Apenas mais Uma de Amor escrita por Thaís Romes


Capítulo 1
See You Again


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Então, percebi que estava ficando com um histórico de histórias enorme, tudo devido as ones que posto. Então resolvi criar essa fic, que vai agrupar todas elas em uma só.
Essa primeira foi inspirada na música See You Again, vou colocar o vídeo pra vocês!

https://www.youtube.com/watch?v=xgYxrxeUoHg

Percebi que ninguém olhou para o lado de Diggle com toda aquela história de Oliver virando o Voldemort, e foi o que resolvi fazer aqui. Espero que gostem!



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See You Again

“Tem sido um longo dia, sem você, meu amigo, e eu vou contar tudo quando te ver de novo. Nós progredimos muito, desde que começamos, ah, eu vou te contar tudo quando te ver novamente. Quando te ver novamente.”

Depois da morte de Danny pensei ter sentido a pior dor que poderia, mesmo depois de ter voltado da guerra, e ter perdido tantos nos campos de batalha. Ter um irmão assassinado não se compara a isso, é pior do que qualquer tortura. E agora estou vivendo esse inferno mais uma vez.

-Johnny, tenta dormir. –sinto as mãos de Lyla acariciarem minhas costas. –Já está clareando e você não pregou os olhos.

-Eu estou bem. –seguro sua mão que estava me tocando e a beijo. –Pode dormir. –ela bufa em contragosto, mas não discute mais.

A quase uma semana meu melhor amigo, meu irmão, seqüestrou minha mulher, dentro da minha casa, na frente da minha filha que carrega o nome de uma mulher que ele amou. Não posso fechar meus olhos desde então, passei a ver a imagem de Oliver, Al Sah-Him ou o escambáu segurando uma katana, a ponto de me matar. Confiaria a minha vida nas mãos dele, ou pior, daria a minha vida por ele, não importa a lavagem cerebral que aconteceu, pensava que nossa amizade fosse maior do que isso. Estar errado é pior do que o luto, ou o desejo inútil de vingar o homem honrado que Oliver foi um dia. Não sonho mais desde então, meus sonhos passaram a acontecer enquanto estou acordado, e todos eles envolvem minha Glock e a cabeça de Ra’s Al Ghul.

O dia é longo demais, chega a ser um alivio quando ele finalmente está perto de acabar e podemos ser o que precisamos. Como disse, somos tudo o que restou do Arrow, e ao olhar em volta para todos os rostos devastados de cada pequena parte dele, posso constatar que ninguém queria realmente estar aqui, mas não está pronto para o deixar ir. É como uma forma de nos enganar, fingir que Oliver está vivo. Então fazemos o que ele fazia, derrotamos os inimigos que um dia foram dele, e mantemos sua cidade a salvo. Deus sabe que é isso que tem me mantido são.

-Acabamos por hoje? –pergunto entrado na sala de Ray, que ele acabou cedendo para o time depois que perdemos a caverna, melhor assim, menos lembranças para lidar.

“Como não falar de família, se família é tudo o que temos? Tudo o que passei você estava ali de pé ao meu lado. ”

Nós fingíamos que nada estava diferente, tentávamos agir normalmente. Laurel caiu de cabeça na história de ser uma vigilante, e não parava de perseguir até o ultimo traficante que existia em Starlling. Felicity tentava parecer a mesma, era como se estivesse se esforçando para ser feliz, mas estava mais quebrada do que todos nós. Eu, bom, eu tenho toda essa raiva, e os sonhos que já contei. E por fim há Thea, a qual Felicity conseguiu tirar da cidade, com certeza parte de seu plano de semear alegria em todo o mundo. Se ao menos seus sorrisos fossem sinceros, eu poderia fingir que acredito.

-Finalmente. –ela sussurra me olhando.

-Tenho um caso pela manhã, quanto mais prendemos, mais tenho para acusar. -Laurel diz tirando a peruca. –É como trabalhar em turno integral. –Felicity esboça um sorriso ensaiado se despedindo atentes de Laurel sair.

-Vou te levar para casa. –declaro em um tom que não dá espaço para contestações.

-Estou de carro John. –diz olhando para o nada, com os pensamentos longe.

-Eu sei. –pego meu casaco e vou em sua direção. –E esse é o único motivo para eu estar te levando para sua casa. Precisa parar de usar seu antigo carro Felicity, ele quebrou duas noites seguidas, não gosto de pensar em você esperando o reboque sozinha no meio da madrugada. E nem vou falar sobre a mancha de sangue no banco de trás.

-Eu nunca ligo para o reboque. –se defende, mas levanta, pegando o casaco e a bolsa, caminhando em direção a saída a meu lado. –Ligo para você!

-Se livre do carro. –revido sem deixar me abater por sua expressão adorável.

-Não posso. –ela suspira, e resolvo não falar mais sobre isso enquanto esperamos o elevador. –Você precisa dormir John. –não olha em minha direção.

-O que Lyla te contou? –tento não passar a irritação que sinto em minha voz, mas é impossível que não transmita um pouco dela.

-Ela não precisa contar. –o elevador chega e entramos nele, cada um de nós escora o corpo em uma das laterais, o mais distante que podemos. –Você é minha família Dig, eu te conheço.

“Vocês fizeram o possível e o sentimento ficava mais forte. O que era pequeno se transformou em uma amizade, a amizade se tornou uma ligação, e essa ligação jamais será quebrada, o amor nunca vai se perder.”

-Tem sido longos dias. –é tudo o que falo, mas ela entende que esse foi um pedido de desculpas. Nos olhamos por um segundo antes da porta se abrir, e um sorriso triste modela seus lábios.

-Eu sei. –responde, é sua forma de me perdoar.

O caminho até a sua casa é silencioso, mas conseguia sentir um pouco de paz em ter Felicity por perto, era mais fácil me lembrar do antigo Oliver com ela ali. Tentei a convencer a passar alguns dias em minha casa, comigo e Lyla, apesar de não acreditar que Al Sah-Him volte, não posso deixar de pensar que ela seria a primeira pessoa que ele procuraria. Nada me tira da cabeça que ele só não a levou no lugar de Lyla por que sabia que estaria de olho em Felicity enquanto a Liga estivesse na cidade, mas então algo me incomoda ainda mais nessa história, se ele quisesse pegar Felicity, será mesmo que conseguira pará-lo? Por que caiu no truque das armas, ou pior, como ninguém a atacou durante o combate.

-No que está pensando? –escuto sua voz, mas mantenho meus olhos na estrada. –Quase posso ver a fumaça escapando por seus ouvidos. –brinca.

-Oliver.

-Oliver... –repete abraçando o próprio corpo. –Penso nele o tempo todo.

-E no que aconteceu semana passada. –agora chego a ouvir Felicity prendendo a respiração, como sempre faz quando está nervosa.

-Não era Oliver John, pensei que já havíamos concordado com isso.

-Eu nunca concordei, você declarou e ninguém mais quis te contestar. –corrijo, mas esboço um pequeno sorriso para ela. –Existem buracos demais nessa história toda.

-Oliver nunca faria aquilo com Lyla. –defende como uma leoa com uma nova cria.

-Sabe quando comecei a perceber os sentimentos de Oliver por você? –a vejo negar através do retrovisor, mas um pouco de brilho volta a existir em seus olhos. –Quando ele te expulsou da caverna, no dia em que Elena apareceu querendo se vingar do pai.

-Não foi nada afetuoso Dig! –protesta rindo.

-Oliver só cogitou matar Elena, quando ela foi atrás de você. –esclareço, mas não acho que consegui me fazer entender ainda. –E tive certeza quando ele matou o Conde.

-Vou tentar não pensar em como isso fez parecer que eu sou como o mirakuro para o Oliver. –debocha, mas era quase isso.

-Ele te protege, esse é sempre seu primeiro instinto, é quem Oliver é.

-O que quer dizer? O que isso tem a ver com o Dark Oliver?

-Quando o restaurante explodiu em seu primeiro encontro, ele te tirou de lá, sem nem olhar em volta, mesmo sendo um herói. Mataria Cooper se você não o tivesse parado quase sozinha. Se iludiu que você havia escolhido Palmer, por que no fundo pensou que com ele você teria uma vida pacata, quase chata, mas longa. –estaciono o carro em frente à sua casa e tiro meu cinto, para olhá-la de frente. –Por mais que quisesse, e eu sei o quanto ele queria, Oliver não se deixou levar por seus sentimentos, por que era você. Precisava ver como ele ficou quando precisou controlar a armadura do ATOMO à distância, foi a primeira vez que esteve em perigo e Oliver não podia ir pessoalmente te salvar. E acredite quando eu digo, que nunca o vi tão atormentado antes.

-Adorei a retrospectiva do meu não-relacionamento, mas John, você não está fazendo sentido. –sussurra, e sei que já estou colocando o dedo na ferida a esse ponto.

-Ele poderia ter te levado no lugar de Lyla, poderia ter deixado Maseo te revistar. –respiro com pesar. –Sei que quer mais do que tudo acreditar que aquele que vimos não era ele, mas se realmente não fosse por que uma agente da ARGUS treinada, no lugar de uma especialista em TI, que também é a pessoa que todos nós protegeríamos. Você seria o alvo perfeito. Qualquer um que já esteve dentro do time saberia disso.

-Eu estava com você John, tinha algum de vocês comigo o tempo todo, ou quase todo o tempo. –responde confusa.

-Apenas um de nós Felicity, ele tinha soldados o suficiente para nos deter, e te levar. Nós ficaríamos loucos para recuperá-la, talvez nem montássemos um plano. Mas Oliver não chega nem mesmo em pensar em te machucar, aquilo não seria como o foi para enganar Slade, sua vida estaria mesmo em risco, e talvez ele não pudesse te salvar...

-Acha que Oliver ainda é Oliver, e mataria Lyla se preciso? –sua voz já era impaciente.

-Acho que você não quer aceitar a verdade. –apesar de minhas palavras serem duras, meu tom não era, não queria mais brigar. –Só... –sinto sua mão em meu ombro.

-Eu sei que está com raiva, ele era seu melhor amigo, seu irmão e o que te fez foi horrível. Mas não pensou que eu por ser o alvo perfeito, também seria o mais obvio? –ela me olha nos olhos, aquilo ainda não explicava como ele caiu no truque das armas. -Nós o amávamos John, eu ainda o amo. –sussurra baixinho me fazendo olhar em sua direção, pela primeira vez desde que voltamos de Nanda Parbat consigo ver como Felicity realmente está. –Oliver pediu para que eu continuasse a viver a minha vida, feliz. –uma lágrima escorre por seu rosto, e finalmente consigo entender por que estava agindo de forma tão estranha. –Disse que era como ele conseguiria sobreviver a isso... Esse, não é o homem que seqüestrou sua esposa John. –dizendo isso ela solta seu cinto de segurança e se inclina em minha direção para beijar minha face. –Boa noite! -espero que ela entre em sua casa antes de dar partida no carro.

“Se a irmandade vem primeiro a linha nunca será cruzada, e nós firmamos essa linha quando foi desenhada, e alcançamos essa linha. Lembre-se mim, quando eu partir.”

Queria mais do que tudo que Felicity estivesse certa, e o cara em quem confiei não fosse o mesmo que traiu essa confiança do jeito mais baixo de todos. Eu lutei a seu lado, era seu guarda costas, deveria o ter protegido e falhei. Agora, ao entrar em minha casa e ver a foto de Oliver a meu lado no dia do meu casamento, só consigo me sentir fracassado.

-Vou cuidar de sua irmã, proteger Felicity por você e dar um fim naquele carro velho dela, antes que uma tragédia aconteça. –fecho meus olhos e começo a falar em voz baixa, como uma espécie de oração. –Cuidar de sua cidade, posso fazer o que você faria, posso ser o que for preciso. Mas não posso conseguir meu irmão de volta. –Olho para a foto e como ele parecia contente por minha felicidade.

“Tudo o que passei e você estava do meu lado, e agora você vai comigo para a ultima corrida. Então deixe a luz guiar seu caminho, guarde todas as lembranças enquanto parte. E cada estrada que pegar, sempre te trará para casa.”

-Cara, não sei o que é pior. Se é pensar que está morto, ou essa sensação chata de que era tudo um plano. –volto a foto para o lugar em que estava. –Tenho medo que se caso for a segunda opção, eu nunca consiga te perdoar. –murmuro indo em direção a meu quarto.

“Tem sido um longo dia sem você, amigo, e vou contar tudo quando te ver novamente. Percorremos um longo caminho de onde começamos. Ah eu vou te contar tudo quando te ver novamente, quando te ver novamente...”


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Notas finais do capítulo

Comentem galerinha, pra saber se essa história de coletânea vingou.
Bjnhos!