Eterna? escrita por Miss K


Capítulo 1
I


Notas iniciais do capítulo

Ooi, faz muuuito tempo que não escrevo nada, então me perdoem se tiver qualquer coisinha (tipo a falta de imaginação para títulos :S), estou meio enferrujada.Tenham uma boa leitura.



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A jovem ruiva dirigia tranquilamente enquanto conversava com seu irmão pelo viva-voz do celular.

—Você vai adorar o lugar Ártemis — seu irmão lhe falava pela décima vez nos últimos trinta minutos.

—Sabe Samuel, não sei se isso me acalma ou me faz ficar mais preocupada — ela comentou com certa ignorância. — Como que é a vizinhança?

—É legal tipo tem velhinhas que fazem tortas de maçã e pessoas da nossa idade, por deus Ártemis, confie em mim.

Ela suspirou e eles ficaram em silêncio enquanto Ártemis tentava passar para a pista da direita, mas o único outro carro que havia na rua, e que por sinal estava bem na faixa que ela queria ir, estava lento demais o que significava que para poder ir para a outra pista teria que desacelerar tanto que acabaria quase parando, e não, não adiantaria acelerar, ela já havia tentado ultrapassá-lo, mas o maldito motorista do automóvel a acompanhava.

—Por que os homens falam das mulheres dirigindo Samuel? O cara na minha frente parece mais que está pilotando uma lesma do que um carro — ela bateu no volante frustrada, a unica resposta que teve foi a risada de seu irmão.

—Você está dando sinal não é Ártemis? Sabe bem que precisa ligar o pisca para que os outros motoristas saiba para qual faixa você que ir.

—Isso não é obvio Samuel? —Ártemis buzinou. — Mas que merda, custa acelerar um pouco mas para que eu não tenha que parar?

—Calma Ártemis — ele ria enquanto ela falava palavrões e passava para faixa tão desejada já que o motorista do carro preto havia saído dos dez quilômetros por hora.

—Claro que eu tenho que ficar calma, não é você que vai ter que voltar três quarteirões! — ela exclamou. — Merda — Ártemis ralhou enquanto puxava o freio de mão e pisava no pedal, rezando para que eles fossem bons como o negociante de quem ela havia alugado havia dito, uma pena que ela tinha sido ludibriada.

—O que foi Ártemis? — a voz de seu irmão estava preocupada.

—Nada depois te ligo — ela suspirou exasperada lá se iam deus 1.300 reais os quais estava esperando receber quando devolvesse o o carro à tarde em ótimo estado.

Ártemis saiu do carro batendo a porta com força, a traseira do carro preto estava amassada assim como a parte da frente do seu branco, ela se apoiou na porta esperando que o motorista do outro carro viesse até ela, ele caminhou calmamente até onde ela se encontrava, com as mãos nos bolsos da calça jeans escuras, antes de avaliar as condições de seu carro a olhou de cima a baixo e depois sorriu quase que fechando seus olhos azuis claríssimos emoldurados por cílios da cor de ouro.

—Não se preocupe senhorita, eu freei bruscamente — ele tinha um tom manso de locutor de radio romântica que faria qualquer pessoa sorrir e ficar o olhando feito uma idiota. — E ainda estava bloqueando você. Desculpe.

—Obrigada por me informar isso, nem havia percebido que a culpa não era minha, ainda bem que abriu meus olhos — ela entrou de novo no carro revirando os olhos.

—Poderíamos conversar mais sobre isso senhorita. Que tal um café? — ela o olhou incrédula enquanto juntava as sobrancelhas.

—Quem você pensa que é para me chamar para sair — perguntou com seu habitual tom arrogante ao rapaz que havia se apoiado na porta e a olhava pela janela semi-aberta, o sorriso galanteador se transformou em um simples repuxar de lábios. — Quer saber, não importa , eu pago meu próprio conserto e você paga o seu.

Ártemis deu ré e acelerou passando pelo homem que estava apenas olhando seu carro se afastar, embora esse encontro houvesse sido rápido e casual, trouxe a ele lembranças há muito esquecidas, e que ele preferiria manter da forma em que estavam.

Ela conseguiu chegar ao seu destino quase uma hora depois de seu pequeno acidente já que ela havia colocado o endereço errado no seu GPS.

Era uma pequena construção de andares sem reboco, que a fazia se lembrar das construções holandesas, ela caminhou até a porta, na recepção tinha uma lareira que estava desligada, um balcão em que um velho senhor sentava-se e uma escadaria, não havia sinal algum de elevador.

—Boa tarde, vim ver o apartamento que está a venda — ela disse se aproximando do homem.

—Boa tarde a senhora tema que falar com o senhor Sunshine, no quinto andar — ele disse apontado para cima, Ártemis deu uma risadinha quando estava subindo as escadas pensando em quem nos quatro cantos da terra teria o sobrenome de "luz do sol".

Ártemis subiu as escadas, a porta do segundo andar estava aberta e uma garota de cabelos negros estava correndo a procura de algo, as portas dos dois andares seguintes estavam fechadas, quado chegou ao quinto andar parou um pouco na frente da porta de madeira para respirar, prendeu os frios acobreados em um rabo de cavalo e alisou a blusa branca enquanto descia o short, ela rezava que parecesse menos que havia acabado de acordar enquanto batia na porta.

—Já vai — um homem falou manso. —Lucy, já disse que não sei que horas a compradora vai chegar — ele tinha um tom exasperado, estava usando apenas a calça escura de horas antes, ao vê-la arregalou os olhos, mesmo surpresa ela manteve sua pose superior, mantendo seu olhar acima dos ombros dele. — Quem diria um anjo resolveu pousar na minha porta.

Você é o dono do prédio? — ela arqueou uma sobrancelha.

—Então quer dizer que você é a compradora? — ele se apoiou no batente e abaixou a cabeça até deixá-la bem próxima a de Ártemis que não se mexeu nem um milimetro, embora seu rosto estivesse ficando vermelho fazendo-o sorrir. — Nunca imaginaria que você seria a irmã de Sam — ele se afastou aparentemente satisfeito.

—Meia-irmã — ela corrigiu ríspida. — Mas estamos quites, nunca imaginei que ele teria amigos tão... como você, e isso não foi um elogio.

Isso o fez gargalhar deixando-a com vontade de socar a cara dele.

—Vamos lá? — ele se esgueirou pelo pequeno espaço que havia entre Ártemis e a porta.

—Não vai se vestir?

—Acho que já estou vestido, e estou em casa. A proposito, sou Apolo — ele sorria, ela riu internamente pelo trocadilho.

"Ele poderia acabar com guerras apenas sorrindo" Ártemis pensou enquanto ele estendia a mão.

— Ártemis — ela ignorou sua mão estendida, o sorriso de Apolo se transformou em algo melancólico.

—Ártemis — ele olhou para baixo e comprimiu os lábios. — É lindo.

—Agradeço, mas vou lhe perguntar novamente, não vai se vestir?

—Estou incomodando?

—Está — embora a expressão da jovem não mostrasse, ela estava fervilhando de raiva por dentro.

—Quer que eu tire a calça? — Ártemis bufou e passou por ele e começou a descer as escadas, quando chegou ao quarto andar sentiu ele segurar seu braço, sem força, apenas para chamar sua atenção.

—Espera, vou te mostrar o apartamento, é a porta à direita.

Ártemis parou ao lado da porta esperando que ele a abrisse, o local era aconchegante, embora Ártemis enxergasse apenas as costas de Apolo, ele devia nadar desde criança, a pele era levemente bronzeada e cada músculo perfeitamente posicionado, ela o observava enquanto ele caminhava despreocupadamente pelo comodo.

—Apenas minha prima e eu moramos no prédio — ele se virou e ela desviou o olhar por estar encarando-o descaradamente e fingiu estar observando o piso. — O segundo andar é o atelie da Lucy, ela mora no terceiro. A casa tem um quarto de casal com um banheiro, um para visitas, como pode ver a sala e cozinha são conjugadas, eu costumo dar algumas festas, espero que não se importe.

—Coloco isolante acústico — ela andou até o balcão que separava a sala da cozinha.

—Em que você trabalha?

—Não te interessa, e eu vou comprar a casa.

Apolo assentiu repuxando os lábios, ela discou um numero que já havia memorizado há anos.

—Guga?... Pode me trazer o dinheiro naquele endereço que deixei antes de sair?... Sim é um amor — Apolo sorriu. — O dono é a pessoa mais idiota e sem vergonha que eu já conheci — ele soltou uma risada anasalada e Ártemis fingiu não escutar. — Certo Gustavo, estou te esperando.

—Eu disse ao seu irmão que não precisava de entrada, apenas parcelas, ele não te disse, Ártemis? — ela percebeu que a voz dele mudava de tom ao falar o nome dela, era um misto de saudade com admiração.

—Vou pagar a vista, Apolo.

Ele estava na frente dela, do outro lado do balcão, não tinha como ela olhar para outro lugar, então optou por olhar nos olhos dele.

—Você é mesmo interessante. Seu namorado vai demorar?

—Não sei, não estou com ele — pouco depois de falar isso ela riu ao perceber o que havia dito, e se corrigiu suavemente, mas com certo sarcasmo. — Jamais namoraria ele, digamos que da fruta que eu gosto ele come até o caroço.

Apolo riu baixo antes de se pronunciar novamente.

—Então é solteira? — ele sorria deixando ruguinhas envolta dos olhos.

—Nunca disse isso — ela estava tentando reprimir um sorriso, Apolo olhou para as mãos dela e viu um anel de pra em sua mão direita, tinha uma lua gravada.

—Então é noiva? — Ártemis olhou para o anel como se perguntasse a si mesma o que aquelo estava fazendo em sua mão.

—Acho que isso não te interessa — disse por fim caminhando até o corredor, abriu a primeira porta, era o banheiro tinha uma banheira, uma cuba com um grande espelho na parede com moldura de prata, o piso era branco e as pastilhas a parede pretas e brancas, o quarto de casal era grande, o piso laminado e claro, assim como o restante da casa, as paredes estavam brancas, o outro quarto era igual só que era um pouco menor, ela pensou em colocar seu escritório e livros ali.

—Lucy é pintora, caso queria ela pode desenhar algo nas paredes — Apolo sugeriu aparecendo ao lado dela.

—Gustavo vai escolher um ótimo papel de parede e uma tinta que harmonize — na verdade ela mesma queria pintar seu quarto, no teto farai um céu estrelado com a constelação de Órion como principal e iria destonando até que próximo ao chão ficasse um azul clarinho. — Ele é arquiteto/design de interiores.

—E você é o que? — Apolo a olhava com curiosidade, de certa forma parecia que ele conseguia ver suas memórias, e de certa forma até ler seus pensamentos.

Quando pequena seu pai perguntava isso a ela todas as noites depois de lhe contar histórias sobre heróis, ela fava seu maior sorriso e respondia, no entanto dessa vez não sorria, desviou o olhar para o pedacinho de céu que dava para ver pela janela semiaberta enquanto respondia.

—Eu sou uma deusa

"Não importa quanto tente meu bem, há sempre algo que vai fazer você ter um relance de seu passado."

Taiane Kosty.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não esqueçam de deixar comentários sobre o que acharam :)



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