dela e se abraçaram.

“Volte sempre que quiser.” Ele bagunçou o cabelo dela que logo o arrumou.

“Vou voltar sim, mas para ver a Docinho.” Ela riu dando a língua travessa para ele.

Fazendo todo mundo rir pela cena e por Dominique. Lisa comentou algo com Dominique que eu deixei de prestar atenção, para ver Poncho voltar a ficar em pé e falar comigo.

:- Tem certeza que não quer entrar?

:- Não posso. Man já está nos esperando. Fica para uma próxima vez, quando Dominique vier visitar a Docinho. – sugeri.

:- Vou cobrar. – ele mexeu no colar. – Como foi à gravação?

Abaixei a cabeça, apertando um sorriso, olhando para Dominique e depois para ele que não me deixou sozinha habitando minha cabeça e meu coração em casa verso cantado.

:- Está com seu celular? – perguntei.

:- Estou. – ele tirou do bolso da calça jeans.

Eu procurei o arquivo da música e com alguns toques passei o arquivo para ele.

:- Aproveita e me diz o que achou, vai ser um dos primeiros a escutá-la.

:- Que privilégio. – ele guardou o celular.

Meu celular tocou e recebi um sms de man, querendo saber onde eu estava. Logo a respondi, tinha que me apresar antes que ela começasse a mandar um sms atrás do outro.

Me despedi de Poncho com um abraço, numa forma silenciosa de agradecimento, se não fosse ele indiretamente não teria conseguido gravar hoje, e depois um beijo na bochecha, fazendo com que as meninas ficassem rindo de nós.

Despedi depois das pequenas e peguei na mão de Dominique para irmos até o carro, e lá Dominique logo se acomodar, buzinei antes de sair, acenando para eles que ainda estava na porta. Dominique me disse que queria chegar logo na casa da avó para poder me contar da tarde que teve e saber da minha.

Já que não podia dirigir e conversar em língua de sinais ao mesmo tempo com ela.

Mesmo assim, ela notou a diferença que eu estava e de quando estávamos vindo, para agora, eu estava sorrindo para tudo. Ela me disse quando paramos no sinal vermelho, mas não puxou tanto o assunto por que começou a jogar em seu celular.

E na ida para casa de man, fiquei pensando no meu dia e em Poncho.

:- Cedo ou tarde vou voltar, cedo ou tarde você vai voltar, porque eu sempre vou guardar seu lugar. – cantarolei feliz.

:- É linda. – ele falou depois de ler o papel, a letra da música, com minha caligrafia. – Uma das mais bonitas que você já fez. – Ele puxou o lençol se cobrindo mais e eu aproveitei me acomodando no peito dele.

:- É para você. – senti o coração dele bater mais rápido. E apoiei minha orelha bem em cima para ficar escutando. – Pra gente.

:- Eu sei. – Foi o que disse, dando um tempo para o silêncio e para acariciar meu cabelo e eu escutar seu coração. – Eu também.

:- Também, o que? – levantei a cabeça para olhá-lo.

:- Vou guardar seu lugar, não importa o que aconteça, sempre vai ter um espaço aqui, reservado dentro dele. – ele falou apontando para o peito do lado esquerdo, onde seu coração estava, e só por isso valeu a pena escrever e mostrar a música para ele, amar e ser correspondida não tinha preço, mesmo que no nosso caso tenhamos que pagar com as consequências.

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