Behind The Last escrita por Apenas uma Ampora


Capítulo 2
Capítulo 1 - Erin


Notas iniciais do capítulo

Puxa, três leitoras!!!! *u* ~BEM FELIZ~

Desculpem se estiver meio confuso, é que é um sonho em ordem cronologica, ele vai meio que evoluindo e trocando de cenário. Ah, e não sei se deixei bem claro, mas os sonhos da Lauren se passam na epoca medieval, ok?

Espero que gostem!!



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Ouço um homem brigando comigo. Ele é alto. Muito alto. Eu não consego ver seu rosto. Meu joelho arde, eu caí enquanto subia em uma árvore. O homem me dá um abraço. Eu sou pequena. Eu tenho 6 anos. Ele diz algo.

–Também te amo, papai.

Estou em uma sala. Há tapeçarias bonitas, e estou usando um vestido novo, lilás. Tenho 14 anos, em breve 15. Meu pai está conversando com um homem, cujo rosto está escuro nas sombras, assim como o de meu pai.

– Venha cá, Erin.

– Sim, pai? – Me aproximo.

– O filho de Lord Walter tem 17 anos. Você vai se casar com ele na próxima lua cheia.

O cenário muda. Estou usando um vestido branco de seda. Uma aia termina de me arrumar, e eu chego à velha igreja. Há um homem me esperando no fim do corredor. Um homem não – um garoto. Ele é ruivo, mas não tenho coragem de encarar seu rosto. Fazemos os votos.

Estamos em um quarto. Eles disseram que o casamento deve ser consumado. Estou nervosa. O garoto a meu lado não sabe bem o que fazer. Conhecemo-nos apenas há duas horas. Ele é o garoto ruivo da igreja, e pergunta meu nome.

– Erin Blackheart… e você?

– Meu nome é Dimitri. Dimitri Enderway.

Estou amassando a massa de pão. Estou suja de farinha e um pouco cansada. Minha barriga está imensa. Sinto uma dor forte e algo escorrendo pelas minhas pernas. Grito por ajuda, e minha aia corre para chamar uma parteira.

Estou abraçada a um corpo, de olhos fechados. Alguém me chama. “Mamãe”. Abro os olhos. Ao meu lado, na cama está Dimitri, mas não consigo ver o rosto dele. A voz me chama de novo. Viro o rosto para o outro lado e vejo um garoto e uma garota de 4 anos. Não consigo ver o rosto deles – está escuro demais-, mas sei que eles são muito parecidos e que nasceram ao mesmo tempo.

– Estamos com medo, mamãe. – Diz a menina.

– As bruxas vão vir pegar a gente. – Sussurra o garoto.

Eu me afasto do meu marido e deixo-os dormir conosco.

Estou andando na rua. Vejo uma mulher ser arrastada. Eu já a vi antes, já conversamos. Ela está sendo acusada de bruxaria, mas sinto pena da moça. Grito que ela não é uma bruxa, e tentam me arrastar também, dizendo que eu devia ser uma também. Dimitri aparece e argumenta em nossa defesa. Ele possui riquezas e um bom status social, e consegue nos salvar.

Estou comprando verduras. Converso com uma garota, mas não consigo ver o rosto dela. Um garoto passa do nosso lado. Ele é da guarda do castelo onde a garota mora, mas é meio desengonçado. A moça a meu lado suspira encantada enquanto eu rio da cara dos dois discretamente.

Estou deitada. A parteira segura minha mão e me dá uma noticia. Meu filho nasceu morto. Eu grito.

Estou cansada, então saio de casa para respirar um pouco de ar puro. Duas crianças de nove anos correm atrás de um cachorro. Só consigo ver as costas dos dois.

– Maxwell! Margareth! Deixem o pobre animal em paz! – brigo com meus filhos.

Estou levando uma cesta com comida em direção a um picadeiro. Dimitri está de costas, domando um cavalo. Já passamos por tanta coisa juntos…

Um homem bate à minha porta. Uma noticia triste.

Estou vestida de preto. Dimitri e as crianças estão a meu lado, em silêncio. Aquela garota da feira encara o chão, onde um caixão está sendo enterrado. Mataram o guarda desengonçado. Ele se chamava Akira. Ela não chora, apenas encara o chão, uma expressão vazia e insensível. Me aproximo dela.

– Está tudo bem, Victória?

Ela sorri para mim e assente. Eu seguro a mão dela. Ela está tremendo e sei que faz força para não chorar.

Minha barriga ainda está praticamente lisa, mas não tardará em crescer. Estou colhendo cogumelos no bosque, e ouço vozes.

– Minha esposa está me esperando em casa, Soraya. Com licença.

Eu poderia ser sua esposa, Dimitri! – Uma voz feminina soa. Reconheço-a. Minha grande amiga. A bruxa que protegemos naquele dia. - Eu seria totalmente sua! Eu sou mais bonita! Sou mais inteligente! Mais rica, mais comportada! E não dou a luz natimortos!

– Mas você não é ela. – Corro para casa. Em menos de cinco minutos ele chega em casa e me abraça. Ele não diz nada e nós dois vamos nos deitar.

Tenho uma linda bebê em meus braços. Ela é ruiva como o pai, e sardas. Não tem mais de 1 ano. Deixo-a aos cuidados de Margareth, e deixo Maxwell tomar conta da casa. Os dois tem 11 anos de idade.

Estou no bosque, colhendo flores para fazer chá. Alguém me empurra e eu caio no chão, assustada. É Soraya. Ela grita comigo. Diz que Dimitri pertence a ela. Que eu o roubei e que eu pagaria por isso. Ela tenta me enforcar, e estou ficando sem ar. Escutamos passos e uma voz se aproximando, chamando meu nome. É Maxwell. Ele arregala os olhos ao ver a cena e corre em nossa direção, mas Soraya se levanta e corre por entre as árvores, desaparecendo. Max me ajuda a levantar enquanto eu tento recuperar o ar, e nós vamos para casa.

Estou brigando com Dimitri. Choro profundamente, meu vestido marrom ainda está sujo de terra e folhas. Imploro-lhe para ficar, mas ele foi convocado para a batalha e é obrigado a ir. Nos despedimos, em meio a lágrimas, e ele me promete que vai voltar. Eu rezo para que essa promessa seja cumprida.

Um homem bate a minha porta. Ele nunca trás boas noticias. Ele diz que Dimitri morreu. A batalha foi vencida pelos nossos inimigos, e ele foi levado e torturado, e não resistiu. Eu fico estática, e demoro a tomar consciência de que estou gritando, de uma forma aflita e agoniante. Uma dor toma meu peito e eu caio aos pés do homem, chorando, gritando e me arranhando.

Volto do funeral do meu marido. Eu havia deixado as crianças em casa, não queria que elas sofressem mais ao ver o caixão sendo enterrado simbolicamente, já que nem o corpo nós tínhamos para podermos enterrar. Vejo fumaça cruzando o céu. Arregalo os olhos e corro para casa.

O fogo consome a construção. Meus filhos ainda estavam lá dentro, eu sabia. Mas eu já não conseguia ouvir seus gritos. Tentei correr para lá, saalva-los, mas alguém me segurou. Soraya. Ela ria, mas havia chorado antes, pois seu rosto estava inchado e vermelho. Um líquido preto sujava-lhe o rosto e pingava no vestido vermelho de veludo. Ela usava uma capa negra.

Homens nos arrastavam. Soraya me acusara de bruxaria, dizia que eu havia amaldiçoando meu marido para ele morrer na batalha e herdar sua fortuna. Mas ela fora acusada por outras mulheres também. Ela fazia feitiços e amaldiçoava a casa delas, trazendo desgraça as famílias. Nós duas éramos odiadas naquele momento.

Amarraram-nos a postes. Eu chorava muito. Não me importava em morrer, mas sabia que seria extremamente doloroso e isso me assustava. Meu marido estava morto. E Maxwell, Margareth e Rosemary. Eu ainda me lembrava do cheiro de carne queimada, e daqueles pedaços negros e fumegantes, que um dia foram meus filhos, caídos no chão do esqueleto da minha casa. Não me restava mais nada pelo que lutar. Estava sendo acusada injustamente, mas não havia nada que eu pudesse – que eu quisesse – fazer. Aceitei o destino que a mim foi imposto.

Acenderam a fogueira. O fogo se alastrou rapidamente. A verdadeira bruxa estava a meu lado. O calor me dava a sensação de que eu ia derreter, e o fogo começou a queimar meu vestido, e aos poucos, a mim. Eu gritava, desesperadamente e me sufocava com a fumaça. Soraya ria. Ria como uma criança. Como se nunca tivesse se divertido tanto na vida.

*************************************************************************

Acordei gritando, como sempre. Estava perdida. Estava confusa.

O lugar onde eu estava era muito branco. Um quarto de hospital. Eu estava cheia de tubos ligados a mim. Olhei a janela perto da cama. Era dia.

Uma moça jovem se aproxima. Reconheço o sorriso feliz da minha melhor amiga. Ela começa a chorar de alegria e sua voz está tremula. Ela parece um pouco cansada.

– Você acordou! Eu… eu vou chamar os médicos! – Ela já se afastava quando a chamei.

– Não precisa, Lina… Estou bem. Onde eu estou? – Eu já estivera em um hospital antes, quando fiz minha cirurgia no joelho. Mas não me lembrava da sala ter todos esses aparelhos.

– Você está na UTI… - Ela diz, sem olhar para mim.

– UTI? – Pergunto. O acidente não deveria ter sido tão grave assim. Eu não sentia nenhuma dor tão anormal assim no corpo. Talvez sentisse psicologicamente falando, mas eu associava isso ao pesadelo horroroso da noite passada.

– É… Você… Esteve em coma por um tempo depois do acidente. Mas que bom que você finalmente acordou! Senti tanto a sua falta!

Suspiro, confusa.

– Por quantos dias eu dormi? – Ela fica quieta por um momento e o sorriso dela murcha um pouco.

–Lina?

É a vez dela suspirar.

– Vocês esteve em coma por cinco meses, Lauren. Agora vou chamar um médico. – E sai da sala.


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Notas finais do capítulo

Puxa!!! Dois favoritos!!! Muito obrigada!!! *---*

Espero que tenham gostado e deixem um comentário!!! Vão fazer a autora bem feliz *u*

Beijinhos da Ampora!