Terceirão escrita por Rick


Capítulo 6
O grupo de 7


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal hoje é sexta dia de Terceirão!!! Aeeeeee!!!
Espero que vocês curtam esse capitulo que eu fiz com muito cuidado. Prestem atenção, pois serão lançados ganchos importantes para os acontecimentos futuros.
Comenta aí, é de graça e ajuda pra kct!



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Sabe o que é passar o final de semana inteiro com um peso nas costas? Foi assim que passei os longos dias seguintes. Aqueles 5 kg de drogas que nem me pertencia se transformaram em toneladas.

É incrível como coisas assim só acontecem comigo.

Tentei ligar para o desgraçado do Roger várias vezes, mas sempre caía na caixa postal, mesmo eu ligando do meu telefone fixo. Certeza que ele desligou ou quem sabe até deu um fim no chip.

Pensei em ir a casa dele, mas sabia que seria inútil, além do fato de eu estar de castigo. Não tive outra escolha a não ser manter a maconha escondida no meu quarto até pensar em alguma coisa para me livrar daquilo.

Sexta, sábado e domingo... Dias longos e demorados, não podia falar com ninguém, nem sair de casa e ainda por cima tinha que fazer serviços domésticos. Sem contar que minha mãe insistia em me acordar cedo, mesmo se não tivesse nada para fazer.

Fui sobrevivendo até que no domingo no almoço...

– Ana você está bem? Estou te achando meio tensa...

– E como não ficaria né mãe, com essa pressão toda em cima de mim.

– Vai chegar em casa bêbada outra vez?

– Não vejo a hora de encher a cara de novo.

Ela me lançou um olhar fulminante.

– É claro que estou brincando.

– Não achei graça nenhuma. Eu só quero seu bem.

– Então, por favor, libera pelo menos o meu celular.

– Já liberei. Você usa ele todas as noites.

Não consegui esconder minha expressão de surpresa.

Ela sempre soube.

– Você acha que eu sou idiota Ana?

– Nunca pensei isso... Mas, porque não escondeu em outro lugar já que você sabia?

– Eu sei que os jovens de hoje precisam estar sempre conectados, resolvi fazer vista grossa.

Respondi com um sorriso.

– Acho que você já recebeu castigo o suficiente.

Ela nem terminou de falar e eu já estava batendo na casa do Fê.

Talvez minha mãe não fosse tão vingativa quanto eu pensei.

– Mais que porra! – Felipe exclamou.

– Isso mesmo. Estou com cinco quilos de maconha no meu guarda roupas. Me ajuda Felipe, minha mãe não pode nem sonhar com uma coisa dessas. Imagina só, primeiro chego em casa bêbada, depois ela encontra maconha no meu guarda roupas... Se ela sobreviver a isso estarei morta.

Estávamos sentados na calçada em frente a casa dele.

– Eu acho que a gente deve vender essa droga toda.

– Ta falando sério?

– Podemos nos tornar traficantes e ganhar uma grana preta. – ele começou a rir. – To zuando. Mas até que isso me ajudaria a pagar o concerto do fusca.

– Seu trouxa. Estou aqui super preocupada e você fica tirando sarro. Não tem graça nenhuma. Só de pensar naquele idiota do Roger minha cara queima de tanto ódio...

– Gela a cabeça Ana, o Roger é cheio de querer ser malandrão, mais todos nós sabemos que ele só quer chamar atenção e dar um de garoto rebelde. No fundo ele não oferece risco nenhum. É o seguinte: amanhã na escola você deve por ele contra a parede e ameaça-lo. Se eu estiver certo ele vai por o rabo entre as pernas e buscar a droga na sua casa. Simples assim.

Até que fazia sentido.

Resolvi aceitar o conselho do Felipe.

******

Na segunda de manhã fiquei na entrada da escola esperando por ele.

– É você mesmo! – puxei-o pela camisa levando-o para um canto na entrada.

Joguei ele contra a parede.

– Ae Roger, rachou heim! – Um cara que vinha com ele gritou ao ver a cena.

– Desse jeito eu me apaixono.

– Cala essa boca que eu não estou com brincadeira.

– Calma mina. Pra que tanta raiva.

– Escuta: Eu quero que você vá até a minha casa hoje e leve embora aquela merda... Ou então...

– Ou então o que?!

– Cala boca! Não terminei! – percebi que ele ficou mansinho, então aproveitei para ameaçar – Ou então eu vou queimar a merda toda. Você vai se ferrar nas mãos dos traficantes e vai perder o dinheiro que está em jogo. Me entendeu?

– Se fizer isso eu te levo junto!

– Isso, me leva. Eu vou com o maior prazer, pois vou saber que junto comigo você também está se ferrando. Eu posso me ferrar, mais não vai ser sozinha. Não tenho nada a perder... Já você...

– Calma. Não sei por que tanta raiva. Eu vou buscar o bagulho. Pensei que você fosse mais de boa.

– Pensou errado. Espero mesmo que vá buscar ou a coisa vai ficar feia pro seu lado.

Dei as costas e entrei.

Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto.

Mandei bem.

******

A primeira aula do dia foi com o professor Dante. O que era uma ótima maneira de começar. Não gosto muito de números, mas a simpatia o companheirismo e o bom humor do Dante tornava tudo mais fácil.

– Bom dia galera do mal! Hoje, antes de começar a aula eu tenho ordens vindas da direção da escola para dar alguns avisos e uma atividade complementar.

– Atividade complementar?! Deixa quieto Fessor.

– Cala boca Roger. Deixa o Professor falar. – Molly pagava mó pau para esse professor e estava sempre querendo dar uma de defensora. Sabe o termo “puxa saco”? Se aplica totalmente a ela.

– Oh metidinha, me encontra atrás da escola na hora do intervalo e cala minha boca com um beijo.

– Escroto!

Todo mundo sabia que eles já tinha se pegado atrás da escola várias vezes.

– Já chega pessoal. Posso continuar? Ótimo. Vou começar pela pior parte que é sobre a atividade complementar. O diretor quer que a turma faça um trabalho em grupo sobre as consequências causadas pelo alcoolismo e atitudes irresponsáveis. Cada grupo visitará uma entidade de Alcoólicos anônimos e uma casa de recuperação para viciados em álcool. Isso tudo por causa de alguns eventos que aconteceram nos últimos dias.

Todos da sala se viraram para o Aldo.

– Espera aí, e quanto ao Roger? Ele foi preso! Não venham me culpar por isso.

– Você deveria beber menos Aldinho. – Disse Camila com um sorriso na cara.

– Deixem o cara pessoal, ele nunca sai pra festas, tem mais que aproveitar mesmo. – Roger manifestou.

– Não importa quem bebeu ou quem foi preso... – interveio o professor – Esse trabalho deve ser feito e apresentado na minha aula. Vai compor 50% da nota final, então é melhor capricharem.

O Professor Dante era ótimo como pessoa, mas fazia questão de ser exigente quando o assunto era qualquer atividade para avaliação.

– Mas o que isso tem a ver com matemática? Não seria melhor ser apresentado na aula de biologia ou educação física? – perguntei.

– Eu sou o representante dessa turma, então o Diretor fez questão de fazer parte da minha avaliação. Como é ano de vestibular pra vocês, vamos repor a aula em que faremos as apresentações.

– Esse diretor é um maluco. Não deve existir um mais chato do que ele.

– Molly, chega. E tem mais um detalhe. Aldo, Roger, Dener, Felipe, Camila, Ana e você Molly é um dos grupos formado. Diretor Clóvis vez questão disso.

– Não, pera aí professor... Isso tá virando perseguição. Já fomos suspensos e punidos pela aquela festa. – Felipe protestou.

– É verdade, quase todos nós já levamos suspensão não é Dener? – Roger disse em tom de deboche.

– Não me lembro de ter sido preso. – ele rebateu.

– Espera aí, eu também não fui presa mais fui suspensa. – Molly entrou na discussão.

Roger não tinha aceitado bem o fato de Dener ter sido o único a não sofrer uma suspensão.

– Já chega! – Dante parecia ter se irritado – Qualquer protesto deve ser feito diretamente para o Diretor dessa escola. Essa atividade deverá ser feita, entregue e apresentada até o fim do semestre. Isso vai permanecer até segundas ordens.

Virei pra trás com olhar de tédio para o Felipe. Ele entendeu o que eu queria dizer.

Esse trabalho vai ser um porri. Sacou o trocadilho?!

– Agora os avisos serão dados pelo aluno Dener. Venha aqui à frente falar pra turma.

– Valeu professor. Galera, a primeira boa noticia é que esse ano a nossa escola vai sediar os jogos do Campeonato de Futebol Interescolar da cidade. São vinte escolas participantes.

Jura que isso é uma boa noticia?! Só se for pra você. Tive vontade de falar.

– Aeeee! Significa que não teremos aula?! – Roger perguntou animado.

– O campeonato é realizado nas férias. – Toda a animação desapareceu do rosto de Roger depois de ouvir a resposta. – Acontece que precisaremos da colaboração de todos para que tudo funcione corretamente. Precisaremos de voluntários para diversas atividades que serão publicadas no grupo da escola no Facebook em breve. Então, se inscrevam, pois terá certificados de participação.

– Trabalho escravo em troca de um pedaço de papel. Parabéns. – Molly disse com desdém.

– Você ouviu a parte que dizia “voluntário” querida? Ninguém é obrigado a participar – disse em tom de deboche. Ela me fez uma careta infantil.

– Outra coisa, o campo da escola está um desastre... A arquibancada pior ainda...

– E eles ainda cobram essa fortuna de mensalidade. – Felipe ponderou.

Eu não pagava tão caro, pois tinha conseguido uma bolsa de 50%, mas a maioria dos alunos pagavam o valor integral.

– A escola possui muitos gastos, mas fora isso a estrutura que vocês tem aqui é impecável. – O professor interveio.

– Exato. Conversei com o diretor Clóvis e ele disse que é impossível a escola disponibilizar alguma verba para reformar o campo e a arquibancada, então eu dei a ideia de fazemos uma festa no nosso ginásio para arrecadar fundos.

– O que?! Aqui na escola? Desculpa Dener, mas vai ser o maior tédio.

– Tenho que concordar com a Molly, não vamos poder fazer nada demais, pois com certeza o diretor vai barrar. – completou Camila.

– Pessoal o objetivo é arrecadar fundos e não fazer uma rave. – Interveio o professor novamente.

– Me diz uma coisa professor, sabe de alguma coisa que vende mais do que cerveja em festas cheias de adolescentes? – disse Roger.

Até que ele tinha razão.

– Pois é Roger, mas pena que o diretor não pense assim. Mas continue Dener, ainda quero dar aula hoje poxa.

– Certo. Tudo vai ser feito com a fiscalização do diretor e ele elegeu um grupo que comandará a organização...

Uma ideia louca percorreu a minha cabeça...

E...

– Esse grupo é o mesmo que o professor Dante anunciou para a atividade complementar.

A ideia louca se confirmou.

– Isso não é justo... Quantas pessoas tem no time da escola?! Muitas eu garanto! Vocês que se virem!!! – Felipe parecia revoltado.

– Eu to fora! – Roger protestou.

– Isso é muito trabalhoso, mas até que pode ser legal. – Camila sorriu.

– Eu tenho que estudar, e quanto as provas?! Os trabalhos?! O vestibular é mais importante que uma festa idiota dessas! – Aldo estava inconformado.

– Não posso fazer nada, foi ordem do diretor, disse que faz parte do castigo por termos sujado o nome da escola. O time vai estar focado nos treinos para garantir que sejamos campeões.

Era apenas a primeira aula e minha cabeça já estava a beira de explodir.

Em menos de uma hora já tinha ganhado algumas atividades extra classe.

Estou pouco me lixando para a festa. O que me preocupa mesmo é esse trabalho em grupo.

Não vai ser fácil lidar com essas pessoas.

O professor Dante assumiu a frente novamente e começou a escrever equações na lousa.


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Notas finais do capítulo

Festa na escola? Trabalho em grupo? Campeonato de Futebol?
Caraca, quero só ver em que tudo isso vai dar.
Até os próximos capítulos.