-O quê?! – Vanessa exclamou.

-Isso mesmo, garota. 800 reais, pode ir passando. – disse o taxista.

-C-como assim 800 reais? Era só levar a gente até o aeroporto!

-Então, você poderia ir ao aeroporto da sua cidade ao invés de vir até o Rio de Janeiro. – o taxista revoltou-se.

-RIO DE JANEIRO?

-Vai pagando.

-OK, sou bonada mesmo. – ela disse por fim.

-O quê? – disse Wimpy.

-Bem, eu sou bonada. Acho que isso já está bem claro na história, não? Pessoas pobres como vocês poderiam pagar um táxi para carregar malas?! Me poupe!

-Hey! – disse Wimpy.

-É, Wimpy, pior que ela tem razão. – disse Gabriel.

-Toma, fica com o troco. – disse Vanessa dando duas notas de 500 reais do Banco Imobiliário para o taxista.

-Que Zeus te abençoe, minha filha. – disse o homem antes de ir embora.

-OK, vamos, não temos muito tempo! – disse Vanessa entrando no aeroporto. Os dois locomoviam-se extremamente mais lentos atrás com seus guarda-roupas móveis [malas].

-Disney, por favor. – disse Vanessa á moça do guichê de informações apresentando as três passagens.

-Portão de número 15. 1ª classe embarca em 20 minutos.

-Obrigada. – disse Vanessa locomovendo-se para a esquerda. -8... 9... 10... – ela andava apressada. – ANDEM, IMBECIS! – ela exclamou por fim.

-Eu preciso fazer pipi... – disse Wimpy se contorcendo.

-O quê? – exclamou Vanessa.

-Pi-pi. Número 1, o líquido, sabe?

-Agora? – disse Gabriel estressado.

-30 segundos ou eu me explodo todinho.

-Ahm, vai rápido. – disse Vanessa apontando uma placa de banheiro. Sandro foi correndo e voltou cerca de 5 minutos depois, aliviado e com um sorvete na mão.

-Sandro, onde você estava?!

-Ah, foi uma história até engraçada. Eu estava no banheiro e um homem perguntou se...

-NÃO IMPORTA! VAMOS LOGO! – disse Vanessa enfiando os bilhetes na mão da moça, jogando as malas na esteira rolante e passando por frente de todos no embarque para o avião.

-Idosos tem prioridade! – exclamou uma senhora inconformada.

-Vai ver se estou na esquina, vovó! – retrucou Vanessa fazendo gestos inapropriados com uma das mãos.

-Aquela era sua avó? – perguntou Gabriel confuso.

-Bom dia, senhores. Este é o vôo 1468 com destino á...

-Eu já sei pra onde o avião vai! – exclamou Vanessa passando pela aeromoça.

-Ela está naqueles dias... – disse Sandro que passava logo atrás. A aeromoça perguntava-se internamente “Mas que mer...?” quando Gabriel passou e disse:

-Tê-Pê-êMe...

Sem informação de número da cadeira ou qualquer coisa assim, os três se sentaram na 1ª fileira, acreditando que aquela era a 1ª classe. Na verdade, aquele lugar não parecia ter nada de diferente do resto do avião e ainda tinha uma parede na frente. Três homens barbudos sentaram-se nas três poltronas do outro lado do corredor. Pareciam figurantes da dança indiana, só que mafiosos. Cerca de cinqüenta homens do exército também entraram no avião. Um deles com uma estrelinha dourada na roupa disse:

-É maravilhoso ter soldados tão jovens servindo o nosso país.- disse o homem antes de dirigir-se até seu assento. Gabriel, sentado no assento mais próximo ao corredor disse:

-Tomara que esse seja o nosso guia, ele é o mais engraçado.

-Eu queria sentar na janela! – disse Wimpy depois de concordar com a fala de Gabriel.

-Mas eu que ganhei a promoção então EU escolho onde eu vou.

-Isso é discriminação! – disse Gabriel.

-E daí?! Eu O-DE-I-O você.

-Plagiar coisas da própria vida é o cúmulo! – disse Gabriel encerrando o assunto. Papos triviais ocorriam enquanto o avião decolava.

-Senhores passageiros, estamos voando á 5.000 pés e subindo. – disse o piloto.

-Uau! – disse Wimpy. –Nem se juntarmos o pé de todo mundo do avião dá pra fazer isso! – e alguns minutos depois, outra mensagem:

-Estamos agora á 22.000 pés, e é por isso que só dá pra ver nuvem das janelas.

-22.000?! Acho que eu nem sei contar até esse número! – disse Gabriel.

Um dos barbudos dos assentos do lado começou a fumar um cigarro de palha, o que incomodou Vanessa. Olhando para trás, Vanessa viu vários outros homens fumando, uma nuvem de fumaça cobria o avião. Uma mulher com o carrinho de alimentos abaixou a cabeça tirando-a da névoa e perguntou:

-Aceitam uma barrinha de cereal?

-Quero duas! – exclamou Wimpy.

-Me desculpe, senhor, mas o limite é de uma por cliente. – a aeromoça disse. Wimpy pegou triste sua barrinha e começou a mastigar.

-Está dura!

-Claro que está, a validade expirou tem 4 anos! – disse a aeromoça.

-Por favor, senhora... Não seria proibido fumar no avião? – disse Vanessa polidamente.

-Claro que não. O fumo não é proibido neste estabelecimento, vide plaquinha. – disse ela apontando para uma plaquinha em frente aos assentos com os escritos “O Fumo não é proibido neste estabelecimento.”

-Mas o cigarro pode causar uma pane no sistema do avião e nos fazer cair!

-Esse avião possui uma zona de fumantes e além do mais... Morrer hoje, morrer amanhã, tanto faz! Estamos indo pro Afeganistão, minha filha! – disse a mulher por fim.

-Afegan-o-que?! – gritou Vanessa.

-Afegan-o-onde?! – gritou Gabriel.

-Validade vencida?! – exclamou Wimpy.

-Aah! Cadê o meu cachê? – gritou Juliana Paes.