Don't Ever Let It End escrita por Rocker


Capítulo 3
Capítulo 2 – Oh fucking God! Again?


Notas iniciais do capítulo

Ultimamente anda mais difícil de escrever, são vários problemas ao mesmo tempo e eu não to conseguindo lidar bem com todos eles. Mas, apesar disso, não vou abandonar minhas fanfics. Não sei quando sai o próximo capítulo, mas farei o possível para mandar mais um ou dois antes da prova do Enem. Vejo vocês nas finais ;)



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Capítulo 2 – Oh fucking God! Again?

Posso dizer que no dia que fomos à Macquarie com Dawson demos bastante sorte. Eu ainda estava bastante confusa para falar a verdade. Ter voltado para a Austrália ainda me deixava confusa. Quando saímos daqui tudo o que queria era voltar para Luke, apesar de que eu não queria morar com minha mãe. Mas agora que voltamos, eu não sabia como deveria reagir. Apesar de achar que meus antigos amigos podem ter me esquecido completamente, não queria que soubessem que eu voltei. Eu teria que me manter escondida até a turnê australiana do Nickelback começar – depois disso, eu seguiria com a banda, como sempre, e o tempo que eu passaria em Sydney simplesmente seria apagado da minha mente.

Seria um processo rápido e indolor. Sem minha mãe, sem os meninos – esse era o meu plano inicial quando soube que teríamos que voltar. Mas não imaginava que minha mente ficaria tão confusa quando fosse colocada à prova. E acho que eu não estava sendo aprovada.

– Bea, Bea! – gritou uma garotinha de nove anos pulando em cima de mim.

Assustei-me, e o resultado disso foi o controle da televisão voando para o chão, eu completamente enrolada pelo cobertor que me cobria e uma Avalon rindo de minha reação.

– Avalon, não me assuste assim novamente! – exclamei para a menina que havia me feito escapar da linha de pensamentos confusos. – Quer ver sua irmã morrendo do coração?

– Não, não! – ela exclamou rapidamente, levantando-se. – Mas eu quero sair de casa!

– Pensei em levarmos ela na praça do condomínio. – ouvi a voz de Emma e virei-me, vendo-a de braços cruzados e encostada contra o corrimão da escada.

– É uma boa ideia. – eu respondi, ainda jogada no sofá. – Mas seria bom se a princesinha saísse de cima de mim.

– Tá, já to saindo! – disse Avalon, pulando para o chão.

Desembrulhei-me do cobertor e peguei o controle do chão. Desliguei a televisão no meio de um episódio repetido de Under The Dome.

– Tudo bem, vamos? – perguntei.

Avalon assentiu repetidamente, com a adrenalina parecendo grudada em suas veias. Emma pegou as chaves de casa e enquanto ela ia caminhando pela calçada com minha irmã, aproveitei para pegar os coturnos que deixava do lado de fora da casa e os coloquei rapidamente.

– Já disse que temos que acostumar de novo com os hábitos australianos. – disse Emma quando a alcancei.

Suspirei. – Você diz isso, mas não tenho planos para me fixar aqui. Então não tem porque eu me acostumar com tudo isso.

Avalon ameaçou ir mais à frente. Logo segurei sua mão, impedindo-a de sair correndo.

– Vai com calma, pequena, não queremos que você suma. – eu disse-lhe.

– Mas por que não, Beatrice? – perguntou Emma, continuando nossa conversa enquanto andava do outro lado de Avalon. – Sydney é maravilhoso e você adorava esse lugar.

Abaixei a cabeça com sua afirmação.

– Eu já não sei mais, Em. – eu disse, com uma careta. – Esse lugar talvez tenha sido meu lar um dia, mas hoje só me traz rancor. O melhor para mim é continuar a viajar com meu pai.

Foi a vez de Emma suspirar. Eu sabia que ela não concordava com minha decisão, ao menos não totalmente. Sabia também que ela não desistiria de me convencer – nem ela e nem Dawson –, mas ela não iria insistir. Ao menos por ora.

Ao chegarmos na praça do condomínio, percebi que quase nada mudara. Pequenas árvores espalhadas pela praça cimentada, fazendo sombras apenas sobre alguns bancos bem localizados, uma fonte de água ligada bem no centro, algumas mesas e cadeiras de cimento próximas dos bancos, algumas áreas gramadas e outras com travas para bicicletas. No canto mais extremo e de maior interesse para Avalon estava um mini playground, com escorrega, gangorras e uma mini casa da árvore acoplada ao escorrega e a um poste de metal. Um muro de um metro e meio separava o playground do resto da praça. Quando Avalon viu que algumas crianças já brincavam lá, ela rapidamente soltou minha mão e correu até elas.

– Saudades da infância. – ouvi Emma dizendo, enquanto caminhávamos lentamente até um banco mais próximo do playground.

– Eu também. – concordei, sentindo-me melancólica e nostálgica. Lembrar do passado sempre me deixava assim. – Passamos boa parte da nossa vida vindo até essa praça.

– Verdade. – Emma disse, sentando-se no banco ao lado do “muro de separação”, como sempre o chamamos. – Nos mudamos para Sydney quando nós duas tínhamos uns seis anos de idade.

Acenei em concordância.

– Avalon nem era nascida ainda. – completei. – Eu lembro quando éramos nós duas correndo pela grama do playground.

– Não só nós duas. – ela disse e eu estremeci quando entendi o que ela queria dizer. – Conhecemos Luke e Calum aqui. Eles eram os nossos amiguinhos do fim de semana.

Mordi o lábio com as lembranças que se passavam pela minha mente. Durante muito tempo não estudamos na mesma escola que eles, ao menos até o middle school. Mas nos conhecemos aqui, nessa mesma praça, nesse mesmo playground. Viramos amigos e todo fim de semana vínhamos aqui brincar. Até que havíamos ficado velhos demais para isso e nosso contato voltou quando nos vimos os quatro na mesma escola. Eles começaram uma pequena banda de garagem com um novo amigo, Michael, mas faltava um baterista. Meu irmão era de outra escola e seu melhor amigo tocava bateria muito bem. Quando foi apresentado aos outros três, formaram a 5 Seconds Of Summer, pouco antes de eu sair de Sydney.

– Eu lembro. – murmurei em resposta a Emma.

– Eu lembro quando Calum te ensinou a subir no muro e Luke ficou morrendo de inveja porque não conseguia. – Emma disse, com um tom maroto na voz. – Aposto que na verdade já era ciúmes de você.

Balancei a cabeça, com um sorriso incrédulo nos lábios.

– Tínhamos dez anos, Adair! – exclamei, surpresa.

Ela deu de ombros, como se isso não fosse uma informação tão importante.

– Isso não quer dizer nada, Kroeger. – ela disse. – E aposto que não consegue mais subir naquele muro.

Olhei-a pelo rabo do olho. – Está me desafiando?

– E se eu estiver? – Emma me olhou de frente, com o queixo erguido e um sorriso torto nos lábios.

– Você sabe que eu sempre aceito apostas. – insinuei.

– Tudo bem, aposto dez dólares australianos que você não consegue subir naquele muro até a segunda tentativa. – ela disse de uma vez, entendendo minha linguagem codificada.

Além disso, nós estávamos sempre apostando alguma coisa.

– Feito. – aceitei o desafio e fizemos nosso toque antes de eu me levantar do banco e limpar a parte de trás do short.

Andei apenas alguns passos e cheguei ao muro da separação. Respirei fundo enquanto apoiava minha mão na pedra lisa de cima do muro cimentado. Tentei recordar-me de como se tornara fácil subir ali em cima com o tempo. Haviam dois anos que eu não subia, mas meu corpo não poderia simplesmente ter esquecido como era sensação daquilo.

– Bea, o que vai fazer? – ouvi a voz de Avalon.

Olhei para minha irmã parada do outro lado do muro da separação, olhando atentamente cada movimento meu.

– Emma apostou que eu não conseguiria subir aqui como eu fazia. – respondi-lhe.

– Vai subir ou perdeu a coragem? – provocou Emma enquanto se aproximava.

– Vocês duas, hein, adoram apostar com tudo. – disse a menininha, revirando os olhos.

– Isso nunca! – respondi a Emma. Voltei-me para Avalon. – Pode ter certeza que isso não vai parar tão cedo.

– Vamos, Beatrice, ou vai resolver me entregar os dez dólares de graça? – Emma abriu um sorriso maroto.

Revirei os olhos, sem respondê-la. Apoiei minhas mãos novamente na pedra lisa e peguei impulso, apoiando meu peso apenas nos dois braços. Girei meu corpo levemente e apoiei a perna direita no alto do muro. Depois disso foi apenas questão de equilíbrio e logo eu estava sentada sobre o muro, com uma perna de cada lado.

É, meu corpo não havia se esquecido de como subir ali.

– Uhul! – comemorei, levantando os braços para o alto. – Ganhei a aposta, nanica. – mandei língua para Emma, que apenas revirou os olhos.

– Às vezes eu acho que vocês são mais crianças do que eu. – disse Avalon, rindo de nós duas.

– Às vezes eu também acho, maninha. – respondi-a.

Quando levantei o rosto novamente, minha visão captou uma figura conhecida vindo de uma das ruas laterais. Alto, moreno, com uma blusa de Santa Cruz e uma mecha loira na franja que eu havia visto apenas por fotos. Calum Hood estava vindo em direção à praça e estava prestes a nos ver.

Arregalei os olhos. – Porra, de novo?

– Bea, sua irmã está aqui! – exclamou Emma, tapando os ouvidos de Avalon ao me ouvir falando palavrão.

– Abaixem-se. – ordenei, enquanto pulava para dentro do playground, sem me importar com as crianças que ainda brincavam por ali, e puxei Avalon e Emma para se esconderem também atrás do muro.

– O que foi? – sussurrou Emma, percebendo meus ombros tensionados.

– Calum. – respondi, e ela arregalou os olhos. Ela sabia que eu não queria que eles soubessem que eu estava em Sydney. – Ele está vindo para cá, parece que ele ainda mora nesse condomínio.

– Droga. – ela xingou, e eu a repreendi também com o olhar, mesmo que aquela não fosse a hora. Emma revirou os olhos. – O que faremos?

Olhei pela lateral do muro da separação e percebi que ele já havia pisado no piso cimentado da praça. Não tínhamos muito tempo e eu precisava de um plano. E rápido.

Foi então que minha mente se iluminou.

– Assim que ele passar pelo muro você sai correndo em direção à casa da minha mãe. – eu ainda me recusava a chamar aquela casa de minha.

– Mas isso vai chamar a atenção dele. – ela protestou.

– E duas adolescentes escondidas não vão?! – perguntei, revirando os olhos. – Você sai correndo e nós vamos logo atrás. Ele vai com certeza nos ver, mas vamos estar de costas e com sorte ele não vai nos reconhecer. – continuei a explicar, prendendo meu cabelo num rabo de cavalo com a buxinha que eu tinha presa no pulso.

– Espero mesmo que dê certo. – murmurou Emma, virando-se e preparando-se.

Virei-me para Avalon e pedi com calma, esperando que ela entendesse o quão era importante.

– Av, segure minha mão e não solte até chegarmos em casa. – eu pedi e ela assentiu, segurando minha mão esquerda. – Finja que estamos brincando de pique e temos que pegar a Emma antes que ela chegue na área neutra.

Avalon assentiu novamente e também nos preparamos.

– Três, dois... – sussurrou Emma. – Um.

Calum passou por nós no muro da separação e quando ele estava prestes a virar o rosto Emma levantou-se e correu. Isso chamou sua atenção e, quando ele estava prestes a virar o rosto novamente para mim, eu e Avalon corremos atrás de Emma. Corremos como nunca e pelo canto do olho podia perceber que o menino havia parado ao lado do playground e nos observava atentamente. Eu quase podia perceber um brilho de quase reconhecimento em seu olhar, mesmo eu estando de longe. Chegamos em casa ofegantes. Eu fechei a porta atrás de nós e nos recostamos na porta, tentando recuperar a respiração. Avalon, diferentemente de mim e Emma, parecia pronta para outra corrida.

– Essa foi por muito... pouco. – Emma disse entre uma respiração e outra.

– Foi mesmo. – concordei, e então eu me virei para ela com um sorriso maroto e ela arqueou a sobrancelha.

– Você está me devendo dez dólares.


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Notas finais do capítulo

PONTO CULTURAL: No Canadá é bastante comum deixar o calçado do lado de fora de casa, no capacho - o que usamos como tapete de boas-vindas -, que é a função real dele. Eles nunca entram com os sapatos que usaram do lado de fora, porque na maioria das vezes estão sujos de lama ou neve.


E então, o que acharam? Devem estar "p" da vida, mas antes que venha um exército pra me trucidar, eu digo que logo alguém irá vê-las. E não, não é o Luke. Isso seria clichê demais. E eu prometo que o enredo será muito mais... Trabalhado que o de She Looks So Perfect. E para quem não acompanha, vou deixar aqui o link para darem uma olhada. ♥

https://fanfiction.com.br/historia/625718/She_Looks_So_Perfect/



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