Beside You escrita por Santos


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Voltei, Vivaaaaa! Desculpa o sumiço, passei dois dias sem Internet, e no outro tentando escrever. Tenho sérios problemas; idéias eu sempre tenho, agora organizar é o mais complicado. Caso eu demore é isso mesmo. O capítulo hoje tá maiorzinho, se tiver erros aí, mil perdões, mas o office tá uma merda aqui, e eu sou meio analfabeta ( porque analfabeta tenta escrever fanfics? -Refletindo- kkkkk)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/627717/chapter/4

Meu pai ter chamado o Cobra de volta pra academia foi a melhor coisa que poderia ter feito, já que ele ta sem treinar faz um bom tempo. Toda as vezes nas minhas idas a loja de suplementos, ele reclamava de como é ruim ficar sem dar seus golpes, eu o entendia bem, também passei dias sem treinar e isso me fazia muita falta mesmo. Sai da loja indo direto pra casa, Dandara ia fazer aquela janta típica dela. Bem capaz de ter a macarronada que o pai tanto adora. Estava em frente de casa, olhei para cima e vi Bianca na sacada me encarando desconfiada, ela fazia movimentos como se apontasse para algo, olhei pro lado e vi Pê de braços cruzados e o rosto raivoso. Me perguntei se ele teria me visto saindo do QG e esse seria o motivo de toda a irritação.

– Tava lá, Karina ? - Sua voz ressoou num tom irônico de maldade. Eu sorri sarcástica fazendo a minha face ser óbvia para a sua pergunta. Se havia me visto saindo, por que diabos perguntava ? - Você hoje mal falou comigo, mas teve tempo pro seu amigo ? - Pedro estava se roendo de ciumes. - Os globos oculares se reviraram a todo instante, com a minha demora em dar uma explicação. Ficava cada vez mais impaciente.

– Sim, estava. Fomos comemorar, ele vai treinar na academia do meu pai de novo. - Soltei tudo curta e grossa. Pedro olhou para outra direção prensando a boca de ódio. - Acho que não devo explicações. - Rebati da forma mais ignorante. - Eu to cheia desse grude Pedro.

– Eu te disse que se tivesse algo errado você podia me contar. Mas parece que seu consolo é apenas com o Cobra, né ? O quê vê nele Karina? - Aumentei o tom de voz. Digamos que se a praça estivesse lotada de pessoas seriamos a atração principal dali. Fiz menção em falar mais alguma coisa, em me irritar de novo.

Eu estava adiando tudo aquilo, porque não conseguia mais sofrer por nada, queria paz pelo menos um pouco. O guitarrista me segurou pelo braço fazendo pressão.

– Eu não quero brigar com você. Mas assim não dá, K. Acho melhor pormos um fim nisso. - Quando menos esperei as lágrimas caiam dele e de mim também. Doía mais que tudo ouvir essas palavras, jamais pensaria em Pedro tomar essa atitude, logo ele quem sempre esteve fazendo tudo para continuarmos firmes e fortes. - Sei que depois das mentiras tudo ficou confuso na sua cabeça. Eu fui atrás de você, fiz minha parte para me redimir. Até ser a gota d' água vendo a cena Cobrina naquele dia. Você também fez sua parte e foi atrás de mim e se redimiu, nunca pensei na esquentadinha correndo atrás do guitarrista. Valeu todas as coisas vivenciadas por nós dois, mas sei que você esta sufocada comigo e essa relação. Então, Karina vamos resolver isso. - Fiquei estática ao ouvir tudo isso. Ele conseguiu ter uma coragem muito maior que a minha, eu nem tinha pensado no termino. Estava tão bem após ter conseguido me entender, que me esquecia da nossa relação desmoronando pelos lados.

Tremia todo meu corpo ainda chorando, mal conseguia pronunciar palavras a ele. Acho que fiquei durante cinco minutos estática, sentindo Pedro afrouxar a mão do aperto em meu braço.

Nossas visões nem se encontravam mais, suspirei e ergui minha cabeça de novo, o encarando com as poucas camadas do meu choro caindo sem rumo. Começava a me estabilizar novamente.

– Acabou. - Afirmei firme sem chorar desta vez, Pedro por sua vez se conteve e, balançou a cabeça concordando comigo. Ele se virou e caminhou em direção a sua casa, antes o abracei pela traseira e corri entrando em casa.

Pedro

Tinha sido uma noite difícil. Entrei em casa e minha mãe estava sentada no sofá vendo algum programa na tv, tentei disfarçar ao máximo a minha cara de derrotado, porém, foi quase inútil sentindo um buraco em mim. Eu ter aceito o dinheiro da Bianca e namorado a esquentadinha foi como ir do céu ao inferno. Os momentos bons sumiram na velocidade da luz, as coisas vivenciadas por ambos seriam impossíveis de se resgatar. Karina estava distante há um bom tempo, nossas conversas sempre estavam sendo vagas e faltando entusiasmo, cada vez mais sentia que a perdia de novo. Isso foi o fim. Mesmo eu brincando, fazendo piada o tempo todo, precisava agir de uma forma matura, se ela ia fugir e agir friamente comigo, resolvi eu mesmo intervir na situação e acabar. Nem eu, nem ela merecíamos viver desse jeito.

Karina

Amanheci sentindo abaixo dos meus olhos inchaços que se pudessem se assemelhar com algo, seria: Duas enormes bolas de ping-pong.

Encarava o saco de areia com certa distância da minha sanidade. Hora girava, hora voltava cada palavra dita por Pedro. Eu devia estar me sentindo com um peso a menos, porém, foram meses junto dele. As coisas não se apagariam de uma hora para outra, muito menos me esqueceria das coisas vivenciadas no tempo que ficamos juntos. Quando golpeei com o punho direito pela ultima vez, senti meu corpo se enfraquecer, em seguida duas mãos me guiavam a algum lugar da academia. Devido a minha visão ter embaçado pois tinha quase apagado, não consegui perceber quem teria me salvado de atingir o chão, apenas tive uma desconfiança quando as pontas dos seus dedos tocaram o lado esquerdo do meu rosto, trilhando da parte ossal da maça do rosto até meu queixo. Meu corpo dava leves choques, eriçando meus poros. Realmente sentir aqueles dedos familiares me passou conforto ao mesmo tempo que me desmontou por inteira.

– K ? - Chamou quase em um sussurro. Só depois visualizei os olhos castanhos que estavam sem brilho, acompanhado da afeição preocupada. Cobra estava ali de novo, tinha sido ele que havia me segurado minutos antes de estar aqui. Meu rosto antes encarava o piso, para então vê-lo perfeitamente. - O que aconteceu ? - Pus uma mão na cabeça ainda tonta. Por mais que eu estivesse de olhos abertos tive pouca percepção do meu mal estar.

– Eu tava entrando na academia, e você derrepente cambaleou pros lados. - Me levantei segurando na mesa do escritório, o lutador me guiou de volta, voltando a abrir os lábios para terminar de falar. - E eu te segurei. Depois o Gael me disse que cê tinha passado mal a noite. - A voz de Cobra ecoava de forma ansiosa, acho que ele esperava que eu lhe soltasse tudo bem ali.

– Posso falar depois ?

– Sim. Vai no QG se tiver melhor. - Assenti e ele sorriu fraco.

Assim, o dia passou comigo me lembrando dos rastros das cenas. Mal consegui pisar meus pés em casa, apenas tomei banho no vestiário feminino e sai pra fora da Antiga Fábrica. Olhei pelos lados enquanto esfregava os dedos no casaco. Estava um frio gélido, e caia aquela garoa com um céu quase negro. Eu não tinha nem mesmo ido á escola, passei o resto da tarde com meu pai. Tinha ficado preocupado de me deixar sozinha em casa e, pediu pra que eu ficasse trabalhando com ele, claro que inventei qualquer desculpa e pude fugir das suas garras de pai protetor.

Cheguei em frente a porta da loja de suplementos vendo o moreno com as mãos no queixo e lendo algum papel em cima do balcão, fiquei o observando, estava tão interessante o jeito concentrado dele que queria até mesmo registrar a cena. Bati duas vezes suficientes pra que ouvisse, ele saiu de lá num pulo abrindo a porta e me puxando pelo braço. Só consegui olhar atrás e ver como suas costas eram largas, tipicamente porte de um verdadeiro lutador.

– Começa a falar gatinha. - Já estávamos naquela vibe de trocar socos, Cobra se colocava na posição de ataque, eu desviava apenas, pois queria achar frases certas na hora de desabafar.

– Bem, vou ser direta. - Fiz aquele silêncio, enquanto o punho dele tentava me atingir de forma precisa. - Terminei com o Pê, Cobra. Terminei... - Repeti a palavra “Terminei”, queria ter coragem de conseguir pronunciá-la. - Estava quase que impossível pra mim. - Em seguida arfei pesado pondo a mão no peito. Me sentei na cadeira e vislumbrei o rosto dele me encarar de forma acolhedora.

– Sinto muito mesmo, sei o quanto gostava do mané.

– Ainda gosto. - Afirmei, concretizando isso que sempre senti por Pedro.

– Mas acho que nem sempre é o suficiente, não é ? - Encontrei seu olhar que parecia me esconder algo. Sabíamos quando as coisas iam de mal a pior, então bastava observar bem antes e ter certeza.

– Sim, nem sempre... - Percebi que a frase soava insatisfeita, e Cobra se perdia as vezes nos próprios pensamentos.

– Jade foi embora. - Confessou-me quase relutante. Então era isso. - Vazou. Foi fazer a tão sonhada vidinha dela, e o vagabundo aqui, ficou. - Por fim, socou o saco de areia agressivamente, travando a mandíbula. - Fiquei aqui. - Gritou ecoando pelo minúsculo espaço. - Acho que somos dois azarados nesse lance de romance. - Concordei. Isso nunca fora mentira. Gostei de Duca, e agora tinha acabado um namoro. Percebi que amadureci quando a realidade veio a tona: Nem sempre as coisas podem dar certo, nem sempre o amor prevalece.

– É, infelizmente não nasci pro “Me dar bem” nessa coisa de amor. - Disse aceitando meu fracasso, o mesmo encarou-me sorrindo insanamente e me puxando em embate de luta, firmei meus pés e mãos, fechei os dedos nas palmas e ergui os braços.

Braços iam e vinham de forma brusca, queríamos descontar todas as frustrações, decepções e lutas perdidas. Cobra sumiu do mapa me agarrando por trás e predendo-me em seus braços. Sugestivamente, meus ouvidos tinham os arrepios as principais sensações ocasionadas pelo halito dele, que respirava com dificuldade, pudia sentir seu peito descer e subir nas minhas costas.

– Sabe, sempre me envolvi com garotas da minha cidade sem compromisso algum. - Murmurou roucamente. Não me surpreendi, assim como sabia do seu lado bom, tinha plena visão de sua forma canalha de agir, suas palavras provavam isso. - Nunca sofri. Dizem que viver de relações vazias, sem sentimentos, é doloroso. - Tentei me desprender, mas ele me segurou ainda mais forte. - Eu discordo. Se não há sentimentos, não há dor. Acho que prefiro o vazio. - Indagou me soltando em seguida.

Por um minuto aquela confissão me deixou na retranca, com um peso no peito. Na verdade eu tinha de concordar, as vezes é melhor estar vazio.

– Eu concordo. Melhor não sentir nada, do que sofrer por amores complicados. - Torci a boca insatisfeita. O maior me encarou de forma terna na hora do ato.

– Você vai achar um cara legal, K. Você é uma garota incrível. - Afirmou.

Meu coração foi a mil ou até um milhão, capaz de estourar até mesmo uma máquina de contagem cardíaca. Cobra sempre me reanimava quando eu tava por um fim, afim de desistir de tudo. Suas palavras, seu jeito de se preocupar sempre me fazia aquietar o coração, e quem sabe emendar o pouco das minhas feridas.

– Digo o mesmo para você.- Saltei o queixo em sua direção.

Ele veio andando em minha direção abrindo os braços, sem conseguir negá - lo, me aninhei no calor do seu peito, que convenhamos, ser bem convidativo.

Cobra conseguia ser metade das coisas que nunca é com as outras pessoas, simplesmente, minha presença parecia despertar seu lado bom. Meus lábios esboçavam um sorriso a cada vez que conseguia ver esse jeito escondido bem ali. Ele tinha um cheiro um confortável de perfume masculino, o que me fez enfiar as narinas em sua camisa e ficar inspirando o aroma.

– Tá meio tarde senhorita, melhor ir. - Alertou sobre hora no relógio do seu celular. Assenti vestindo o casaco, e me direcionando a porta. Antes que eu pudesse pisar na rua, o mesmo me segurou e depositou um beijo leve no topo da minha testa, fechei meus olhos.

Fui pra casa aliviada, tirei os sapatos, me joguei na cama. Fechava os olhos e me lembrava de cada palavra, cada ação e do calor de seu corpo. - Karina Duarte estava prestes a enlouquecer após essa noite. -


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beside You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.