Agatha não sabia como alguém poderia sentir-se presa, livre, culpada e aliviada ao mesmo tempo, mas lá estava ela, sem saber o que sentia.

A base "secreta" do exército russo era enorme, mas Agatha estava impressionada com a severidade, se assim poderia dizer, da câmara onde estava, junto a um monte de pessoas.

As paredes sem janelas eram de metal e haviam câmeras pelo local, o chão era claro e havia uma pequena elevação que parecia como um palco, Na porta, haviam homens uniformizados, de ombros largos e fortes, bem intimidadores.

Quando a ultima pessoa entrou, acompanhada de um soldado, o ar ficou ainda mais tenso do que já estava. E o silêncio era desconfortável.

E no momento em que um homem cheio de distintivos entrou na sala, Agatha já havia revisado todas as coisas de ruim que havia feito em sua não-tão-longa vida que poderiam ser um motivo de tere sido recrutada, ou melhor falando, sequestrada, pelo exército russo.

O homem era alto e grisalho, forte e largo, ele usava um uniforme com diversos distintivos, de honra, talvez, pensou Agatha. Porém havia um emblema que se destacava, era dourado com alguma coisa desenhada.

Ele subiu no "palco" e colocou os braços para trás do corpo, com a postura perfeita.

–Tenho certeza que nenhum de vocês sabe por qual motivo foram recrutados para a Rússia. Estou aqui para esclarecer suas dúvidas. - ele disse, a voz era áspera e grossa - Sou o coronél Rakav, E o mundo que vocês conhecem está prestes a mudar.

Agatha tremeu com essa frase.

§

–Por séculos, histórias sobre viajem intertemporais são escritas e contadas, e os cientistas vivem declarando que isso é impossível, e que o único modo de acontecer é com um cenário e bons efeitos especiais. - O coronél dizia, um pequeno sorriso crescendo em seus lábios - Mas, nós, o exército especial russo, conseguimos o impossível. Depois de anos de pesquisa, desenvolvemos uma máquina do tempo.

Kate arregalou os olhos, Mas que diabos?

–E vocês irão testá-la. Viajarão pelo tempo e espaço. - continuou.

Kate esqueceu-se como respirar. Que loucura! Uma máquina do tempo foi desenvolvida, ótimo, interessante. Mas colocar crianças em uma máquina do tempo? Meu caro, você não bate bem da cabeça.

–Mas que ideia idiota! - gritou uma menina com olhos escuros e cabelos castanhos com mexas californianas, ela tinha sotaque britânico, e Kate imaginou que ela apenas falou o que todos naquela sala queriam falar.

–Srta.Evans, O chefe desta operação demorou anos para desenvolver um meio seguro de viajem temporal, e quando conseguiu, determinou que vocês fossem chamados.

–E Por que nós? - a menina perguntou.

–Todos vocês são especiais, não no modo em que a mãe de vocês fala que vocês são especiais. - o corenél corria os olhos pelos rostos, e Kate olhou para o chão quando ele a encarou. - Vocês tem habilidades...Úteis para nós.

–E se eu não quiser participar? - um menino perguntou, parecia ter treze anos.

–Se não participar, teremos que apagar sua memória, e acredite, é algo muito dolorido, alguém do seu tamanho provavelmente não sobreviveria ao processo. - depois disso, o menino arregalou os olhos - Continuando, Como um teste, colocamos alguns relógios na máquina e os direcionamos para 32 tempos diferentes. O objetivo de vocês é encontrar esses relógios.

"Irão fazer isso em equipes de quatro pessoas" o coronél continuou "A primeira equipe que chegar aqui, 2015, terá um tipo de prêmio especial. As que perderem...Bem, o destino os aguarda"

–E quais seriam as equipes? - perguntou uma menina ruiva.

–Isso será anunciado amanhã. Hoje, queremos que vocês se conheçam.

Então, o coronél marchou para fora do recinto, seguido dos soldados que acompanharam as pessoas até lá. E no momento que a porta se fechou, Um silêncio caiu pela sala enquanto todos se encaravam, dois garotos arregalaram os olhos, pareciam se conhecer. Um menino e uma menina se encararam com sobrancelhas franzidas. A menina que havia falado anteriormente bufou e deu de ombros, logo se afastando das pessoas e sentando-se encostada na parede, pegando algo da bolsa que trazia consigo.

Kate não trouxera uma bolsa.

Os minutos foram se passando e as pessoas começavam a tentar falar umas com as outras. Kate não sabia muito bem como ou quem quem poderia começar uma conversa, então se afastou um pouco e sentou-se perto da menina de mechas californianas, ela escrevia algo em seu caderno.

–Macy - ela disse.

–O quê? - Kate a olhou, a menina não havia tirado os olhos do caderno.

–O meu nome, É Macy.

–Katherine. - Kate se apresentou, com a voz baixa.

–Prazer em conhecê-la - Macy a olhou e estendeu a mão, encarando Kate nos olhos, Macy tinha olhos cor de ônix.

Ela apertou a mão.

–O que está escrevendo? - perguntou, olhando o caderno.

–"O que eu fiz para morrer na Rússia" - Macy respondeu - Só estou entediada.

–Foi bem corajosa, sabe? Confrontar o coronél. - Kate comentou.

–Não fui corajosa, eu só falo o que penso. É imediato.

–Olá, acredito que este seja o clube de quem não sabe com quem falar? - uma nova voz juntou-se à conversa. Kate olhou para o dono da voz. Era o menino que parecia ter treze anos. Ele tinha cabelos loiros e olhos azuis claros - Meu nome é Henry.

As meninas se apresentaram e o menino sentou-se junto a elas.

–Loucura, não? - ele começou.

–Total. - Macy fechou o caderno e guardou-o.

–O que o futuro espera? - Kate suspirou.

–Não sei, mas talvez possamos conhcê-lo nessa missão - Henry sorriu.