Pov Austin

– Oi pequena...- beijo sua testa.- Como você está hoje? Comeu?

Ally não respondeu, para falar a verdade fazia exatamente três dias que ela havia perdido nosso bebê. Eu não aguentava mais vê-la assim.

Ela não comia, não se hidratava. Apenas chorava.

Naquela noite eu perdi meu chão, é claro que perdi. Havia perdido um filho que nem cheguei a conhecer. Eu entendia a dor de Ally, mas ela deveria se comunicar comigo. Eu também perdi meu bebê.

– Amor, olha para mim. Fala comigo... Ally eu estou sofrendo também, não foi só você que perdeu o bebê, eu também perdi. Me deixe sofrer com você amor, não me prive disso por favor.

–Austin, por favor, me deixa sozinha.- Sem me olhar ela levanta e vai até a porta do quarto dela abrindo a mesma.

–Ally...

–Por favor, Austin.

Sem falar nada dou as costas e vou embora, faço o que ela pediu e deixei ela sozinha.

…

No quinto dia eu novamente fui a casa da minha morena, dessa vez, fui acompanhado por Mad. Quando cheguei tinha um táxi parado em frente a casa de Ally e tinha a mala aberta e dentro dela havia muitas malas.

Que porra era aquela? Ally ia embora? Ou apenas os pais? Ally não pode me deixar, não mesmo.

Corro para a porta e abro, todos os moveis estavam na casa, então, por extinto, corro para o quarto da Ally quando chego encontro a mesma pegando uma bolsa de mão. Olho em volta do quarto e não havia nada ali, apenas os moveis vazios.

–Mas que porra é essa? Você vai embora?- pergunto gritando desesperado.

–Austin eu... Eu...

–Ally, você vai embora?- perguntei mais firme dessa vez.

Observo enquanto Ally tira o cabelo que caia na testa. Ela estava pálida. Não usava maquiagem alguma, tinha olheiras fundas em baixo dos seus olhos.

Ela caminha até a mim e me beija. Me beija como se não houve amanhã, como se fosse apenas agora, parecia um beijo de... Despedida. Ela puxa meu cabelo e eu ponho minha mão em sua nuca puxando ela para mais perto.

Ally começa a lutar contra si e contra o beijo, ela estava em uma guerra contra si mesmo e eu não fazia a mínima questão que ela perdesse. Ela começa a se afastar, mas eu a impeço e ela aceita de bom grado.

Vou andando empurrando ela até a escrivaninha, quando alcanço meu objetivo, suspendo Ally lá. Tiro um pouco da atenção da sua boca e invisto em seu pescoço, Ally adora isso.

–Austin, não... Austin, por favor, não faz isso... Austin, para!- pediu ela, mas eu apenas continuava.- Austin, me larga!

Doeu, ela queria se afastar de mim, aquilo me magoou muito. Olho para seu rosto e ela chorava. Eu estava fazendo mal a ela? Eu sou um cretino, estava fazendo ela sofrer, naquele momento.

Pego o rosto da minha pequena com as duas mãos e beijo sua bochecha.

–Meu amor, me desculpa. Por favor, eu não queria, eu sinto sua falta. Me explica, por favor o que está acontecendo.

–Eu vou embora Austin.

–O que? Não, você não pode ir. - Solto ela e vou em direção a porta- Vou falar com o seu pai, ele pode deixar você comigo, eu cuido de você...

–Austin, eu vou embora sozinha- dispara e eu congelo.

Fico lá parado processando a informação. Porque ela iria embora? Ela não pode ir embora!

–Porque?- pergunto me virando para ela com os olhos marejados.

–Eu tenho que ir. Tenho que seguir em frente. Eu ganhei uma bolsa de estudos em uma escola de musica de Nova York, me mudo para lá hoje...

–Não, Ally por favor, não - peço soluçando.

–Austin, para. A única coisa que me prendia aqui era meu bebê, não queria que ele ficasse em um pai, mas agora não tem mais bebê nada me prende aqui.

–Ally, mas e eu?

Eu me ajoelho a abraço encostando minha cabeça em sua barriga. Ally alisa meu cabelo e eu choro mais.

–Desculpa Austin.

Ela me solta e caminha para a porta, mas eu levanto rápido e seguro sua mão.

–Ally, você gosta de mim? Você me ama?- pergunto olhando em seus olhos.

–Austin...- ela respira fundo e puxa sua mão. - Desculpa.

Desculpa foi a ultima palavra que ela disse antes de me deixar. Desculpa, simples fodida palavra me fodeu até a alma.

Corro e desço as escadas pulando vários degraus. Quando chego a porta da frente Ally abraçava Mad enquanto Penny chorava abraçada a Lester. Por sua vez Ally quando me vê, tenta correr, mas eu seguro seu braço e ela me olha.

–Me diz, diz que não me ama e eu vou embora.

–E-eu... Austin eu...

–Olha nos meus olhos e diz que não me ama e eu vou embora e nunca vou te procurar. E eu juro Ally que se você me enganou esse tempo todo, não haverá pessoa no mundo que te odeie mais do que eu. Então diz, olhando em meus olhos que nunca me amou, que tudo isso não passou de diversão para você.

As pernas de Ally fraquejam e eu seguro em seus dois braço, a mantando de frente para mim. Ela fecha os olhos bem forte e eu apenas observo a mesma luta interna que houve no quarto dela.

–Austin eu...- ela abre os olhos e me olha nos olhos- Eu não te amo, espero mesmo que você um dia me perdoe. Seja feliz com a Brooke.

–Eu não acredito- rosnei.- Nunca, eu disse nunca mais chegue perto de mim, se um dia você mudar de ideia, não me ligue, nem apareça na minha porta como você acabou de dizer eu realmente espero ser feliz com a Brooke, ao contrário de você ela não desiste do que quer.

Olho para Penny que abraçava forte o marido enquanto o mesmo tampava o ouvido da esposa. Aquilo era louco, era como se ela esperasse tudo aquilo acontecer.

Solto Ally que se segura no táxi. Olho para Mad e ela entende o recado que eu queria ir embora dali.

Dou partida no carro em silencio, não precisava olhar para saber que Mad me observava.

–Você a odeia mesmo?- pergunta Mad quebrando o silencio.

–Não, eu não iria consegui nem se tentasse, mas ela me magoou, ela nunca me amou Mad.

Minha vista começava a embaçar. Encosto o carro no acostamento e coloco meus braços em volta do volante jogando a cabeça logo em seguida. Eu chorava muito. Mad alisava meu ombro como um conforto.

–Você irá mesmo casar com a Brooke?

Levanto a cabeça e vou até o porta luvas tirando uma caixinha de lenço. Enxugo cada lagrima que derrubei por uma pessoa que nunca mereceu meu esforço e por fim respondo.

–Sim.