Don't Ever Let It End escrita por Rocker


Capítulo 2
Capítulo 1 – Let me run away!


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente, primeiro eu queria pedir desculpas pela demora. Quem acompanha minhas outras fanfics sabem que eu estou em ano de vestibular, então fica complicado fazer qualquer outra coisa. Minha vida social praticamente não existe. Então peço minhas sinceras desculpas. Segundo, eu queria deixar algumas coisas claras: eu também demoro porque eu posso não estar completamente satisfeita com o capítulo, e eu prefiro demorar e mandar algo bom do que escrever rápido e não agradar nem mesmo a mim. A personalidade dos personagens não vão nunca corresponder à realidade, inclusive a da principal. Ela será bastante confusa de entender, mas porque os sentimentos dela estarão confusos. Então peço que tenham paciência com ela. E não vou seguir uma ordem cronológica de músicas, nem do Nickelback e nem do 5 Seconds Of Summer. E eu vou colocar bastante coisas culturais, mas vou tentar explicar tudo nas notas finais.Bem, acho que é isso. Revisei o capítulo umas três vezes, mas não sou perfeita e pode ser que eu tenha deixado passar algum erro, sinto muito por isso. Capítulo mais calmo, mas aos poucos as coisas vão animar mais ;)



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Don’t Ever Let It End

Capítulo 1 – Let me run away!

Acordando naturalmente eu percebi que não estava no ônibus da banda. Eu nunca, jamais, acordava naturalmente, ainda mais com meu irmão fazendo barulho na hora de descer da cama de cima da minha. Olhei em volta, completamente atônita e pensando que poderia ter sido sequestrada, até reconhecer um antigo pôster da banda do meu pai. Os integrantes do Nickelback pareciam me encarar numa versão antiga e comecei a me perguntar como eu conseguia dormir há dois anos atrás com uma visão daquelas. Era demoníaca.

Joguei meus pés para fora da cama e tateei o chão à procura dos chinelos havaianos que havíamos comprado numa loja brasileira quando havíamos passado pelos Estados Unidos há uns dois meses. Bocejei alto, completamente sonolenta, e me troquei, mas não sem antes escovar os dentes para tirar aquele gosto horrível de “acabei de acordar”. Colocando o primeiro short rasgado e a primeira blusa do AC/DC que achei jogada na mala, desci para o primeiro andar. Quando senti o cheio de panquecas vindo da cozinha, eu quis dar meia volta. Eu sabia que era minha mãe, porque Dawson não era nem um pouco competente na cozinha e Emma nunca estaria acordada às nove da manhã. E a pouca conversa que eu havia tido com minha mãe no dia anterior me fez odiar ainda mais estar de volta.

– Já acordada, filha? – ouvindo a voz da minha mãe, todos os planos de passar despercebida foram frustrados.

– Já. – respondi, sem me importar se estava sendo rude ou não, enquanto sentava-me à mesa da cozinha.

Olhando em volta, eu percebia o quanto aquela casa me trazia lembranças felizes. O que não era bom, pois eu não queria aquelas lembranças. Elas doíam em meu peito como facadas.

– O que vai fazer hoje? – ela continuou a tentar manter uma conversa razoavelmente casual.

E eu não estava com paciência nenhuma para isso, então simplesmente peguei um pacote fechado de biscoito no armário, pronta para retornar para meu quarto e hibernar por lá até que meu pai resolvesse nos tirar dali.

– Onde vai? – minha mãe insistiu em perguntar e eu simplesmente revirei os olhos, de costas para ela.

– Vou comer no meu quarto. – respondi, sem olhá-la nos olhos enquanto saía da cozinha.

Por mais que a minha vontade fosse de gritar para ela parar de fingir que se importa, eu não podia. Meu pai insistia que apesar de tudo ela ainda era nossa mãe e que isso não iria mudar, eu sendo mal-educada com ela ou não. E ele querer que tenhamos uma boa relação com ela não significava que eu queria ter uma relação com ela. Ela tinha feito coisas no passado que jamais poderiam ser reparados em minha alma apenas com uma relação forjada de mãe e filha. O pior de tudo isso era que parecia que ninguém mais me entendia.

– Hey, Bea! – exclamou Dawson quando passei por ele no corredor de cima em direção ao meu quarto. Antes que eu pudesse entrar, ele segurou meu cotovelo com firmeza. – Onde você vai?

Diferentemente de quando minha mãe fez essa pergunta, eu não senti vontade de mandá-lo à merda.

– Mamãe está na cozinha e eu não estou a fim de perder a paciência antes do meio dia. – eu respondi, revirando os olhos.

Dawson suspirou, como se estivesse cansado de ouvir sempre a mesma ladainha. Talvez realmente estivesse, mas ele sabia como eu era irredutível em minhas escolhas e opiniões.

– Um dia você vai ter que superar, você sabe. – ele disse, olhando fundo em meus olhos.

– Não é meia dúzia de palavras que vai me fazer perdoá-la pelo que fez. – resmunguei, começando a ficar realmente irritada. Não com ele, eu nunca conseguia ficar brava com Dawson. Mas toda aquela situação que eu estava sujeita atualmente me deixava irritada.

– Talvez fosse melhor você esquecer. – ele sugeriu e, mesmo que eu visse em seus olhos o arrependimento por tais palavras, já era tarde. A ferida já havia sido aberta.

– É impressionante como você era quem mais a repudiava e agora parece quase um cachorrinho atrás dela. – rosnei, cuspindo cada palavra como se fossem veneno em minha boca. – Talvez porque você não tenha sido tão afetado, não é?!

Dawson pareceu ficar sem palavras com meu ataque de fúria e eu vi a oportunidade perfeita para me soltar de seu aperto. Fechei a porta do meu quarto assim que entrei, deixando o pacote lacrado em cima da penteadeira e me jogando na cama. Havia perdido completamente a fome.

Ouvi batidas na porta e percebi que eu havia cochilado. Esfreguei os olhos e levantei-me para abrir a porta. Emma parecia sorridente ao me ver.

– Você vai comigo e Dawson na universidade. Ele precisa fazer a inscrição e você está precisando tomar um pouco de ar. – ela disse, e imediatamente a minha briga com meu irmão veio à mente.

Pode ser que eu tenha sido um pouco rude com ele, mas com certeza não era a única culpada.

– Não estou a fim de sair da minha cama hoje. – eu disse, tentando arranjar uma desculpa.

– Eu sei que você brigou com Dawson. – Emma disse, o sorriso desaparecendo de repente de seus lábios. – Mas vocês são irmãos e sei que está sendo tão difícil para ele quanto para você estarmos de volta. Conversa com ele. – eu fiz uma careta, não querendo dar o braço a torcer. – Por mim.

Bufei. Emma sempre conseguia o que queria, era impressionante.

– Tudo bem, mas só dessa vez. – resmunguei, e ela logo deu pulos alegres e gritinhos finos irritantes. – Só para com isso, é constrangedor.

Ela riu, já me puxando pelo pulso para descermos.

– Calma, eu tenho que colocar algum calçado! – reclamei quando ela me puxou porta afora e vi nossos calçados de sair todos do lado de fora, ao lado da porta.

– Amore. – ela disse, virando-se para mim. – Estamos na Austrália. Aqui andamos até descalço que ninguém vai ligar.

Dei de ombros. Ela estava certa.

Dawson nos esperava já dentro do carro, parecendo nervoso ao batucar seus dedos no volante. Engoli em seco enquanto Emma sentava-se ao seu lado no banco do carona e eu quase voltei correndo para dentro da casa. Mas, ao ver o olhar ameaçador no rosto de Emma, preferi simplesmente abrir a porta e acomodar-me no banco de trás. Isso não poderia me matar mais do que ficar com casa com minha mãe, não é?

– Dawson, eu... – comecei, decidida a pedir desculpas por ter sido rude mais cedo.

– Não, Bea. – ele me interrompeu, virando-se no bando do motorista do Ranger Rover para me observar de frente. – Eu que tenho que pedir desculpas. Eu não superei tanto quanto você pensa, mas eu achei que talvez pudesse amenizar o clima dentro de casa.

– Mas eu tenho que pedir desculpas. – insisti. – Fui rude com você, mesmo não havendo necessidade.

– Então vamos simplesmente esquecer o que passou, tudo bem? – ele sugeriu, meio receoso.

Eu abri um sorriso para Dawson, que suspirou, aliviado com minha decisão.

– Mas é claro que sim! – exclamei, inclinando-me para frente e depositando um beijo em sua bochecha.

Emma, que observava-nos como se estivesse num camarote de um show, começou a bater palmas animadamente.

– Então decidiu realmente ficar aqui em Sydney? – perguntei. – Tipo, definitivamente?

Dawson deu de ombros, como se não fosse tão importante quanto na verdade era.

– Está na hora de eu colocar minha vida nos trilhos. Tenho vinte anos, não posso ficar viajando com papai a vida inteira. – ele respondeu e, mesmo que não fosse sua intenção, eu sentia que aquilo poderia servir para mim também.

Mas eu ainda não me sentia preparada para me fixar. Ao menos não em Sydney. Talvez eu pudesse retornar ao Canadá, o lugar de onde vim, mas isso seriam planos futuros. Antes de tudo eu teria que convencer papai de que ficar na casa de Angela seria uma péssima ideia.

– Tudo bem. – eu disse por fim, recostando-me no banco e relaxando. – Onde é a faculdade que você escolheu?

– Subúrbio de Sydney North Ryde. – ele respondeu, girando a chave na ignição.

Se eu já não estivesse sentada, eu possivelmente cairia para trás.

Por que será que essa localização parecia brilhar em minha mente como o lembrete de algo que eu não poderia esquecer?

~*~

Andando pelo campus da Macquarie University, eu comecei a associar lembranças em minha mente.

– Dawson. – resmunguei, puxando a manga de sua camisa, olhando em volta como se estivesse sendo vigiada.

– O que foi? – perguntou, sem olhar para mim uma única vez enquanto nós três nos dirigíamos até a sede.

– Vai demorar muito? – perguntei.

– Credo, Bea, está parecendo criança. Nem chegamos direito ainda! E vocês duas bem que podiam tentar se inscrever também.

Revirei os olhos, sabendo que mais cedo ou mais tarde ele entraria nesse assunto. Mas eu não queria fazer faculdade ali, ele sabia bem disso.

– Bem, talvez... – Emma começou a falar, e eu estava realmente interessada em acompanhar sua linha de raciocínio, mas uma coisa me chamou a atenção.

Ou melhor, uma pessoa. Morena, olhos puxados, bochechas redondas, cabelos tingidos de castanho mais claro que o natural e caminha em nossa direção sem realmente ter nos reconhecido.

Era Mali-Koa.

E ela não podia nos ver.

– Vamos, temos muito o que fazer ainda. – eu disse rapidamente a Emma e Dawson, apoiando minhas mãos nas costas de ambos em empurrando-os em direção à sede o mais rápido que eu conseguia. – Isso pode demorar, não é, e Dawson não vai querer ficar muito tempo, eu imagino. E é a inscrição da faculdade dele, deve ser bastante importante.

Eles pareceram confusos enquanto saiam coisas sem sentido da minha boca. Nem mesmo eu entendia o que dizia. Mas, quando entramos na sede e percebi que a irmã mais velha de Calum Hood não havia nos reconhecido, eu suspirei de alívio.

Por algum motivo, eu não queria eles soubessem que eu estava de volta.


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