Nyah! City escrita por Bill Cipher


Capítulo 7
Max e a livraria


Notas iniciais do capítulo

Voltei com outro capítulo!



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Encostado com o ouvido sobre a porta de madeira o garoto podia ouvir o barulho das chaves se distanciando e em seguida um barulho bem baixo da porta de entrada se abrindo. Após alguns segundos a porta parece ter sido fechada e em seguida o barulho de um motor de carro foi ouvido. Shini havia ouvido esse som poucas vezes, pois os carros de Nyah! City eram movidos a energia solar, mas ele sabia que aquilo significava que Lucas já tinha ido a escola.

O garoto abre delicadamente a porta para ter certeza de que não havia mais ninguém na casa. A porta se dava no meio de um corredor também no sótão. A sua frente havia uma parede de madeira como o telhado. O sótão acabava ali. O telhado descia daquela parede até o outro lado do quarto do Lucas. A esquerda do garoto havia um baú antigo com algumas teias de aranha e a direita havia as escadas. Shini desce até o andar abaixo e em seguida vai ao último piso do sobrado. A escada dava numa pequena sala de estar com um sofá e uma pequena televisão de tela plana. Atrás dele tinha uma porta semi-aberta que dava para a cozinha. Shini seguiu o plano e se digeriu ao cômodo. Como combinado ao lado da geladeira havia a chave reversa da casa. Shini estica seu braço e a pega.

— Agora é só ir até a escola de Lucas e... – Shini sente algo passando em sua perna. Ele olha para baixo e vê um pequeno gato branco passando entre suas pernas – Oh... o Lucas não me falou que ele tinha um gato. – ele se abaixa e faz carinho no animal. O animal solta um leve rosnado e Shini se levanta – Se concentra! Você tem que ir até a escola de Lucas, sem distrações.

Shini abre novamente a porta da cozinha e vai até a porta de entrada. Ele coloca a chave na fechadura e abre cuidadosamente para evitar que alguém na rua o perceba. Aliviado que a rua estava vazia Shini sai da casa e tranca a porta. Ele se dirige a rua que estava a uns três metros a sua frente mas ele tropeça em algo. Era o gato de Lucas.

— Você não pode vir comigo. – Shini abre a porta – Vai, entra. – ele empurra o gatinho para dentro e novamente tranca a porta.
Ele chega a rua e começa a seguir o caminho do mapa. Ele ia atravessar a rua quando um carro passa em alta velocidade quase o acertando. Shini houve o homem do carro buzinar e xingá-lo, mas rapidamente ele sai de seu campo de visão.

— Ah é. Aqui os carros atropelam.

Shini continua seu caminho e em quinze minutos ele já conseguia ver a escola de Lucas ao longe. A cidade em que ele estava era bem plana como Nyah! City, mas diferente de sua cidade natal onde os prédios tapavam a visão do horizonte aquela cidade não tinha muitos prédio, o que deixava mais fácil a visão do mar que não ficava tão longe assim da escola a sua frente.

O garoto estava quase hipnotizado com a sua visão, mas o som de um rosnado atrás dele faz o despertar de seu transe. Ele se vira e vê sentado atrás dele e lambendo sua pata esquerda o gato branco de coleira azul.

— Não acredito que você me seguiu até aqui. – ele pega o gato no colo – Né... – ele olha o nome escrito na coleira do animal - ... Max. – disse sorrindo. Ele coloca de volta o gato no chão – Acho que vou ter que te levar para a escola...

O gato olha rapidamente para trás e vê dois cachorros os observando. Um dos cães late e Max sai correndo para o outro lado da rua.

— ESPERA!!! – Shini atravessa a rua e sobe as escadas de um velho prédio do qual o gato entrou. Ele passa por uma grande porta de vidro e consegue alcançar o gato lá dentro – Te peguei! Que lugar é esse? – o local estava cheio de pessoas e estantes. Na frente havia uma mesa com alguns livros. Ele pega o seu mapa e percebe que eles tinham entrado na livraria.

Em Nyah! City...

— Como assim o Shini sumiu?! – falou Maemi em um tom mais sério.

— Se acalme, Maemi. – disse seu primo enquanto pedia para ela se sentar – Explique melhor, Kori.

— Depois que você deixou Shini entrar no parque ele conheceu alguém. Um garoto. – ela enxuga as lágrimas – Eu tentei alcançá-los mas eles fugiram.

— Fugiram para onde?! – exclamou a garota. O silêncio permanece por alguns segundos.

— Vocês vão ter que acreditar em mim.

— Por que não acreditaríamos? Pode falar.

— Ok, mas não aqui. – ela olhava para a sombra que saía de trás da porta da cozinha onde sua ex sogra tentava ouvir a conversa alheia mas aparentemente sem obter muito sucesso.

— Está bem, vamos para o meu quarto. – os três se levantam e vão até a última porta do corredor do apartamento. Hiroshi abre-a e cada um se senta sobre a cama de solteiro do rapaz. – Agora fale, para onde eles foram. – disse trancando a porta.

— Tem certeza de que não tem mais ninguém por perto?

— Sim, acho que ninguém vai nos ouvir.

— Okay. – Kori dá um suspiro e põe sua mão por cima de seu chapéu e delicadamente vai o retirando de sua cabeça deixando amostra suas orelhas felinas.

Hiroshi e Maemi olham para ela com uma cara que misturava surpresa, dúvida e curiosidade.

— Por que você usa uma tiara de gato por baixo do chapéu? – perguntou Maemi.

— Não é uma tiara. – ela faz com que as orelhas se mexessem. Os dois dão um leve salto - Nãos se assustem... são só orelhas.

— Ahn... posso? – pergunta a menina. Kori concorda com a cabeça e a abaixa. A menina estica sua mão direita e a passa lentamente sobre as orelhas peludas da moça. Ela dá uma leve risada – Parecem de gatinhos mesmo.

— Mas... por que você nunca me mostrou isso?

— Por segurança. Agora escutem, tem mais coisas além das orelhas. O que eu vou dizer agora apenas eu, as meninas e o Seiji sabemos, então prometem guardar segredo?

— Claro.

— Bem, creio que você já aprendeu na escola sobre os Nyahs, Maemi. Mas vocês nunca souberam de onde eles vieram certo?

— Sim...

— Então, na verdade não houve tantos Nyahs quanto vocês imaginam. Os Nyahs que de fato fundaram a cidade foram apenas dois. Um homem e uma mulher. Aquela mulher da estátua na frente da prefeitura.

— Mas e esse homem, quem foi ele?

— O seu nome...

Alguém bate na porta. Kori coloca seu chapéu novamente e Hiroshi destranca a porta se deparando com sua mãe segurando uma bandeja de metal com biscoitos de aveia por cima.

— Vim oferecer a vocês. – disse sorrindo.

Maemi dá um pulo e de uma vez põe dois biscoitos na boca.

— Não estou com fome, obrigado.

— Aceita, Kori?

— Não, muito obrigada.

— Então já vou indo. – usando a sua mão desocupada ela fecha a porta. Rapidamente seu rosto se torna pálido – *O filho de Misaki está em perigo...* - ela solta a maçaneta e se dirige a cozinha novamente.


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Notas finais do capítulo

Revelations, tions tions, revelations... Parei. Gostaram? Comentem. Bem, até o capítulo que vem com mais um de onde vem!