Terceirão escrita por Rick


Capítulo 7
Eita Porra!


Notas iniciais do capítulo

E aí galera! Não deu para postar um capítulo no sábado, mas consegui arrumar um tempo e resolvi postar hoje mesmo. Espero que vocês curtam. Por favor, se você puder deixar um comentário isso motiva pra kct...



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– Esta é minha ultima palavra. Vocês mancharam o nome desta escola, já ouvi pais dizendo que não querem matricular seus filhos num lugar onde os alunos estão envolvidos com drogas e bebidas. Isso pode significar grandes perdas para o colégio. Por favor, retirem-se.

Todos nós saímos com a cabeça baixa da sala da direção.

A palhaçada do grupo de 7 era oficial.

Nossas reclamações e argumentos contra essa ideia de atividade complementar e organização de uma droga de festa não adiantou de nada. Apenas perdemos tempo precioso do intervalo.

– Esse velho é um maluco. – Molly parecia revoltada.

– Pessoal, já que não tem mais jeito e temos que fazer, acho que deveríamos marcar uma reunião para discutirmos as possibilidades e também começar a pesquisar quais casas de recuperação para alcoólatras existem na nossa cidade, dividir tarefas e...

– Vai com calma beberrão... – Roger interrompeu as ideias de Aldo.

– Não sei porque mais acho que ele tem razão. – Camila se manifestou parecendo animada.

– Temos que deixar tudo pronto o mais rápido possível. O vestibular é esse ano e preciso me dedicar aos estudos.

– Nossa garoto como você é chato. – Molly disse encarando o Aldo. – Você só fala nesse lance de vestibular. Muda o disco.

– Maria, nem todo mundo é podre de rico igual a você. Alguns seres humanos normais precisam fazer uma faculdade. – Eu intervi.

– Insuportável – ela rebateu.

– Escrota – eu respondi com um sorriso falso.

– Esperem! – Dener pediu.

Nós paramos de andar formando um círculo no meio do corredor. Todos os alunos estavam na área externa nesse horário.

– Galera, esta festa é muito importante pra mim porque envolve o campeonato Interescolar, pode ser a minha oportunidade de ouro. Não custa nada vocês colaborarem...

– Como sempre tudo é sobre você né Dener. – Felipe se manifestou. – E quanto ao nosso lado? To pouco me lixando pra esse campeonato idiota!

– Escuta seu otário, não tenho culpa se você é um ninguém e não é bom em nada do que faz. Se tivesse entrado no time quando tentou, com certeza não chamaria esse campeonato de idiota, não é? – Dener ficou frente a frente com Felipe.

As palavras dele pareceram derrubar meu amigo.

Existe um lado do Felipe que eu ainda não comentei... Desde quando o conheço ele vem tentando se encaixar em algum lugar nessa escola... Ele é muito fã de futebol, assiste todos os jogos, viu o filme do Pelé umas mil vezes e queria jogar no time para pertencer a algo, mas ele é horrível em campo, um tremendo perna de pau... No primeiro ano, quando foi rejeitado no time da escola ele sofreu um verdadeiro back.

Dener sabia da importância disso e jogou sujo.

– Quem você pensa que é para falar assim com ele! – Entrei no meio dos dois. Não poderia deixar isso passar.

– Me desculpa... Eu... Só estou nervoso com isso tudo... Não queria... – realmente pareceu arrependido. Logo me surgiu a ideia de que esse acesso de raiva poderia ser resultado de certos conflitos internos.

– Vai se fuder Otário! – Felipe saiu nitidamente chateado.

– Também vou nessa – Roger se despediu.

Eu fui atrás do Felipe.

*******

– Ah meu, você já superou isso lembra.

Sentei junto com ele na arquibancada da quadra coberta. Em um lugar afastado.

– Não é sobre o futebol Ana, eu sei que sou um tremendo perna de pau. Aliás, em todos os esportes eu sou uma droga... Mas, de uma cosia o Dener tem razão. Eu sou um ninguém. Já percebeu que nunca sou notado nesse colégio?

– Não acredito que você está dizendo isso... Ta menstruada amiga? – disse em tom de deboche.

– É sério Ana.

– Fê do que isso importa?! Sai dessa bad vai. Pode parar com isso. Se formos pensar assim eu também vou ficar aqui me lamentando... Olha pra mim... Não sou como as outras garotas, me visto desse jeito meio largado, falo besteira, ando com um menino, sou chata, os caras não ligam pra mim...

– Mas todos te notam... – ele disse olhando nos meus olhos – você com esse seu jeito, hora meiga, hora marrenta, hora insuportável... Acaba sendo interessante.

Ficamos em silencio por alguns segundos.

– Vamos vai. Levanta daí. Já vai tocar o sinal. Anda!

Puxei ele pelo braço.

******

O resto do dia foi tranquilo.

Sem grandes acontecimentos.

Aldo criou um grupo no Whats com todos os integrantes do “castigo”.

Ele sozinho mandou umas vinte mensagens durante o decorrer do dia.

Ninguém respondeu, sem contar a mensagem do Roger “Manda nudes” e da Molly “_|_”.

Eu só queria saber onde as pessoas conseguem o meu número.

Então perto da meia noite, recebi uma mensagem.

“Estou aqui no seu quintal – Roger” – Era um número diferente do primeiro.

Peguei a maconha que estava escondida embaixo das minhas roupas e fui correndo, em passos silenciosos, para os fundos.

– Já ouviu falar em portão? – eu disse logo de cara.

– Já ouviu falar em vizinhos fofoqueiros? Tem sempre uma veia zoiuda. Quer ficar conhecida como traficante?!

– Claro, pular o muro é muito mais discreto. Mas toma aqui. Some com esse negócio da minha frente. – ele pegou o pacote e colocou na mochila - O que aconteceu com seu rosto?! – Só então eu percebi que ele estava com o olho roxo, um corte na boca, outro perto da sobrancelha que ainda sangrava e a camisa suja de sangue.

– Foi só um acerto de contas...

– Você ta horrível.

– Valeu.

– Vamos entrar, você precisa lavar essa cara, acho que tem gelo pra por nesse olho e um bandaid pra por nesse corte. Só tente não fazer barulho.

– Você ta bem? – ele perguntou surpreso.

– Sim, porque?

– Está me convidando pra entrar na sua casa com cinco quilos de maconha nas costas, todo sujo de sangue e a essa hora da noite – Ele deu um sorriso torto e sofrido por causa do corte.

– Para de ser idiota e vem. Pode não parecer, mas eu também tenho um coração.

– Bom saber disso, pois cheguei a pensar que não tinha. – respondi mostrando o dedo do meio.

Levei-o até o banheiro, ele lavou o rosto e as mãos...

– Espera aqui que vou pegar gelo.

Fui rapidamente até a cozinha, desenformei alguns cubos de gelo e coloquei em um guardanapo de pano. Sempre tomando o maior cuidado para não fazer barulho.

– O que está fazendo?! – Quando voltei ele estava sem camisa.

– Preciso tirar esse sangue da minha camisa.

– E... Vai fazer isso agora? – Fiquei nervosa ao vê-lo daquele jeito, bem ali na minha frente e dentro do banheiro.

– É o que parece não é?

– Anda logo. – Me aproximei dele. – Deixa eu por no seu olho...

Ele ficou frente a frente comigo.

Estávamos bem próximos.

De repente me vi perdida em seus olhos verdes...

Ele devolveu o olhar...

A torneira da pia estava aberta servindo de trilha sonora.

Então, ele colocou sua mão por cima da minha para ajudar a segurar o gelo na posição correta...

Senti um arrepio...

Aí...

– O que está acontecendo aqui?! Ana!

Era minha mãe.

Parada com uma cara de quem viu a morte na porta do banheiro.

– Eita Porra! – Roger deixou escapar.


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Notas finais do capítulo

O que será que a mãe da Ana vai achar disso tudo?
De uma coisa eu sei: ela é "vingativa" hehehe.
Só seguindo a história e aguardando os próximos capítulos pra saber...



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