Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 17
Dezessete




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Dulce

:- Só um beijo o que tem demais? – ele veio de novo se aproximando, tentando me beijar.

:- Edu! Não! – e mais uma vez eu desviei.

:- Por que não? – ele ficou ofendido apertando mais os braços na minha cintura, fazia tempo que ele tentava me beijar e eu não deixava.

:- Por que estamos na escola de Dominique, e viemos aqui por ela, não para ficar aos beijos, Edu. – ele fez uma cara estranha. E dei um selinho sendo vencida, para me constranger no segundo seguinte.

“Mamá?!”

Arregalei os olhos ao senti sua mão tentando puxar minha calça jeans.

“Pequena.” Eu me afastei de Edu e me abaixei na altura dela, ainda com as bochechas rosadas.

“Estou aqui há um tempo e parece que estou invisível.” Emburrou a cara e fez bico com os lábios.

“Desculpa, meu amor, eu...” Eu parei de tentar me desculpar, não tinha com o que me justificar.

“Dominique.”

Nos surpreendemos quando, Edu que até então seguia em pé nos observando, se abaixou e falou com Dominique. Ela apenas o olhou, já sem a cara emburrada.

“Espero que seja bem vinda.”

Dominique ficou olhando Edu um tempo, tentando entender o por que dele dizer algo tão sem sentido e depois se virou olhando para mim. Talvez querendo uma explicação ou tradução.

Esse era um dos motivos que Edu nos acompanhou até a escola de Dominique, ele queria se aproximar dela, não que ela o tratasse mal ou algo do tipo, mas não ligava para ele. Me dizia que sentia ciúme dele, apesar de não saber o que era isso, por que foi Tia Blan que a contou.

Ela me contava que não gostava quando eu a deixava de lado para dar atenção para Edu, e eu ficava sentida por não saber como lidar com um namorado e com uma filha, ao mesmo tempo. Acho que fiquei enferrujada com os anos.

:- Edu, esses não são os movimentos. São esses. – eu mostrei para ele, que fez uma cara sem graça para repetir depois para Dominique.

“Espero que tenha sorte.”

Ele sorriu para Dominique de um jeito fofo sabendo que ainda estava aprendendo língua de sinais, e ela retribuiu mais sem tanta empolgação com ela não adiantaria forçar a nada, ele desejava sorte com a pequena exposição dela, com alguns desenhos e fotos. Na oficina de talentos da escola, onde os alunos mostravam justamente os talentos deles.

“Mamá, eu vim te chamar a tia Helena quer falar com você. Vem man, traz o Edu.”

Ela começou a andar pelo corredor da escola dela segura e nos chamando com a mão, mostrando o caminho.

:- Para onde estamos indo? – Edu não entendeu ainda, ele mal sabia língua de sinais e ainda ficava muito perdido nas minhas conversas com Dominique.

:- A professora dela quer falar comigo, ela está nos levando até ela.

:- A certo agora entendi, eu só tinha pegado o nome Helena. – ele entrelaçou a mão com a minha, numa pose típica de namorados, ainda estava me acostumando a tudo isso.

À medida que Dominique caminhava passando entre as pessoas, a procura de sua professora, via várias crianças cumprimentando Dominique, com um “Olá”, “Hei Dominique”, “Tudo bem?”. E me fez sorri, por ela conhecer e ser querida pelos alunos, se fosse no passado isso não seria possível, por conta dela ser surda.

“Ohh, aqui está você.” Uma mulher que estava conversando com outra assim que viu Dominique, falou com ela feliz. Então conclui que devia ser a Helena.

“Tia Helena, essa é minha man.” Dominique abriu um sorriso assim que me viu aproximar.

:- Olá, mãe da Dominique. Tudo bem? Eu sou Helena, professora dela, é um prazer conhecê-la. – Ela olhou para Dominique sorrindo e me estendeu a mão.

:- Que prazer é meu. Sabe como soa bem? – eu comentei.

:- O que?

:- Mãe da Dominique. Fiquei feliz em ouvir, deixei de ser Dulce María. – sorri para ela.

:- Eu imagino. Mãe, essa aqui é Dolores diretora do colégio. – Helena me apresentou à senhora com quem antes conversavam.

:- Olá, senhora Saviñon, bom dia. – a senhora me saudou.

:- Bom dia, mas eu prefiro Dulce, por favor, ou Mãe da Dominique. – sorri para a senhora, comentei por que eu realmente gostei dessa classificação.

“Ah quase eu esqueci.” Dominique entrou na nossa conversa e se apoiou na minha perna. “Tia Helena, esse é Eduardo, o namorado da mamá.”

:- Oi Eduardo, sou Helena. – Ele que estava distraído olhando uma criança que estava fantasiada de leão passando, demorou a entender que falavam com ele.

:- Oi. – ele sorriu para ela e depois para Dolores.

“Dominique, pode ficar aqui com Dolores e Eduardo, para eu poder falar com sua mãe?” Helena gestuava em língua de sinais e também falava, percebendo que Edu, não entendia a LSM.

E deixamos os três ali conversando. Não nos afastamos tanto, ela antes de falar sorriu.

:- Primeiramente, eu gostaria de agradecer, está aqui é algo muito importante e significativo. Não só para a escola, como para Dominique, sabe o quanto pais presentes, é fundamental para uma boa educação de qualquer criança. Ainda mais, sabendo que tem uma carga de horário intensa. – ela sorriu agradecida.

:- Concordo, não deixaria de está aqui, não só por que trabalho muito e nos horários mais diversos, mas minha prioridade é minha filha.

:- Eu sei, vejo isso diariamente, que você é uma mãe presente. E aproveitando, deve saber que essa escola, tem uma ótima reputação por conta da integração com as crianças, verdade?

:- Sim, tanto que eu a escolhi para matricular, Dominique.

:- Então, Dulce? Posso chamá-la assim?

:- Claro como preferir.

:- Dulce, sabe que existe algo que é natural do ser humano, que são os grupinhos, aquele momento de identificação das crianças e a escola, tem uma base e um suporte para qualquer criança sem restrições, como pode ver. E mesmo assim, tínhamos uma dificuldade para dar a mesma atenção às crianças ouvintes e as surdas, que é o caso de Dominique.

Eu prestava atenção no que Helena me contava.

:- E depois de toda essa introdução o que eu queria falar a respeito disso com você, é sobre Dominique ter rompido essa fronteira de dificuldade que tínhamos.

:- Como assim Helena? Dominique não me contou nada.

:- Deixa-me explicar, apesar das crianças ouvintes saberem o LSM, e as crianças surdas saberem escrever, não existia uma ponte que ligassem elas. Até Dominique chegar a escola, ela foi encantando as pessoas e fazendo amizades e toda essa dificuldade foi diminuindo até ser inexistente. – ela sorriu e completou - E fora Dominique ser uma excelente aluna, inteligente e meiga é isso que eu queria falar com você.

:- Uau. Queria que man, estivesse aqui. Quando eu tinha idade de Dominique, não gostava da escola e aprontava muito. Ainda bem que Dominique é meu oposto, que orgulho da minha pequenina. – sorri a olhando com Dolores e Edu.

:- E o mesmo orgulho que ela tem de ser sua filha. – Helena piscou. – Meus parabéns, pela filha, Dulce. Se eu pudesse ficaria aqui mais, porém as apresentações vão começar e eu tenho que ajudar as crianças e falar com os seus pais.

E voltamos onde estavam os dois conversando e Dominique, distraída vendo alguma coisa no seu celular.

“Já conversei com sua mãe e agora tenho que ajudar seus amigos nas apresentações deles. Você vai ver?”

“Claro, tem a da Aninha, do Pedro, do Pablo, da Nicole...” Eu ri quando ela começou a falar um monte de nomes dos seus colegas de classe.

“Fechado então, depois de ver, vamos comentar na aula amanhã, certo?”

“Feito.” Dominique sorriu, batendo na mão que Helena mantinha no ar.

:- Com licença, eu tenho que ajudar as outras crianças nas apresentações, e mais tarde os alunos têm uma surpresa para os pais. – Mais uma vez, Helena, não só falava como também gestuava para Dominique se interar da conversa.

Ela apenas sorriu olhando para cima e antes de Helena sair com Dolores, Dominique piscou para a professora.

“Vem aqui, vem aqui” A peguei no colo antes que ela fugisse. “Eu quero que saiba de uma coisa.”

E sorrindo ela me olhou.

“Qual?”

“Eu amo muito você.”

Ela abriu um sorriso tão lindo que eu me derreti, era muito surreal para existir uma menina como ela, e ainda por cima ser minha.

“Eu amo mais, man.”

Eu comecei a tatuar vários beijos no seu rosto, tanto que ela começou a se curvar sorrindo, por fazer cócegas nela. Mas, eu tinha culpa por ela ser tão linda?

“Helena me contou o que você fez, se você soubesse o quanto estou orgulhosa de você minha filha.”

Ela tombou a cabeça de lado e mordeu o lábio, fazendo uma careta involuntária, me abraçou escondendo o rosto no meu pescoço, como fazia quando ficava envergonhada. Apertou os braços pequenos no meu pescoço e respirou bem fundo, me dizia que gostava de sentir o cheiro do meu perfume, por que quando sentia saudade era essa a primeira lembrança dela.

Antes que meu coração transbordasse de tanto amor por essa pequena. Senti sua barriga roncar. Fazendo eu e ela rir.

“Está com fome?”

“Muita.”

“Vamos comer antes que você se apresente?”

“Vamos.” Ela começou a brincar com os brincos grandes que eu usava.

E quando eu me viraria para procurar onde estava Edu, ele falou comigo.

:- Ah você esta aqui. Estava calado. – Olhei para ele sorrindo.

:- Estava observando tudo a minha volta, sabe coisa de publicitário. – ele abriu os braços mostrando seu redor, que aconteciam mil coisas ao mesmo tempo. – Porém, especialmente estava observando vocês duas. É bonito ver uma relação de mãe e filha como a de vocês, me faz querer ter filhos também.

Eu não podia me ver, mas tinha certeza que minha expressão tinha mudado completamente. Ele falar de filhos comigo, era algo que me deixava inquieta no mínimo.

:- Dominique está com fome, vamos comer alguma coisa? – Desconversei o que ele dizia.

:- Claro, vamos. – ele colocou a mão no meu ombro e começamos a andar. – O que vão querer? – eu coloquei Dominique no chão.

“O que você vai querer comer Dominique, Edu está perguntando?”

Ela fez uma cara pensativa, e colocou o indicador na boca para pensar.

“Cachorro quente!”

Olhei para ela com uma cara falsamente de repreensão e ela me devolveu uma pidona.

“Só hoje, man, deixa? No almoço eu como até beterraba.”

E me fez gargalhar, ou a sua vontade de cachorro quente era enorme ou ela estava jogando baixo para me convencer, por que Dominique detestava beterraba, não tinha santo que a fizesse comer.

“Só hoje, mocinha, mas eu quero ver se vai comer mesmo.”

“Isso, viva!” Ficou saltitante.

:- Então o que vai ser? – ele perguntou olhando Dominique feliz.

:- Cachorro quente, para nós duas. Vamos comemorar. – Sorri para ele.

...


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