Pequeno Potter escrita por Nena Machado


Capítulo 7
6. Fevereiro, 1978


Notas iniciais do capítulo

Oooooooooooooooi, gente!!!!!!!!
Eu sei, eu sei. Demorei um seculo e vocês devem ta querendo me matar!!! Mas tenho boas noticias e motivos.
1º Quem me segui no twitter já sabe da grande novidade: Fui chamada na repescagem da UEPA, eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!, universitária agora! O lado bom é que não vou precisar me matar para o enem, o ruim é que eu descobrir da pior maneira que entra é a parte facil. E essa é minha desculpa.
Como entrei um mes atrasada, fiquei como uma louca recuperando a materia e deveres. por isso, mesmo tendo entrado em março, só consegui vim posta hoje. Sinto muito mesmo, mas foi tanto trabalho, materia, prova, artigo e pesquisa de campo que eu só consegui terminar o cap no inico da semana, e como minha beta é cauloura da UFPA era só conseguiu me manda hoje.
Mas a promessa é que daqui pra frente as coisas vão melhorar. Peso que tenham paciencia, nao vou abandonar nunca, essa fic é meu amorzin, só pode demorar um pouquinho.



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Eu ainda não decidi o que fazer e, com o início do 3° mês, sei bem que já estou chegando ao limite de tempo para uma escolha. E eu simplesmente não sei o que fazer. A escolha mais fácil é óbvia, mas eu ainda tenho que lidar com um probleminha de moral para optar por ela. A segunda opção é vergonhosa: falar com James e encarar a escola, essa opção me dá calafrios só de pensar. E a última opção, enfrentar isso tudo sozinha.

Claro ainda tinha outras várias opções, e Sirius fez questão de listar todas elas em uma de nossas conversas. Mas as principais são essas, nenhuma me parece perfeita, porém a que está ganhando é a que só afeta a minha moral. Porque se só três meses minha vida já está complicada desse jeito, imagina daqui a uns anos!

Respiro fundo, me preparando para a primeira luta do dia: abotoar a saia do uniforme. Eu reparei mudanças, mudanças tão sutis que quase ninguém mais notou.

A primeira foi que a barriga lisa que eu costumava ostentar está ficando pontuda, e isso me obriga a ter que me espremer em todas minhas roupas que não estiquem. Respiro fundo e prendo a respiração, ao mesmo tempo puxo o botão da saia, fazendo força para ele chegar à sua casa. Não consigo. E esse é só o início dos meus problemas com o guarda-roupas.

A maioria dos shorts, calças e saias não dá mais com a mesma facilidade. Os sutiãs ficam apertados mesmo no último fecho. As blusas não disfarçam a barriga. Não que eu estivesse feia, longe disso. Sempre tive corpo de uma menina, então parecia que finalmente ele tinha se desenvolvido. Meus seios estão até maiores que os das minhas amigas, os quadris mais largos, eu possuo um brilho diferente.

Mesmo assim, mesmo que sejam mudanças boas, toda vez que alguém me elogia, eu rapidamente imagino que ela esteja na verdade ligando os fatos e descobrindo a verdade. E isso me deixa apreensiva, mesmo que seja praticamente impossível.

Consigo fechar a saia depois da terceira tentativa. E então vou para a segunda dificuldade: Sirius. Por algum motivo ele parece pensar que não sou capaz de fazer nada e fica agindo como se fosse meu pai, me seguindo por todos os cantos, impedindo-me de fazer esforço ou carrega peso. No inicio isso foi muito estranho e todos o encaravam como se ele estivesse planejando alguma pegadinha ridícula e tivesse me bajulando para amenizar a bronca, mas depois de duas semanas nessas, nossos amigos apenas aceitaram que nossa amizade se desenvolveu de alguma forma milagrosa.

Ele só para quando eu me estresso, e isso por que ele leu que “estresse faz mal para o bebê”. Isso mesmo, Sirius Black fez uma pesquisa sobre gravidez. O que levou Lene a desconfiar que ele tinha engravidado alguma menina, o que fez eles brigarem e me fez me sentir culpada. Definitivamente sou uma dessas grávidas que ficam com as emoções todas lelé da cuca.

Quando saio do meu quarto, Sirius já está lá para pegar minha bolsa, ele carrega a bolsa de Lene como sempre, mas Dorcas está com a dela, não por ele não ter se oferecido, mas porque ela acredita que cada um deve carregar sua própria bolsa.

— Bom dia, ruiva. — ele diz, com um grande sorriso no rosto e eu sinto vontade de lhe dá uma resposta ácida.

Ele me segue de perto, enquanto conversamos sobre banalidade. Ele sempre está um passo atrás de mim, pronto para me segurar, desde que eu havia desmaiado na semana passada.

Chegamos ao salão principal é então tenho que lidar com o terceiro problema: a comida. Eu tenho duas atuais relações com ela, repúdio total ou adoração total. Ou eu como muito ou não consego comer. E Sirius parece pensar que eu devo comer, comer muito, comer de tudo. Então ele sutilmente vai empurrando de tudo para o meu prato, até que eu tenha que cutuca-lo para sinalizar que não aguento mais nada.

Continuo meu dia, enfrentando os problemas dele. E então chego à conclusão que tenho que resolver o que fazer com o problema maior. Mas que antes disso, tenho que decidir se vou ou não falar com James.

X-X

Quando estou no meio dos nossos amigos, consigo esquecer facilmente o meu dilema relacionado a James. Entretanto, a barra fica mais pesada quando eu o encontro às 23:00 horas em ponto, para nossa ronda de monitoria da sexta-feira.

Talvez eu devesse usar esse tempo a sós para contar a ele sobre o bebê, ele poderia me ajudar, independente da minha escolha. Afinal, não é como se a vida dele fosse mudar drasticamente. Sou eu que vou ter, e cuidar, e criar, e amamentar, e passar por toda aquela vergonha de ter engravido solteira. E caso eu decida não ter, será eu que irá aguentar as consequências.

Mas ele deveria saber, não deveria? Ele é parte disso também, não é? Como ele se sentiria se soubesse que seria pai depois de eu ter matado o bebê? Aliviado por não ter essa responsabilidade, triste com a minha escolha? É realmente considerado assassinato considerando que é um feto tão novo? Seria realmente meu direito decidir isso sozinha? Sem nem ao menos falar com quem fez parte nisso tudo?

Olho para James pelo canto do olho. Ele está olhando para frente, com um sorrisinho sínico, como se estivesse pensando em uma piada interna, e completamente alheio ao meu dilema. O formato de sua boca é bonito, será que o bebê vai puxar isso? E os cabelos vão precisar de muito gel para arrumar se puxar a James. Ele costumava dizer que meus olhos eram os mais belos que ele já viu, será que o bebê puxará meus olhos? Afinal, será menina ou menino?

Céus, eu estou pela primeira vez pensando nele como uma pessoinha de verdade, alguém que é metade eu e metade James, que está aos poucos crescendo em meu ventre. E não como o causador de grandes problemas, como um erro, ou como algo a ser resolvido.

Então, inexplicavelmente, eu começo a chorar. Sinto as lágrimas molharem meu rosto e eu soluço alto. James, que tinha continuado a andar, se vira para mim com o rosto preocupado.

— O que foi? — pergunta, ele olha para os lados a procura de um culpado para o meu surto.

Tento parar de chorar, tento engolir os soluços, tento piscar para afastar as lágrimas. Mas a preocupação de James só me faz chorar ainda mais. Cubro meu rosto com as mãos, numa tentativa ridícula de me esconder dele.

James me puxa para seus braços de forma hesitante, como se tivesse medo de me abraçar e ter que lidar com uma mulher chorona.

— O que houve, ruiva? — pergunta ao apoiar o queixo contra a minha cabeça.

O empurro com toda a minha força. Subitamente enraivecida, mesmo que ainda chorando. Eu não fiz esse bebê sozinha. Porque tenho que resolver o problema só? É a obrigação dele me ajudar! Olho em seus olhos o desafiando a me contrariar, cruzo os braços contra o peito e tento raciocinar em como contar a notícia que será o fim da picada.

— A gente precisa conversar. — digo entre o choro sem nem ter certeza que ele esta entendendo realmente o que estou falando — e precisa ser agora, não fica com raiva de mim, mas aconteceu... aconteceu uma coisa... e eu.... eu....

— Lily, pelo amor de Merlin, apenas fale — ele me interrompe, parecendo preocupado.

— Acontece que naquela noite da festa do jogo de Quadribol, — respiro fundo, me preparando para jogar a verdade. — eu engravidei, James.

X-X

Fico parada em sua frente enquanto observo atentamente o semblante de James. Primeiro ele ergue as sobrancelhas e arregala os olhos, obviamente assustado e surpreso. Depois ele franze o cenho e crispa os lábios, como se estivesse pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. Por fim, ele assume uma máscara de calmaria que só pode ser falsa, porque eu sei como ficamos ao descobrir que seremos pais.

— Lily — ele fala com a voz assustadoramente calma, como se ele estivesse aguentando um surto. — isso é impossível, serio, acalme-se, deve ser só um atraso normal, daqui a pouco sua regra vem e você vai rir desse surto.

— Sinto muito te decepcionar, mas já fiz o teste — respondo, com o rosto pegando fogo de vergonha.

Vejo seus olhos se arregalarem de novo e seu peito infla. Ele está com raiva? Por quê? Eu deveria estar com raiva! O que isso vai impacta-lo? Também não me prendo nessa parte da conversa. Os hormônios loucos da gravidez me deixam ainda mais irritadiça do que o normal.

— Eu gozei fora, não tem como... Ah — ele grita, finalmente deixando sua raiva transparecer para logo em seguida abaixar a voz em choque. – não na primeira vez, não, você estava por cima e demorou pra sair.

— O que você esta tentando sugerir com isso!? — pergunto transbordando de raiva.

Ele passa as mãos nos cabelos e depois as esfrega no rosto.

— Céus, se você engravidou de um idiota qualquer, vá falar com ele, não tente jogar a responsabilidade para o primeiro que tenha dinheiro e passe na sua frente.

Sinto um prazer quase físico ao ouvir o estalo proveniente do tapa que lhe acerto na face esquerda. Golpe? É isso que ele pensa de mim? Que eu estou tentando dar um golpe!

— Eu não estou tentando dar um golpe. — grito, os quadros ao nosso redor começam a reclamar do barulho. — eu nem quero esse bebê! Eu estava tão bêbada quanto você!

— Como vou saber que você está falando a verdade?

— Por favor, Potter, se eu estivesse interessada na sua grana já tinha aceitado um relacionamento com quando você corria atrás de mim igual um Pelúcio corre atrás de ouro. — me encosto na parede e escorrego por ela até atingir o chão. – Não tenho nenhum interesse nisso, apenas achei que você devia saber e dizer sua opinião sobre isso.

— Você não dormiu com outros caras? — fala James, sacudindo suas mãos para dá ênfase nas suas palavras. — Sei que você dormiu com Remus, e acredite, ele será um pai muito melhor do que eu, talvez seu bebê não tenha uma herança enorme, mas vai ter um pai.

Sinto vontade de lhe dar outro tapa, e isso deve ter ficado óbvio em meu rosto, pois James deu um passo para trás, com os olhos arregalados. Ele está assustado, completamente em pânico, assim como eu quando fiz o teste.

— Nunca dormi com Remus, ele é meu amigo. — respondo, mesmo sem entender porque exatamente ele faz uma cara de quem não acredita em patavinas do que estou falando. — Pergunte a ele se você não acredita. A verdade é essa James, o único cara que pode ser o pai dessa criança é você!

O rosto de James está pálido, e ele está suando e tremendo. Gostaria de saber o que está passando pela sua cabeça, mas tudo o que posso fazer é esperar que o choque passe o suficiente para ele voltar a falar. E quando ele fala novamente, meu coração dispara em expectativa.

— Eu não quero ser pai, eu não… eu não estou pronto. Eu só… Eu preciso ficar sozinho.

E com isso ele me dá as costas e anda apressadamente para longe, como se tivesse medo que eu fosse atrás dele e exigisse um posicionamento, mas eu não vou. Me sinto completamente abandonada, desesperada e magoada.

Sinto as lágrimas descerem por meu rosto, dessa fez silenciosamente.

X-X

Quando finalmente chego ao meu quarto, já estou chorando desesperadamente. Choro tanto que minhas mãos tremem quando faço o feitiço do patrono pedindo para Dorcas e Marlene virem me encontrar. Elas não demoram nem dez minutos e me encontram ainda chorando, me abraçam e tentam me acalmar. Dorcas ate canta uma cantiga de ninar trouxa para mim.

Leva vários minutos, mas chega o momento em que estou em silencio, apenas abraçada com minhas melhores amigas.

— Você quer contar o que está acontecendo? — pergunta Dorcas, e pela sua voz sinto que ela já desconfia do que é. — ou se preferir podemos apenas continuar aqui te abraçando.

— Lembram que eu andei passando mal esses tempos. — começo pelo básico, tentando faze-las não surtar. — acontece que eu tinha uma desconfiança, então pedir ajuda a Sirius e fomos naquela farmácia bruxa que tem em Hogsmeade, sabe?

Elas confirmam com a cabeça, e fico calada por alguns segundos antes de continuar.

— Confirmei minha desconfiança, eu estou gravida.

Lene se senta, mas nem mesmo ela parece chocada. Dorcas apenas suspira profundamente e volta a fazer cafuné na minha cabeça.

— Quem é o pai? — pergunta Lene, como sempre direta.

— Não quero falar disso ainda. — respondo, e milagrosamente ela aceita meu silencio. — eu falei com ele, e ele meio que surtou e me deixou sozinha.

— O que você vai fazer? — perguntou Dorcas sutilmente.

— Sirius se ofereceu para comprar uma poção abortífera na Travessa do Tranco, mas... eu não tenho certeza disso ainda.

— E qual é a outra opção.

Dou uma leve olhada para Marlene, mas isso parece ser o suficiente para ela entender o que pensei.

— Sirius se ofereceu para assumir, não é? — ela indaga, eu sinto meu rosto corar fortemente, mas Lene apenas sorrir. — Claro que sim. Depois que comentei sobre gravidez e vi a reação de Dorcas, imaginei que você tinha tido uma recaída com Spinnet, fiquei bem chateada com o fato de você ter contado para Dorcas e me deixado de fora, então comentei isso com Sirius depois. Ele ficou muito mais preocupado do que normalmente ficaria, então sugeriu que talvez você tivesse falado com Dorcas porque o problema fosse algo que ela pudesse ajudar. Pensei que você pudesse querer uma poção do dia seguinte, sei lá.

Lene volta a se deitar ao meu lado, passando a perna por cima das minhas.

— Sabe, Sirius não teve uma figura paterna boa por muito tempo, apenas o Sr. Potter durante alguns verões, mas acho que ele seria um bom pai.

— Você não se incomodaria? — pergunto chocada.

— Confio em você mais do que em quase qualquer outra pessoa. — ela responde apertando minhas mãos nas suas. — Filhos bastardos não são incomuns, as pessoas vão me chamar de corna por tempo, e só. Mas essa criança, bom, ela vai ter um pai dedicado a não cometer os erros do próprio progenitor, terá uma madrasta que vai ama-lo muito, e você vai ter todo apoio que precisar. Como eu poderia me incomodar com isso?

— A escolha no final é sua, Lily, — fala Doe. — Sirius pode te oferecer apoio financeiro pros primeiros meses, pode oferecer um nome. Mas você é a mãe, é seu corpo, e sua decisão.

Penso nisso por alguns minutos, tentando visualizar meu futuro e decidir o que fazer, por fim me levanto de entre minhas amigas apenas por tempo suficiente para mandar uma carta.

“Sirius,

Eu me decidi, você poderia comprar a poção para mim?

Lily”

Depois volto para junto de minhas amigas, e ficamos nos três na cama, abraçadas e sei que ali tenho todo o apoio do mundo.

X-X

Sirius não aparece o dia seguinte todo, então ocupo meu dia e minha mente com as tarefas que eu deixei acumular desde a descoberta e estudo um pouco já que estou atrasada à beça com as matérias. As meninas ficam comigo, tentando me ajudar a pensar em outras coisas, mas não é uma tarefa fácil. Logo chega um momento em que minha mente não consegue mais se concentrar em nenhum dever, independente da matéria. E eu começo a me consumir em pensamentos novamente.

Foi uma boa decisão? Abortar o bebê. Ele sentiria dor? Eu me sentiria culpada? James se sentiria mal? O que mudaria de verdade na minha vida, se eu desistisse do plano A? Como eu cuidaria de um bebê, trabalharia para nos sustentar? E meus pais? Eles me ajudariam ou me expulsariam de casa?

Eram muitas perguntas e quase nenhuma resposta. Minha família é tradicional, as poucas vezes em que descobriram que uma moça não era mais virgem o casamento era organizado o mais rápido possível, sem que os amigos pensassem que ela estivesse grávida, somente uma vez aconteceu de alguém engravidar antes do tempo, e foi um escândalo tão grande que ela se casou na semana seguinte. Mas ela namorava com o cara há anos, o amava mais do que tudo, e isso foi a tanto tempo que há anos ninguém comenta nada sobre.

Eu? Eu não namoro com James, como vou dizer para meus pais que engravidei de um cara qualquer apenas dois meses após ter terminado com o namorado que minha mãe tanto adorava. Isso seria muito mais do que um escândalo, serio o fim do mundo, seria a ruina da família. Isso seria tão ruim que eu nem mesmo consigo imaginar o que aconteceria comigo, se minha família me ajudaria.

Sirius aparece faltando pouco para o anoitecer, ele possui um semblante sério, mas a forma como mexe suas mãos denuncia que ele não gosta nada da situação. Dorcas e Marlene me esperam dentro do quarto, enquanto converso com ele na sala comunal.

— Aqui está. — ele fala me entregando uma sacolinha de papel. — eu anotei como você deve fazer para tudo dar certo. É uma poção complicada, Lily, e de magia negra, você não pode fazer esforço nenhum por uns dias. E você vai sentir dor, muita dor.

Eu aperto a sacola em minhas mãos, nervosa em antecipação. Sirius me dá um beijo na testa enquanto eu sussurro um obrigado, então eu vou para o meu quarto.

Coloco a poção em cima da minha escrivaninha, e sento na cama para ler as anotações fazendo força para decifrar as letras cheias de curvas de Sirius junto de minhas amigas.

Poção inútil se estiver com mais de quatro meses.
Esquente a poção até o ponto de fervura e beba tudo de uma vez.
Fique no banheiro até parar de sangrar.

A lista continuava, num conjunto de uns 25 itens sobre a poção e o que poderia acontecer, mas eu não consegui ler mais, subitamente sinto meu estômago embrulhado e preciso correr para o banheiro. Estou suando frio, e tudo está girando. Lene segura meu cabelo, e passa as mãos gentilmente pelas minhas costas. Depois ela e Dorcas me ajudam a ir para a cama.

— Eu não posso, não posso fazer isso. — digo em voz baixa. — não quero fazer algo assim, preciso seguir a diante com a gravidez.

— Entendo — responde Dorcas, parecendo achar que não é uma boa decisão.

— Não vai ser fácil, Lily, mas estaremos aqui com você. — Lene fala e Doe confirma com a cabeça. — E Sirius também, se assim você quiser.

Peço para elas me deixarem sozinha para pensar, e elas saem depois de eu prometer que se decidir usar a poção vou chama-las para me ajudar com os efeitos. Depois de uns vinte minutos deitada, alguém bate em minha porta. Tento ignorar o barulho, na espera que a pessoa pense que eu não estou e vá embora. Mas não é isso que acontece.

— Lily, eu sei que está ai. — escuto a voz de James. — Precisamos conversar.

Me obrigo a levantar e abrir a porta para ele. James entra sem cerimônia, fechando a porta atrás de si. Nos encaramos por alguns minutos, eu sentada na cama e ele encostado contra a porta. James é o primeiro a se pronunciar, após um longo suspiro.

— Você tem certeza que esse bebê é meu, né?

— É claro que sim! — praticamente grito, tento me levantar, mas fico tonta e caio de volta na cama.

— Não grite, não precisa se estressar. Eu só... Eu... — ele suspira fundo de novo e se senta ao meu lado na cama. — eu acredito em você, eu falei com Sirius. Só não sei o que fazer.

O que Sirius falou para ele? Ah, depois decido isso.

— Você não precisa fazer nada, James. — respondi, com um pouco de raiva na voz. — Já consegui uma poção abortiva.

Ele balança a cabeça negativamente.

— Não podemos fazer isso, Lily. — por um momento, penso que ele não quer por fim a vida do filho, penso que de alguma forma ele ama a criança em meu ventre, e me sinto feliz com isso. Mas então ele volta a falar. — Não sei o que você sabe sobre as famílias tradicionais, mas temos uma árvore genealógica. Se esse bebê tem sangue Potter, ele já aparece ligado ao meu nome. E se você interromper a gravidez isso também aparecerá. E com isso minha família poderá te mandar para Askaban, Lily, há um motivo para poções abortíferas serem encontradas apenas na Travessa do Tranco.

O silêncio recai sobre nós, e ficamos pensando em como seria nossas vidas.

— Você acha que obrigarão a nos casar? — pergunto.

— Minha família não, filhos bastardos não é o fim do mundo. — eu suspiro aliviada, e James ri. — a ideia de casar comigo é tão ruim assim?

— É mais a ideia de casamento em si.

— E seus pais? Você é filha de família tradicional, ruiva.

— Vai ser um grande escândalo e meu pai vai surtar. — suspirei, tentando imaginar novamente a reação. — mas eles não entendem como as coisas são no mundo bruxo, se eu fizer parecer que aqui isso é considerado mais normal... acho que eles vão respeitar minha vontade, entretanto talvez não sejam de muita ajuda. O que faremos agora?

James bagunçou os cabelos, parecendo procurar desesperadamente por uma solução. E eu notei que nós dois descartamos totalmente a ideia do aborto, procurando desesperadamente por uma solução melhor. Por fim, James suspira de novo.

— Vamos falar com a professora Minerva. Vê como a escola se posiciona quanto a isso. E então falaremos com nossos pais. — ele falou com uma certeza impressionante. — você tem o bebê, eu vou assumir meu filho, e iremos cuidar de tudo, resolver tudo. Mesmo se todos virarem as costas, eu tenho você e você tem a mim. Isso é o suficiente.

E eu me permiti acreditar nele.


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Notas finais do capítulo

Quero dizer que o cap anterior teve um record de comentarios, tanto aqui como no spirit, então muuuuuuuuuito obrigada. Amo de muitao a participação de voces que estão sempre falando o que acham que vai acontecer.
Ahhh, outra coisa importante, chegamos naquela parte em que estou aberta a sugestões. a historia esta planejada. mas os detalhes sobre a gravidez da Lily não. então vocês podem me falar sobre o que acham que mais aconteceu, o que mais irritou Lily etc.
Pra quem quiser falar sobre a fic, é só ir em MP, ou no face, ou no tt.
beijinhos amores.

[Capitulo editado em 31/08/2020] A grande diferença aqui é essa conversa da Lily com as amigas, achei que isso foi uma grande falha na narrativa anterior, pois é claro que ela iria contar isso especialmente para elas e querer conselhos.