Oh, shit!

Ele realmente estava aqui.

Ele veio.

My dad, o ocupadíssimo Jonas Marra,estava aqui.... comigo.

Oh, Deus...

Minha convicção no que o meu pai me prometia se esvaiu há muito tempo atrás. Como eu disse eu dava sorte se conseguisse encontrar com ele umas três vezes ao ano visto que agora trabalho na Marra. Ele já quebrou muitas promessas até chegarmos aqui.

E agora, ele tinha cumprido uma... ele estava aqui... na entrada da casa de Davi... com uma mala.

Esqueci-me de mencionar que a esposa do diabo, vulgo Pâmela, estava aqui também?

Era muita insanidade!

Eu estava me proibindo de surtar agora! Não era hora. Eu não podia desmoronar.

– Que diabos ela está fazendo aqui? – meu pai me perguntou, apontando para minha progenitora.

– O que eu estou fazendo aqui? – questionou ofendida. – Por favor, nem tudo é sobre você! Estou aqui pela minha campeã! O que você esta fazendo aqui?

– Eu comuniquei que estava vindo. – dad apontou para mim.

– Hã? – Plínio questionou confuso.

– Ele mencionou isso uns dias atrás. – eu disse a família. – É apenas que... – comecei, esfregando as costas do meu pai. – eu não tinha certeza absoluta que ele viria, já que ele é muito ocupado. Eu não queria que vocês criassem expectativas.

– Oh. – dad e Plínio falaram ao mesmo tempo. Plínio em entendimento, dad pareceu triste.

– Vergonhoso. – Pâmela disse entre dentes.

– Pela ao menos eu tentei fazer minha presença esperada. – dad disse revirando os olhos. – Sabem, eu agradeço a Deus todos os dias que Megan puxou a mim. – disse balançando a cabeça.

– E foi exatamente por isso que eu o deixei. – ela suspirou, apontando para dad.

– Você? Você me deixou? – ele apontou, para ela que estava rindo. – Continue dizendo isso a si mesma.

Como eu era pequena quando eles se separaram eu não soube muito sobre o divorcio, apenas anos depois eu pesquisei sobre o assunto para saber que o divorcio deles foi chamado de “O divórcio do século”. Não ficando claro quem deixou quem. Apenas que Pâmela tem trezentos milhões de dólares, pensão alimentícia e apoio à criança. Essa última parte eu sinceramente achei um absurdo, uma vez que ela não desempenhou qualquer papel positivo ao me criar.

– Bem... – Rita interrompeu o começo da Terceira Guerra Mundial. – Não importa realmente se ou quando nós sabíamos que alguém estava chegando. – completou com um sorriso. – Obviamente, há espaço suficiente.

– Oh, não. – Pâmela balançou a cabeça. – estou aqui para falar com Megan apenas. Eu não faço hospedagem em casas.- ela fez um sinal ao redor. – Ernesto e eu ... ficamos apenas em suítes presidenciais. – ela zombou. – Sem ofensa, é claro. Esta casa é... bonita. – ela disse olhando ao redor. – É arejada... iluminada... aconchegante... até chique.

– Uh... obrigada? – Rita parecia confusa, e eu horrível. – Deixe-me dar a vocês uma turnê pela casa. – ela sorriu, indicando o corredor.

– Tudo bem, eu acho. – minha mãe suspirou, revirando os olhos. – Segure isso. – ela retrucou jogando o óculos de sol e um lenço na direção de Luene, enquanto ela e Ernesto seguiam Plínio e Rita. – E não quebre meus óculos. – ela praticamente ordenou.

– Eu tenho que ir? – dad questionou, olhando para mim. – Você sabe que eu não a suporto.

– Vá. – apontei para o corredor. – Rita tem orgulho da casa e da decoração! Então seja legal. – avisei.

– Ok. – ele praticamente gemeu antes de seguir o grupo.

Eu vi eles se afastando e subindo as escadas, então me virei para o restante do grupo.

Silêncio.

Eles ainda estavam em estado de choque.

Isso tende a acontecer.

– Oh, meu Deus! – Luene foi a primeira a acordar. – Sua mãe é Pâmela Parker! Por que você não me disse? – ela disse, enquanto cheirava o lenço que ela tinha jogado.

Será que ela esteve totalmente área pelos últimos minutos?

– Megan! – Danusa finalmente falou, despertando também. – Desculpe dizer, mas sua mãe é uma verdadeira vadia!

– E você acha que eu não sei? – questionei arqueando uma sobrancelha. – Vocês com certeza assistiram O Diabo Veste Prada? Pois bem, a Miranda Priestly foi inspirada nela. É meio que uma piada interna na indústria. – disse rindo. – No entanto, tenho que dizer que Meryl Streep realmente a fez parecer mais agradável!

Pela ao menos a Miranda demonstrou um pouco de preocupação com os filhos. Ela fez a Andy roubar uma cópia do novo livro do Harry Potter para as filhas. E ficou realmente chateada quando perdeu a apresentação das mesmas.

– Isso diz muito. – Danusa concordou. – Miranda Priestly, sério? – ela parecia incrédula.

– Sim.

– Ela é uma vadia total. – Luene concordou. – Mas ela ainda é fabulosa!

– Jonas Marra? – Arthur disse, cutucando meu ombro. – O grande Jonas Marra é seu pai? – ele estava além de surpreso com a revelação.

– Sim.

Essa situação toda estava ficando estranha. Davi até o momento não tinha pronunciado nada.

– Ele meio que... inventou.. tudo! – Arthur murmurou.

– Pode-se dizer que sim.

– É verdade que ele construiu um celular na garagem de casa quando tinha quinze anos porque estava entediado?

– Na verdade ele tinha doze. E o fez porque um cara apostou dez dólares que ele não seria capaz.

– Uau. – ele sussurrou em reverência.

– Davi! – Matias riu do irmão mais novo enquanto bagunçava o cabelo dele. – Seu interesseiro, pegando a filha do chefe!

– Uh.. eh...

Shit! Ele tava pirando.

Ele obviamente não sabe lidar com stress.

– Nunca. – ri de Matias sentando no colo de Davi.

– Uh...

– Você está comigo pelo meu dinheiro, Love? – perguntei brincando.

– Uh... – ele só conseguiu balançar a cabeça, fazendo que todos rissem. Eu queria muito poder ler sua mente agora.

– Viu? – eu disse, dando um beijo na bochecha dele. – Vai ficar tudo bem. – eu sussurrei em seu ouvido e dei um beijo nele.

– Eu estou tão animada. – Camilinha se aproximou me abraçando. – O Davi precisa aguentar a situação. – ela sussurrou rapidamente para mim. – Parece que ele esta perto de surta.

– Uh.. – Davi gaguejou novamente.

– Falando sério. – Danusa começou. – Jonas Marra? Isso sim foi uma surpresa.

– Davi, você está bem? – Matias questionou, notando o rosto pálido do irmão.

– Sim. – ele finalmente falou. – Eu estou.. bem.

– Bom. – eu sorri, fazendo um carinho no pescoço dele. – Agora para de agir estranho. – sussurrei novamente em seu ouvido.

– Bem... – ouvi a voz da minha mãe. – Eu vou dar o devido crédito. A casa é decorada lindamente. – ela cumprimentou.

– Obrigada. – Rita sorriu, olhando ao redor com orgulho.

– Ela fez isso sozinha. – Plínio se gabou da esposa.

– Por quê? – Pâmela questionou incrédula. – Você pode simplesmente...

– Hora do presente! – Dad gritou, correndo para sua mala que ele tinha deixado cair no corredor. – Eu não quero dar a mãe de Megan mais uma chance de colocar o pé na boca. – ele resmungou revirando os olhos. Enquanto ia para uma das salas.

– Dad. – reclamei. – Nós já conversamos sobre isso. Eu não gosto de presentes.

– Shiu. – ele me dispensou. – Todo mundo gosta de presentes.

– Ernesto! – Pâmela gritou. – Pegue os presentes no carro. – ela ordenou, sentando do outro lado da sala de onde dad estava.

Felizmente... era uma sala grande.

– Tudo bem, querida. – Ernesto disse saindo para buscar o que quer que fosse.

Eu senti pena do cara.

– Venha querida. – meu pai disse, dando um tapa em seu colo, sinalizando para eu sentar. – Venha ver o que comprei pra você.

Mesmo relutante eu fui. Eu tinha a sensação de que se eu não o fizesse, Camilinha iria no meu lugar, e eu não estava querendo brigar com a minha amiga, alguns anos atrás ela meio que tinha uma queda pelo meu pai, apesar de achar que ela ainda tem uma quedinha por ele, acho que foi no ano passado que ele foi considerado “O homem mais sexy do mundo”.

– Tudo bem. – suspirei me sentando em seu colo. – Me entregue.

– Eu realmente amo como você está entusiasmada. – ele disse sentindo meu sarcasmo me entregando meu primeiro presente.

– Tanto faz. – disse desembrulhando o pacote dourado e verde. Era uma caixa de joias. – Dad! – gritei.

– Eu sei, eu sei. – ele revirou os olhos quando abri a caixa revelando um Bracelete caro de diamantes. O bracelete era de platina todo cravejado com diamantes e com uma grande pedra de tanzanita. cravejado de diamantes, o desenho me lembrava uma pena. – Aqui. – ele disse me entregando outra caixa embrulhada com papel vermelho e dourado para abrir.

Dentro dessa tinha um colar cravejado de diamantes a armação dele era de ouro rosa e pendendo dele tinha um diamante amarelo do tamanho de um ovo.

– Eu sei que você gosta de ouro. – ele disse sorrindo com orgulho.

Eu gostar de ouro é uma coisa. Isso... Isso... era excessivo... essa quantidade de diamantes...

Eu não poderia nem...

– Não. – fechei a caixa e o entreguei de volta.

– Sim. – ele devolveu. – Eu quero que fique com eles, é uma forma de dizer que sinto muito por ser ausente.

– Então, basta me dizer que está arrependido. – devolvi. – Você não precisa me comprar uma joia que custa dinheiro o suficiente para alimentar uma cidade. – disse cruzando os braços.

– Como eu já previa que você ia ficar toda nobre. – ele disse pegando o colar da caixa e o erguendo. – Então, todo o dinheiro que eu gastei comprando esses presentes, eu doei a mesma quantia a caridade.

– Isso não...

– Sim! – ele disse tentando colocar o colar em mim, e eu o afastei.

– Dad. – disse suplicante. – Leve-o de volta, por favor.

Eu não me sentiria bem possuindo algo tão extravagante. Eu tinha certeza que isso tinha custado uma fortuna, com certeza mais do que algumas pessoas conseguiriam em quatro anos.

– Só coloque. – ele argumentou. – Apenas tente.

– Tudo bem. – levantei meu cabelo o prendendo em um coque, para ele colocar o colar no meu pescoço.

– Ah... – ele disse contente, se voltando para a família de Davi. – Ela não está linda?

– Uh.. – pude ouvir o coro e olhei para eles, apenas para ver que todos estavam com suas bocas abertas.

Se eles tivessem a ideia que esse não foi o presente mais extravagante que eu já ganhei. Eu tenho um cofre no banco apenas para poder guardar algumas das joias que ele me faz ficar e que eu não teria coragem de usar.

– Você está linda! – ele disse com um sorriso.

– Dad...

– Voltei. – Ernesto disse entrando na sala com uma sacola de vestido e outra caixa.

– A Stella McCartney me mostrou essas amostras e pensei em como você deve tê-las. – disse minha mãe com um rosto severo. – Mesmo que você provavelmente vá doá-los ou algo assim. – ela estremeceu. – Eu posso pela ao menos tentar. – revirou os olhos.

– Dê-lhe os malditos presentes. – dad resmungou.

– Tanto faz. – disse suspirando e pegando os pacotes e abrindo o saco de vestido.

– Esse não estará disponível para o publico por mais cinco meses, pelo menos. Ela me pediu minha opinião. – se gabou.

Era um vestido com mangas com um design marrom-champanhe ao longo da borda. Tinha um decote generoso nas costas com o tom champanhe se envolvendo e espalhando. Era um tanto tradicional e... nada haver com o meu estilo.

– Oh. – tentei sorrir.

– Arg, sabia. – Pâmela se queixou com Ernesto, revirando os olhos.

– É só que... – fui abrir a outra caixa. – Eu não sou.. – tentei encontrar a palavra adequada.

– É.. legal. – Davi falou, olhei para ele que estava de pé na cadeira ao meu lado. Quando encarei os olhos dele, era como se ele tivesse dizendo “apenas siga em frente”.

Respirando fundo, abri a caixa para encontrar uma bolsa Louis Vitton. Era preta o design dela tinha o monograma em dourado e dentro dela, há outra bolsa. A de fora tinha correntes trançada e a interna as alças são de couro com detalhes em tachas.

Ouvi Luene suspirar.

– Uau, mãe. – forcei um sorriso. – Obrigada.

– Essa bolsa é fabulosa! – Luene suspirou. – Onde é que você..?

– Oh não. – Pâmela riu. – Minhas bolsas nunca são de uma loja. – ela balançou a cabeça. – Cada bolsa que tenho é feita sob encomenda. – ostentou. – Aliás, o diabo não veste Prada. Ela veste Chanel! – disse olhando algo no celular dela.

– Alguém gostaria de água? – Rita perguntou, olhando para mim. Ela parecia triste.

– Sim, por favor. – dad aceitou.

– Volto já. – ela sorriu e deu uma olhada para Plínio que a seguiu até a cozinha.

Eu me perguntava se estava tudo bem.

– Então.. – Arthur começou. – Você é ... Jonas Marra.

– Sim.

– Legal.

– Às vezes. – dad respondeu.

– Como é ser você?

– Eh... – nem ele encontrou palavras, acabou por dar de ombros.

– Você saiu com a Demi Moore ou isso é só rumor? – Matias perguntou, o olhando com atenção.

– Eu nunca vou dizer. – dad riu.

Não, isso não era nem um pouco estranho.

– Estamos de volta. – Rita disse, voltando com uma bandeja de suco e água. – Sabem o que mais? – ela parou. – Nós estávamos tomando café da manhã tardio antes de vocês chegarem. Gostariam de se juntas a nós na cozinha? – questionou.

– Eu gostaria de comer. – dad se levantou.

– Eu não como no café da manhã. – Pâmela informou.

– Mas...

– Eu estou fazendo quarenta no próximo ano. – Pâmela disse nos seguindo para a cozinha. – Meu metabolismo vai à merda antes que eu perceba. Estou me preparando. – ela tomou um gole de água.

– Você acabou de admitir ser anoréxica. – Dad disse enjoado.

– Não sou.

– É sim. – dad sentou-se, pegando alguns pães de queijo no prato.

– Não sou.

– Estamos realmente indo para jogar este jogo? – dad questionou, enquanto mordia um morango.

– You´re an idiot. – ela reclamou enquanto Ernesto puxava uma cadeira para ela.

– Você não é a primeira a me chamar assim. – dad disse revirando os olhos. – E com certeza não será a última, também. - Megan. – ele disse virando pra mim. – Eu gostaria de falar com você, sozinha. – completou arrastando sua cadeira.

– Tudo bem. – disse me levantando para segui-lo. – Sinto muito. – me desculpei para todos na mesa e o segui.

Fomos para o pátio.

– Dad...

– Come on. – Pâmela veio do nada, será que ela não entendeu quando ele disse que queria falar comigo? – Qual é o seu problema, Jonas?

– Mãe. – revirei os olhos. – Eu estou falando com my dad, em particular.

– Megan. – Ernesto entrou na conversa também. – Sua mãe só quer saber o que está acontecendo.

– Ela se preocupa agora? – questionei em falo choque. – Sério?

– Seu namorado é maravilhoso para você. – ela disse. – Ele é atraente, rico, e pelo que ouvi é extremamente inteligente também, e não vamos falar sobre todo esse dinheiro. – ela disse sorrindo.

– É mais do que isso. – disse séria. Claro que ela estava contente que o Davi era de uma família rica. Mas minha relação com ele ia muito além do dinheiro. – Davi é muito mais que tudo isso.

E eu não estava mentindo. Davi era mais do que aparência e dinheiro. Ele era... Davi. Eu não podia explicar.

– Eu só quero saber se você está realmente se envolvendo com esse rapaz peanut. – dad disso. – Ou isso é uma forma de suprir a minha ausência?

– Não! – eu disse firme. – Este não é um resultado dos meus ‘problemas paternos’. – disse balançando minha cabeça. – A muito tempo aceitei que tenho uma família completamente desestruturada e sinceramente se eu procurasse um analista acho que o mesmo sairia correndo na direção contraria.

Ele teve a decência de parecer um pouco envergonhando.

– Pare de ser ridículo Jonas! – Pâmela gritou. – O mundo não gira ao seu redor, basta apenas olhar ao seu redor. – ela gesticulou para a casa luxuosa. – Ele não está atrás dela pelo dinheiro.

– Mas esse rapaz assinara um acordo pré-nupcial se casar com você! – ele disse sério. – Terei os meus advogados já o redigindo. – disse pegando o celular.

Sério? Eu mal começo a namorar e o meu pai já esta surtando com acordo pré-nupcial? Ele realmente acha que um homem só se interessaria por mim, por causa do meu dinheiro? Ou que o Davi me mataria para ficar com minha herança ou seguro de vida depois do casamento?

– Eu vou fingir que não escutei o que acabei de escutar. – disse séria para dad. – E vou ti dizer isso apenas uma vez, o Davi não fazia ideia de que eu era sua filha, na verdade até algumas horas atrás essa família, - disse apontando para a casa atrás de mim. – Não fazia ideia de quem eram os meus pais, e mesmo assim me trataram como se fosse da família deles. Você não vai mandar fazer acordo pré nupcial algum! Eu estou apenas namorando e mesmo se eu fosse me casar não faria Davi assinar nada! Será que vocês não podem agir como pais normais e apenas ficarem felizes por eu estar feliz? – soltei tudo de uma vez, depois de uma respiração profunda disse. – Vou voltar lá pra dentro, porque sinceramente não quero mais discutir com vocês. – anunciei, subindo as escadas em direção à porta.

– Você não está pensando claramente. Eu não vou sentar....

– Oh, por favor, dad... – ri sem humor algum. – Você esteve sentado por toda a minha vida. Por que deveria ser diferente agora?

– Isso não é...

– Isso não importa! – elevei minha voz. – É a minha decisão... Se isso acabar sendo um erro, então será o meu erro!

– Você tem noção do quanto...?

– Já disse que isso não é uma decisão sua! Eu amo o Davi. E estou feliz namorando com ele! – disso olhando nos olhos dele.

– Eu entendo que...

– Como já disse, eu não estou me casando, pela ao menos não por agora! Então por que isso tudo? – questionei. – O que há de errado com ele dad? Ele não é rico o suficiente para você? A fortuna da família dele não atinge o selo de aprovação Jonas Marra?

– Megan...

– Seu café está esfriando. – falei sem emoção, me virando para voltar para dentro.

Eu simplesmente não podia acreditar neles. Ambos desempenharam um papel ínfimo na minha formação e agora estavam tentando o papel de pais preocupados apenas porque descobriram que eu estou namorado. Já era para eles saberem que se um dia eu viria a me casar, será com um cara que eu estaria cem por cento certa de que ele é a pessoa certa para mim. Eu estou apenas começando um namoro, oficialmente não tinha nem uma semana que estávamos juntos realmente e eles veem bagunçar tudo.

Parei no meu caminho de volta para a cozinha e contei até dez. Respirei fundo e tentei me acalmar. Estava difícil, então me lembrei de Davi e de como ele é incrível comigo e isso deu certo.

Voltei para a cozinha com um sorriso no meu rosto. Ele rapidamente desapareceu quando vi as Yanes. Como elas ainda estavam com suas bolsas presumi que tinham acabado de chegar.

– Oi, Davi. – Manuela sorriu, movendo-se para se sentar na minha cadeira... ao lado dele.

– Oi.. – ele murmurou ainda olhando para o espaço.

Ele ainda estava em choque.

– Manuela. – sorri quando fiz a minha entrada. Eu puxei minha cadeira para longe da sua mão e sentei, me empurrando para mais perto de Davi. – Como você está?

Afaste-se vadia. Ele é Meu!

– De quem é o Aston Martin Virage e o Maserati lá fora? – Gláucia perguntou. – Plínio?

Dad era apaixonado por Aston Martin. Eu realmente não entendia o por quê. Se eu fosse fascinada em carros ridiculamente caros, eu dirigiria uma Mercedes-Benz SLS-63 ou uma Ferrari Califórnia F1. Até o momento, dad tinha um Aston Martin de cada cor, para mim isso já era excessivo. O Maserati provavelmente era do Ernesto.

– Não. – Plínio balançou a cabeça. – Nós temos algumas visitas.

– Alguém que eu conheço? – ela questionou.

– Não é provável. – Danusa riu.

– Megan, eu estou bem. – Manuela disse. – Só queria dizer ao Davi o quão delicioso ele parece. – disso o olhando de cima a baixo.

– Obrigado? – Davi murmurou, desta vez olhando para o copo de suco na sua frente.

Shit, Davi, já passou da hora de você reagir!

– Delicioso ele é. – eu disse com uma risada.

– Oh, Rita. – Glaucia se apoio na parede revirando os olhos. – Eu li a noticia que saiu esta manhã. – ela começou a rir. – Falando sobre o namoro de Davi e dos rumores que eles vão ficar noivos. – ela balançou a cabeça, olhando para mim, incrédula. – Que coisa horrível de se espalhar.

– Não é um rumor, Gláucia. – Rita a corrigiu. – Megan e Davi estão namorando e um dia realmente estarão noivos, a nota apenas antecipou o comentário, mas a família mais do que apoia a relação dos dois. Já considero Megan como filha. – ela disse com um sorriso.

– Hã? – o sorriso da vadia morreu.

– O que? – Manuela olhou em volta.

– Vocês já sabiam da relação deles. Estou apenas dizendo que Não. É. Um. Rumor. – Rita terminou soletrando a frase. E não pude deixar de perceber o sentimento de alegria que dominava o rosto dela quando disse que eu e Davi estávamos sérios e que um dia pretendíamos nos casar, okay que a gente esta namorando a poucos dias, mas isso era apenas detalhes.

E eu a amava.

Ela é realmente como uma mãe deve ser.

– Mas.. – Manuela sussurrou.

– Sim. – Luene sorriu, piscando para mim. – Eu já vejo Megan como uma irmã e sei que meu irmão ira torna isso oficial um dia.

– Bem. – Gláucia disse tentando recuperar a compostura. – Acho que é bom que o Davi foi capaz de seguir em frente. Ele estava tão ferido quando Manuela terminou com ele. Eu estava preocupada que ele nunca fosse superá-la. Então, ele te conheceu e decidiu que você era a única... em que... alguns meses?

– Você não diria, né? – Camilinha perguntou, olhando para a porta. – Huh?

– Eu não levei tão a sério. – Manuela disse maliciosamente.

– Sério? – Camilinha perguntou sorrindo.

– Bem... – A voz de Pâmela veio da porta. – É notoriamente fácil saber que é real uma vez que você encontra um verdadeiro diamante, e não uma zircônia. – disse calmamente enquanto ela se movia para ficar atrás de Gláucia.

Eu vi as sobrancelhas de Gláucia subir perante o insulto e ela se virou para vem quem tinha dito isso.

– Desculpe-me... – ela parou em choque quando viu minha mãe. – Oh meu... Você é... Você é...

Agora eu entendi porque Camilinha estava tão animada. Ela tinha visto Pâmela entrando e sabia que Gláucia e Manuela iriam surtar quando a vissem.

– Sim. – ela confirmou. – E você está no meu lugar. – completou batendo na cadeira. – Desocupe. – ela calmamente ordenou.

– É claro. – Gláucia rapidamente se levantou, tirando a poeira inexistente da cadeira e se sentou em outra. – Eu sou Gláucia. – ela se apresentou. – E essa é Manuela.

– Tenho certeza que você é. – Pâmela disse tomando um gole de água, limpando os lábios com o guardanapo e colando o dedo sob o queixo.

Uh-oh.

Eu conhecia esse movimento.

Ele nunca era bom.

Ela estava se preparando para o ataque.

– Eu sou Pâmela... mas você já sabe disso. – ela se apresentou. – No entanto, eu duvido que você saiba que eu sou mãe de Megan... ou então você não a teria insultado na minha frente. – completou.

– Você é... – Gláucia estava em choque. – Ela é... – ela olhou para mim. – Vocês duas são...

– Oh, sim. – eu balancei minha cabeça.

– Eu não sabia.... – Gláucia rapidamente recuou.

– É claro que não sabia. – Pâmela a cortou.

– Sra. Parker. – Manuela começou. – Você é um ícone da moda...

– Acredite em mim, eu sei. – Pâmela interrompeu o discurso dela.

Eu tinha que admitir ver Manuela e Gláucia se contorcendo assim por causa de minha mãe colocou um pouco de luz no meu dia.

– Eu não pude deixar de ouvir a sua abordagem de agressão passiva, quando eu estava andando pelo corredor. – Pâmela continuou.

Dessa vez pela ao menos suas raiva não estava direcionada a mim.

– Oh. – Manuela riu sem jeito. – Nós só estávamos...

– Eu sei o que vocês estavam ‘apenas’ fazendo. – minha mãe sorriu. – Deixe-me adivinha. – ela cruzou os braços sobre a mesa. – Davi aqui... namorava Manuela. Meu palpite é... Manuela terminou com Davi. Agora, Davi está feliz com Megan, deixando Manuela se sentindo... como eu vou dizer... ciumenta. – ela pensou um pouco mais. – Inútil. Sim, inútil. Manuela aqui sente que ela é insubstituível, então ela se sente ameaçada por Megan, sentindo assim a necessidade de lembrar-lhe que ela tinha Davi primeiro a fim de estabelecer alguma forma de superioridade. – Pâmela gesticulou entre Manuela, Davi e eu. – Isso está correto?

– Sim. – Luene e Danusa disseram juntas.

– Não é o que está...

– Eu sinto muito. Perdoe-me. – Pâmela disse quando começou a rir. Gláucia e Manuela começaram a rir também. – É só que... o pensamento de minha filha... um produto de mim... sendo inferior a alguém.... especialmente a uma mulher vestindo Prada... de três temporadas passadas e outra em um vestido que é, pela menos, dois tamanhos muito pequeno. – ela riu antes de tomar um gole de água. – eu acho hilário. – ela riu de novo. – Estou realmente divertida. – disse balançando a cabeça e limpando os lábios novamente.

– Bem...

– Você está dispensada. – Pâmela a informou.

– Mas...

– Shh... – Pâmela a fez calar. – Nós precisamos de algum tempo para a família... Gláucia. – acrescentou.

– Eu tenho que...

– Você vai resolver depois. Agora... você está dispensada.

– Oh, meu Deus! – Manuela gritou. Segui sua linha de visão para ver dad e Ernesto na porta.

– O que está acontecendo? – Ernesto questionou.

– Quem são vocês? – dad perguntou apontando para Manuela e Gláucia.

– Eu sou Manuela. – ela sussurrou, olhando para dad.

– Eu sou Gláucia. – disse se levantando para apertar a mão de dad. – Aquele é o seu Aston Martin? - Ela perguntou, sorrindo para ele.

– Não. – dad respondeu. – Esse é alugado o meu está na Califórnia.

– Isso é...

– Oh, meu Deus. – Pâmela revirou os olhos. – Não flerte com ele. Seria triste para você. – ela aconselhou. – Ele é totalmente fora da sua realidade, ele curte um esporte diferente.

– Mas...

– Eu estou pensando em você, Claudia.

– É Gláucia.

– Claro que é. – Pâmela revirou os olhos. – Esqueceu-se de que você está dispensada? – ela apontou para a porta.

– Oh...

Constrangedor!

– Eu te vejo depois, Rita. – Gláucia começou a se retirar.

Rita as acompanhou até a porta.

– Oh. Meu. Deus! – Luene gritou.

– ISSO FOI INCRÍVEL! – Matias gritou.

– Wow. – Plínio assentiu com a cabeça. – Isso foi... alguma coisa.

– Isso é definitivamente uma maneira de se livrar de visitas indesejadas. – Rita disse voltando à mesa.

Ficou um minuto de silencio.

– Ok. – Pâmela disse retirando a água do seu caminho. – Eu sei que vocês estão juntos a pouco tempo, mas se vocês realmente planejam se casar tem que pensar tudo com antecedência.

– Uh... – Davi começou.

– Mãe, você está...

– Oh, Shit. – dad resmungou.

– Sério, tenho que ter os melhores estilistas fazendo os desenhos para o seu vestido Megan, escolher a estação ideal.

– Mamãe...

– E claro tem a localização também... Já que você tem dois sobrenomes de peso tudo tem que ser bem planejado.

– Mom. – eu supliquei. – Nós estamos apenas....

– Um casamento na Itália séria lindo... – ela suspirou.

– NÃO! – Davi gritou, pulando do seu assento.

– Ok. – ela revirou os olhos. – É apenas uma sugestão.

– Não! – ele disse novamente. – Nós não estamos planejando casamento algum. – ele fervia. – o único casamento aqui aconteceu ontem que foi do meu irmão e sua esposa. – acrescentou. – Eu e Megan estamos apenas namorando! – ele respirou. – Será que é possível manter isso assim? – suas mãos tremiam. – Mais que droga! – ele gritou, antes de sair da mesa.

– Ótimo. – dad olhou para Pâmela. – Sua necessidade de controlar tudo levou o pobre rapaz a sair da sala. Orgulhosa de si mesma?

– Você fica mais atraente de boca fechada, Jonas! – retrucou tomando um gole de sua água.

– Por que você não come? – dad perguntou. – Por que a água não vai começar a ter gosto de comida, só porque você quer!

– Cuide da sua vida! Nós não estamos mais casados.

– Graças a Deus! – ele jogou as mãos no ar.

– Eu não aguento mais vocês dois. – disse me levantando e indo atrás de Davi.

Isso era ridículo, meus pais estavam querendo me enlouquecer só pode. Eu estou apenas namorando e eles fazem toda essa tempestade.

Acredito que a única razão para a minha mãe estar aqui é o fato dela querer organizar um evento fabuloso. E eu tenho certeza que ela só aprovou o Davi por ele ser rico.

E meu pai? Eu tenho certeza que ele investigou o Davi na empresa. E a forma como ele esta agindo? Ele acha realmente que um cara só se interessaria por mim por causa que eu sou filha dele?

Meus pais eram ridículos.

Encontrei Davi no pátio, chutando algumas pedrinhas. Reuni minha coragem e fui falar com ele. Eu não estava muito ansiosa para isso.

– Oi.

– Hum. – ele começou a se afastar de mim indo pela lateral do jardim.

– Davi. – chamei começando a segui-lo. – Use as palavras grandes. Você não tem falado...

– Você mentiu para mim! – ele se virou bruscamente, olhando nos meus olhos. – Como é isso de usar as palavras?

– Eu não menti...

– A omissão de fatos e mentir é a mesma coisa. – ele disse voltando a andar. – Eu não tinha ideia... nenhuma!

– Eu não achei que fosse importante. – eu disse a ele honestamente. – Eu não me importo...

– Jonas Marra é o seu pai? – ele questionou, erguendo um pouco a voz. – O Jonas Marra? O homem mais rico dos EUA é o seu pai e você pensou que não era importante? O Jonas Marra para o qual eu trabalho é o seu pai e você não achou essa informação relevante?

– Não. – eu continue a segui-lo. – Eu não sou uma pessoa que grampeia sua certidão de nascimento no peito. – revirei os olhos, mesmo que ele não pudesse ver. – Como eu poderia ter trazido isso em uma conversa? “Oi, meu nome é Megan. E o nosso padrão por sinal, ele mesmo o Jonas Marra é o meu pai”. – eu disse em uma voz sem emoção.

– Você deveria ter me contato. – ele me repreendeu. Se sentando no banco de um gazebo.

– Eu honestamente não acho que...

– Se não era um grande negócio, você deveria ter me contado.

– Eu te disse a parte mais importante! – argumentei.

– Qual?

– Eu disse que eles não eram bons pais. – apontei. – Meu pai só tem tempo única e exclusivamente para o trabalho e minha mãe é a maior vadia já conhecida!

– Mesmo assim...

– Eles são apenas pessoas. – eu afirmei. – Além disso, você também não me disse que era herdeiro de uma fortuna.

– Por favor. – ele resmungou. – Isso não é nada em comparação. Você é a filha do homem mais rico dos Estados Unidos. Que por sinal também é o meu chefe. Você não acha que merece um pouco de menção? Só um pouco?

Eu sabia que todo mundo iria surta quando descobrissem quem são meus pais. Era inevitável. Eu acho que um pequeno aviso teria sido bom, agora que eu pensei um pouco sobre isso.

– Eu acho. – disse me sentando ao lado dele. – Mas eu não imaginei que você iria reagir dessa maneira também. – suspirei.

– Foi um choque.

– Você ficou catatônico. – eu apontei. – Você só disse umas cinco palavras.

– Eu não achava que minha manhã teria isso tudo. Foi difícil de me ajustar.

– Eu sinto muito. – me desculpei, me aproximando mais dele. – Você tem razão, eu deveria ter lhe contado.

– Está tudo bem. – ele suspirou, me puxando para mais perto. Eu amava o cheiro dele. – Me desculpe, por ter gritado com você. – ele sussurrou no meu ouvido. – Isso foi errado.

– Só não faça novamente. – eu avisei.

– Eu não vou. – ele sorriu, depositando um beijo na minha testa.

Levantei meu rosto o beijando realmente.

– Você sabe. – ele disse quando nos separamos nossas testas ainda coladas. – Sua mãe é incrível... quando ela não está sendo uma vadia. – ele riu.

– Você estava lúcido o suficiente para notar como ela lidou com a Gláucia?

– Extremamente.

– Ela tem sua utilidade. – ri.

– Há outros pequenos fatos desconhecidos impressionantes que eu deveria saber? – ele tentou brincar, mas eu poderia dizer que ele estava falando sério.

Eu ri.

– Bem... Eu sei tocar violino. Mas tenho preferência pelo piano e o violão. Eu tenho tocado desde que eu tinha três anos.

– Sério?

– Sim.

– Minha namorada é uma virtuosa.

– E modelo, também. – disse, fazendo uma pose.

– Hã? – ele ficou sem ação. – Você..?

– Sim. – confirmei balançando a cabeça. – Quando eu estava no colégio, minha mãe me obrigou a fazer algumas campanhas de modelagem e anúncios no exterior. – eu expliquei. – Eu odiava isso, mas foi dito várias vezes que eu era implacável. – eu posei novamente.

– Oh. – ele deu um sorriso tímido e olhou para seus pés.

– Sim. – abracei seu lado, cutucando sua barriga. – Você está orgulhoso.

– Você é a minha namorada troféu. – ele segurou minha mão, rindo. – Futuramente será minha esposa troféu.

– Vida difícil de seguir. – sorri.

– Uau. – ele riu de novo.

– Você está muito satisfeito com si mesmo. – balancei minha cabeça sorrindo.

– Bem... – ele deu de ombros.

– Devemos voltar. – disse me levantando. – Tenho que lidar com aqueles dois ainda.

– Você está certa. – ele colocou o braço em volta de mim.

Era bom que tínhamos esclarecido as coisas. Nós andamos em um silêncio confortável para a casa e ouvimos o som de nossas famílias rindo.

– O que está acontecendo? – perguntei, entrando na sala.