Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 16
Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Música citada neste capítulo, In My Veins, do cantor Andrew Belle. Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=q0KZuZF01FA



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Dulce

:- Dulce. Encosta mais em Poncho, lembra quando cantavam e tinha o final da coreografia de Rebelde? – Damian, falava comigo me olhando e fiquei mais nervosa com que pedia e com medo de ouvir o que eu imaginava. – Onde vocês dois terminavam juntos? Você com a mão na perna dele? Pode fazer isso agora.

E fechei os olhos, ele falou justamente o que imaginava. E mesmo que eu continuasse parada no lugar, feito uma estátua. Senti o perfume masculino de Poncho invadir ainda mais meu nariz, indicando que ele se aproximou tudo o que eu não fiz.

Ele, eu, Maite, Eugênio, Angelique e mais algumas pessoas do elenco, estávamos numa sessão de fotos para a novela. O fotógrafo oficial era Torres e Damian estava ali presente, dando sugestões. Mas, antes de estarmos todos aqui, gravamos para algumas cenas para da novela.

E para acabar comigo, ele colocou a mão na minha cintura, como a coreografia assim como na cena de manhã. Da mesma forma, com a mesma pressão, com o mesmo calor.

:- Ok, gravando. – a voz de Damian ecoou no estúdio, que estava esperando ele autorizar e começamos a gravar a cena.

Como o ensaio, eu joguei Eugênio contra a parede em meio a um beijo, que envolvia muito mais os lábios, dando a impressão que queríamos, e parei o beijo. Com ele forçando a respiração, dando a entender falta de ar.

:- Manuela.. – ele balançou a cabeça, tonto, como Henrique deveria está.

:- Shh – eu encostei meu dedo na boca dele, o calando. E sorri por que Manuela estava se divertindo com tudo.

Me aproximei de seu rosto e distribuir alguns beijos nele, aproveitando o momento como Manuela deveria, e a câmera que nos gravava foi se movimentando de forma que focasse. Eu, Eugênio e Poncho.

Sim, ele deveria flagrar, eu e Eugênio aos beijos, quando após contar mentalmente o tempo que ele ficaria ali. Continuei a cena.

:- Henrique, se controle, temos a noite inteira. – Ele abaixou a cabeça e beijou meu pescoço, e eu separei o puxando para a porta do quarto sorrindo de uma forma maligna.

Para Manuela era uma sensação de vitória, Henrique estava traindo mais uma vez Alice com ela.

Entramos no quarto e a câmera nos acompanhava na mudança de cenário, joguei dessa vez ele na cama. E sem dar tempo para nada, comecei a desabotoar a camisa dele, e em outro beijo terminei de desabotoar e escorreguei as mãos do peito até o tórax, a câmera seguia minhas mãos, e parei as mãos abrindo seu cinto e descendo o zíper.

:- Corta! – A voz de Pedro voltou a ecoar. – Certo agora Eugênio, tire o resto e vamos nos preparar para a outra cena.

Seguimos o que ele falou, eu fui na outra direção da cama, os assistentes começaram a bagunçar a cama e quando Eugênio apenas de boxer, deitou com o rosto de frente para a câmera, esparramado na cama.

:- Vamos abaixar um pouco sua boxer, Eugênio, para mostrar o necessário para as pessoas imaginarem e concluírem tudo. – Pedro vendo tudo de perto, enquanto Eugênio fazia o que ele pedia. – Certo, isso perfeito. Agora cobrimos com o lençol branco o resto. Pode agora ficar relaxado Eugênio não precisa mais nada.

:- Dulce? - ele se aproximou. – Com você faremos o seguinte, você ficara sentada aqui e colocará de costas o sutiã, andará até ali e colocará o resto das suas roupas, então faremos a sequência, no corredor com o Poncho, certo?

Apenas balancei a cabeça e seguindo para o lado vazio da cama, sentindo a luz abaixar, e Pedro das às últimas instruções.

:- Ok, todos prontos? - ele esperou confirmarem. – Certo, Dulce quando você der o sinal começaremos a gravar.

Então com o estúdio em silêncio, eu tirei a parte de trás do sutiã de modo que aparecesse apenas minha costas nua, e fiz o sinal coloquei meus cabelos para a frente. E com a cena começando a ser gravada.

Ainda de costas, coloquei meu sutiã e me levantei, andando até a frente da cama e olhei para Eugênio que fingia dormir, parte da bunda dele aparecia em cena e eu senti uma vontade de rir. Por conta do nervosismo das cenas como essas.

E colocando peça por peça de roupa. Olhei com ódio no olhar para ele.

:- Sabe, Henrique, se fosse anos atrás essa seria uma das noites mais felizes da minha vida. E tudo o que sentiria era amor, por você. – Falando olhando para ele e colocando as minhas roupas. – Mas, nós dois sabemos no que meu amor por você se tornou, não é querido? Ódio. Tão profundo que é ele que me manteve viva e suportando tudo que eu passei por você. – apertei o punho como Manuela deveria fazer.

:- E como a vida é engraçada, verdade. – comecei a colocar meus saltos negros. – Por que hoje também é um dos dias mais felizes da minha vida, afinal hoje será das piores noites da sua vida. O começo da sua destruição, e para comemorar. – sorri. – Vamos tirar uma foto, quero compartilhar minha felicidade com uma velha amiga. – peguei a câmera e tirei a foto dele. – A se você soubesse o orgasmo que ele me fez senti, ele ainda continua gostoso, parabéns pelo noivo, amiga.

E Manuela, envia a mensagem com a foto anexada, do noivo. Sorrindo realmente feliz por imaginar o quanto mal ficaria Alice, a dor dela, alimentava o prazer de Manuela.

:- Bom resto de noite, Henrique, durma tranquilo – eu abri porta, guardando meu celular e antes de acrescentar sorrindo - enquanto pode.

Manuela, assim que fechou a porta foi puxada e prensada na parede.

:- Mas, o que... – ele colocou a mão no meu rosto e apertou grosseiramente.

:- Que diabos você está fazendo? - ele falou falsamente calmo comigo. – Qual é o seu problema, hãn? Dormiu com ele?

Me debati para respondê-lo.

:- Antônio, que te passa? - assim que ele tirou a mão do meu rosto, falei. - Não te devo explicações.

:- Deve, deve sim. Estamos juntos nessa e qualquer coisa que você faça, tem que falar antes comigo.

:- Ok. Ok. Me solta vamos para meu quarto e lá podemos conversar. – Manuela sabia que não tinha outra forma, ás vezes ou era o jeito dele ou era jeito nenhum.

:- Corta! – Pedro interrompeu, entre tantas vezes, no fim da cena. – Certo. Agora vamos para o outro cenário. Quero vocês fiquem aqui e se preparem, para gravamos com Maite e Angelique. E vocês venham comigo, para gravamos com Dulce e Poncho. – ele se levantou e falava com a produção - Dulce e Poncho venham conosco.

E fomos para o outro cenário que não ficava longe do outro. Pedro falava com o pessoal que o acompanhavam e Poncho conversava com um dos câmeras, eu era a única que estava calada.

Poderia jogar a desculpa, que estava me concentrando, relembrando as minhas falas, apesar de serem poucas. Porém, eu estava tentando entender o por que de meu coração está aos saltos, todas ás vezes que tinha que contracenar com Poncho.

Everything will changed nothing stays the same, nobody is perfect. Oh, but everyone's to blame

:- Está tudo pronto aqui? – Chegamos no outro cenário.

:- Sim tudo pronto. Só começar a gravar. – Alguém respondeu Pedro.

:- Ótimo, Dulce e Poncho vão para o cenário.

Se não bastava o coração sambando no meu peito, agora as mãos estavam úmidas e comecei a morde o lábio, o fazendo ficarem bem vermelhos, pelo sangue acumulado.

:- Vocês vão começar a cena aqui, andar até aqui e em meio a um beijo você a coloca aqui, Poncho. – Pedro apontou para uma cômoda, enquanto dava as instruções. – Agora eu quero apenas, vocês ali e os câmeras para gravar essa cena, quanto menos pessoas melhor. – ele saiu do cenário deixando eu com Poncho.

Depois que as pessoas que ele pediu se retiraram, ele se sentou na sua cadeira e esperou as câmeras focarem e as imagens aparecerem para ele.

:- Tudo pronto, silêncio, gravando.

:- Pronto agora, pode explicar a palhaçada que você fez. – ele me olhou enquanto me via andar no que devia ser meu quarto de hotel. – Você dormiu com ele?

:- Antônio, eu só estava me divertindo. – sorri tendo a lembrança da noite com Henrique, e alarguei o sorriso pensando em Alice. – Já imaginou como Alice vai se sentir? Acho que devemos é comemorar.

:- Você devia ter me avisado. – ele falou sério cruzando os braços. Muito cara de mal.

:- Te avisado do que? Você não me avisa de suas brincadeiras por ai, até mesmo das vezes que transou com Alice, por vingança. Por que eu deveria te lhe avisado. – levantei a sobrancelha, sentido a irritação de Manuela brotar. – O nosso pacto tem limites, Antônio.

:- Limites do que está falando Manuela. – ele arregalou os olhos. – Não é certo você, agir por minhas costas se tivesse dado algo de errado, o que você faria?

:- Eu daria um jeito, como sempre dei. Não estou entendendo essa sua indignação, Antônio, não vai começar com a inferioridade novamente. – ele não me deixou terminar, para se aproximar e aumentar todas as reações que eu, Dulce, estava sentindo antes.

De uma forma explosiva ele começou andar até mim.

:- A minha aliada transando com meu inimigo. – somente disse isso de uma forma raivosa, com possessão na frase com a testa grudada na minha olhando nos meus olhos, e soltando o fôlego dele sobre mim.

:- Antônio, que tom é esse? - olhei para ele desacreditada e o empurrei pelo peito. – Não sou sua. – olhei para ele séria, mas começando a ficar ofegante como ele.

:- Você não passa de uma vagabunda, Manuela.

:- QUE TE PASSA ANTÔNIO, NÃO ME FALE ASSIM. – ele conseguiu fazer com que Manuela explodisse. Empurrando o peito dele de novo. – Não sou qualquer uma que você encontra na rua, e fala como bem entender. Meça suas palavras.

:- O QUE ACONTECE É QUE ESTOU FARTO. FARTO. – ele também se aproximou gritando, me olhando de uma forma doentia. – Eu sempre fui fiel a você e ao nosso pacto, e em troca o que ganho? Uma traição. – ele deu um soco no ar irritado.

:- Está completamente louco, do que está falando. Primeiro, me exige explicações, depois me chama de vagabunda e agora está agindo assim? - eu devolvia o olhar doentio. Competindo a altura com ele. – Quando você foi fiel a mim? Quando saia com várias mulheres e me deixava plantada esperando? Parabéns, querido, que exemplo de lealdade. – bati palmas para ele começando a andar pelo quarto.

:- Eu nunca escondi nada de você. Todas as mulheres com quem me envolvi foram NA SUA FRENTE. – ele apontou empurrando o dedo no meu decote, me seguindo. – Não como você que dormiu com Henrique nas MINHAS COSTAS.

:- Você se lembra dos seus exames psicológicos, na cadeia? Por que eles devem ter comprovado que você, tem graves problemas mentais. Além de problema de memória, me deixa refrescar melhorar a sua cabeça, Raquel te diz algo, Antônio. – mordi o lábio com força respirando ofegante.

:- Isso é um assunto resolvido, Manuela, sabe tudo o que aconteceu conosco. Não tem por que falar dela. Esse não é o assunto.

:- E qual é o assunto, Antônio? Por que sinceramente não entendo, toda essa ceninha que está fazendo. Estou brincando assim como você faz há muito tempo.

:- Com ele? Justamente com ele.

Rolei os olhos.

:- De novo sua implicância com Henrique.

:- Cala a boca Manuela, para de agir como se me conhecesse. Você não se da conta do que está acontecendo. – começou a falar e ficar agitado.

:- Não sou vidente, querido. Me explique o que está acontecendo.

Ele começou a passar a mão no rosto feito um louco, abria a boca várias vezes e fechava, como estava pensando, ele veio e me tomou pela cintura e me sentou na cômoda.

:- Será que não se da conta. – ele falou sério e levantando as mãos na minha frente, indo em direção aos meus braços e os apertando. – Não percebe que vai além de você, de Henrique, o que acontece é que eu não posso me sentir assim, eu não posso sentir isso. – ele me encarou de perto.

:- O que você está sentindo, Antônio? - perguntei sussurrando.

:- Ciúme. – ele fez uma careta, lutando contra a sensação indesejada. – Estou transbordando de ciúme, eu não suporto mais ver você perto de Henrique, a forma como ele te olha, já não basta ele ter Alice, quer ter você também. ELE NÃO PODE TER TUDO O QUE EU DESEJO TUDO O QUE AMO. – gritou comigo, me fazendo derrubar um vaso do cenário assustada, não estava programado, assim como o beijo que ainda não aconteceu.

E Poncho e eu ficamos sem saber o que fazer. Estava sentindo as mãos dele me apertarem, sentindo elas ficarem suadas.

Ficamos ofegantes.

:- Continuem a cena. Sem parar vamos fazer a sequência até a cama. – Pedro falou no microfone.

Apesar de escutar Pedro, Poncho e eu não nos mexemos ficamos nos olhando, nos esquecendo de tudo e quando ele começou a se aproximar eu sabia que vinha um beijo. E isso não me impedia de ficar mais ofegante e mais nervosa.

Ele se aproximou, me fazendo esquecer o resto, todos, e me fez desejar que me beijasse logo. Mas, ele não me beijou ficou me olhando dos olhos a boca que estava aberta respirando, e quando ele se aproximou mais engoli a seco, começou a roçar a barba em minha bochecha, se aproximou do meu ouvido e ofegou.

...Oh, you're in my veins

:- Dulce. – ele ofegou de novo. – Se acalma. Se concentra na cena, se concentra em mim. – Não sei o porquê dele ter falado aquilo, talvez por eu ter derrubado o vaso, a voz dele falando comigo e desceu as mãos que me apertava pelo meu braço deixando um rastro do seu nervosismo.

Eu não era a única ele também estava nervoso por gravar a primeira cena de sexo, entre Manuela e Antônio. E suas mãos não pararam, nós dois estávamos de olhos fechados, e sua mão desceu e entrou pela minha blusa na minha cintura, pressionando, esquentando. Sem mais nem menos me beijou, voltando a cena me puxando. Trazendo de volta a Manuela.

Trazendo a tona, toda a sensualidade que Antônio e Manuela tinham, o beijo era intenso, e ao contrário com o meu e Eugênio, não era técnico. Não tinha como negar, era mais um beijo entre tantos que eu tinha com Poncho.

Ele separou a sua boca da minha, e começou a tirar minha blusa, que depois de tirada foi jogada em qualquer lugar, Manuela não deixou por menos, assim que ele puxou minha perna para se cruzar na sua cintura me trazendo para perto dele, eu puxei sua camisa e também joguei, o puxei pelo pescoço e o beijei.

Já não lembrava mais das câmeras, que estavam nos gravando e me deixei envolver pelo momento. Desci minhas mãos por suas costas e ele apertou com vontade meu cabelo, desceu suas mãos me puxou para que eu fosse para seu colo, e me levou para a cama do quarto, ele deitou sobre mim. E mais uma vez parou o beijo.

Nos encaramos ofegantes, e sobe o olhar de Manuela, Antônio abaixou a alça do sutiã dela.

And I cannot get you out

:- Isso, agora, Dulce coloque a mão na perna dele e a foto sairá como eu quero. – eu balancei a cabeça me esquecendo das lembranças de manhã, das cenas gravadas e principalmente da intensidade delas.

Respirei fundo joguei meu cabelo e quando voltei sorri o mais sedutora o possível, colocando a mão na perna de Poncho fazendo o que Pedro Damian queria.

:- Ótimo, agora um de frente para o outro.

Me virei para de frente para Poncho, abusando da coragem subta que me dominava, e ele também me olhava agora me abraçando de frente. Ele levantou a sobrancelha e sorriu fechado, safado. E eu mordi o lábio, de batom vermelho vivo, me segurando para não ri, de nervoso.

:- Perfeitos garotos, perfeito. – Torres veio se aproximando e tirando várias fotos.

Com o que Pedro falou eu fiquei constrangida, e provavelmente minha bochecha ficou mais vermelha e não era por conta do blush, Poncho fez uma cara na minha frente, fazendo careta e me fazendo rir, finalmente.

:- Ohhh, não posso resistir. – ele tirou as mãos de minha cintura, saindo da pose de mal de Antônio. E levou as mãos para minha bochecha. – Es como una ardilla. Ele riu apertando minhas bochechas, e se virou para câmera rindo.

Pedro se aproveitou do momento e tirou as fotos.

:- Faz nele também, Dulce, vai deixar por isso mesmo? – ele me provocou e eu subi as mãos que estavam no peito dele, e também apertei as suas bochechas.

Se o Poncho planejava ou não eu não tinha certeza, porém, que o nervosismo deu lugar à saudade, isso era um fato.

:- E essa será a última. – Pedro ajustou a câmera e tirou a última foto daquela sessão. Poncho me esmagando nos seus braços e sorrindo para a foto. – Ficou perfeita a foto, a luz de fundo, vocês vejam só. – Ele veio mostrar a foto.

Que realmente estava linda.

:- Pessoal, obrigado! A todos agora vamos fazer a seleção das fotos, atualizar o site da novela. E tudo mais. – Torres fez careta, pensando no trabalho que ainda tinha para fazer. – Enfim, vocês estão dispensados. – ele sorriu para Poncho e eu.

: Gente! Gente! – Maite entrou correndo no estúdio e deu uma parada, quase caindo pelo salto. – A sessão já terminou? – ela perguntou olhando para Damian e Torres que afirmaram com a cabeça.

:- Ufa! Ainda bem que não atrapalhei, quero falar com vocês dois. – ela veio na nossa direção. – Tenho uma novidade e uma proposta irrecusável! – ela sorriu. – E ai topam?

:- Você nem contou o que é Maite. – Poncho riu colocando as mãos no bolso da sua calça.

:- Isso eu sei mais queria ter pelo menos uma certeza que vocês não recusariam. Mas, isso não vai rolar se vocês não souberem o que é não é verdade? – ela fez um bico imitando uma criança. Provavelmente algum de seus filhos, eu chutava por que, Blanca vivia dizendo que eu imitava certas reações de Dominique.

:- Exatamente, vai saber qual é a roubada que vai nos meter. – eu comentei rindo.

:- Roubada nenhuma, a novidade é a seguinte. – ela sorriu olhando o celular – Any acabou de me mandar um sms dizendo que está de volta ao país.

:- Anahí que saudade dela! – eu exclamei sem me conter.

:- Exatamente, e ela está convidando, opa deixa eu repetir a palavra, intimando vocês dois a ir numa festa que vai acontecer na casa dela, eu já esqueci o motivo mais isso não importa. Ela quer o contato de vocês de novo e está com saudades imensas.

:- Anahí, mal chegou e vai dar uma festa? – Poncho perguntou coçando a cabeça.

:- Pois é, Anahí não muda. – eu concordei.

:- Não é daquelas festas de antes que íamos, afinal somos senhores e senhoras já. Porém, ainda sim uma festa. Podemos levar nossos filhotes. – ela sorriu animada. – No seu caso, Sofia, Poncho.

:- Ou Afrodite. – ele riu. – Mas, quando é essa festa?

:- Ela não me disse exatamente, por que está decidindo ainda, porém ela planeja que aconteça daqui a uns 10 dias. Vai cair final de semana, ela diz que vai fazer de tudo para que vocês vão.

:- Não está tão perto e estou merecendo um descanso, muita gravação, muito trabalho. – ele coçou o queixo. – Eu vou, pode confirmar com Anahí e dê meu número de celular para ela.

:- Hm, agora só falta... - Ela se voltou a mim.

:- Ah. Não sei. Tenho que vê.. e – Maite me cortou.

:- Você tem certeza que vai aguentar Anahí falar pelo resto do ano, que você não foi na festa dela? Ainda mais de todo esse tempo que vocês não se veem? – ela me advertiu.

Pensei na possibilidade.

:- Ok, eu vou e ainda levo Dominique, para não ter que escutar nada. – sorri para ela, levantando os braços.

:- Sábia, decisão, sábia decisão. – Poncho balançou a cabeça afirmando suas palavras.

:- Então está tudo fechado, todos nós vamos? – ela sorriu feliz. – Há quantos anos isso não acontece?

:- Muitos que já nem sei mais. – Poncho colocou o braço num ombro de Maite e o outro no meu, começando a nos guiar para fora dos estúdios.

:- Acho que nunca nos reencontramos, todos. – comentei.

:- Não teve aquela vez, na festa do Pedro que...

:- Nem eu e nem Christopher, estavam. – Poncho falou.

:- Verdade. Mas, teve aquela vez que... – ela parou de falar. – Ah, Dulce não foi estava na tour dela.

:- Enfim, o importante é que temos a chance de nos reencontrar, agora depois de muito tempo, matar a saudade. – Maite comentou feliz, e parou de andar, fazendo Poncho e eu pararmos ainda abraçados.

:- Amores, aqui é minha parada, vou para o estacionamento onde Mane me espera no carro. Nos vemos amanhã?

:- Sim. Nesse mesmo horário, nesse mesmo canal. – Poncho brincou com ela, nos fazendo rir.

:- Combinado então engraçadinho. Vou avisar Any e passar todos os contatos de vocês, certo! Beijos. – ela acenou se despedindo tomando seu caminho diferente do nosso.

Acenamos antes que ela virasse, nos despedindo. Ele continuava com braço apoiado sobre meu ombro, numa espécie de abraço, bem típico dele.

:- E você está bem? – ele me perguntou quando Maite já estava fora de vista.

:- Estou e você?

:- Bem, também. – ele sorriu e me fez sorri por que não entendia o que ele queria. – E Dominique, está bem?

:- Graças a Deus. – Olhei para ele, estávamos parados no corredor, abraçados e conversando como se não tivéssemos nos visto durante o dia inteiro.

:- Como está seu namoro? – ele não me olhava como nas outras perguntas por que começamos a andar novamente, e não deixei de estranhar.

:- Que pergunta é essa, Poncho? – olhei para ele mesmo sem ele me olhar. Ele deu os ombros.

:- Só quero saber como está sua vida, se está bem, e todas essas coisas. – paramos assim que chegamos no camarim onde estavam minhas coisas. – Quero ser seu amigo de novo. – ele me olhou.

Amizade. Poncho. Eu.

Essas palavras vieram na minha cabeça, algo me dizia, isso não vai dar certo, não deu antes, não tem o porque dar agora. A nossa amizade nos levou a ruína, do céu ao inferno. Em contra partida, a amizade dele era algo que apesar dos pesares eu mais sentia falta na minha vida, em todos esses anos que nos conhecemos foi ela que nos sustentou, que sobreviveu nossa relação.

Por que não ser amiga dele? Eu me perguntei. Dominique o adorava, éramos colegas de trabalho e mesmo que eu tivesse namorando. Não tinha como censurá-lo na minha vida, não como antes. Eu não podia e nem queria. E pela primeira vez eu admiti para eu mesma.

Antônio e Manuela fizeram Poncho e eu, nos reaproximar. Nos reencontramos, e um reencontro diferente, um dos que tivemos em nossa vida. Por que não voltar a ser amiga dele? O que eu perderia ou ganharia com isso?

Olhei para ele parado na minha frente esperando alguma reação minha. E mais uma vez resolvi apelar para minha impulsividade.

Me soltei do abraço dele, abri a porta do meu camarim, e voltei a olhá-lo. Sorri antes de abraçá-lo mentalmente aceitando o seu pedido e me esticar para dar um beijo na bochecha dele, que ficou surpreso colocando a mão no mesmo lugar depois.

:- Até amanhã, amigo. – Sorri me despedindo e fechando a porta do camarim.

Se Poncho e eu voltaríamos a ser amigos, meu namoro não seria algo que eu falaria com ele.

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