Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 21
Vinte e um




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628466/chapter/21

Dulce

:- Entraremos ao vivo em...

3.

2.

1.

A voz do diretor sumiu para todos e ficou apenas nos pontos de escuta de Don e o pessoal da produção.

:- Buenas Tardes, o Don Francisco presenta de hoy... – Escutávamos a voz de Don, apresentando o programa. – É especial, temos o elenco de Victimas del Pecado. – e dos bastidores escutamos os gritos da plateia. – Com vocês, Angelique Boyer, Eugênio Siller, Maite Perroni, Poncho Herrera e Dulce María.

Conforme Don Francisco nos apresentava, entramos no estúdio do programa, e depois de cumprimentar Don que estava em pé nos esperando, sentamos nos lugares no tradicional sofá grande do programa.

Primeiro Eugênio, Poncho, Angel, Maite e eu.

Senti uma emoção de estar num programa de grande porte como esse, especialmente de Don Francisco que ainda estava com um fôlego de dar inveja a muito garotão, mais de 50 anos de carreira e apresentando, não é para qualquer um.

:- Quanto tempo eu não via vocês? – ele comentou depois que se sentou na sua poltrona e se apoiou na sua mesa. – Quero começar o programa agradecendo a Pedro Damian e também a Torres, por terem liberado vocês para estarem aqui hoje.

:- Em verdade, Don Francisco. – Poncho começou a falar. Arrancando gritos da plateia. – Olá, boa tarde. – ele sorriu acenando para o público. – Em verdade, Torres e Damian, pedem desculpas por não puderem estar aqui conosco, mas tiveram compromissos no México e por isso estão ausentes.

:- Entendemos, mando abraços aos dois e meus elogios por conta da novela, mas isso é um assunto que já vamos falar, Dulce foi difícil esta viagem até aqui, pelo que eu soube? – ele sorriu para mim.

Antes que eu pudesse abrir minha boca, os gritos ficaram fortes, esperei uns momentos para poder falar.

:- Uau. Primeiro quero dizer que estou muito feliz por estar aqui de novo, depois de tanto tempo, ainda mais com essa recepção calorosa. – Sorri para as pessoas que formavam em grande parte jovens, gritando. – Viu minha entrevista Don? – ele balançou a cabeça afirmando, estava me referindo, a entrevista que dei antes de sair do México para vir para Miami.

:- Foi difícil para mim. Por conta de minha filha, Dominique, foi a primeira vez que viajei sem ela que ficou com man, e por isso foi e é difícil desapegar. Dominique, filha beijo, te amo. – eu fiz sinais para a câmera que me filmava. - Sabe, Maite sabe do que eu falo. – olhei para ela que assentia do meu lado.

:- Sim. Para qualquer mãe é difícil se separar dos filhos, porém é algo que faz parte do nosso trabalho e temos que lidar, o importante é eles saberem que não é muito tempo e logo voltamos, só que é algo curioso, eles entendem melhor do que nós mães, e conseguem lidar melhor com a distância. – Ela riu olhando para alguém da plateia, que gritou algo sobre Mane ser babá hoje.

:- E bom, vamos falar um pouco da novela e desse sucesso todo que estão fazendo?

:- Sempre pensei que o sucesso é apenas algo que vem depois, é o resultado. – Eugênio começou a falar, e novamente os gritos. – O importante é que trabalhamos duro para está aqui hoje, nos dedicamos ao máximo e o sucesso, como dizem é a recompensa por tudo. – Ele sorriu para a câmera. – Fora que nesse projeto só tem os melhores. Em tudo.

Ele riu fazendo todos rirem.

:- Algo importante, Don Francisco, é que todos têm consciência de tudo, tanto do resultado do nosso trabalho, que como todos sabemos o sucesso é passageiro. – Poncho voltou a falar, na pose de porta voz, dele. – Algo curioso é que não temos a dimensão de tudo, e só sabemos quando nos contam, afinal estamos gravando muito.

:- Então não sabem a repercussão de tudo? – Don perguntou.

:- Tudo, tudo, é impossível. Mas, temos noções, claro. – Angelique se pronunciou. – Eu acredito que o projeto, já nasceu ousado. Então, desde o começo no mínimo ele seria curioso, mas surpreender a esse ponto, acho que ninguém imaginou por mais intenção que tivéssemos. E além do mais fazemos por merecer, cada um, merece está onde está, e ser reconhecido por seu trabalho. Estamos mesmo muito agradecidos.

:- Se pode ser classificado assim, o sucesso real e merecido mesmo, surge para os que merecem. E não só por uma casualidade tem vários fatores que existem e esse é o caso de vocês. – começaram aplaudir e Don continuava a falar. – Falo por experiência, já vi muita coisa.

:- Posso acrescentar uma coisa Don? – Maite perguntou a ele.

:- Claro, Maite.

:- O que eu quero dizer é, repetir algo que Damian e Torres, nos dizem o elenco como um todo. Eles costumam dizer que devemos formar parte de um leque. – Olhei para ela do meu lado, que mostrou a mão simbolizando o objeto. – No sentido de união mesmo, de que quando abrisse viessem todos juntos, uma novela não é feita por uma ou duas pessoas, são inúmeras e é sempre importante que união e trabalho de equipe é vital, para qualquer trabalho. – E nós balançamos a cabeça concordando com ela.

:- Vendo você falar agora Maite, me lembrou algo, e vocês não se importam de desviar um pouco do objetivo?

E nós cinco balançamos a cabeça dizendo que não, afinal o programa era dele.

:- É uma pergunta para Maite e Angel, eu andei lendo e vendo as notícias sobre a novela e sempre caí essa sobre uma briga entre vocês, queriam que falassem um pouco sobre isso, por que sempre vejo isso de “boatos” e “fontes” nada concreto, e estamos ao vivo, temos uma credibilidade a mais.

Maite deu a palavra a Angel.

:- É até bom, Don temos a oportunidade agora de falar sobre esse assunto, por nós mesmas, sem a interpretação e a interferência de alguém. Tudo começou, com o papel de Alice, minha personagem a primeiro momento seria de Maite, porém estava grávida e não pode fazer parte do elenco, então eu fiz o teste e passei. Desde que a novela estreou começaram com várias mentiras e histórias falsas entre Maite e eu, que não existem.

:- É estranho tudo isso, afinal de contas, eu e Angel temos uma boa relação desde muito tempo acredito, desde Rebelde, respeitamos uma a outra. Ainda mais agora que somos colegas de trabalho, depois aceitei o convite para fazer uma participação, por Torres, que acabou que estou até hoje. Enfim, não acreditem em tudo que dizem. – Maite finalizou.

:- E vocês dois brigam? – Don olhou para Eugênio e Poncho.

:- Sim. – Eugênio respondeu. Para depois Poncho acrescentar.

:- Não nos suportamos, na verdade, nos odiamos e não podemos ficar muito tempo juntos. – ele fez uma cara de desprezo, e levantou. – Falando nisso, troca de lugar comigo Angel. – ela mesmo rindo se levantou e trocaram de lugar. Poncho bufou para terminar. – Insuportável.

Os dois arrancaram risada de todos.

:- E tem mais Don, sabe que sou um cara sincero, então eu vou contar a verdade. – Ele apontou pra Eugênio e ele. – Nós nos odiamos as duas mentiram também se odeiam. – Apontou para Angel e Maite. – E Dulce - apontou para mim. – É a que mais faz exigências nos camarins e tudo mais.

E a entrevista começou realmente a partir dessa brincadeira de Poncho, tirando o nervosismo de todos, as perguntas fluíram, respondemos a todas.

Angel e Eugênio de lado. – Como é trabalhar juntos depois de tanto tempo?

:- Maravilhoso. – Poncho comentou se encostando em Maite. Que se afastou fazendo ele quase cair. – Concordo com ele. – ela comentou rindo o vendo voltar para o lugar dele.

:- Depois que tudo acabou, a novela e a banda, sempre foi muito bom quando nos reencontrávamos. Mas, voltar a trabalhar juntos depois de tanto tempo é totalmente diferente, por que estamos reaprendendo a nos reconhecer e a conhecermos. A convivência de novo, ao contrário do que muitos pensam, nos faz bem não nos odiamos e nem estamos brigados. – Eu respondi a pergunta.

:- Dizem isso desde a época da banda, verdade? Eu comentei sobre isso por que a um tempo atrás, Christian esteve aqui, para começar a divulgar seu Dvd.

:- Isso, ele agora está na Indonésia. – Maite sorriu, ela sempre tinha notícias dele.

:- Sabem qual é o típico de público que assistem a novela?

:- Todos. – eu falei e Poncho riu me olhando. – Menos as crianças, Dulce. – Maite comentou.

:- Pelo o que sabemos fazemos sucesso com todos, menos com as crianças, até por que a novela tem uma classificação para elas, mas estranhamente o público jovem gosta, assim como os maiores, isso é muito bom. – Angel comentou.

:- Eu perguntei, por que hoje as pessoas que estão aqui, são de maioria, jovens. – ele olhou para a plateia, que se agitou quando as câmeras passaram filmar eles. – E agora é o momento deles, escolheremos 10 pessoas para fazer perguntas para nossos convidados.

E foram escolhidas as pessoas, algumas perguntas foram respondidas e nesse instante, eram as últimas.

:- Boa tarde sou Claudia e minha pergunta é para Maite, na verdade a Dulce pode comentar sobre também. – Ela olhava para nós duas. – Como Don Francisco, falou há pouco tempo, foi a estreia da música da novela que é cantada por vocês duas. Eu queria saber da Maite como foi deixar sua carreira musical de lado para ter seu filho e agora a novela? E das duas eu queriam que comentassem sobre a música?

:- Como fazemos? – Maite me perguntou.

:- Você responde primeiro e depois eu comento. – pisquei para ela.

:- Ok Certo. Então Claudia, sabe que para mim. As coisas nunca foram fáceis nesse sentido, e sempre busco tomar o melhor caminho, depois de um tempo como atriz eu decidi voltar para a música, que algo que eu amo muito, tanto quanto a atuação. Lancei meu cd e fiz algumas tour, e tenho minhas outras participações e músicas. Nunca deixei a música totalmente de lado, até não tem como. Temprano, é uma canção composta por Dulce, que por sua sugestão queria que eu cantasse, entrando num acordo com ela, resolvemos cantar juntas. – ela sorriu quando meninas de algum fã clube começaram a gritar.

:- É algo que fico agradecida por conta de não temos feito isso antes. No tempo da banda, não sei quando volto à música, mas sei que deixa-la de lado não acontecerá. – ela me olhou fazendo careta, por ter falado demais.

E depois de rir dela e com ela, fui comentar a pergunta.

:- Claudia, não? – Perguntei para a menina tentando saber se ainda me lembrava do nome dela.

:- Sim.

:- Claudia, como sabe estou voltando aos poucos, bem calma. Comecei com Manuela, depois cantei El primero, e numa noite inspirada escrevi Temprano como Mai comentou, era uma canção que Pedro queria para Raquel, então a escrevi. – dei o ombro. – Queria que Maite cantasse, mas ela me chantageou. – eu ri junto com ela. – dizendo que só cantava se eu também cantar. Enfim, cantamos, gravamos e hoje veremos o clipe com cenas da novela.

:- Eu sou Joana, e quero saber se é verdade que Poncho, vai deixar a novela para fazer um filme?

:- Joana quem te disse isso? – ele devolveu com uma pergunta surpreso. – Olha, é um pouco mentira, vou te explicar, este eu fui indicado por Boneta, conhece, Diego? Então, fui indicado por ele para fazer um casting, para participar de um filme que será feito aqui em EUA, México e França, que já tem no elenco o ator francês Guillaume Canet e Boneta. Ontem me ligaram confirmando que estou no elenco, mas eu não vou sair da novela por que as gravações estão previstas para o dezembro, então provavelmente não terei férias. – ele riu.

Me surpreendeu, não sabia disso, não sabia que ele tinha feito esse casting, mas estava contente por ele, trabalho é o motor de Poncho.

:- Poncho qual é a história do filme? – Don perguntou curioso.

:- Uma história de amor e reencontro entre os três irmãos, cada um vive em um lugar Boneta o mais novo, que vive aqui EUA, descobre a existência de um irmão que por ser louco foi rejeitado pela família, é o irmão quem eu interpretarei. Eu vivo no México num hospício, Boneta vai atrás de seu irmão mais velho que é Guillaume e o convence a trazer de volta o irmão desconhecidos dele. E a história se passa por aí, desse reencontro, sobretudo da família.

:- Há quanto tempo você não voa? – mais um pergunta para Poncho e o sorriso que ele abriu foi lindo.

:- Eu voei faz pouco tempo, no dia de los muertos, com um amigo em Guadalajara. Foi especial por que fiquei mais perto de mi papá.

:- Sou Daniela, Dulce você pretende voltar a cantar? A sua carreira de cantora, como está sua relação com seus fãs. Eu como uma, peço que considere muito volta a cantar por favor.

:- Como é seu nome? – perguntei a menina.

:- Daniela.

:- Oh Daniela, é minha fã? – Perguntei sorrindo a vendo confirmar. – Então, eu não posso prometer nada, mas como sempre disse nada é impossível. Estou pensando muito e essa volta pode está cada vez mais próxima, porém vamos ter calma. – sorri para ela. – E sobre o meu exercito, hoje está tudo bem. Sabe antes foi complicado, por que fiquei muito tempo fora e de repente volto e muitas pessoas não entenderam, mas o tempo foi passando e consegui reconquistá-los. E a base que sempre tive hoje é maior.

:- Mas tem uma coisa, Daniela, hoje eu tenho uma relação amadurecida com eles. Antes eu tentava agradar e é impossível, fazer isso com todos, e hoje isso é diferente eu tomo minhas decisões e espero que eles entendam, escuto opiniões, mas não deixo de tomar minhas decisões. – Ela sorriu entendendo sobre o que eu falava.

:- Como vocês lidam com os shipper’s?

:- Da melhor maneira que podemos, é uma forma de apoio, então está valendo. – Maite respondeu.

:- Shipper’s são... – Don perguntou sem uma interrogação.

:- É o termo em inglês, que as pessoas usam para falar que gosta de algum personagem da ficção que podem formar um casal, seja de qualquer ficção. Temos os nossos, na novela que são vários, esse termo de shipper é novo para mim. Eu conhecia pelo menos no México, como trauma, apesar de não saber o porquê do nome, então quando uma pessoa gosta de um casal, ela se chamava traumada. – Poncho explicou para Don.

:- Entendi, e agora a última pergunta da plateia, pode fazer. – Don olhou para o último menino.

:- Eu sou Felipe, e sou traumado, como eu gosto de dizer. – ele sorriu para gente. – O meu trauma da novela é Alice e Henrique, mas voltando para a vida real, Eugênio e Angelique quando vocês vão assumir que estão juntos?

Foi o ápice da entrevista, nunca escutamos tantos gritos, eu ri quando alguém que acompanhava o garoto gritou. “Digníssimo.” E depois Maite colocou a mão na minha perna rindo da face vermelha dos dois, e me chamando a atenção.

:- Por um momento pensei que ele fosse falar de vocês dois. – O que ela me disse me fez perder toda a graça do momento.

Olhei para Don Francisco, e conhecia aquele olhar, ele logo soltaria algo. E depois olhei para Poncho, que observava tudo meio risonho, mas tinha algo a mais. E só consegui entender o que era, quando ele se ajeitou no sofá e olhou de relance para mim.

Ele sentia empatia.

Senti o mesmo, olhei Angelique e me vi ali, me senti no lugar dela, como anos atrás ela estava sentada no mesmo lugar pela minha lembrança, e Poncho no lugar de Eugênio, eles que estavam mais próximos de Don Francisco.

O apresentador que conseguiu arrancar algumas verdades nossas, conseguiu com que revelássemos de um jeito menos constrangedor o que aconteceu e o que ainda rolava.

“Esses meninos, não se falam, esses meninos não olham

...

Vocês se dizem, como irmãos, mas eu não acredito. Sou honesto em dizer que não acredito e digo que vocês se querem!”

Balancei a cabeça com uma das falas impactantes dele, definindo a minha relação e a de Poncho. O pior é saber que ele estava certo, naquela época. E o silêncio foi nossa forma de não negar, nem afirmar.

:- Vocês estão juntos? – Ele refez a pergunta de Felipe para Angelique e Eugênio.

Se olharam por um momento, como se perguntassem não verbalmente, se eles revelariam ou não.

:- Andale, Arcanjo. – Maite riu se divertindo com a situação embaraçosa dos dois. Olhando para ela me lembrei de Anahí, que era a que colocava lenha na fogueira, quando o alvo do constrangimento era Poncho e eu. E depois Maite bateu palmas, pisquei os olhos por que alguma das luzes refletiu na sua aliança.

E voltei a olhar para os dois, Eugênio estava com a mão dele em cima de Angelique, colocando a decisão para ela. Que olhou para a plateia que estavam esperando a resposta da pergunta e depois olhou para Don Francisco.

:- Pois sim. Somos namorados. – Depois de admitir ela riu, vendo a plateia urrar de alegria.

:- Da licença gente. – O garoto que ainda estava em pé pediu atenção. Felipe. – Só tenho uma coisa a dizer depois dessa. – ele ficou sério. – EU SABIA. – Fez uma cara esnobe e depois de arrancar risadas de todos, saiu de volta para o seu lugar na plateia, sendo ovacionado pelos seus amigos.

:- São namorados! – Don afirmou. – Me contem como se deu tudo isso, como aconteceu?

Eugênio cruzou os dedos e as mãos com Angelique, ele sempre foi muito fofo, olhei para eles sorrindo. Entretanto a empatia seguia comigo eu estava feliz por eles terem a coragem de assumirem o amor deles num canal de televisão, ao vivo, para toda a América latina. Era um peso e tanto.

:- Não faz muito tempo, começou desde a novela, apesar de nos conhecemos antes. E cada vez mais é difícil, disfarçar. Afinal, queríamos nos preservar, sobretudo, por isso não nos assumimos antes. – Angelique falou de uma forma bem resumida estava bem sem graça.

:- Bem depois dessa revelação vamos ver o vídeo especial da novela, onde Dulce Maria e Maite Perroni, depois de quase 15 anos cantam juntas novamente. Temprano, vejam.

Todos focaram nos telões que tinham no cenário, que ficavam atrás.

Senti Maite pegar minha mão e apertar, como forma de apoio ou de boa sorte, por ser a primeira vez que escutariam a canção e quando ela foi soltar minha mão eu segurei, por que não sei o que ela queria me passar, mas eu não era a única a cantar na música.

Temprano era agitada, não pelo estilo somente eletrônico e sim de uma forma latina, dançante, envolvente, com elementos do tango e reggaeton, apesar de falar em si de vingança mesmo tendo um nome aparentemente “romântico”.

E mesmo sendo tema de Raquel, no vídeo tinha imagens da novela como um todo. As cenas em que nós que estávamos presentes no programa apareciam, eram as que mais a plateia se manifestava, era inédito para nós também. E o final me surpreendeu, e Maite apertou minha mão ou foi eu que apertei a sua, agora isso não era importante.

Te quiero. – ele falou dando um selinho que passou longe de ser simples, foi pesado e ele se aproveitou para morder meu lábio. Os gritos da plateia eram altos, mas ainda dava para escutar a música.

:- Você é meu. – puxei ele pela gravata e ele sorriu safado como sempre. Ele grudou a testa na minha e me puxou pela cintura. – A sim. – ele mesmo assentiu voltando a sorrir, a música ainda rolava, mas as falas estavam mais altas.

:- Somente meu Antônio. – eu puxei para um beijo típico das personagens.

E a música acabou. Mas os gritos não.

As luzes voltaram e senti o olhar primeiro de Maite, “vocês são os próximos”. Soltei da sua mão para mexer no meu cabelo tentando não senti tanto os olhares sobre mim. Só me bastaria dois para que eu suasse frio.

E eu recebi, primeiro de Poncho que também estava sem graça, mas tinha algo a mais de até mesmo com a nossa cena que é recente, cada vez mais ele se aproveitava nas cenas que tínhamos, ele não perdia a oportunidade de intensificar nossas cenas. Naquele momento mesmo sem graça ele estava bem, se divertindo.

E o segundo, foi o de Don, esse nem tempo de analisar eu tive.

:- E vocês dois já se casaram? – Voltaram a gritar de novo, com a pergunta certeira e constrangedora de Don Francisco.

:- Ai Don. – eu soltei rindo sem graça.

:- Não. – Poncho respondeu com um sorriso fechado.

:- Não? – Don repetiu a resposta perguntando.

:- Não, somos colegas de trabalhos, amigos. – eu comentei e olhei para a plateia, mas me fixei em Felipe que estava na frente, e quando todos aparentemente estavam calados ele esperou para falar. “Ela acha que engana quem? Por favor.” Voltando a arrancar risadas de todos, inclusive minha, mesmo com outras razões.

:- Depois de uma cena como essa é difícil negar, algo assim. – Don comentou. – Vocês são só amigos, não tem nada a mais?

:- Não temos, somos amigos, para falar a verdade estou saindo com alguém. – E escutei o manifesto da plateia, de desagrado e de surpresa. – Sim, mesmo assim eu quero muito bem a Poncho e ele sabe disso.

Poncho me olhou rapidamente e balançou a cabeça afirmando.

:- Sim, também tenho um carinho muito especial por ela. – ele me olhou de uma forma que não saberia explicar o que eu senti. – Mas, eu estou solteiro e então candidatas por favor, faremos um concurso... – ele olhou para Don rindo, e sabia que ele tinha feito à brincadeira para desvia as atenções.

:- Vocês sabem que tenho muito, muito tempo de televisão, sou um homem de idade, mais velho. Vivi muito e vi muita coisa, e o que vejo hoje não é algo muito diferente do que vi há anos atrás. – ele nos olhava. – Ainda não consigo acreditar em vocês, e estou me perguntando se vocês mesmo acreditam. – Alguém puxou a salva de palmas, concordando com o que ele dizia. – E eu por mais que seja raro, hoje eu vejo a ficção e a realidade se fundirem, por meio do amor. – E por mais que ele estivesse olhando para Poncho e eu, indicando que estava falando isso sinceramente para nós dois, ele se voltou para Angelique e Eugênio. – E falo isso por vocês. – ele sorriu.

:- Bom para terminar o programa de hoje, temos o pensamento...

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal.

Don Francisco leu em voz alta e depois de nos agradecer, se despediu, finalizando o programa, só então eu pude sentir minha alma voltar para o corpo e meu coração me avisar que estava viva, funcionando a todo o vapor. Numa rapidez impressionante.

Quando se aproximou para conversarmos com o programa fora do ar, Don não comentou sobre suas opiniões sobre Poncho e eu, falou um pouco sobre tudo menos isso. Também não tínhamos muito tempo ali, por que iriamos de Miami diretamente para casa, então do programa fomos para o aeroporto.

Poncho antes de embarcamos, veio conversar comigo sobre o programa e sabia que queria falar sobre o que falamos ou sobre o que Don disse, mas eu não queria conversar, não teríamos o que conversar. Ele pensou por um momento que eu me afastaria dele, por hoje, mas aquilo estava fora de cogitação, não por um motivo bobo como esse.

Afinal não foi nada demais, eu acabei assumindo por impulsividade a minha relação com Edu, mesmo com todos pensando que Poncho e eu tínhamos voltado ou que estávamos envolvidos, éramos amigos até que provem o contrário, era isso que eu repeti mentalmente, amizade.

Desliguei meu celular, ignorando a sétima ligação de Eduardo, provavelmente viu o programa, não queria muito pensar em como ele reagiria com as declarações feitas. Eu tinha que convencer eu mesma que era apenas amizade que tenho com Poncho, apenas isso. E fui para a roda que ele, Maite, Eugênio e Angelique faziam conversando sobre Don Francisco o que tem de carreira tem o dobro de formas de te surpreender e conseguir arrancar algo de você. Seja em palavras ou em atitudes.

: __ :


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nadie dijo que sería fácil" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.