Pequeno Potter escrita por Nena Machado


Capítulo 8
7. James Potter.


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!! Gente, como vocês podem ver pelo nome, esse capitulo é sobre nosso queridíssimo James Potter. E porque isso agora? Bem, porque umas semanas atras eu dei uma olhadinha na fic pra ver a quanto tempo eu já tava deixando vocês esperando e descobrir que a fic fez um ano no dia 2 de julho!!!!!! Por isso um escrevi um capitulo especial com o ponto de vista do James. E olha, foi complicado heim, primeiro porque eu não conseguia passar o que eu achava que James tava sentindo, segundo porque entrei em provas na faculdade, e pra piorar quando mando pra minha beta, ela tava toda enrolada com as provas dela. Mas aqui esta o capitulo novo.



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Quando eu tinha uns 15 anos, meu pai achou no meu quarto um pacote de camisinha. Na realidade, eu não estava transando, nem mesmo tinha algum indício de que isso ia acontecer em breve. Simplesmente Sirius tinha se encontrado com o tio que vivia no mundo dos trouxas e voltado cheio de camisinhas e largado umas no meu quarto. Entretanto meu pai não me deu chance alguma de falar isso. Esperava um discurso do tipo: você é muito novo para isso, você ainda é um menino. Mas sua única preocupação era: filhos.

Acontece que meus pais tentaram por muitos anos antes de eu finalmente nascer, minha mão já era considerada idosa e ate mesmo tinha tido um ou dois abortos espontâneos. Por isso eles sempre tentaram me criar da melhor maneira possível, afinal se errassem não teriam outra chance.

— Ser pai não é uma brincadeira, James. — ele me disse naquela noite. — Ser pai é para vida toda. E não pense nem por um minuto que vou deixar você por seu nome em uma criança e achar que só precisa mandar o dinheiro no início do mês. Ser pai é algo muito maior do que isso, é cuidar, dar carinho, dar amor, educar. As pessoas costumam achar que isso é responsabilidade só da mãe, mas não é. Você quer transar? Faça como queira, tenho plena consciência que não tenho como te proibir. Mas saiba que isso é uma parte da vida adulta, e se você engravidar alguma garota, eu vou fazer você arcar com todas as consequências disso.

Quando eu comecei a ter uma vida sexual, essa foi minha grande preocupação, quase que uma paranoia na verdade. Nunca tinha esquecido a camisinha, verificava sempre se ela tinha ficado intacta, na única vez que não ficou conversei seriamente com a menina e ela tomou uma poção em menos de uma hora, rezei como louco e no final deu tudo certo.

Justamente por isso eu não consegui entender o que me deu para simplesmente concordar com Lily e fazer sem. Não poderia ser culpa da bebida, afinal mesmo eu não tendo uma enorme lista de mulheres como as pessoas parecem pensar, já tinha transado bêbado antes e mesmo assim lembrei. Simplesmente eu não sei o que me deu.

Talvez fosse o fato de que sempre tive uma paixonite por ela (talvez mais do que apenas uma paixonite por um tempo), e bom, ela tava oferecendo ne? Estava dizendo que usava poção. Talvez eu tenha confiado nela, talvez estivesse tão empolgado em finalmente ter uma chance com Lily Evans que não raciocinei em mais nada.

Não importava, no fim eu tinha feito a cagada. E meu pai não estava aqui para me ajudar.

Quando Lily me contou a grande novidade, eu surtei, corri para meu quarto onde eu entrei em um estado de choque tão grande que só fiquei sentado na cama à noite inteira. De olhos arregalados e pensando no quanto eu estava fudido. Não sei nem dizer o que eu estava sentindo, só sei que era algo tão grande que me deixou atordoado. Não lembro como consegui chegar ao meu dormitório, fiquei tentando lembrar da noite, tentando pensar numa solução, tentando lembrar se algo assim aconteceu com algum parente meu, qualquer coisa, só precisava de uma solução.

Procurei Sirius imediatamente na manhã seguinte, por que ele podia me ajudar, ele podia me ouvir. Mas ele estava muito ocupado com algo “muito mais importante do que suas fofocas, James”. Essas foram as palavras dele quando veio ao meu quarto, pedir minha capa emprestada por que precisava sair da escola.

Podia ter ido atrás do Remus, mas faltando apenas cinco dias para a lua cheia achei melhor poupa-lo disso. Por um tempo fico com Peter, jogando conversa fora, mas passamos um tempo afastados e não consigo me abrir com ele.

No fim, decido ficar sozinho, pensando.

Me sinto em uma montanha russa de sentimentos. É uma grande mistura de emoções. Medo? Muito. Apreensão? Claro. Consciência de que para o resto da minha vida terei a responsabilidade com a vida de outra pessoa? Com certeza.

Meu pai não está mais aqui para me obrigar a assumir algo. Mais seu discurso ficou marcado em minha cabeça. Meu pai foi um pai completo para mim, e eu sinto que o estaria decepcionando se abandonasse Lily nessa barra pesada. Eu estou em pânico, e é um pânico muito maior do que todos os que eu já senti na minha vida, mas também estou certo de que não posso deixa-la sozinha nessa. Por que ela não é a única culpada por isso estar acontecendo, eu tinha a mesma parcela de culpa.

Céus, como será que ela se sentiu quando eu a deixei sozinha naquele corredor? Desesperada, ou pelo menos era assim que eu iria ficar. Eu tinha visto como ela estava assustada, com medo, esperando meu apoio.

Mas foi só quando falei com Sirius, no fim da tarde, que eu consegui sair daquele transe.

— Onde você estava? — perguntei a ele, porque eu estava desesperado por ele, precisava do meu amigo para me ajudar, precisava saber o que ele faria no meu lugar.

— Eu... — ele parou a frase, como se tivesse pensado em uma mentira, mas voltasse atrás na decisão. Ele sabia que eu saberia que ele estaria. — eu estava na Travessa do Tranco.

— O que você estava fazendo lá? — perguntei.

Sirius sempre evitava lugares onde podia topar com algum familiar ou conhecido que praticasse as artes das trevas, além de que ele próprio não gostava de ser associado a esse tipo de magia. A fama dos Blacks o segue e ele não gosta de dar mais motivos para bafafás. Deve ser por isso que ele me pediu a capa.

— Precisei comprar uma poção para uma amiga. — ele responde finalmente e foi aí que meu coração parou.

Porque só havia duas meninas no mundo pelas quais Sirius iria à Travessa do Tranco. Marlene e Lily. E eu sabia bem qual das duas estava precisando de uma poção proibida. Eu manjei a urgência dele, manjei o que Lily quis dizer com “eu não quero esse bebê”. E fiquei com mais medo ainda.

— Não me diga que você comprou aquela poção para Lily.

— Como você sabe disso? — pergunta Sirius com os olhos arregalados. — Você... Ai, Merlin.

Ignorei a cara de assustado de Sirius, ele podia lidar com isso sozinho, é muito esperto e com toda certeza podia descobrir sozinho como e porque eu sabia da gravidez. Eu saí correndo dali para o quarto de Lily. Precisava conversar com ela, precisava principalmente me desculpar, explicar que eu não me afastei com a intenção de deixar ela lidar com tudo sozinha, apenas precisava respirar um e pensar um pouco em toda a situação.

Ter uma solução, um plano, foi um pouco melhor para minha mente. Já era um começo, né? Decidir fazer o que eu achava que meu pai faria. E talvez isso seja o certo. Era mais do que minha família, porque eu tinha certeza que minha mãe não mandaria Lily para Askaban, era... Era mais pela minha moral. O bebê não tinha culpa de ser filho de dois irresponsáveis que beberam demais em uma festa. Era um inocente nessa história toda, não podíamos tirar a vida de um ser indefeso.

Ter o bebe era a decisão certa. Eu só não sabia direito o que fazer dali para frente.

X-X

Depois de falar com Lily, eu saí para caminhar. Rodei o castelo inteiro pensando, planejamento, imaginando. Eu tinha uma boa herança, graças ao meu pai, não tinha acesso a nada já que decidir deixar tudo com minha mãe e não pedir a divisão, afinal no final tudo será meu um dia. Mas talvez agora eu precise conversar com ela sobre isso, planejo entrar para o curso de aurores assim que sair de Hogwarts, e o pagãmente durante a época do treino é tão pouco que não daria nem para eu me sustentar sozinho, quanto mais uma criança e a Lily.

Porque eu precisaria sustenta-la, pelo menos nos primeiros meses, se tudo der certo ela vai conseguir entrar para a equipe do setor de poções, porem assim como no meu caso no início não sera um salário adequado e ela precisara de ajuda, afinal com o bebe será impossível conseguir outro emprego para completar renda. Então preciso da minha herança, pelo menos por um tempo.

Também precisamos ver todas as coisas que um bebe precisa, tudo o que for necessário, precisamos fazer planos traçar ideias. Merlin eu preciso estudar, preciso entender o que está acontecendo com o corpo da Lily e o que o bebe precisa agora enquanto está sendo formado, assim será possível saber o que eu posso fazer para ajudar nessa etapa que aparentemente eu não tenho como contribuir com muita coisa.

Quando eu finalmente me encaminho para meu quarto, já passa das três da manhã. Horário em que todos estão em suas camas ou sendo sorrateiros pelos corredores. Não espero encontrar ninguém na sala, e por isso me surpreendo ao ver Lily deitada em um dos sofás.

Ela está encolhida por causa do frio, usa um robe por cima da roupa de dormir, os cabelos por todos os lados. Uma de suas mãos está pousada sobre a barriga. Seria só a forma como ela costuma dormir, ou era por causa do bebê que está ali dentro?

Eu poderia passar direto para o meu quarto, mas uma vozinha não para de falar em minha cabeça que eu devia fazer algo. Talvez seja hora de começar a cuidar desse bebê, e já que ele ainda está na barriga de Lily, por enquanto devo cuidar dela.

Me aproximo de Lily para faze-la acordar e ir para o quarto, dormir em uma cama confortável e quente. Mas ela está completamente apagada, em sono profundo. Sacudo, chamo, balanço, nada faz ela acordar, a única coisa que me dá certeza de que ela está viva é sua respiração calma.

Como somos monitores chefes, tanto eu posso entrar nos dormitórios femininos quanto meninos podem entrar no quarto da Lily, para o caso de uma emergência ou algo assim e também como um voto de confiança. Isso me dar uma boa solução. Embora eu me sinta um pouco embasbacado com a ideia.

Pego Lily no colo, ela não é exatamente leve, então ando o mais rápido possível para o seu quarto. Deito Lily na cama com cuidado, tentando não acorda-la agora e ter que explicar que a carreguei ate aqui. Mas não precisava me preocupar, acho que ela deve ter ficado tão preocupada com toda a questão da gravidez que não estava descansando direito, e agora com a primeira parte resolvida ela tinha finalmente sido atingida pela exaustão, por isso apenas se remexe procurando uma posição mais confortável.

E então a observo, em busca de algo, qualquer coisa que me indique a gravidez. Não vejo nada. Para mim ela parece exatamente à mesma garota de meses atrás, talvez até a mesma do ano passado.

E então, faço um movimento sem pensar. Estendo minha mão em sua direção e hesito mesmo com meus dedos coçando de vontade. É algo íntimo, e eu não devia fazer isso sem sua autorização, mas é algo muito mais forte do que eu.

Reúno toda a minha coragem e toco sua barriga.

— Olá, Pequeno Potter. - sussurro.

X-X

— Você sabe quem eu sou? Eu sou o James, o seu papai. Eu sei que é meio difícil acreditar nisso, mas é verdade, sua mamãe me garantiu isso e eu acredito nela. Olha Pequeno Potter, me desculpa por todo esse estresse, nós estávamos pirando um pouco por aqui. Você sabe, eu e sua mãe somos um pouco mais jovens do que a maioria dos pais e nem somos casados, ainda estamos terminando a escola e moramos com seus avós, então estamos um pouco assustados com você por ter chegado tão cedo. Vai ser um pouco complicado, então desculpe sua mãe por ter tido ideias difíceis sobre como lidar com isso, não é culpa dela, apenas faz parte do desespero, perdoe a mim também por ter fugido no primeiro momento.

“Quando sua mamãe me contou sobre você eu me senti... não sei explicar... era uma sensação muito intensa e estranha que eu nunca tinha sentindo na minha vida. E eu pensei em tudo que ia mudar, em tudo que eu ia ter que encarar. Me desculpe, eu estava pensando só em mim, e isso foi errado, porque, a partir do momento que soube sobre você, eu devia pensar em você antes de qualquer outra coisa. Você devia ser a coisa mais importante”

“Mas agora já estou pensando direito, estou pensando em você. Vou ser um pai de verdade para você, como seu avô foi para mim. Seu avô não está mais aqui para me ajudar com isso, mas ele fez um trabalho tão bom que se eu for metade do que ele foi você terá um grande pai. Eu não sei o que vai fazer de mim um bom pai e eu nem sei se há uma definição para isso, mas eu prometo que vou fazer o meu melhor, vou cuidar de todos os problemas, vou ajudar sua mãe em tudo. Então, Pequeno Potter, tenha a certeza de que quando você chegar, todos esses probleminhas que estamos passando vão estar resolvidos, e nossa única preocupação será você, cuidar de você, educar você e amar você.”


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Notas finais do capítulo

Gente, eu realmente não esperava que depois de um ano a fic ainda tivesse tantos leitores, vejo gente comentando aqui desde o primeiro capitulo e isso é muito estimulante e maravilhoso. Então, esse cap foi meu presentinho para vocês por essa data especial, aproveitem porque James não vai aparecer por aqui assim logo logo não.
Espero que vocês tenham gostado, e espero que vocês mandem suas opiniões para mim, comentem, favoritem, mandem MP e quem quiser pode deixar uma recomendaçãozinha. Obrigada por estarem há um ano me dando apoio para essa fic.
Obs: A lindissima ideia do James falando com o Pequeno Potter enquanto Lily dormia foi da leitora Duchannes, lá no Nyah! Obrigada pela sugestão amore.
[Capitulo editado em 07/09/2020]