Namorada de Mentirinha escrita por Lari


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Capítulo especial..
Vocês vão saber o que a Rita está achando de toda essa situação..
Boa leitura ;)



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Quando a vadia da Manuela terminou com o Davi. Meu filho tinha simplesmente se fechado para todos até o dia da sua viagem de intercambio.

Eu nunca tinha aprovado Manuela. Mesmo quando era uma criança, você podia dizer que ela não seria uma boa pessoa. Para ser completamente honesta, eu nunca gostei de nenhum dos Yanes. Eles estão sempre em busca de status, apenas preocupados com si mesmo, são totalmente pretensiosos. Eu não entendo até hoje como o Plínio consegue estar perto do Fred... e muito menos ser amigo dele. O Fred que eu tinha conhecido na época da faculdade era até tolerável, mas depois que ele se casou com a Gláucia ele simplesmente ficou insuportável. Então eles decidiriam procriar e passaram suas características menos que desejáveis para os filhos.

Algumas pessoas não deveriam ser autorizadas a terem filhos.

Ludimila, sabia manter as pernas fechadas, mas é chata pra caralho e um tanto vadia. Manuela era a maior vadia, claro que depois da mãe dela. E tinha o garoto que era um playboy que não fez nada de útil com a vida além de sair pegando qualquer uma.

Eu sinceramente não sei porque esperaria que esses meninos fossem diferentes. As meninas afinal, eram filhas da mãe delas e o garoto puxou o pai.

Quando eu conheci a Gláucia ela foi completamente desagradável comigo, só porque eu era de classe média. Tirando sarro por eu ser do interior. Mas eu tinha Dorothy como amiga, e vamos apenas dizer que enquanto eu era uma dama e aguentava tudo calada, minha amiga era vadia o suficiente para me defender. Lembro de uma festa de calouros que a gente foi que Gláucia começou a falar comigo com desprezo que Dorothy ‘sem querer’ jogou vodka na roupa dela toda. Lembro que ela caiu na risada logo depois, não tinha nem como dizer que ela sentia muito pelo ‘incidente’.

Foi nessa mesma festa que eu conheci o Plínio, e desde então não nos separamos mais. Antes mesmo que eu percebesse, estávamos nos casando e Deus nos abençoou com três filhos incríveis.

Eu morreria por qualquer um dos meus filhos. E mataria também.

Eu lembro que na época eu senti uma enorme vontade de matar Manuela pelo que ela estava fazendo o meu filho sofrer.

Ele se sentiu totalmente inferior, não se sentindo bom o bastante. Para mim Manuela não passava de uma grande filha da puta, no sentido mais literal da frase!

Admito que me senti um pouco culpada, pois eu não queria que ele realmente a pedisse em casamento. Mas Plínio teve paciência com o meu momento de mãe e me fez ver que apesar de eu não querer que eles se cassassem eu nunca quis ver o meu filho sofrer do jeito que ele estava sofrendo.

Davi sempre foi o mais sensível dos três. Com um coração bondoso e sempre gentil com os outros isso às vezes o prejudicava.

Ele sempre fez de tudo para fazer aquela harpia feliz. Eu não sei o quanto de dinheiro Davi chegou a gastar ao longo do relacionamento deles, só sei que ele fazia de tudo para ela estar feliz. E eu não consigo me lembrar de uma única vez que ela tenha feito um simples elogio ao meu filho... ou no mínimo demonstrado algum grau de preocupação com ele.

Era sempre:

Davi, eu quero...

Davi, eu preciso...

Davi, eu preciso ter...

Deixe-me ter...

Vadia, é isso que ela é. Uma grande vadia!

Eu fiquei preocupada com ele quando ele foi para o intercambio, afinal ele ficaria sozinho lá. Ele estaria por conta própria e eu não me sentia bem sobre isso.

No primeiro mês eu ligava para ele praticamente todos os dias para poder saber como ele estava, se estava se alimentando. Aos poucos vi meu filho reagindo!

Quando ele finalmente se formou a família toda foi prestigia-lo e foi quando ele nos deu a noticia que não voltaria para o Brasil, pois tinha recebido um convite da Marra para poder trabalhar. Eu fiquei decepcionada por não ter meu filho de volta, para dizer a verdade ele não tinha voltado ao Brasil uma vez desde que tinha ido estudar na Califórnia, a gente que sempre o visitava ou marcávamos uma viagem juntos.

Então um dia durante as nossas conversas por telefone eu notei algo diferente. A sensação de alegria dele começou a irradia mesmo pelo telefone através da sua voz. Quando eu perguntei sobre isso,ele me respondeu que não sentia nada diferente. No entanto eu conheço meu filho, eu simplesmente sabia que tinha algo ali.

À medida que os dias passavam, sua voz recuperava o mesmo vigor. Me questionava o que poderia ter sido a causa dessa reviravolta. Mas fosse o que fosse, eu estava muito feliz.

Então o Matias finalmente pediu Danusa em casamento, toda a família ficou feliz com o pedido, apenas ficamos triste pelo fato do Davi não estar presente. Mas quando foi decidida a data de casamento, a gente sabia que ele viria. Ele não perderia o casamento do próprio irmão.

Então eis que ele me avisa que viria acompanhando, tentei saber um pouco mais sobre essa acompanhante, mas ele fez um completo mistério. Luene tinha demonstrado sua preocupação quando a avisei que ele viria acompanhando, ela pensava o mesmo que eu sobre o namoro do Davi com a Manuela, a gente apenas esperava que ele não tivesse encontrando outra como aquela vadia.

Mas ao ouvir sobre essa acompanhante, me vi um pouco nervosa. Será que ela era boa para ele? Será que ela gostaria de nós? Será que nós gostaríamos dela? Eu sinceramente esperava que tudo corresse bem.

Eu estava definitivamente nervosa no dia da chegada deles.

Então, eu a vi... de pé em frente a minha casa me olhando um tanto quanto assustada. Ela tinha uma postura de osso duro, mas eu podia ver que ela estava nervosa. Dentro de meia hora depois de conhecê-la, pude descobrir sua inteligência, astúcia e respeitabilidade. Eu já gostava muito dela.

Então, Gláucia e Manuela apareceram.

Era óbvio que Manuela tinha feito questão de vim quando soube que Davi estava chegando, quando comentei que ele viria acompanhado ela vez ainda mais questão, acredito que de alguma forma ela queria medir Megan. Tudo parecia muito infantil da parte dela para mim. Eu fiquei um pouco receosa por Megan, quando Gláucia se apresentou, ela poderia ser uma verdadeira vadia, eu não tinha me esquecido de como ela me tratou quando me conheceu. Eu simplesmente não queria que Megan pensasse que a gente era de alguma forma parecida com a família Yanes. Mas Megan me surpreendeu, levou tudo de mim para não rir quando ela não disse a Gláucia quem eram seus pais. Era obviou para todos que Gláucia estava querendo colher informações sobre ela para poder usar contra depois. Enquanto eu observava a troca, eu me vi impressionada com a forma que Megan respondeu e ainda evitou todas as perguntas de Gláucia. E ela ainda sorria como se dissesse “Eu sei o que você está tentando fazer e não vou dizer nada”. Foi nesse momento que eu decide que eu a amava!

Davi ficou o jantar inteiro olhando para Megan. Ele estava realmente apaixonado por ela. Eu não consegui esconder meu sorriso de contentamento com a visão dos dois. Uma hora ela pegou o olhar dele e se perdeu lá. Nesse momento, eu desviei o olhar, pois não queria me intrometer, mas eu vi.

Amor.

Naquela noite quando eu estava me preparando para dormir, Plínio foi para o assunto.

– Então? – ele arqueou uma sobrancelha. – Quais são seus pensamento?

– Eu gosto dela. – eu sorri, indo me deitar. – eu realmente gosto dela.

– Eu também. – ele balançou a cabeça, me puxando para perto. – Ela é diferente... é corajosa. Ela é boa para ele.

– Ele a ama. – disse me aconchegando nele. – Eu posso dizer isso.

– Sim. – ele apoiou o queixo na minha cabeça. – E ela é linda.

– Sim. – concordei. – A Luene me disse que também a aprova e foi mais além disse que Megan é realmente gostosa... que faz a Manuela parecer um troll. – disse com uma risadinha, minha filha era única. – Você viu a maneira como ele olhou para ela? – perguntei sorrindo.

Fez-me lembrar de como Plínio me olhava quando começamos.

O dia seguinte tinha sido maravilhoso, passamos apenas em família. Admito que foi uma surpresa quando Megan desceu para a piscina e eu vi que ela tinha uma tatuagem. Não que eu tenha algo contra a tatuagem, era apenas uma novidade para mim.

Contudo não pude deixar de perceber que ela ficou um pouco no canto, como se não soubesse agir em um ambiente familiar. Me lembrei que ela tinha mencionado que os pais eram separados.

Lembro que nesse dia eu sai dos meus pensamentos apenas para ver ela sorrindo e conversando com Davi. Era visível que os dois se entendiam e para mim eles se completavam.

Passei os próximos dias os analisando. Era como se eles pudessem compartilhar pensamentos ou algo assim. Eles estavam sempre olhando um para o outro. E eu sempre sorria, pois ele nunca tinha feito isso com Manuela.

Eu estava animada para poder apresentar Megan a família. Fiquei radiante quando o Matias pediu o Davi para ser seu padrinho de casamento, ele tinha me confidenciado que queria isso no mesmo dia que tinha feito o pedido. E agora ele teria isso e Danusa ainda estendeu o pedido a Megan.

Ai teve o nosso dia de compras. Nossa viagem de lingerie foi muito divertida. E eu tive que admitir, meu filho era um homem de muita sorte. Megan era deslumbrante com lingerie.

Lembro-me que nesse mesmo dia os dois demoraram a descer para jantar.

– Onde está o Davi? – questionei, pegando os pratos.

– Ele provavelmente está transando em algum lugar. – Matias disse rindo em seguida.

– Matias. – Plínio advertiu. Nosso filho pode ser sem filtro as vezes.

– O quê? – ele perguntou, tentando pegar uma fatia de pizza. – Vão me dizer que vocês não notaram que eles estão sempre no quarto. – disse balançando as sobrancelhas e Plínio tentou não rir. – Estou apenas dizendo. Megan tem um ótimo...

– Matias! – disse dando um tapa nele. – Não fale assim sobre a namorada do seu irmão. É nojento. – puxei sua orelha. Esse garoto tinha que ter alguma vergonha.

– Você sabe que pensa sobre o quão bonitos seus netos serão. – Plínio me provocou.

Bem...

– Que mãe não acha isso? – questionei, revirando os olhos.

O quê? Não é nada estranho eu querer que meu filho fosse sexualmente satisfeito!

– Você não achava quando ele estava com Manuela. – Matias apontou.

– Obviamente que não! – sibilei.

Estremeci só de pensar. Sempre que ela vinha aqui, eu os fazia deixar a porta do quarto aberta ou de preferência eles ficarem no andar de baixo, onde eu podia vê-los. Só por cima do meu cadáver que Manuela daria luz aos meus netos.

– Se ele não se casar com Megan, ele é louco. Ela é incrível. – Matias concluiu.

O casamento dos dois tinha sido lindo, tudo saiu como planejado. Os paparazzi como esperado estavam na porta da igreja quando chegamos e saímos, mas tínhamos contratado seguranças para os manter a uma distancia segura.

Enfim, todos, com exceção dos Yanes, amaram Megan. Eu sabia que eles iriam. Eu não sabia o que tinha com ela, mas ela simplesmente tornava praticamente impossível não gostar dela.

– Rita, querida. – Iracema tocou meu ombro chamando minha atenção, antes de se sentar na nossa mesa. – Eu vi o Davi com a nova namorada. – ela sorriu. – Ela é deslumbrante. Eles vão dar adoráveis netos para você. – ela piscou.

– Hum. – Gláucia revirou os olhos. – Eu não sei quanto a vocês, mas eu definitivamente não vejo essa relação indo a lugar algum. – ela disse dando uma risada junto com a insípida da filha.

– Eu gosto dela. – Belle sorriu, comendo uma coxinha. Disparando uma olhar fulminante para Manuela.

Era o gene Reis. Até mesmo minha neta sabia que Gláucia e Manuela estavam sendo umas vadias tentando falar mal de Megan.

– Ah. – Gláucia disse com um sorriso falso. – A ignorância das crianças.

– Shh. – Iracema repreendeu ela. – Pela forma como você estava falando sobre ela, eu esperava ver uma caipira aqui.

– Megan não vai dizer, mas ela tem o próprio escritório de Propaganda e Publicidade. – me gabei, sei que ela não aprovaria.. mas... – Ela é muito inteligente, bem desenvolvida e articulada também.

– Só porque... – Gláucia começou.

– E ninguém pediu a sua opinião. – eu ouvi a voz inconfundível da minha amiga Dorothy antes dela se sentar na nossa mesa.

– Dorothy. – Gláucia forçou um sorriso.

– Rita, dear. – Dorothy me mandou um beijo no ar, ignorando Gláucia.

Eu sentia falta da minha amiga. Mas ela morava fora com seu mais novo namorado. Tínhamos sido amigas por só Deus sabe quanto tempo. Ela era meio... desequilibrada. Ela não tinha vergonha alguma e eu adorava isso nela. Sabem qual é a principal razão que eu adoro a Dorothy?

Ela era um excelente repelente de Gláucia.

Realmente. Elas eram como óleo e água. Aparentemente, elas se odiavam desde o colegial. Ninguém sabe ao certo o porquê. Mas Dorothy era a única pessoa que eu conhecia que era capaz de fazer Gláucia calar a boca.

E eu amava.

Antes que as duas travassem uma guerra, Iracema tinha se retirado e voltado para a mesa dela. Nesse momento Megan, Davi, Camilinha e Caio chegaram a mesa. Eu olhei entre nós e não pude deixar de perceber que as duas eram como eu e Dorothy.

Tudo corria bem até que Dorothy mencionou os pais de Megan. Ela tinha feito isso de propósito eu podia dizer, a julgar pela forma como as sobrancelhas de Gláucia dispararam, ela tinha notado também. A tentativa de Gláucia para descobrir quem eram os pais de Megan era quase tão obvia como Camilinha derramando seu copo de água no vestido de Dorothy para impedi-la de falar.

Não era segredo que Megan ficava desconfortável quando o assunto eram seus pais. Ela parecia tão.. distante de tudo. E me coloquei no lugar dela, ser empurrada a conhecer toda a família do namorado de uma vez, e a vida da alta sociedade. Eu prometi fazê-la se sentir mais incluída.

Eu estava circulando pela festa para poder dar atenção a todos os convidados, afinal sou a mãe do noivo. Quando Dorothy me parou.

– Uau. – disse sorrindo. – O Davi com certeza acertou desta vez.

– Hã? – suspirei, olhando para a minha amiga. Era impossível qualquer coisa que ela dissesse fazer sentido quando estava bêbada assim.

– Ela é tão linda. – disse apontando para onde Megan e Davi dançavam. – Ela puxou isso do pai. – ela começou a se abanar enquanto ria.

– Dorothy...

– Eu sabia que eu a reconhecia de algum lugar.. – ela se apoiou na cadeira perto dela, olhando para onde os dois ainda dançavam. - Você acha que Gláucia é uma vadia? – ela começou a rir. – Você deve conhecer a mãe dela.

– Dorothy.. – sibilei, tentando acalmá-la. Ela estava obviamente desconexa.

– Davi deve jogar na loteria. – ela riu enquanto se dirigia para uma mesa.

A festa de casamento foi absolutamente incrível. Eu me encontrei radiante, ainda mais por ver meu filho tão solto e feliz, ele dançou quero dizer ele realmente dançou e se divertiu com a Megan.

Eles eram lindos de se ver. Eu sorri para eles.

Como mãe eu não pude deixar de notar que desde que ele chegou em casa, ele tinha sido... mais! Ele sorriu mais. Ele riu mais. Ele brincou mais. Ele ainda era o meu Davi, só que agora ele era realmente feliz! Talvez ele não percebesse, mas eu fiz. E eu dava todos os créditos a essa garota incrível.

A manhã seguinte ao casamento que veio a reviravolta. Quando Megan viu uma das noticias do casamento, uma que só falava sobre ela e Davi eu pensei que ela fosse chorar. Questionei-me o que teria acontecido? Era como se ela estivesse assustada.

Foi então, que eu conheci os seus pais.

A menos que você vivesse debaixo de uma pedra, você sabia quem era Pâmela Parker-Avelar e Jonas Marra. Além do óbvio sucesso deles, o divórcio muito público e a posterior batalha de custódia, tinha sido lendária. Noticiada em praticamente todo o mundo. Eu estaria mentindo se eu dissesse que não fiquei chocada com a presença deles.

Então, eles abriram a boca.

Eles agiam como duas crianças. Brigando para terem sempre a última palavra.

Enquanto os pais dela e o padrasto seguiram Plínio e eu por um passeio pela casa, nós dois compartilhamos um olhar. Porra... Os dois ficaram batendo boca durante todo o passeio. Um deles falava e depois o outro fazia algum comentário estúpido. Parte de mim queria seriamente gritar “Vocês se separaram há anos atrás. Superem!”.

Felizmente conseguimos terminar o tour sem ninguém cometer um assassinato. Meu choque pelo comportamento infantil deles foi superado pelo desagrado que senti pela forma como eles tratavam a própria filha. Jonas assumia que injetar dinheiro fazia os problemas sumirem, enquanto Pâmela era rude e ofensiva. Eu não vi ela dizer uma coisa gentil a própria filha. O estranho era que Megan apenas... aceitou. Desde que tinha conhecido ela, ela tinha mostrado uma personalidade corajosa. Eu perdi a conta de todas as lutas verbais que ela tinha tido com Manuela e Gláucia. Mas, na presença de seus pais, ela simplesmente desligava.

No entanto, eu senti vontade de aplaudir Pâmela depois que ela verbalmente rejeitou as Yanes. Finalmente tinha encontrado alguém mais vadia que Gláucia.

Eu realmente estava entorpecida pelo enorme choque. Dessas pessoas serem os pais de Megan. Como ela se saiu tão bem?

Quando Charlie teve que ir embora, foi visível o quanto Megan ficou chateada. Mesmo assim ela não se permitiu abater e chamou a sua mãe para uma conversa em particular. Alguns momentos depois Pâmela saiu apenas chamando o marido sem nós dirigir uma palavra, quando Davi percebeu que Megan não desceria subiu atrás da namorada.

E eu só conseguia pensar que era realmente surpreender Megan ter crescido em torno desses dois e ainda assim acabar no meio caminho da normalidade. Era um milagre ela não ser uma serial killer ou severamente louca.

– O Deus... – sussurrei, Camilinha que estava perto de mim, sorriu com simpatia.

– Odeio destruir isso para você, como pode ver Megan tem os pais mais podres conhecidos pelo homem. Sua mãe é uma vadia como você pode perceber. – ela suspirou. – E seu pai nunca esteve lá para ela. A conversa mais longa que eles já tiveram foi quando ele insistiu para que ela trabalhasse na Marra.

Megan tinha mencionado que não tinha um bom relacionamento com os pais. Eu apenas não fazia ideia de que era tão ruim assim.

– Ela deve estar arrasada. – sussurrei olhando para as escadas.

– Eu acho que devo ir até lá. – disse. – Minha amiga precisa de mim.

– Davi está com ela. – disse, ela não estaria mais sozinha. Ela tinha a nós agora.

– Mesmo assim eu vou dar uma checada. – ela disse. Já tinha certo tempo que o Davi tinha subido e até eu fiquei preocupada.

– Vou com você.

Bati um pouco hesitante na porta.

– Megan? Davi? – chamei. Era possível ouvir um barulho antes de Davi abrir um pouco da porta.

– Sim? – ele sussurrou. Olhei para trás para ver que ele tinha fechado as cortinas e ver minha filha, porque agora eu a via assim, enrolada como uma bola. Ela parecia tão... pequena.

– Como ela está? – perguntei.

– O pai dela foi embora, dizendo que vai preparar um contrato pré-nupcial para mim assinar se um dia a gente chegar a se casar. – ele disse de forma inexpressiva. – não o bastante a mãe dela praticamente a esta substituindo pelo filho que ela esta gerando agora. Como você acha que ela está?

– O quê? – questionei confusa.

– É uma longa historia. – disse, eu podia dizer que ele estava chateado com toda a situação.

– Posso entrar? – Camilinha questionou.

– Eu não tenho certeza...

– Está tudo bem. – ouvimos a voz baixinha de Megan.

– Você tem certeza? – Davi perguntou a ela.

– Sim. – ela suspirou.

– Querida? – perguntei, caminhando lentamente para o lado dela da cama.

– Hum? – ela gemeu se virando.

– Megan. – Camilinha choramingou. – Eu sinto muito amiga.

– Você sente muito. Davi sente muito. Jonas sente muito. Todo mundo sente muito. – ela murmurou. – Eu sou a única que devia estar arrependida. Ele sempre faz isso e eu não sei porque ainda tenho esperança de que um dia ele realmente se importe. – ela fez uma pausa. – Mas ele nunca irá.

– Talvez ele volte. – disse fazendo um carinho no cabelo dela.

Ela deu uma risada triste, balançando a cabeça.

– Não tem a mínima chance.

– Ele está perdendo uma filha incrível. – disse depositando um beijo na sua têmpora.

– Meus pais não me amam. – ela disse com lagrimas nos olhos..

– Não diga isso, baby. – Davi disse a abraçando. – É simplesmente impossível não amar você!

– Então por que o meu pai nunca esteve lá para mim? – ela perguntou. – Ou melhor, por que você está aqui, enquanto minha própria mãe me disse que eu sou um erro? – acrescentou, olhando para mim.

E eu infelizmente não tinha uma resposta para ela. A única emoção que eu sentia era raiva. Eu estava com raiva de Jonas por ter ido embora, estava com raiva de Pâmela por ser uma vadia egoísta, que não via a filha maravilhosa que tinha. E estava com raiva de mim por me sentir tão impotente agora.

– Está vendo? – ela disse. – A prova está bem aí. – suspirou. – Mas obrigada por se preocupar. – ela sorriu tristemente. – Você é meio que a única figura materna de verdade que eu conheço.

– Posso não ter dado a luz a você, mas você é minha filha. – disse fazendo um carinho em seu rosto. – Você já é parte da minha família.

– Você e o Plínio largam tudo para estar com a família. – ela começou a chorar. – Eu não consigo ocupar nem doze horas de tempo dos meus pais.

– Eles que estão perdendo... não você. – Davi disse depositando um beijo no cabelo dela. – Você é perfeita, Megan. – ele a apertou mais forte contra ele.

– Mas...

– Por favor, não chore. – ele sussurrou no ouvido dela.

Olhei para como eles estavam abraçados. Era como se Davi fosse sua tabua de salvação e ele queria a manter segura. Eu soube imediatamente que era hora de me retirar.

– Vamos deixar vocês descansarem. – eu disse me retirando e levando Camilinha junto.

– Obrigada. – ela disse, se aconchegando mais em Davi.

Ela precisava dele tanto quando ele precisava dela. Os deixei no quarto, sabendo que não importa o que aconteça, Megan sempre seria uma filha para mim.


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Notas finais do capítulo

Então gente?? Gostaram do ponto de vista da Rita??
Comentem me digam o que acharam...
Até o próximo pessoal!! ;)